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História Checkmate - Capítulo 3 parte 1


Escrita por: SuzumeSan

Notas do Autor


Eae galerinha do bem, como vocês estão? Eu to ótima, obrigada <3333 :3
Ah, então, antes de mais nada, queria dizer que esse capítulo ficou menor que os outros porque, como vocês devem ter notado pelo título, eu o reparti em dois pra um maior rendimento da fanfic. Não se preocupem, pretendo fazer com que os outros sigam com o mesmo número de palavras que os dois primeiros!
Bom, não tenho muito mais o que falar nessas notas, só peço que lembrem-se das notas iniciais do primeiro capítulo e não me matem tão precipitadamente. Lembrem-se jovens padawans: tudo ao seu tempo~
Obrigada a todo mundo que tem favoritado e comentado a fanfic, vocês são simplesmente maravilhosos ★~(◡ω⊙✿)
Espero que gostemmm

Capítulo 3 - Capítulo 3 parte 1


 Vasculhei a quadra com o olhar pela quinta vez consecutiva, levando o bico da garrafa até a minha boca num movimento propositalmente lento, e engoli em seco antes de entornar a água para dentro.

 Estávamos na primeira pausa do dia então o time ainda tinha certa energia, o que explicava o fato de Hansol ter aceitado o desafio infantil de Yuta. Naquele momento, os dois eram os únicos que continuavam em movimento na quadra, Yuta recuando com um sorriso travesso no rosto toda vez que o mais velho dava uma investida na sua direção para tentar tirar-lhe a bola. Hansol podia estar com o rosto contorcido numa carranca, mas eu o conhecia suficientemente bem para saber que, esticando a boca daquele jeito, só poderia estar segurando a vontade de retribuir tal sorriso.

 Movi os ombros desconfortavelmente e desviei o olhar; eu já nem mesmo sentia a água na minha boca, só engolia. Algo na maneira que seus olhares se encontravam e na sincronia de seus movimentos me deixava inquieto, como se estivesse presenciando um momento íntimo e precioso demais, como se eu não devesse estar ali.

 Suspirei, baixando a garrafa para o chão ao lado do meu pé, e apoiei os cotovelos sobre os meus joelhos, envolvendo o pulso esquerdo com minha mão direita, sentindo a fricção das peles expostas. Meu cabelo caiu sobre os meus olhos como cortinas negras, escuro como os olhos de Taeyong, e foi impossível não estremecer com tal pensamento – afinal, eu não sabia como aquilo funcionava, nem para onde ir ou o que fazer a respeito.

 Eu gostava de Jaehyun. Seria possível que pudesse gostar de uma segunda pessoa? Ou eu só estaria entendendo mal as coisas, vendo algo onde não tinha? Naquela manhã, enquanto caminhava para a escola, a música não me distraiu como pensei que fosse, tamanha era a força e a frequência com que tais pensamentos me incomodavam.

 Quando o sinal da última aula tocou e eu tomei meu caminho até o ginásio, pensei que esclareceria aquilo assim que encontrasse o Jung no treino, mas ele deixou avisado que se atrasaria por causa de alguma atividade extra na aula de inglês e a falta da sua presença fazia meu corpo pinicar. Estar dentro daquela mesma pele tinha, de alguma forma, se tornado ainda mais engraçado que a textura do uniforme novo. Eu nunca tinha estado tão consciente de mim, do espaço físico que ocupava, e tão disperso quanto o que sentia, de quem eu era.

 Alguns dias atrás, se alguém dissesse que eu cairia por um hubae, teria rido abertamente. Apaixonar não era nem mesmo algo que eu considerava plausível, soava mais como uma palavra que definia um mito, uma lenda. Se esse mesmo alguém contasse que, num período tão curto de tempo quanto esse, eu cairia por outro garoto, teria parado de rir e considerado seriamente quão louco ele poderia estar.

 Um meio sorriso brincou no canto dos meus lábios. Eu é que estava enlouquecendo, no final das contas.

 - Taeil – chamei fracamente, repetindo o nome do capitão até ele levantar o olhar perdidamente; provavelmente estava imerso em estratégias contra o time que enfrentaríamos na próxima partida – Tudo bem se eu sair mais cedo?

