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História Casamento sob suspeita - Second Season - Egoísmo.


Escrita por: igabz

Notas do Autor


1º observação: Esse capítulo foi betado pela Julia Pampola, user cailinrusso!
2º observação: As personagens, Beatriz Butler (esposa de Ryan) é uma "homenagem" a minha amiga, harrysGirls e a pequena Charlotte Bieber é uma "homenagem" a minha friends Nat, NaahD!

Espero que leiam sem moderação esse capítulo, e comentem o que acharam as cenas a seguir.
notas finais, sempre serão importantes.

Capítulo 6 - Egoísmo.


Fanfic / Fanfiction Casamento sob suspeita - Second Season - Egoísmo.

06. Egoísmo.

Acordei cedo naquele dia, porém Justin já havia viajado. Ficar duas semanas inteiras longe dele, agora parecia insuportável, mas ainda é cedo demais para uma “volta” entre nós. Eu ainda me sinto muito ferida para aceitá-lo como marido e todas as confissões que ele compartilhou comigo ainda giram dentro do meu crânio. Minha mãe, meu pai, o pai do Justin, sequestro, parto da minha mãe, eu, problemas.

Olhando para fora da janela do meu quarto, vendo a vastidão do mundo, senti-me tão pequena e desprotegida, imagino como Kyra se sente, porque eu me senti como ela depois que perdeu seus pais. Certo que o meu pai ainda é vivo, mas nunca o tive realmente como um pai, apenas como o homem que me colocou no mundo. Mas o que mais me chocou na história toda foi que havia a possibilidade de eu ser irmã do Justin, droga! Eu não conseguiria ser irmã dele, nunca.

Respirando fundo peguei as chaves de um dos carros da garagem, eu precisava ir à casa da Quenzy e depois na da Pattie que... Bem, eu não sei onde fica, mas talvez a Quenzy possa me acompanhar até lá.

Apertando o botão que ficava junto com a chave, o alarme disparou, era um Sport vermelho, Ferrari. Suspirando com preguiça de ir novamente lá em cima e pegar outra chave, apenas entrei no carro seguindo o mesmo caminho que o Justin tinha dirigido no dia anterior.

Assim que cheguei liguei para a Quenzy, ela estava em casa e pelo tom de sua voz, as coisas não estavam nada boas. Deus, eu sempre fui protegida por ela, agora me vejo no dever de protegê-la. O que farei sem nenhum problema.

— Boa tarde! – falei encarando-a de cima a baixo. Não era uma analise crítica, mas uma analise de seu estado.

 Ela estava com um vestido longo e folgado, com uma leve pressão logo na barriga. Foi quando notei que ela tinha mudado muito desde quando eu fui embora, estava mais... Mulher!

— Não muito, mas ao menos agora eu tenho você. – ela disse, puxando-me pela mão.

 Passando pela sala, notei a pequena Charlotte brincando com uma boneca do tamanho dela. E o Jaxon? Minha pergunta foi respondida, ao ouvir um barulho vindo de cima.

 Quenzy me arrastou escada à cima, levando-me para onde supus ser o quarto dela com o Derek. Tinha duas malas no chão e muitas roupas espalhadas pela cama. Oh deus!

— Você vai embora? – perguntei coma voz a um fio. Ela me olhou durante alguns segundos, respondendo em seguida.

— Não! Quero dizer, não igual a você. Eu vou pedir a separação. – ela disse a palavra “separação” tão baixa, que achei que fosse coisa da minha mente.

— Verdade?

— Sim! Eu não consigo mais, aguentei durante dois anos. Já foi muito e além disso, eu... – sua voz morreu, deixando as lágrimas molharem seu rosto. Eu a puxei, abraçando-a fortemente.

— Além disso, o que? Ele te bateu? – perguntei revoltada, enxugando suas lágrimas com o dorso da mão. Ela rapidamente negou com a cabeça.

