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História Checkmate - Capítulo 6


Escrita por: SuzumeSan

Notas do Autor


Vou ser breve pra poder deixar o textão nas Notas Finais:
Esse capítulo custou pra sair principalmente porque eu meio que não conseguia achar uma conclusão que parecesse digna. Sempre que conseguia um tempinho para escrever, eu ficava mais tempo olhando pro word que qualquer coisa, pensando "por que tenho que dar um fim?". Wae, galera, waeee? щ(ಥДಥщ)
Por isso, optei pelo mesmo final que alguns doramas dão pra gente: inconclusivo, mas que sugere aquele "e viveram felizes para sempre". Clichê, eu sei, mas uma dose dele não mata ninguém, né verrrrdade?
Vamos ao chapter (=゜ω゜)~

Capítulo 7 - Capítulo 6


 Entrelaçar os dedos nos de outra pessoa não era tão glamoroso quanto os doramas faziam parecer; o atrito entre as juntas vezes ou outra machucava, e as palmas suavam tanto que adquiriam um poder de sucção surpreendente, como se fossem ventosas.

 Mas quando a mão de Taeyong encaixava na minha, qualquer preocupação se dissipava. Seu braço se tornava uma extensão do meu e eu me sentia maior, mais forte. Fazia tanto sentido que certa vez, enquanto seu dedão acariciava despercebidamente as costas da minha mão, tentei me lembrar de como eu costumava ser confiante e autossuficiente pouco tempo atrás e não consegui. Então quando o fato aterrorizador de que eu já não mais existia sem Taeyong me abateu, eu ri. Que coisa brega de se sentir.

 Divagando nervosamente entre milhares de outros pensamentos, olhei distraído para a minha mão, que pendia solitária na lateral do meu corpo. Tão vazia, tão insignificante. Encostando o punho na minha perna, batuquei os dedos impacientemente sobre os jeans e mordi os lábios com força, sentindo medo e ansiedade corroerem meu peito de uma só vez, agindo covardemente em conjunto.

 - Ten? Ten! Ei, você tá me ouvindo? – o assistente Kun balançou a caderneta avidamente na frente do meu rosto, despertando-me do torpor – Se ainda quiser ajudar, tem que prestar atenção na tática coletiva, pô.

 - Sem querer ofender, Kun, mas conheço a tática coletiva do time melhor que ninguém – Retruquei, mais rude do que planejava. Com o canto do olho, vi os ombros do assistente murcharem e seus olhos, cujos cantos caíram em desânimo, mirarem a pequena caderneta perdidamente. – Não, não era pra ser grosso, você ouviu errado...

 - Fica sussa – ele me tranquilizou, sorrindo de canto enquanto enfiava as anotações em encadernação azul debaixo do braço esquerdo – Também tô nervoso com o jogo.

 - Eu tava te ouvindo sim. São boas estratégias, de verdade, mas tirar o Doyoung da defesa temporária abriria uma brecha enorme pro ataque do outro time. Também tem a marcação; como tive bastante tempo livre nos últimos tempos, analisei alguns jogos do campeonato na internet. Talvez usar a marcação individual com o time adversário seja mais sensato também.

 - Me perdi um pouquinho, mas beleza – Kun agora tinha ambas as mãos escondidas nos bolsos de seu moletom e seus olhos escuros miravam as arquibancadas que começavam a lotar – E quanto à nossa configuração?

 - Mantenha. Devemos aproveitar pivôs como o Doyoung, o Johnny e o Hansol ao máximo no jogo. Mark e Haechan tem sintonia, resultariam numa boa colaboração no ataque.

 - Mas e o capitão Taeil?

 - Deixe-o na reserva. Yuta, Winwin e Jaehyun também. O aproveitamento com o time tem que ser máximo, mantenha isso na cabeça. O treinador, cadê?

 - Precisávamos de mais um jogador no banco, então ele foi buscar outro do time júnior de última hora – Kun assegurou, com o semblante sério – Mandou uma mensagem alguns minutos atrás, disse que tá preso no trânsito.

 -  Nesse caso, assumo total responsabilidade quanto aos riscos que tomaremos nessa partida.

 - Não, Ten – Kun retrucou mal humorado, ainda olhando pra arquibancada – Em um time, a merda só acontece em conjunto, portanto, é responsabilidade de todos. Agora... bem, agora é hora de se sujar.