 - Por que? Tá tudo bem? – Soando preocupado, Taeil levantou do chão e caminhou até mim com a mão estendida para medir minha temperatura. Com a outra mão, ele estendeu uma toalha seca, mesmo que eu nem estivesse suado. Recusei gentilmente com um aceno de cabeça.

 - Eu tô bem, tô bem – assegurei rapidamente – É só que o período de provas está começando e eu não sinto que me preparei bem o bastante. Você sabe que a queda do meu rendimento pode me custar a vaga no time, e sabe também como basquete é importante pra mim.

 - Oh, as provas! Eu tinha me esquecido completamente. Tudo bem, pod...

 - Ai meu Deus, Yuta! – Taeil foi interrompido pelo grito desesperado de Hansol.

 Automaticamente, todos os olhares se voltaram naquela direção. Encontrei-o agachado do lado de um Yuta encolhido que segurava o nariz, o rosto contorcido aparentando mais dor que o do próprio Yuta. Pela mão fechada sobre o seu rosto, vi uma gota de sangue solitária pingar no chão da quadra.

 - Yuta, me desculpa, foi sem querer! – Hansol passeava as mãos inquietamente do mais novo para o próprio corpo, então procurava por algo no chão, como se uma bolsa de gelo pudesse se materializar ali se apalpasse com mais afinco – Aqui, incline sua cabeça para trás, olhe para cima.

 - Não – A voz do assistente Kun ecoou quando apareceu na porta do ginásio e correu escadaria abaixo, tão rápido que seus pés pareciam escorregar nos degraus a cada passo. Apesar disso, chegou na quadra sem maiores dificuldades que algumas cambaleadas, continuando – faça isso. O sangue vai escorrer pela sua garganta. Incline sua cabeça para baixo e aplique pressão com... Taeil, me dê essa toalha!

 Taeil correu apressado naquela direção e, com certo esforço, conseguiu afastar Hansol, pressionando a toalha no nariz de Yuta enquanto Kun murmurava algo sobre gelo e corria escadaria acima para buscar uma compressa na enfermaria.

 Tomando a última frase do capitão como uma permissão, desapareci pela porta do vestiário, dando passadas firmes até a terceira fileira de armários para poder me trocar. Apesar de não estar com pressa, me movia rápido demais até para os meus parâmetros, enervado pela ideia de sair dali tão covardemente. Afinal, era aquilo mesmo que eu estava fazendo: fugindo. Fugindo do treino, do encontro com Jaehyun, do Taeyong que certamente estaria esperando por mim naquele beco.

 Embolando o uniforme sem muita cerimônia, joguei-o no fundo do armário e recostei-me na fileira, arrepiando com a sensação gelada do metal contra a minha pele exposta. Inspirando e expirando pesadamente, deitei minha cabeça e fechei os olhos, aproveitando aquele momento sozinho no ar estagnado. Naquela tarde, as fãs histéricas estavam mais silenciosas por Jaehyun ainda não ter chegado, o que contribuiu ainda mais para a calma que começou, aos poucos, a me consumir, tão lenta quanto água sendo absorvida por uma esponja.

 Mas, no segundo seguinte, ela se esvaiu rápido demais. Confuso, comecei a me distanciar dos armários. Alguma coisa naquela atmosfera tinha mudado.

 - Não – era a voz de Jaehyun, e por algum motivo, soava muito alarmada – N-não abra os olhos, Ten. É mais fácil dizer sem que você me olhe.

 - Jaehyun? – perguntei perdidamente – Quando foi que você chegou? Dizer o que?

 - Acabei de chegar. Dizer... Ah, droga isso é complicado, espere um minuto – Acenei afirmativamente com a cabeça e, enquanto seus passos arrastados soavam abafados pelas paredes, aproveitei para entreabrir os olhos e espiá-lo um pouco; ainda trajando o uniforme da escola, seus ombros pareciam tensos enquanto andava de um lado para o outro. Céus, que expressão era aquela? No segundo seguinte, senti-me uma pilha de nervos. – Bom, tudo começou na recepção escolar, no começo desse ano letivo. Eu já tinha me registrado na mesa dos novos alunos do primeiro ano e não queria ficar parado, já que todo mundo começou a me olhar diferente. Comecei a zanzar pelas mesas de recepção, fui e voltei pela seção do fundamental pra cumprimentar colegas antigos. Quando vi Mark, lembrei que ele fazia parte do time de basquete no fundamental, e que mesmo faltando um ano para subir, também era uma parte ativa do time do ensino médio.