— Bem, isso vai comprovar o quanto sou idiota, mas bem... Eu... Humm... Estou grávida. – ela disse novamente a última parte muito baixo, como se tivesse vergonha.

— Ter um bebê é motivo de alegria. – sussurrei fazendo ela me encarar. Ela sorriu um sorriso claramente forçado e triste.

— Eu não acho que esse bebê seja uma tristeza, eu só queria que ele nascesse em uma família normal, mas... Bem, tem muitas mães solteiras no mundo e eu irei conseguir... – ela disse.

Eu nunca vi a minha amiga tão frágil e deprimida. Cadê a garota que sempre encontrava uma piada? Até nos piores momentos. A garota que vivia protegendo e nunca sendo protegida.

— Eu estarei aqui para te ajudar, eu fui uma péssima amiga durante esse tempo em que estive fora, mas agora eu estou aqui e te darei um ombro amigo sempre que precisar, sempre que quiser ouvir conselhos ou apenas falar. Eu prometo ser uma amiga melhor. – falei abraçando-a novamente.

Depois de ouvir seus soluços cessarem, eu ajudei ela a colocar algumas roupas dentro das malas, onde não couberam todas.

— Cadê o Derek? – perguntei suavemente, ela deu de ombros.

— Ele está no escritório. Trabalha junto com o Justin agora, é diretor geral em alguma área. – ela disse, seguindo para o closet. – Ele não está aqui, e... Droga! Eu quero dizer umas boas verdades na cara desse idiota, verdades que eu deveria ter dito a um homem antes de tê-lo abandonado.

Derek nunca me pareceu uma pessoa má, eu sempre achei o temperamento dele melhor do que o do Justin. Notei um celular sobre o criado mudo, peguei-o. Procurando pelo nome “Derek”. Encontrei “Derek Lov”. Só poderia ser o celular da Quenzy.

Olhei na direção do closet, observando se ela estava vindo na direção do quarto.

— Quenzy? Eu vou beber um pouco de água! Volto já. – gritei para ela.

— Tudo bem. – ela gritou em resposta.

Saindo do quarto, descendo as escadas fui em direção à cozinha, disquei o número dele no meu celular, não atendeu. Chamava, chamava e ele não atendia. Droga! Tentei mais duas vezes, então procurei por outro contato dele, encontrando um chamado “Escritório Lov” provavelmente era o número de telefone da mesa dele. Disquei rapidamente. Sendo atendida.

— Alô? – ele perguntou.

— Derek?

— Ele mesmo. – ele respondeu novamente e pelo tom de voz nem um pouco interessado.

— Aqui é a Valentina. Eu te disse ontem que não deixaria mais minha amiga sofrer nas suas mãos e irei cumprir a promessa, mas antes eu preciso te dizer umas boas verdades.

— Oh, por favor! Eu tenho trabalho para fazer e...

— Calado! Eu deveria ter tido essa coragem anos atrás, mas agora eu posso ajudar uma pessoa que amo como irmã, que cresceu juntamente comigo. Ela está sofrendo por você, porque vocês homens tem que serem tão idiotas e não notarem quando o amor bate na porta de vocês? Eu sei que você perdeu sua primeira esposa tragicamente, e isso te marcou bastante. Mas ela não é sua primeira esposa, a Quenzy não merece pagar pelos erros ou acertos de outra pessoa, que ela nem conheceu. Ela não quer seu dinheiro, ela não quer nada seu além de seu amor, carinho e respeito. O amor está batendo mais uma vez na sua porta, e você está deixando escapar. Porque você está agindo feito um tolo, ligado ao passado! Não precisa fazer juras de amor a ela, ao menos não se isso não for o que realmente está no seu coração, mas sinceramente! Ela merece mais do que as migalhas que você dá, e até se nega. Nesse momento sabe o que ela está fazendo? – fiz uma pergunta retórica, continuando. — Ela está arrumando as malas, indo embora da sua vida, assim como você demonstrou querer. Tratando-a como trata, humilhando na frente de todos, como se ela fosse uma boneca de pano, que tem que fazer o que você quer e não suas vontades próprias.

