A frustração e o sentimento de fracasso rodeava todo o seu corpo. Ele bufava alto enquanto olhava o mapa das Austrália preso à parede até soca-lo várias e várias vezes. Não conseguia se concentrar para ver os arabescos perfeitamente e isso revirava o seu estomago. Ele havia falhado. O braço direito do chefe havia falhado.
O jovem loiro o observava cabisbaixo na sua costumeira cadeira da biblioteca, com o livro de letras douradas em mãos. Sua missão parecia não ter mais sentido.
-Gokudera-kun! Conseguiu alguma coisa? –indagava Iemitsu entrando rapidamente na biblioteca.
O jovem apenas o encarou e socou novamente o mapa.
-Não se cobre tanto garoto. –disse Leo. –Para usar suas habilidades é necessário calma e concentração.
-Eu sabia que havia algo errado no aeroporto! – disse ele fervendo. –Mas veio o ataque e não puder ler o que os arabescos queriam me dizer. DROGA! DROGA! DROGA!
-Não se culpe tanto. Foi a escolha do Tsuna. –disse Iemitsu ressentido. –Ele escolheu confiar a um grupo de estranhos, ele deve assumir os riscos.
-Não diga estas palavras! Não sobre o seu filho!
-Leonardo, não me venha com sermão.
O homem respirou fundo. –Tsuna já passou por muita coisa! Está é apenas mais uma delas, assim que ele sair será um dos melhores chefes da máfia!
-Se ainda estiver inteiro. –E Iemitsu sai da sala.
-A sensação deve ser horrível, sentir-se traído pelo próprio filho. –comentava Claudio melancólico. –Só posso imaginar como meu pai sentiu-se quando tudo o que aconteceu. Não é à toa que não quer olhar no meu rosto novamente.
-Bem, de certa forma, você e Tsuna estão sendo influenciados por fatores externos. Enfim, tem alguma pista Claudio?
-Não! –ele larga o livro na mesa com força. –Não achei nada sobre o ancião por eles sugeridos. É uma emergência! Não temos tempo para ficar lendo!
-É a única fonte que possuímos!
-Não! Não é a única! – e Gokudera, até o presente momento silencioso, sai correndo pela porta.
***
-Estava me perguntando quanto ia demorar a aparecer. –dizia Masao ao Gokudera que estava diante da entrada da mansão.
-Sabe o que preciso?
-Entre.
Masao levou Gokudera para a sala que Fabricio estava com a Lavina. A garotinha veio correndo quando o viu e se jogou nos braços dele. O rapaz o cumprimentou com um acenar de cabeça enquanto olhava vários livros em uma mesa.
-Se é ajuda que precisa para achar Sawada-san, já estamos nessa parte.
-Por que não me diz logo a localização desse ancião?
-Porque estamos esperando reforços. A Epifania foi em peso para a Austrália, qualquer um que tente chegar perto será arrasado.
-A Vongola dará o reforço a vocês. Precisamos partir.
-Está certo. Será a Vongola a nos dar reforço, mas não a do seu tempo.
-Perda de tempo!!!
-Você está nervoso e não está raciocinando corretamente. Não podemos deixar que ninguém do passado possa ser ferido, assim como Sawada-san foi! –explicava Masao.
-Justamente. As ações de vocês com certeza, já modificou o presente. E afinal é o nosso Décimo que o corre perigo!
-A Vongola não irá aceitar que os guardiões de Sawada-san entrem nesta missão. Não podemos arriscar!
-Se o décimo for totalmente corrompido, nós, os guardiões fracassaremos em nosso papel.
-Não. Meu tio não aceitará isso.
-Chame ele que conversarei! Com certeza o farei entender, já que o conheço melhor que ninguém.
-Ele mudou em muitas coisas senhor. Lembre-se que ele não é mais um adolescente de 17 anos.
-Pode ser. Mas possuímos a mesma essência em nossas decisões.
-Ok. Verei com ele. –disse Fabricio.
***
-Espero que Tsuna esteja bem na Itália. Estou preocupada, já que não se recuperou totalmente. –comentou Nana enquanto lavava os pratos.
-Ele está bem querida.
-Eu queria ele aqui. Para acompanhar o crescimento do seu irmão.
-O tratamento que ele irá fazer na Itália o recuperará logo e ele voltará para a casa em um piscar de olhos.
-Deveríamos ter ido junto!
-Acalme-se. Além do mais não iria fazer bem para o bebê um voo longo agora.
-Ele ficou de me ligar mais tarde. Estou ansiosa.
Mais tarde, Iemitsu entra no quarto de Tsuna o observando cada detalhe. Com uma das suas mãos, pegou o retrato de Tsuna e seus amigos e sentou-se na cama. Iemitsu lembrou-se de todo o ressentimento que seu filho sentia por ele ser um pai distante e coloca-lo a força na Máfia. Recordou-se de quando lembrou que seu filho havia desaparecido e sendo substituído por um clone.
Uma ponta de arrependimento surgia no peito do homem. Ele deveria ter deixado seu filho ter uma vida normal. Agora ele estaria bem, apenas estudando e tendo suas conquistas. Agora já era tarde demais, o que lhe restava era tentar seu filho e traze-lo perto da normalidade.
***
O celular começa a vibrar no bolso de Gokudera o tirando da sua leitura de arabescos.
-Olá Gokuder-kun. – era Fabricio. –O meu tio concordou! A Vongola deste tempo irá junto aos nossos. Logo te passarei mais informações de quando partiremos. – e ele desliga.
Gokudera aperta o celular com força e escuta Scarlet cochichar em seu ouvido. – Este é um caminho sem volta.
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