História Casamento sob suspeita - Second Season - Camilla.

Valentina Bieber — Camilla.

Eu não conseguia parar de rir, deitada no sofá de casa, com o macbook sobre as pernas em uma conversa extremamente engraçada com a Miley pelo skype, Kyra na escola e Justin novamente trabalhando todas as manhãs, já que tardes e noites são minhas, sorri com esse pensamento. Julho está quase acabando, hoje é ultimo dia, trinta e um. Uma data bonita, segundo meus gostos. Tenho isso de achar determinas datas “bonitas”.

— E o cara queria que eu fizesse um oral ali? Ah vá, ele estava bêbado, nem se tivesse sóbrio imagine bêbado. – ouvi a Miley falar, voltando a prestar atenção na sua história.

—Agora você vive fazendo cruzeiros pelo mundo, deveria parar, arranjar um trabalho, namorar, casar e ter filhos. – falei, já que ela só sabe falar de sexo e mais sexo.

— Isso é para você Valle, e tu sabes disso muito bem. – pausa — Além disso, eu estou namorando, só não nasci para ficar muito tempo no mesmo local e ele adora viajar, então estou amando isso tudo. – sentenciou, eu apenas soltei um longo suspiro.

Desde quando acordei venho sentindo uma pontadas na barriga, de inicio realmente achei que fosse a Camilla querendo uma atenção do pai, porém com o passar do dia as tais pontadas estão ficando mais frequentes e fortes, talvez seja contrações? Me perguntei.

— Valle? Você está bem? – Encarei a Miley na tela do macbook, sorri levemente.

— É umas pontadas, mas está tudo bem.

— Está sozinha aí? Não seria melhor ligar para o Bieber? – perguntou já demonstrando preocupação pelo tom de voz.

— Está tudo bem, Miley. – sentenciei mudando de assunto em seguida.

Continuamos conversando até a Kyra chegar e logo após o Justin, fiquei a maior parte da tarde sentada ou deitada, Justin deu um celular para a Kyra e ela não o larga mais, então só meu maridinho estava me dando atenção. Me levantei da cama, sentando com um pouco de dificuldade. Kyra entrou como um furacão no quarto, querendo me mostrar um novo joguinho que ela estava mexendo.

— Tia Valle fez xixi na cama? – Perguntou, fazendo eu encarar o mesmo local que ela, onde estava deitada minutos atrás tinha uma pequena mancha de água.

Xixi com certeza não era, oh meu deus!

— Kyra, meu amor, vai chamar o Justin para mim, ele foi na cozinha e ainda não voltou. – rapidamente ela saiu correndo, crianças adoram fazer tudo correndo.

Parece que é hoje, pensei rindo levemente. Justin apareceu na porta do quarto, pela minha expressão facial e a mancha de água, ele deve de ter percebido tudo. Já que logo estávamos a caminho do hospital.

No hospital, oito horas depois.

Meu corpo estava todo suado, as contrações mais fortes e fortes, a médica apenas falando “força, vamos lá” “respire fundo” “já veio a cabeça” foi a última frase dela, a dor que me atingia por completo na região do quadril foi suavizando, assim como fui suavizando o aperto na mão do Justin que ele não soltou em nenhum momento desde que entrei para a sala de parto. Então um choro estridente ecoou pelo local e todos os outros sons sumiram aos meus ouvidos. Abri rapidamente os olhos vendo o Justin – um tanto tremulo – cortar o cordão umbilical, e o pequeno corpinho todo sujo de sangue sendo pego por uma das enfermeiras.

Antes meu rosto estampado por caretas de dor, foi atingido em cheio por um sorriso que não cabia em mim, uma felicidade tão incrível me atingiu. Eu já sentia amor de mãe pela Kyra, mas ver aquele pequeno ser sair de dentro de você, que você colocou no mundo, uma pessoinha que vai ser seu filho para sempre, um presente divino, foi outro tipo de coisa. O sentimento veio ainda mais forte, amor de mãe realmente não tem medidas.

Ainda meio sujinha, Camilla veio para perto de mim, dei um beijo na sua testa deixando as lagrimas rolarem.

Quem diria que aquela menina rejeitada em um lugar distante, estaria aqui, dando a luz a um ser maravilhoso e que vai ser muito amado e nunca rejeitado, todo amor que um dia eu não recebi e hoje recebo da minha família, minha filha irá receber em triplo, quádruplo.