— Espere, eu estou ouvindo um sermão por telefone da garota que preferiu fugir a encarar a realidade? Que... – Cortei-o.

— Eu fui covarde? Sim, eu fui. Eu sei disso, mas o meu caso é diferente do de vocês. No meu caso com o Justin, não tinha crianças envolvidas, foi um casamento acertado pelas duas partes e este não é o seu caso. Ela te ama isso não é óbvio?

— Inferno! Eu não disse a ela que nosso casamento seria um romance.

— Eu sei dessa parte, eu ouvi de seus próprios lábios. Mas isso está fora dos limites, você nem ao menos a respeita e logo agora, com mais um bebê a caminho e – Interrompi-me sabendo que tinha falado demais.

— COMO? – ele gritou do outro lado da linha, fazendo-me tirar o telefone do ouvido.

Droga! Eu quando começo a falar, não paro.

— Isso é um assunto de vocês dois. Eu estou ajudando-a com as malas. Ela vai sair da sua casa, por escolha própria e em parte imposta por você.

— Eu... Eu não impus isso. – ele sussurrou do outro lado.

— Eu sempre te achei o mai centrado, diferente do Justin! Demonstre que o que eu achava de você é realmente real e não apenas uma coisa que a minha cabeça ingênua inventou. Derek, eu não estou dizendo para você amar ela, mas... Vocês dois precisam de um tempo, e isso será bom.

— Ela sair, sabe-se lá para onde, esperando um bebê meu é bom? Você realmente amadureceu? – ele perguntou com escárnio.

— Coloque-se no lugar dela, você não a respeita nem na frente de seu filho de seis anos. Deixa as mulheres flertarem livremente com você, na frente dela. Eu imagino como você deve de tê-la tratado ao descobrir que ela estava grávida. Eu te digo isso, porque eu vivo isso na pele. Eu simplesmente fugi de tudo, de todos. Eu só queria te avisar.

— Eu... Tchau! – ele disse, desligando em seguida. Puxei uma cadeira desabando ali.

Deixei meu corpo quieto, sentindo a minha culpa, a minha covardia há três anos. Eu fugi! Não só do Justin, mas de tudo e todos. Dos problemas com o meu pai, de amigos verdadeiros, eu deveria ter jogado na cara do Justin tudo o que guardava no peito, uma boa conversa pode parar guerras, ou fazê-las.

Ouvi um choro baixo ao levantar os olhos notei Quenzy, com lágrimas em seus olhos.

— Eu ouvi tudo. – ela murmurou. Eu apenas dei de ombros, deixando as lágrimas acumuladas molharem o meu rosto.

— Não tem problema. – falei fungando. Ela se aproximou de mim, abraçando-me.

— Eu não te acho covarde, só te acho muito... – ela pausou, procurando por alguma palavra.

— Fraca? Ingênua? Idiota? Eu fiz confusões como se apenas eu fosse a vitima em todas as situações, como se apenas eu sofresse. E com isso, fiz pessoas que realmente gostavam de mim sofrerem, deixei de lado muitas coisas que não poderei voltar e conseguir novamente, fui egoísta demasiadamente. – falei trêmula, sentindo os braços dela ao redor dos meus ombros.

— Não, você não foi fraca, sabe. Eu me lembro que quando nós ainda estávamos naquele internato, você nunca se deixava abalar ao menos não na frente dos agressores, eu ouvia seu choro durante a noite. Mas você não deixava ninguém ver ou ouvir. Agora, egoísta de certa forma você foi, mas foi uma atitude repentina sua fugir, não foi? Quero dizer, você estava planejando mesmo viajar?