+++

 Assim como eu tinha sugerido momentos antes do jogo, o outro time também optou pela marcação individual. Durante o primeiro período, seus esforços foram todos depositados sobre Haechan, que por não estar acostumado com as competições colegiais passou a se conter mais do que o necessário, mas ao decorrer do jogo, os caras começaram a puxar demais pro lado do Mark.

 - Se eles continuarem cansando nosso ataque desse jeito, terão a posse de bola durante o jogo todo – Kun comentou enquanto ocultava o rosto do técnico adversário com a caderneta – Isso vai acabar massacrando nossa defesa também. Essa configuração foi realmente arriscada.

 - Eles não vieram de brincadeira, Kun. É o troféu do campeonato que está em jogo.

 - Sim, mas... são muito bons. Além do nosso alcance.

 Com os lábios crispados, lancei minha mão para cima e agarrei a base dos cabelos com força, voltando o olhar rígido para o assistente. Sabia, bem lá no fundo, que ele estava apenas constando um fato, mas verbalizar aquilo era como lançar um mau-agouro sobre o time, portanto, disse – Você beija sua mãe com essa boca? Repete comigo, Kun; vamos ganhar.

 Kun sorriu de canto, o semblante brilhoso sugerindo que estava impressionado com o meu súbito otimismo, mas não repetiu minhas palavras. Talvez seu preconceito com hipóteses fosse o mesmo que o meu preconceito com maus-agouros. Franzindo o cenho, voltei a me concentrar na quadra, apoiando-me nos joelhos para equiparar meu olhar com os passos executados pelos dois times.

 Basquete era mesmo como uma dança, afinal. O segredo era desvendar que tipo de música o adversário estava seguindo e armar-se com os mesmos passos que os dele. E como estávamos no terceiro período, eu precisava mesmo tomar alguma medida contra a diferença gritante no placar.

 - Jaehyun – chamei concentrado, esperando que o moreno estivesse ao meu lado para continuar; a altura e as maravilhosas covinhas de seu rosto já não dificultavam mais meu raciocínio – Ouça com atenção. Não, pera, chama o Yuta, o Winwin e o Taeil também.

 - Você vai substituir todo mundo? – perguntou-me alarmado, os olhos arregalados como se eu estivesse ficando louco.

 - Claro que não. Quer dizer, não de uma vez. O Mark vai teimar pra sair, mas se não começarmos a mudança gradativa por ele, nosso ataque vai ir por água abaixo. Quero que todos joguem hoje, Jungjae.

 - Máximo de aproveitamento! – exclamou Kun. Olhei-o com uma careta.

 - Certo, a gente ignora isso. Vai logo Jaehyun, o jogo tá pra acabar.

 - Mas hyung, isso é loucura! O técnico concordou com isso?

 - O técnico não está aqui, e como estamos por conta, precisamos arriscar – expliquei impacientemente – Então eu vou arriscar.

Durante dez longos segundos, tudo que Jaehyun fez foi cruzar os braços, fechar a cara e me olhar firmemente, com aquele algo nos olhos que me derrubava. Mas já não eram essas íris que me faziam perder o equilíbrio.

 - Que é?

 - Nada, hyung – Jaehyun disse por fim, soltando um longo e arrastado suspiro – Nada.

+++

 Exaurido, desabei no espaço disponível do banco de reservas e levantei meu olhar para o placar eletrônico que pairava acima da quadra. Já fazia certo tempo que o relógio tinha zerado e que os pontos continuavam iguais tanto para o time da casa quanto para os visitantes, mas por um motivo ainda desconhecido, eu não tinha conseguido processar aquele resultado.

 Havia um caroço enorme na minha garganta quando tentei engolir em seco. Desviando o olhar do placar, encontrei Mark de joelhos mais ou menos dentro do círculo central da quadra, o rosto contorcido de cansaço, dor e consternação; ao seu lado, Winwin estava sentado com as pernas cruzadas, consolando o menor com batidinhas leves entre suas omoplatas. Quando olhei de soslaio para o restante do time, que estavam sentados ao meu lado no banco, precisei de mais autocontrole do que possuía.