 “Isso é constrangedor, desculpe. Continuei zanzando, mas daquela vez estava seguindo Mark pela multidão, o que era fácil por causa da minha altura. Pensei que se o seguisse, ele acabaria encontrando o treinador servindo na seção esportiva e que, se ele me visse, se interessaria pela meu porte e me chamaria para uma conversa. Como você pode ver, não é que fui obrigado a entrar no time, foi... foi proposital. No começo, só fiz aquilo porque era um novo ano – por diversos motivos eu já não tinha mais amigos – e porque fazer parte de qualquer grupo esportivo me pareceu uma maneira muito boa de conseguir me enturmar sem esforço. Quando o treinador me designou para o time de basquete fiquei feliz porque Mark parecia ser uma boa pessoa, então seguindo por essa linha, todos vocês também seriam.

 Então dias passaram, semanas, e nem para um treino eu fui convidado. Já estava começando a duvidar do caráter de vocês quando você apareceu, Ten, e quando eu te vi atravessar o batente da porta da minha sala, me senti estranho. Por um lado eu ainda estava chateado e muito amargurado com qualquer um que tivesse relação com o time de basquete, mas por outro lado você... você veio com aquele sorriso e aquelas palavras gentis. Pensei então, qual é, quão ruins eles podem ser? E quando finalmente fui treinar com vocês, você outra vez me recepcionou de braços abertos, carregando aquele mesmo sorriso brilhante que me fez sentir quisto, incluído. Pensei que você passaria o melhor amigo que eu já tive, mas isso...  b-bem, isso foi antes de acontecer uma tragédia. Você não saía da minha cabeça, hyung. Parecia com chiclete grudado na sola do meu tênis. E ontem, durante o descanso do treino, eu percebi que era mais grave do que parecia quando não consegui parar de pensar na forma que... Certo, vamos pular essa parte. É só que eu gosto de você, hyung. Muito.”

 Pela primeira vez no decorrer de todo aquele discurso, abri os olhos, tão lento quanto era possível. Tive medo de que qualquer movimento brusco da minha parte pudesse assustá-lo, tive medo de que aquilo não passasse de imaginação e que todas aquelas palavras, principalmente as últimas, dissolveriam assim que abrisse os olhos.

 Mas aquilo não aconteceu. Quando vasculhei minha volta, Jaehyun continuava parado a alguns metros com o habitual – e familiar – sinal da covinha na bochecha, uma ondulação leve e delicada na pele plana do seu rosto. Caralho, até mesmo um defeito conseguia harmonizar seu rosto e se tornar bonito a ponto de não parecer mais um defeito. Seus olhos escuros miravam vergonhosamente o chão, e estava tão encolhido que nem parecia tão alto quanto realmente era.

 - Jaehyun – quando chamei, minha voz rouca raspou minha garganta desconfortavelmente e o Jung estremeceu, assustado.

 - Não pense que foi uma confissão, Ten – suas palavras saíram apressadas, como se tentassem justificar algo que não tinha realmente justificativa – Nem que precisa me tratar diferente por causa disso. São só uns sentimentos bobos que eu não conseguia mais carregar sozinho. Achei... achei que seria melhor compartilhar esse peso.

 Sem conseguir me conter, eu ri. Curvei-me com um dos braços sobre o meu estômago e me apoiei num dos joelhos, gargalhando alto, tão alto que com toda certeza fui ouvido da quadra. Pude sentir o olhar de Jaehyun queimando sobre mim indecifrável, tão intenso quanto as palavras ditas alguns segundos atrás. Quando notei que o mais novo recuou um passo, tentei segurar-me.

 - Do que é que você tá rindo?

 - Ahh, Jaehyun – comecei com a voz ainda fraca pelo riso –, você realmente não é perceptivo. Jungjae... Jae Jae...

 Pulei o banco de madeira que se colocava entre nós como se não estivesse ali, então dei alguns passos rápidos e cautelosos para cima do mais alto, que apesar de se encolher mais ainda, permaneceu com os pés firmes onde estavam, encarando-me pesadamente com as íris cor de chocolate. Havia uma pergunta implícita nas suas feições, pergunta essa que eu poderia responder sem problemas.