— Não! Eu tinha decidido quase em cima da hora. Eu sabia que com a minha atitude eu deixaria pessoas preocupadas, que me amavam. Mas eu só me preocupei com o Justin não me amar, com ele não sentir nada por mim. E ontem ele disse que me ama, e tantas outras coisas, que agora eu me sinto insegura e... Mas eu não estou aqui por mim, estou por você.

— Que tal uma apoiar a outra? Fica um peso mais leve para se sustentar. – disse Quenzy, com um leve sorriso nos lábios.

 

 

[...]

Depois de um momento “Mulheres dramáticas” e muito choro. Terminamos de organizar as malas dela, organizando logo depois as da pequena Charlotte, foi outra pequena confusão, pelo o que eu entendi ela é realmente muito apegada ao pai. Ela nos enchia de perguntas, perguntando o por que de estarmos fazendo malas, enquanto Jaxon se mantinha quieto, até o momento em que ele sumiu.

— Cadê o Jaxon? – perguntei olhando ao redor do quarto todo enfeitado de desenhos de princesas.

— Qato dele. – respondeu a pequena Char, com os olhinhos vermelhos depois de Quenzy falar que elas iriam passar uma temporada em outra casa, sem o pai dela.

— Mesmo se eu quisesse não posso levar ele, você sabe que... – Quenzy começou.

— Sim, eu sei. Bom, já estamos com tudo arrumado? – perguntei, já que iria ajudar com as malas.

— Sim, já está tudo pronto. – disse Quenzy, soltando um longo suspiro.

Fui no quarto dela, pegando as três malas e colocando-as no corredor. O que fez a pequena Char voltar a chorar.

— Poquê mamãe? Poquê o papai não pode ir com a gente? – ela perguntou, no colo da mãe.

— Porque eu e o papai iremos ficar um tempo em casas diferentes, meu amor. – ela respondeu, enquanto acariciava os cabelos da filha.

 

Com todas as malas na sala, Quenzy iria em seu carro que tinha o estilo de uma mini van, eu iria ser a sua “escolta” até o apartamento que ela iria passar a tal “temporada”, que poderia se prolongar, e muito.

Quando já estávamos todos na sala sentados, esperado Derek chegar, por determinação de Quenzy, o que não iria demorar a acontecer. Ouvimos o som de algo se arrastando pela escada, bem como me deparo com a cena mais lindinha.

Jaxon estava arrastando uma mala azul – com certa dificuldade – escada à baixo.

— Ei pequeno, você vai aonde com essa mala? – perguntou Quenzy, caminhando até ele.

— Com vocês. – ele disse, erguendo o queixo. Eu sorri com a cena.

— Mas... Seu pai não irá deixar Jax, você sabe que... – Ele interrompeu Quenzy.

— Eu prometo me comportar, dormir na hora, comer todas as verduras, prometo ser um bom menino. – ele disse, com os olhos tão pidões.

— Não depende de mim, mas do seu pai, bebê. – disse Quenzy. E eu sabia que aquela cena não estava sendo nada fácil para ela.

Ele se sentou no último degrau da escada, erguendo o olhar assim que um homem vestido em um terno cinza entrou pela porta principal. Ele me encarou, desviando o olhar em seguida. Mas ao notar a mala azul, a expressão facial dele mudou, eu notei a apreensão de Quenzy, que se adiantou em explicar.

— Eu, bem, ele arrumou a mala e disse que quer ir junto, mas eu disse que você não iria deixar, afinal não sou a mãe dele.

— Cale-se! – ele disse para ela, sem olhá-la. Aproximando-se do filho, que novamente ergueu o olhar.

Derek falou:

— Você quer ir com elas? – ele perguntou suavemente.

— Quero! Eu já disse que prometo comer todas as verduras, tomar banho sem briga, dormir na hora e juntar meus brinquedos depois de brincar.

— Você vai me deixar aqui sozinho? – ele perguntou, e notei sua voz tremer.