 Yuta chorava enquanto Hansol, de cara amarrada e braços firmemente cruzados, estava em pé ao seu lado, dando-lhe um suporte silencioso; Johnny, com a cabeça baixa e os braços apoiados nas pernas, tremia incontrolavelmente, orgulhoso demais para deixar que as lágrimas rolassem; Taeil olhava para as próprias mãos com uma expressão entorpecida, parecido comigo antes do jogo começar; Kun escondia o rosto atrás da caderneta azul. Será que ele sabia que não enganava ninguém?

 O mais distante de todos era Haechan. De onde eu estava, podia apenas enxergar suas costas e as mãos apoiadas na cintura, mas a julgar pelo ângulo que sua cabeça estava curvada, além de confuso ele se culpava por aquela derrota.

 Estremeci. Das tantas vezes que imaginei disputar uma final com os meus amigos, não vi uma cena como aquela em nenhuma delas.

 Engraçado. Temos tendência a depositar cada fibra do nosso corpo em algo que queremos muito, sempre almejando a vitória e pensando no melhor, mas enquanto esperamos cegamente que nossos esforços sejam recompensados, não pensamos no esforço que nossos adversários tiveram para chegar no mesmo ponto onde chegamos. Tudo, então, parece injusto, difícil de engolir.

 Bem, se há um vencedor, tem de haver um perdedor.

 - Oppa! – Uma vozinha aguda e familiar chamou, sobrepondo-se aos gritos de vitória que ecoavam no ginásio e ao burburinho animado dos espectadores. Parecia vir de perto.

 Vagarosamente, olhei de um lado para o outro no mesmo momento que dois bracinhos envolveram meu pescoço e um peso mínimo era depositado nas minhas costas. Não demorei muito para perceber que era Seohyeon, mas nos poucos segundos que levei para processar aquela informação, suas pernas curtas chutavam impacientemente minhas costelas e apertavam firmemente em volta da minha cintura. Ela me puxava para trás, gritando contra o meu ouvido:

 - Não me deixe cair oppa, não me deixe cair!

 - Não vou Seohy, não vou – exclamei, sem conseguir conter o sorriso enquanto encaixava meus braços na curva de seus joelhos – Ei, ei, para de me chutar! Está vendo? Já te peguei.

 - Ah tá – finalmente calma, Seohyeon deitou a cabeça na minha omoplata e apertou os braços mais um pouco em volta de mim – Mas é pra segurar mesmo hein, não faz que nem Yong Yong.

 - Taeyong te deixa cair?

 - O tempo todo – ela respondeu calmamente, balançando os pés no ar quando me levantei do banco – Ele diz que é porque eu sou muito pesada e canso seus belos músculos, mas ele só não quer dizer que é um fracote.

 - Não tá sendo muito dura com o seu irmão, não? – perguntei no meio de uma risada, andando de um lado para o outro com a morena pendurada em mim, completamente ciente dos olhares que o time me direcionavam.

 - Mas ele é um inútil, Ten! Quer dizer, ele dança muito bem e vai se formar com a quinta melhor nota do seu ano, é verdade, mas além disso, ele não faz mais nada. Só sabe ficar jogando Febreze na minha cara, só isso. Meu nariz tá vermelho e inchado igual o do Rudolph, quer ver?

 - Rudolph?

 - É ué, aquela rena do nariz vermelho. Você não conhece, oppa?

 - Ah, a rena! Eu não sabia que ela chamava Rudolph.

 - Mas ela chama – forçando o corpo para cima, Seohyeon escalou até ficar com a cabeça acima da minha, então abaixou o rosto e sussurrou contra o meu ouvido – Ei Ten, você tá triste?

 - Não, Seohy – menti, engolindo em seco – Por que?

 - Porque se estiver, não precisa fingir que tá bem – ela justificou com a voz serena, seus cabelos escuros fazendo cócegas na minha nuca – Todo mundo fica triste de vez em quando. Eu fico triste também, sabia? Yong Yong diz que a gente precisa ficar triste de vez em quando pra poder ser feliz a vida toda.

 - Ele quem te trouxe aqui? – Questionei entorpecido, girando no lugar antes mesmo de receber uma resposta. Taeyong...

 - Foi. A gente sentou atrás de você porque não tinha mais lugar, mas até que deu pra ver bem o jogo de onde a gente tava. Aprendi um monte de truque só de assistir. Já o Yong Yong não; ele ficou olhando pras suas costas o tempo todo, oppa. Foi ele que disse que você tava triste, mas como que ele podia saber que você tava triste se não tava vendo sua cara?