 Mas existiam outras formas de responde-la, e comecei pela mais óbvia, aquela que eu queria ter usado desde o começo. Puxando-o pela nuca, eu o beijei.

 Cinco segundos. Foi esse o tempo que esperei para que Jaehyun despertasse de seu atual torpor e retribuísse o toque dos meus lábios com uma pressão leve, ansiosa, extasiada. Suas mãos, antes inertes dos lados do seu corpo, subiram timidamente, segurando com cautela meu quadril sobre o calção do uniforme, depois deslizando para cima, pra apertar-me pela cintura e puxar meu corpo contra o seu. Só quando seu toque deslizou pelas minhas costas eu lembrei que estava sem camiseta. Aquele pensamento me fez arrepiar.

 Afastei meu rosto do dele, sentindo meu coração saindo pela garganta, e o observei de perto, através das minhas pálpebras pesadas feito chumbo. Seus olhos não se abriram como pensei que fariam; ao invés disso, Jaehyun franziu as sobrancelhas e entreabriu os lábios, expirando pesarosamente através deles. Suas mãos, então, subiram e desceram pelas minhas costas, e minha nossa, eu já não conseguia mais desembaralhar meus pensamentos, já não achava ser possível responsabilizar-me pelos meus atos.

 Por isso, quando voltei a beijá-lo, o fiz com uma urgência desesperada, descontando nele todos aqueles dias, minutos, segundos que desperdicei pensando nesse bendito garoto. Jaehyun parecia compartilhar da mesma ânsia que eu quanto aquilo, tanto que foi o primeiro a pedir passagem com a língua, a qual cedi sem qualquer resistência.

 Seus lábios tinham a mesma maciez que pensei que teria, e sua boca tinha gosto de menta. Mantendo uma das mãos sobre sua nuca, deslizei a outra sobre o seu ombro, acariciei seu braço, aquele braço que me segurava e apertava com uma cautela excitante, então desci minha mão para a barra de seu uniforme e a serpentei por baixo do tecido, tocando seu abdômen definido. Jaehyun teve um espasmo nervoso, afastando o corpo uns poucos milímetros do meu, e deu um gemido na minha boca que mais pareceu um resfôlego.

 Quando olhou para mim, parecia atordoado demais para fazer qualquer coisa além de voltar a me beijar. Antes de o fazer, porém, olhou curioso para baixo, para as nossas ereções, e corou violentamente ao perceber que, não fosse pelas camadas de roupa, elas estariam se tocando naquele momento.

 - Ten, eu...

 - Uhum – eu interrompi, puxando-o de volta para perto, roçando nossos narizes.

 - Não, é que... eu preciso ir pro treino – suas palavras serviram como um balde de água fria, despertando-me instantaneamente.

 Afastei-me dele outra vez, encarando seus olhos escuros e esperançosos, e me afastei com relutância clara. Eu não me importava que ele dissesse coisas que estragassem o clima tão de repente, não me importava que eu provavelmente me irritaria muito com ele caso quisesse dar continuidade àquilo. Nada importava porque eu me sentia completamente disposto a manter a calma e a paciência caso aquilo significasse outro beijo daqueles.

 E quem sabe algo mais?

 - Pode ir – Eu disse tranquilamente, voltando para o meu armário aberto, puxando algumas roupas penduradas para poder me trocar. Jaehyun, por sua vez, não saiu do lugar. – O que foi?

 - Ah... bom – como no dia anterior, o Jung passou os dedos pelo cabelo nervosamente, movendo-se inquietamente para cima e para baixo, os pés ainda colados no mesmo lugar – É que eu, huh... Vou tomar uma chuveirada primeiro.

 E dizendo aquilo, ele desapareceu atrás de uma fileira de armários. Ao som do eco dos seus passos, sorri largamente. Minhas bochechas até doíam quando, abotoando a camisa xadrez, senti-me cheio, completo. Não ia mais fugir.


Notas Finais



efeito avenida Brasil!!!1!!11!1!!!
(ノ◕ω◕)ノ~『✧~*a fanfic não deixa de ser Taeten abiguinhos, não se esqueçam*~✧』
Aos Taeten shippers que estão ansiosos por uma maior interação dos dois, sugiro que preparem seus corações para a parte dois desse capítulo, e ~não me matem~ <3
Beijão amorecos


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