Mordi a bochecha por dentro, me sentia uma intrusa ali.

— Eu, não quero ficar sem elas, papai. – respondeu Jax, Derek o abraçou. Falando algo em seu ouvido.

— Arrumou sua mala direitinho? – perguntou a voz falha do Derek!

— Arrumei, coloquei cueca! – disse Jaxon, como se tivesse chegado à lua. Eu sorri, assim como Derek.

— Tudo bem, depois eu posso levar outras coisas que faltar? – ele perguntou, olhando para a Quenzy, que se mantinha em silêncio.

— Err... S-sim pode. – ela respondeu trêmula.

— Certo. Então deixe-me ajudar a colocar as malas. – concluiu Derek.

 

 

[...]

Com as malas todas dentro do carro, o clima tinha se tornado ainda mais tenso. Derek se despediu das duas crianças e quando elas já estavam seguras em suas cadeirinhas dentro do carro, ele se despediu da Quenzy, de uma forma que chegou até mesmo a me surpreender. Ele a puxou e deu um beijo longo, soltando-a em seguida, porém eles não se afastaram, pensei que provavelmente, Quenzy estaria esperando um “Fica, eu te amo”, mas isto não aconteceu.

Seguimos o caminho nas ruas, com ela na frente e o meu carro logo atrás. O prédio não era tão longe da mansão de Derek.

Sorridente, ajudei com as malas novamente, pelo visto eu também precisava tomar coragem, ter algumas atitudes e decisões.

 

[...]

Quenzy me deu o endereço da Pattie com tudo certinho, já eram quase oito da noite quando cheguei lá e fui recebida com um grande sorriso da mesma.

— As coisas estão se acertando em todos os lados. – ela disse filósofa, dando-me um abraço apertado. — Tem uma mocinha muito ansiosa para vê-la. – Pattie se prontificou, dando um ar enigmático, mas eu sabia bem quem era a tal “mocinha”.

Ao entrar na casa, não demorei muito para sentir um par de braços rodearem o meu pescoço.

— Oi, pequena. – murmurei, abraçando-a de volta.

— Você demorou. E não sou pequena, sou uma moça. – ela disse, olhando nos meus olhos.

—Oh, desculpe-me, Moça. – eu disse, sorrindo.

— Eu já estou com as malas prontas, sabe? Estão prontas desde hoje pela manhã, eu arrumei tudinho, bem, a tia Pattie me ajudou um pouco, mas eu organizei tudo quase sozinha. – tagarelou Kyra, enquanto me puxava para aonde eu supus ser seu quarto.

Não notei a presença do Bruce nem da Diana, em nenhum momento.

— Cadê o Bruce e a Diana, bebê? – indaguei, ela fez uma careta ao ser chamada de “bebê”.

— Eles já foram pela manhã. Eles gostariam de ficar esperando, mas o avião deles já estava pronto. – ela disse, Deus como essa menina fala, igual a mim.

— Certo mocinha, mas como já está tarde acho que irei dormir aqui. Só preciso falar com a Pattie antes. – murmurei, sentando-me na sua cama.

— Oh! Mas... Amanhã... Eu irei com você? – ela perguntou com um timbre vacilante, eu apenas a puxei para mim.

— Sim, bebê. Amanhã você irá comigo, bem, você não terá um quarto tão bonito como este, por enquanto, mas podes tentar algo.

— Você vai estar lá, quero dizer, eu gosto da tia Pattie, do tio Bruce e da tia Diana, mas eu prefiro você. – ela disse corando e eu me senti feliz.

— Eu irei cuidar muito bem de você, prometo! – exclamei.

Conversei mais um pouco com ela, mas eu precisava mesmo, era conversar com a Pattie.

Desci as escadas, indo ao encontro dela na sala.

— Ela deixou você sair? – perguntou Pattie risonha.

— Tive que dar um pequeno suborno. – falei entrando na brincadeira.

