Era cedo, o sol já estava de pé, porem Draco Lucius Malfoy ainda se encontrava deitado em um sono profundo tendo mais um de seus pesadelos recorrentes. Sonhava com a guerra, tinha visto de perto a morte, a dor e o sofrimento; tanto da pessoa que mais amava no mundo, quanto de pessoas que jamais trocou uma palavra, e podia afirmar com toda a certeza do seu ser que as duas situações doíam no amago de si por ter presenciado e não ter levantado um dedo para parar aquele homem. Homem não, monstro... Era assim que Draco via Lord Voldmort, e simplesmente não podia evitar se ver como um também.
Um monstro por não se mexer ao ver Hermione sendo torturada no chão de sua casa, com aquelas pessoas odiosas rindo como se aquilo fosse algo lindo e agradável. Esses eram os pesadelos que mais tinham, e ele simplesmente não entendia o motivo... Sim, foi uma cena terrivel, isso era indiscutivel mas ele viu tanta coisa ruim, inacreditável, imperdoável, porque justo aquela de Hermione Granger não saia de sua cabeça?
Naquele mesmo horário na Toca dos Weasleys encontrava-se Hermione Granger, a mesma garota dos sonhos perturbados de Draco, tomando café da manhã sozinha. A menina não era mais a mesma depois da guerra, ninguém era, todos perderam tanto... Mas estavam tentando tocar a vida, seguir em frente porem ela nunca foi igual a todos, porque seria agora?
Acordava cansada todos os dias, pesadelos com seus pais consumiam cada segundo de seu sono todas as noites, sentia falta deles e do mundo trouxa. Se questionava se ter apagado a memória deles teria sido mesmo a escolha mais apropriada e sempre chegava na conclusão de que era melhor pais seguros e sem memória do que mortos, e de alguma forma, isso a consolava. mundo trouxa.
A castanha decidiu que já era hora de levantar e voltar para o quarto, daqui a pouco os outros estariam descendo para comer e ela queria evita-los a todo custo, especialmente Ronald. Não que os odiasse ou algo do tipo, bom talvez Ronald um pouco, mas era apenas que não se sentia confortável com nada, nem estar dentro da sua própria pele, seu próprio corpo não era confortável.
Estava descuidada, isso era evidente. Olheiras roxas de tão pretas deitavam sob seus olhos, seu cabelo que uns 3 anos atras tinha começado a tomar forma com cachos mais leves agora tinha voltado a ser a completa bagunça de quanto tinha 11 anos, seu corpo estava magro e a falta de nutrientes era evidente na coloração de sua pele. Como se sentiria bem com aquela aparência? Culpava o pós guerra por aquilo, culpava a dor, o sofrimento e angustia diaria dentro de si por tudo aquilo. Culpava a perda. Mas como poderia jogar a culpa nisso tudo quando a única culpada era ela? Se atolando na dor, queria ser forte, queria aprender a conviver com a dor e não ser consumida por ela.
No exato momento em que entrou no quarto e viu a garota ruiva saindo do banho, a menina exalava força, saúde, beleza. Hermione queria aquilo, e conseguiria. Estava decidida.
- Gina, seja sincera?! – a castanha perguntou de cabeça baixa e viu a amiga balançar a cabeça em concordância
- Eu sou feia?
Uma risada alta ecoou no quarto amplo, a menina de cabelo cor de fogo ria gostosamente olhando a amiga até perceber que na verdade, era uma pergunta séria.
- porque isso agora?
- Não sei, me sinto magra de mais, pequena de mais, tão simples de mais Gina! Seu irmão nem se quer me olha desde o beijo na câmara secreta. A guerra acabou comigo, eu to um caco!
O acontecimento na camara foi incrível para a menina, afinal finalmente ser beijada pelo cara que você sempre gostou não é algo a se reclamar. Porem como nem tudo são rosas, Ronald simplesmente se afastou da menina mais e mais e mais ate que agora, nem pareciam mais amigos.
- Não é nada Hermione Jean Granger! Essa guerra apenas lhe fez mal, ao seus cabelos ... - e assim foram tantos "elogios" que a castanha já sentia vontade de chorar
- Ah sim Gina, obrigada, estou bem melhor agora a amiga, ajudou taaaanto - disse de forma irônica - Não lhe disse por mal Hermione, pare de ser resmungona está parecendo até o meu irmão, só te disse que tem algumas coisas que podem mudar, entende? Você sempre foi e sempre vai ser linda, mas você não tem se cuidado ultimamente...
A castalha apenas acenou com a cabeça indicando para a menina que entendia e então se arrumaram para ir, já estava quase na hora de pegar o trem. Hermione decidiu que voltar pra Hogwarts, sua casa, iria renovar suas energias de alguma forma e que com a ajuda das amigas ela voltaria a ser a menina forte que sempre foi.
Quando ela e os Weasleys já estavam quase prontos para aparatar na estação Draco Malfoy finalmente acordou em um pulo percebendo o quão atrasado e fodido estava.
- Draco Lucius Malfoy levante agora dessa cama você esta extremamente atrasado – o menino de cabelos platinados resmungava ao ouvir a mãe invadir seu quarto num estrondo
Ele não queria ir para Hogwarts, mentia constantemente para a mãe sobre isso mas era evidente para a mulher o desconforto e a falta de vontade no filho. Mas o que poderia fazer? Era uma chance, talvez a única, que ele teria para mostrar que era uma boa pessoa longe do pai, Lucius Malfoy. Narcisa já fora apaixonada por ele, muitos anos atras. Antes de ele se tornar essa pessoa fanática, cheia de ódio e preconceitos, coisa que ela nunca aprovou... Mas como dizer não? Como parar um homem em uma casa, uma familia machista que fechava os olhos para tudo o que ele fazia? Bater no próprio filho, na esposa e tudo em nome de um monstro.
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