Rapidamente elas tiraram a menina e o Justin saiu da sala, precisava de um banho e algumas horas de sono. Isso!

Cerca de duas horas depois.

Abri os olhos lentamente, depois que banhei e finalmente fui para um quarto no hospital, consegui dormi algum tempo, mas isso não significava que o cansaço havia saído de mim por completo, mas a primeira coisa que fiz ao abrir os olhos foi abrir um lindo sorriso. Justin estava sentado em uma poltrona branca no canto do quarto, aparentemente ainda não havia visto que eu havia acordado, e ao meu lado esquerdo estava um tipo de berço próprio de hospital, com a criaturinha mais linda do universo dentro. Tentei erguer um pouco um corpo, mas além de cansada também estava dolorida. Ao emitir um gemido de dor, acho que meu marido me notou, porque rapidamente estava ao meu lado.

— Você não pode ficar se mexendo assim. – falou me ajudando a ajeitar meu corpo melhor na cama, eu apenas sorri para ele, que suspirou sorrindo em seguida comigo.

— Nós colocamos uma menina linda no mundo. – murmurei, e ele apenas aumentou o sorriso.

— Eu sou o homem mais sortudo do mundo pelas minhas três meninas, eu amo vocês demais, mais do que imaginei amar alguém assim na vida, você principalmente me tornou alguém melhor, mais centrado e preocupado com a felicidade das pessoas ao meu redor. Eu te amo cada segundo a mais e a cada milésimo de segundo. Eu não poderia viver nunca sem você, sei que apesar de sermos marido e mulher, não nos casamos oficialmente na igreja, apenas por procuração. E pode não ser um sonho seu, mas é um meu, te ver entrando na igreja toda de branco, conosco trocando as juras de amor que por muitas vezes já trocamos, mas na frente de todos, então Valentina, você aceita ser minha amante, mulher, companheira e amiga para o resto da vida? – Com os olhos já embaçados pelas lágrimas, vejo ele retirar uma caixinha de veludo verde do bolso dos seus jeans.

Com Justin Bieber ali, sentado na minha cama de hospital e a nossa filha logo ali do lado, eu não conseguia parar de chorar e chorar.

— Ei, amor. Para de chorar que daqui a pouco vou achar que você não me quer. – ele sussurrou, limpando as minhas lagrimas que caiam livremente. Eu sorri em meio a tanta emoção.

— Até parece que eu vou ser idiota de novo de te abandonar, Justin! — pausa — Eu te amo e quero sim, que você seja meu namorado, amigo, amante, marido e tudo que possa ser. – falei fazendo um sorriso irradiar o seu rosto.

Então nos abraçamos meio desajeitados, Justin colocou o anel em meu dedo e lá estava um belo e pequeno lindo diamante. Tão delicado e não quebrável ao mesmo tempo, um diamante me define bem, no caso. Então ouvimos a porta ser aberta e por ela passar toda a família de uma só vez, com a enfermeira logo atrás brigando que não poderiam entrar todos assim, muito menos fazerem barulho pela recém-nascida.

Eu apenas ri vendo toda aquela confusão. Minha família, amo cada dia mais cada um, mesmo com algumas confusões, com as personalidades totalmente diferentes e que fazem cada um se tornar uma peça de uma quebra cabeças em que cada um se completa.

Quenzy e Pattie assim que viram o anel soltaram gritinhos, a enfermeira novamente se fez presente. Recebemos parabéns, muitos parabéns.

É, eu realmente só tenho a agradecer a tudo. Mesmo aos troncos e barrancos, com as dificuldades, às vezes, criada por mim mesma, eu estou tendo meu pote de ouro no final do arco Iris, agora eu entendo melhor o simbolismo dessa história. Não é o valor do ouro em si que vale tudo, mas o ouro é um simbolismo para o que realmente é o maior tesouro que alguém pode ter, e é esse tesouro que eu estou tendo, não me foi dado da forma mais fácil e eu até agradeço por isso. Afinal, não tem como ter o “final feliz” sem umas brigas, confusões, inseguranças, porém no tal final que vem junto com tal feliz, tudo vale a pena, até os choros, as dores.

Bem, o ponto final de cada história só vem quando morremos, e o meu feliz ainda irá agir por bastante tempo, criando filhos, netos, bisnetos... Ver a vida me mostrando que ela pode ser dura, mas também pode ser linda.

Linda como a minha família.