— Bom, sobre as papeladas dela, nós já conversamos o básico, mas você quer a guarda dela? Porque, bem, o Justin disse que se você fosse requerer a guarda da pequena, ele estaria disposto a compartilhar, o que facilitaria a papelada da adoção. – ela concluiu.

— O Justin...

– Eu já tinha falado com ele sobre adoção, entende? E quando você voltou o assunto veio à tona, meu filho pode ser turrão às vezes, ou quase sempre, mas é um bom garoto, ele apenas precisa de alguém para amá-lo. – disse Pattie.

— E querer ser amado também. E de garoto seu filho não tem nada Pattie, ele tem quase trinta anos. – falei, mexendo em minhas unhas.

— Oh! Mas para uma mãe, o seu filho sempre será uma criança, mesmo que às vezes pareça impossível acreditar. Deus, eu já tenho um filho de trinta anos, tenho dois netos que foram dados pelo meu filho do meio e tenho uma filha perdida no mundo. – ela disse, pensei se deveria dizer que seriam “três” netos, mas acho melhor ficar calada.

— Eu posso imaginar! Então eu irei pedir a guarda dela, comigo como mãe e o Justin como pai? É isso?

— Bom, se você aceitar... Sim, é isso.

— Certo! O Justin tem advogados de confiança, não é? Eu posso ligar para ele amanhã e falar com ele a respeito. – respirei fundo, tomando fôlego. – Então, sobre ela ir lá pra casa hoje, já são quase nove horas da noite, eu irei sozinha, as ruas ultimamente estão um caos, teria a possibilidade de eu dormir por aqui hoje? – indaguei, fazendo os olhos da mais velha brilharem.

— Você ainda pergunta? É claro que sim, você é minha quarta filha e ainda por cima caçula. – ela respondeu, abraçando-me em seguida. — Eu senti muitas saudades suas querida, imaginei tantas coisas, que bom que você voltou.

Eu apenas assenti as suas palavras, mas acho que tudo tem seu lado bom e ruim.

 

[...]

Terceira Pessoa On.

 A jovem Valentina estava só sorriso com a menor Kyra, brincavam como duas crianças, correndo e arrumando as duas bonecas da menor, que estava extasiadamente feliz pela presença da maior de volta a sua vida, enquanto as duas estavam atentas em um mundinho em que apenas as duas existiam, Patrícia olhava aquela cena, sabendo que o futuro era incerto, mas muitos pontos já estavam predeterminados.

  Se fosse outra mulher, não iria querer tomar posse daquela vida frágil e já tão sofrida, mas ela sabia que apesar de nova Valentina era uma mulher de fibra e não pensava em futilidades como as mulheres que seu filho costumava frequentar as casas antes de se casar, assim como sabe que no inicio do casamento, houve traições por parte dele.       

 Justin negou desde o primeiro instante que sentia algo mais pela garota, mas os olhos experientes de Patrícia notaram, de certa forma o zelo que seu filho tinha pela mais nova.  Eram quase uma da manhã, quando entrou no quarto que tinha sido designado a Valentina e a encontrou dormindo com a pequena Kyra junto de si.

Saiu do quarto, com um sorriso brincando nos lábios. Ela sempre teve instintos sobre as pessoas e sabia que os seus sobre a Valentina, estavam corretos desde o início de toda aquela estória sórdida e nebulosa, que tinham coisas que nem mesmo Justin sabia.

Suspirando, entrou no seu quarto, deixando o celular sobre o criado mudo.Trocou de roupa, vestindo-se com seu pijama de flanela.

Dormiu serenamente, até ouvir seu telefone tocar incessantemente, primeiro achou que tinha ouvido o da sala, mas parou e logo depois seu celular começou a tocar.