 - Deve ser algum tipo de superpoder – comentei sério, arrancando uma curta gargalhada da pequena às minhas costas – Mas então... Onde ele tá agora?

 - Não sei – ela respondeu simplesmente, cutucando alguns dos meus piercings de orelha curiosamente – Wow, você tem muitos brincos, oppa. Doeu pra colocar?

 - Alguns, mas...

 - Ten? – minha resposta foi interrompida quando Johnny levantou do banco e emparelhou-se a mim, Taeil silenciosamente em seu encalço – Quem é essa?

 - Ah, essa é a Seohyeon – respondi calmamente, ajeitando-a nas minhas costas – Ela é irmã do meu... herm...

 - Do seu namorado – Ela cantarolou alegremente, balançando os pés com um típico ânimo infantil. Atordoado, Johnny tirou o olhar de Seohy e me encarou surpreso enquanto um calor escaldante subia para a minha cabeça.

 - Namorado? Ten Chittaphon tem um namorado? – Jaehyun perguntou com falso ânimo, surgindo de trás do Johnny com o rosto impassível. Seus olhos pesavam sobre mim, carregados de algo que eu não soube identificar.

 - Não... Ele não é meu namorado...

 - Ainda não – Seohyeon interrompeu –, mas se você ama ele, ele te ama e vocês se beijam, é claro que vocês namoram.

 - Seohy! – exclamei envergonhado, soltando-a no chão por puro choque; felizmente, ela caiu em pé – Como sabe que nós...?

 - Você disse que não ia me deixar cair, oppa – ela balbuciou emburrada enquanto ajeitava as roupas, as sobrancelhas adoravelmente franzidas e os lábios crispados – Que decepção, que decepção.

 - Ten nunca nos disse nada sobre um namorado – Johnny comentou, olhando para mim com um sorrisinho no canto dos lábios – Qual é o nome dele?

 - Lee Taeyong – Seohyeon respondeu de prontidão, cruzando os braços. Se continuasse olhando para Johnny daquela maneira, acabaria tendo torcicolo.

 - Seohy...!! Ya, acabamos de sofrer uma derrota dolorosamente irreparável, lembra disso? Por que estamos falando sobre o meu relacionamento de uma hora para outra?!

 - Doyoung, Taeil, Mark, Yuta, ouviram só? – Johnny chamou alto – Ten tem um namorado!

 - Ei!

 - Não creio – Yuta gritou em resposta. Era engraçado vê-lo sorrir com os ombros baixos e rosto inchado da forma que estava, mas não deixava de ser gratificante; por um milésimo de segundo, ele estava deixando a derrota de lado, estava sorrindo. Ao seu lado, Hansol pareceu perceber o mesmo, pois olhava para o mais novo maravilhado.

 - Não é isso... – ainda assim, eu me sentia terrivelmente constrangido e tentava me justificar de todas as maneiras possíveis.

 - Johnny, olha pra cara dele – Mark comentou com humor pesando suas feições, os braços cruzados e o corpo inclinado para o mais alto – Pra ficar tão vermelho assim, o que você acha que deve ter acontecido?

 - Transa – Johnny respondeu na mesma hora, cruzando os braços também.

 - Mark...! – Taeil entrou no meio, o queixo caído e olhos esbugalhados – Você é apenas uma criança!

 - O que é isso? – Seohy perguntou com uma careta, grudando os braços em volta da minha cintura. Ela tinha crescido alguns centímetros desde a última vez que a vi, notei. – É o mesmo que beijar?

 Doyoung começou a gargalhar alto com Yuta. Hansol ria abertamente enquanto bagunçava os cabelos negros de Seohy e dizia: - Ahhh, como eu gostei dessa garota.

 O único que não parecia achar graça da situação era Jaehyun. Engoli em seco, tentando ao máximo não olhar na direção dele, mas era impossível simplesmente ignorá-lo quando seu semblante estava daquele jeito; destoava de seu habitual eu de forma absurda demais, dolorosa até.

 - Espero que Seohy não tenha dado trabalho na minha ausência – De repente, sem aviso algum, Taeyong se materializou no meio da conversa e envolveu meu ombro com a mão direita, firmemente. Por um longo minuto, sua presença me atordoou como uma pancada na cabeça, mas quanto mais tempo seus dedos permaneciam sobre a minha clavícula, mais eu me acalmava. – Tinha ido beber água, foi mal.

