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História Checkmate - Capítulo 5


Escrita por: SuzumeSan

Notas do Autor


MEUS AMOREEEES, COMO SENTI FALTA DE VCSSS <3 <3 <3

Eu gostaria de ter prologado mais esse capítulo, mas por ser o penúltimo, decidi deixar ele curtinho assim pra que mais coisas pudessem ser adicionadas ao último, OU SEJA, esperem por capítulo grandão msm, vocês merecem ヽ(⊙ヮ⊙)ノ

Também gostaria de pular essa parte, mas é impossível que "eu" e "extremamente emocional" não acabem se chocando uma hora ou outra, então lá vai: tenho passado por certas dificuldades pois recentemente deixei muita coisa pra trás e vim morar com o meu pai, mas checkmate tem sido minha, erm, válvula de escape, digamos assim. Quando escrevo, me sinto livre, mesmo que não seja o destino que imaginei inicialmente para a fanfic, e saber que vocês estarão todos aqui, só pra ~me~ ler dessa forma... Eu amo vocês, e amo essa fanfic. Obrigada por tudo gente, de vdd.

TRISTEZA Á PARTE, tá aqui o novo capítulo~
P.S.: 100 FAVORITOS, É ISSO MSM, PRODUÇÃO? TO DEAD

Capítulo 6 - Capítulo 5


 - Você parece cansado.

 Atordoado, olhei sobre o meu ombro na direção da voz, esbarrando no alambrado com a tipoia enquanto o fazia. Seis tardes atrás, quando deixei o hospital, estive tão entorpecido que apenas o esforço de andar pela casa fazia minha cabeça girar. Fiquei na cama dia e noite, coberto até o pescoço mesmo que não fizesse frio, apenas para sentir meu corpo febril enterrando-se cada vez mais fundo no colchão. Estava terrivelmente deprimido.

 Meus pais, ocupados como sempre, contentaram-se com o “ele está bem” que minha irmã assegurou e não tiraram sequer um minuto de seu tempo para dar uma olhada em mim – sabia disso porque não tinha dormido. Eu até acreditava e via sentido na questão de que eles não tinham tempo, mas ficar sozinho e abatido, enfurnado dentro daquele quarto, tinha começado a me convencer de que, na verdade, eles não se importavam. E gradativamente, comecei a acreditar que ninguém se importava.

 Por esse motivo, dispensei a visita do time e não respondi a mensagem que Jaehyun me mandou, desculpando-se por não ter ido com o resto dos garotos. Ignorava as tentativas de conversa que minha irmã propunha sempre que ia ao meu quarto. Amaldiçoava Taeyong por nem ter tentado me encontrar depois da nossa transa. Não comia.

 No fim, aquela era minha história; um garoto que tinha tudo e, num piscar de olhos, não tinha mais nada. Um garoto que encontrou o amor em dois outros garotos, mas não soube como administrar tais sentimentos, escolheu errado e acabou sozinho.

 Quando acordei na manhã do sétimo dia, porém, sentia-me estranhamente motivado. Estava longe de ser uma recuperação, claro, mas era como se meu subconsciente estivesse começando a encontrar forças contra a correnteza e não quisesse me deixar seguir com a água, como se estivesse se recusando a deixar que aquele peso febril me guiasse para ainda mais fundo nas profundezas daquela melancolia toda.

 E antes que eu pudesse perceber, já estava do lado de fora, dando voltas e mais voltas pelo bairro sem um destino certo. O fone dependurado na minha orelha direita ressoava uma das minhas músicas preferidas, mas eu não conseguia prestar atenção nela. De alguma maneira, terminei na quadra pública da praça, o rosto quase colado ao alambrado e os olhos atentos procurando por Seohyeon entre as crianças que jogavam. Mas ela não estava lá.

 As luzes da praça acenderam conforme os últimos rastros do sol poente desapareciam do céu. As crianças deixavam a quadra, uma por uma, mas eu não me movi um milímetro sequer. Isso é, antes de ser chamado. Pisquei algumas vezes, olhando para o contorno de Taeyong diretamente abaixo de um poste de luz, poucos passos de onde eu estava.

 Ele estava tão lindo quanto na última vez que o vi, sete dias atrás. Mesmo com as mãos enterradas nos bolsos dos jeans, os ombros baixos e despreocupados e os cabelos brancos em desordem, como se tivesse acabado de acordar, ainda parecia com uma estátua renascentista.

 E eu o amava.

 Seus olhos escuros me analisaram minunciosamente, indo e voltando umas boas duas vezes para a tipoia que envolvia meu braço direito. Quando subiu para o meu rosto, demorou-se sobre as olheiras que decoravam o redor dos meus olhos, mas não disse uma palavra sequer; aparentemente, tudo o que sairia da sua boca seria “você parece cansado”. E aquilo me indignava. Como é que eu poderia esquecer e perdoa-lo por não ter ido me encontrar, se tudo o que ele tinha a dizer era “você parece cansado”?