Olhando no visor lendo lentamente o nome “Justin” piscando, logo em seguida olhou o relógio notando que eram quase três da manhã. “Aquele menino não respeita mais nem a própria mãe?” Foi o que ela pensou. Atendendo antes de a chamada cair na caixa postal.

— Que infernos você está me ligando às três da manhã? Eu sou sua mãe sabia? – ela indagou, com a voz severa, mas ainda um pouco grogue de sono.

— Eu estou pouco me fodendo para o horário, a Valentina não atende em casa e nem no celular, o maldito do Chaz disse que não sabe dela, e a porra do seu filho não atende aquela merda de celular. – ele estava nervoso, era claro pelo seu timbre de voz. Mas com a mente ainda grogue de sono, Patrícia não entendeu aonde ele queria chegar com tudo aquilo.

— Certo! Todos são fodidos menos você, e?

— A Valentina, mamãe! Eu telefonei para casa e a empregada me disse que ela saiu pouco depois do almoço, certo que não levou mala alguma, mas são três da manhã aí e ela não está em casa e a porra do celular dela ninguém atende, se ela fugiu novamente eu...

— Oh céus! Agora entendi, você está com medo de seu grande amor ir embora novamente? Você a disse que a ama, certo?

— O que infernos isso tem...

— Disse não moleque?

— Disse!

— Ela está aqui em casa, dormindo no quarto de hospedes com a Kyra, ela estava na casa do seu irmão, chegou aqui e disse que iria dormir, eu não imaginava que você ficaria tão desesperado assim.

— Você me viu depois que ela foi embora, a senhora sabe.

— Que você chorou feito um bebê no meu colo? Oh querido, eu sei. Ela está aqui, está bem? Aí deve ser algum momento da tarde, relaxe.

— Não tem como relaxar, quando eu estou do outro lado do mundo.

— Infernos garoto! Você foi para aí porque quis assim, são três da manhã, eu sei que o seu medo é muito real, porque se ela for embora agora é para sempre e não terá mais volta, mas você disse que a ama, deu o seu primeiro passo. Se ela continuar no lugar, não der um passo para trás, vocês iram conseguir, enfim, viver de verdade, um casamento sólido. Agora criança, vá trabalhar e me deixe dormir. Boa noite! – disse Patrícia categórica, optando por desligar o celular logo em seguida.

Encostando novamente a cabeça no travesseiro, veio em sua mente às palavras de seu filho, depois de o mesmo descobrir que Valentina tinha ido embora para sabe-se lá onde. “Porque infernos ela foi embora? Porque ela não pode esperar mais um pouco? Esperar eu entender toda essa confusão que estava no meu peito? E entender que ela é a mulher que amo, infernos! Eu sei que ela estava machucada, mas eu nunca esperei que ela fosse ir, sem um adeus, como se eu não tivesse importância alguma em sua vida. Ela poderia ter esperado mais algumas horas, minutos talvez e eu... Eu teria dito”.

Tinham sido as palavras dele, Patrícia consolou seu filho “Ela está machucada querido, esse tempo estando um longe do outro será bom. Acalme seu coração sabendo que você vive no dela e isso a distância não destrói, mas as atitudes sim, você a magoou muito, está na hora de dar um pouco de asas àquele passarinho que foi mantido em cativeiro por tanto tempo, deixe-a voar um pouco, mas nunca mais volte a prendê-la novamente, mesmo que a gaiola seja feita das mais lindas pedras e promessas.” Foi o que Patrícia falou para ele, enquanto acariciava os cabelos do seu filho. Naquela época ela se sentiu destroçada vendo aquela cena.

 Soltando um suspiro alto, aconchegou-se em sua cama. Voltando ao mundo dos sonhos, pensando se deveria ou não contar a sua nora, o surto que seu filho teve por não conseguir entrar em contato com ela.

 


Notas Finais


Quem quiser conversar comigo ou me seguir <3
http://sorrisostriste-s.tumblr.com/
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http://ask.fm/gabzrocha
beijos!!


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