 Mas então, por que não fui ao encontro dele? Como se lesse meus pensamentos, Taeyong pendeu a cabeça para o lado e comentou, naturalmente:

 - Esperei por você. Todos os dias, no beco entre os prédios. Cada dia que passava e você não aparecia, eu experimentava um sentimento diferente: inquietação, preocupação, angústia, culpa. Você sabia que nunca fui atrás de alguém, Ten? Mas de você eu fui. Ninguém da sua sala tinha qualquer informação, seus amigos do time não abriam a boca por causa de alguma baboseira sobre sigilo esportivo. Eu quase enlouqueci tentando te encontrar, principalmente porque não te conhecia o suficiente para saber onde procurar. E você não veio até mim.

 Engoli em seco, sentindo meus olhos arderem e lacrimejarem enquanto reclinava a cabeça e analisava o negrume que agora cobria o céu, completamente sem estrelas. Ele se importou. Taeyong se importou. Mas então, porque meu peito ainda doía tanto?

 Ele cobriu um pedaço da distância em dois passos, perto o bastante para me alcançar caso esticasse o braço. Meu coração batia tão rápido que parecia prestes a falhar, sobrecarregado.

- Não sabia que estaria aqui – Continuou, perfurando-me com uma expressão contemplativa. Ah, aqueles olhos. –, mas agora que te encontrei Ten, só agora, começo a enxergar sentido nas coisas que fiz para te alcançar.

 Taeyong deu mais dois passos na minha direção e quando respirou fundo, pude sentir seu hálito roçar sobre a maçã do meu rosto. Não sabia quão cansado eu parecia estar, mas ele mesmo não parecia tão bem assim de perto. Será que estaria daquele jeito porque perdera o sono por minha causa? Meu braço fraturado pesou outra vez dentro da tipoia no mesmo instante em que ele curvou o corpo e pendeu pra frente; alarmado, virei o rosto para o lado contrário. Não duvidava que Taeyong seria imprudente o bastante para me beijar ali, naquele momento.

 Mas Taeyong não tentou me beijar. Ao invés disso, abaixou a cabeça até que sua testa encontrasse meu ombro e aconchegou-se na curva do meu pescoço, as mãos ainda escondidas dentro dos bolsos. No meu peito, meu coração deu um loop desajeitado que tirou momentaneamente a estabilidade dos meus pés, como se o chão abaixo de mim tivesse começado a rachar, e eu cambaleei para trás, ainda com o Lee apoiado em mim.

 Seu cabelo desajeitado fazia cócegas na lateral do meu rosto e exalava um aroma gostoso de xampu. Relutantemente, engoli as lágrimas que tinham começado a empoçar meus olhos e olhei outra vez para o céu escuro, imaginando como as coisas teriam sido diferentes se eu não tivesse sido um filho da puta egoísta. Quis falar alguma coisa, mas nada saía da minha garganta, e tudo o que eu fazia era cambalear para trás.

 Numa interpretação errada do meu desequilíbrio, Taeyong levou a mão firmemente para o meu punho esquerdo e me puxou de volta para ele, inspirando fundo sobre a pele do meu pescoço. Todos os pelos do meu corpo arrepiaram-se, dos pés à cabeça.

 - Sei que o basquete é muito importante para você Ten, e entendo que esteja mal por não poder jogar na final, mas por favor, por favor, poderia não fugir de mim outra vez? Não precisa dizer nada se não quiser, só... fique perto. Deixa eu te abraçar até você perceber que não perdeu nem metade do que pensa ter perdido; deixa eu te conhecer melhor, até conseguir encontrar meu caminho pra você da próxima vez que estiver se sentindo mal ou sozinho.

 - Isso... foi uma declaração? – perguntei após longos segundos de um sólido silêncio, onde tudo que fiz foi digerir suas palavras, sentir a intensidade de seus dedos no meu braço bom, o cheiro de seus cabelos brancos.

 - Aish – Taeyong reclamou, frustrado, ainda com o rosto escondido no meu pescoço – Isso é tudo o que você tem a dizer, Ten? Sério? Porque se for, desfalo tudo agora mesmo.

 Meu interior inundou-se por um calor reconfortante quando uma risada irrompeu, vibrante, do fundo da minha garganta, esticando os músculos enferrujados da minha face. Puxei o braço do aperto de seus dedos apenas para descer minha mão e pressionar a palma contra a dele, então suspirei uma última vez.

 - Desculpe – minha voz estava rouca e instável quando conclui pesarosamente, sentindo como se tivesse acabado de agarrar a mão estendida do meu subconsciente para tentar içar meu corpo para fora da correnteza.

 - Dessa vez passa – Taeyong declarou com a voz abafada.

+++

 Eu estava desconfortável.

 Espiei outra vez através do batente da porta do ginásio, capturando vez ou outra alguns vislumbres da hiperatividade de Mark enquanto o pequeno pulava de um lado para o outro na quadra. Taeil, mais do que nunca, gritava frases de incentivo ao time, ao mesmo passo que o assistente Kun apitava de cinco em cinco minutos, cada vez por um motivo diferente. O nariz de Yuta sangrou outra vez e Hansol quase caiu duro. Winwin estava quase explodindo de alegria por ter Haechan outra vez por perto.

 Meu coração estava tão acelerado que passava a impressão de ser ouvido de lá de baixo. Receoso, retrocedi um passo pela quinta vez desde que chegara e comecei a puxar os piercings da minha orelha. Era a primeira vez que ia ao ginásio desde a minha fratura, e ver que minha ausência não tinha feito tanta falta era mais doloroso do que pensei que seria. Pior ainda; eu estava lá, mas não para me trocar e treinar, como minha rotina de anos sugeria. Não estava lá para passar confiança pro Doyoung ao jogar ao seu lado na quadra, nem para auxiliar Taeil na comunicação, muito menos para guiar o caminho de Mark e Winwin. Estava lá para me desculpar e informar o progresso da minha recuperação.

 Caralho, como eu odiava essa impotência.

 - Ah, Ten sunbae! – Girei assustado sobre os meus pés, com medo de que as fãs fanáticas de Jaehyun tivessem descoberto o novo horário dos treinos e me encontrado, mas quando procurei em volta, havia uma única figura perto de mim – Quanto tempo. Oh, seu braço já melhorou?

 Preenchendo-me por um alívio reconfortante enquanto o rosto sorridente de Jaehyun permanecia fixo em mim, olhei para baixo, balançando um pouquinho o braço direito. Tinha me livrado da tipoia ainda na noite anterior e começado o tratamento naquela manhã, com movimentos longos, lentos e contínuos. Fora isso, a área do meu cotovelo ainda estava inchada e dolorida.

 - Comecei os tratamentos hoje – Respondi baixinho, divagando o olhar pelo amontoado de veias aparentes no meu braço. A culpa que me consumia quando meu olhar encontrava o sorriso de Jaehyun era demais para suportar; afinal, a última vez que o vi foi num corredor de hospital, andando pra longe, de cabeça baixa.

 - Ah, sim – Jaehyun trocou a alça da mochila de ombro. Por mais que tentasse esconder, parecia tão desconfortável quanto eu. – Hm, quer que eu reúna o time pra você?

 - Oh não, não, por favor – acenei afoito com ambas as mãos, cerrando os dentes quando a movimentação foi intensa demais para o meu lado direito – Eu só... Pode deixar um recado para mim, ao invés disso?

 - Desculpe sunbae, mas não posso deixar que continue fugindo de todo mundo desse jeito – retrucou firmemente – Todos ficarão sabendo que esteve aqui, então cabe a você que decida se vai até lá, até os seus amigos, ou se continua se distanciando. Ninguém te odeia por ter machucado o braço tão próximo da final, nem por ter rejeitado uma visita nossa; todos entendemos e amamos você. Somos uma família, lembra, sunbae? Irmãos. E você continua sendo o mesmo Ten. O nosso Ten.

 - Jungjae – Chamei suavemente, sentindo o calor serpentear para cima e acumular sobre as minhas bochechas. Algo naquelas palavras soava como uma confissão pessoal demais para ser ouvida, que me abraçava e me acolhia.

 - Esses sentimentos permanecerão no meu coração, sunbae – subitamente, a sutilidade implícita nas palavras tornou-se sólida e direta, e Jaehyun já não tentava ocultar nada de mim; abria o peito e deixava que eu o visse por inteiro –, porque são os mais sinceros que já senti. Mesmo que não haja reciprocidade, fico feliz que sejam por você e não por outra pessoa, fico feliz que tenha me mostrado que nem sempre o amor verdadeiro é a dois.

 Constrangido, lembrei de quando o levei ao treino pela primeira vez e de como quis ser corajoso o bastante naquele dia para abrir-me daquela forma. Ali estava algo que aprendi sobre Jaehyun que me fazia amá-lo cada vez mais: ele não tinha medo. Mas então... como raios explicaria que o amava também? Era algo mais platônico que qualquer coisa, e decididamente maior que o amor de amigo; em contrapartida, em nada se equiparava àquilo que Taeyong me fazia sentir.

 Sem palavras, sorri, decidindo-me pelo silêncio. Aquele tipo de sentimento não deveria ser explicado – Jaehyun o sentiria, e aquilo era tudo o que importava. Claro, havia também o fato de que eu era tão péssimo com declarações que só estragaria como as coisas eram vistas, mas talvez minha dissimulação fosse parte do que o fazia gostar de mim. Jaehyun sorriu largo, dentes brancos contra pele pálida e covinhas adoráveis, então me estendeu a mão hesitantemente, chamando-me com os dedos. O clima estava tão agradável quanto na tarde que conheci Taeyong.

 - Então? Vamos lá?

 Aceitei sua mão estendida e desci junto dele para a quadra. Já não me sentia mais tão desconfortável.


Notas Finais


E o próximo será o último, já até dá um aperto no coração.
O que acham de um bônus yusol, uh? ( ͡° ͜ʖ ͡°) Só pra não deixar de enaltecer esse otp maravilhoso

Obrigada por ler <3


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