 Gradativamente, o time voltou a ficar em silêncio. Ainda agarrada a mim, Seohyeon olhou para o irmão e mostrou-lhe a língua com mau humor palpável. Taeyong, como a pessoa completamente matura que era, mostrou a língua de volta.

 - Eu conheço você – Taeil disse de repente, apontando para o Lee com o dedo indicador – Não estamos na mesma sala?

 - Espera! Eu sei quem ele é também! – Winwin exclamou, apoiando o cotovelo sobre os ombros de Mark, que se esquivou no mesmo instante – Tae... Taeyong? Sim, é isso mesmo. Ele era o líder do grupo de dança.

 - Mas será que é possível? – Taeyong balbuciou enquanto o time continuava especulando, tão baixo que apenas eu pude ouvi-lo – Todo mundo fala que eu era, eu saí... Não fui eu que optei pelo disband.

 - Aish – Johnny continuou o que dizia, em alto e bom som – Sou hetero e tudo o mais, mas até eu pegaria esse garoto, Ten. Olha pra cara dele! Tanta beleza me irrita. Como é que pode, Jesus? Fala a verdade Ten, você tirou ele de dentro de um mangá.

 Então, acompanhando o restante do time, eu gargalhei. Um minuto atrás, éramos um bando de garotos desanimados por uma derrota não planejada, tomados pela tristeza, mas rápido assim, num piscar de olhos, tudo mudou. Éramos agora um bando de amigos reunidos numa roda, rindo feito retardados de algo que nem tinha tanta graça assim.

 Amigos não. Irmãos.

+++

 - Essa não! – Seohy exclamou preocupada, agarrando o parapeito da janela do meu apartamento enquanto olhava para o chão, vários metros abaixo – Tá começando a chover, oppa!

 Alguns dias haviam se passado desde a nossa derrota na final do campeonato. Logo após a partida, o técnico chegou ofegante no ginásio que se esvaziava, arrastando Jisung consigo. Olhando-nos com lágrimas nos olhos, ele abraçou cada um que estava ali, até mesmo Taeyong, e nos deu um belo discurso motivacional, trocando vezes ou outra nossos nomes da mesma forma que trocava nossos números de uniforme. Em algum ponto da conversa, Seohyeon pulou até Jisung, depositou um beijo rápido e estalado nos lábios dele, então saiu correndo na frente, dando risadinhas agudas e extasiadas. Foi difícil de encontra-la depois, uma vez que se escondeu pelo medo de trombar uma segunda vez com Jisung, mas felizmente Taeyong era um bom localizador.

 Antes de nos despedirmos, Jisung perguntou-me sobre Seohyeon com um sorriso bobo nos lábios e as orelhas escarlates, parecendo tão extasiado quanto ela. Quis responder, mas precisei me concentrar em Taeyong, que parecia espumar para cima de Jisung com um ódio nada normal.

 Soltando minha jaqueta sobre o encosto do sofá, fui até Seohy a passos largos, apoiei-me no batente da janela e olhei para o lado de fora junto com ela. Apesar dos primeiros chuviscos ainda nem terem atingido o chão direito e do sol ainda atravessar algumas nuvens cinzentas aqui ou ali, o tempo estava fechando rapidamente. Olhei para Taeyong sobre o ombro, que estava confortavelmente aconchegado na minha poltrona.

 - Parece que ficaremos ilhados aqui por um bom tempo – comentei.

 - Não me parece uma ideia ruim – Ele retrucou, olhando-me com os olhos preguiçosos e um sorrisinho presunçoso pesando o lado direito dos seus lábios. Estava tão despreocupado que nem parecia dar a mínima para o concurso de dança que aconteceria ainda aquela semana.

 Engoli em seco, balançando a cabeça uma única vez. O sorriso dele aumentou. Um momento... aquilo na bochecha dele era um pouco de cor? Taeyong estava corando? Semicerrei os olhos, olhando-o fixamente para ter certeza de que não tinha visto nada errado, mas antes que pudesse me convencer, ele virou o rosto para o outro lado e levou a mão para a têmpora, fingindo ajeitar os fios brancos de seu cabelo.

 - Mas o basquete... – Seohy balbuciou com a voz fraca e desanimada, com chuva salpicando seus braços estendidos do lado de fora da janela – Eu queria jogar.

 - Não podemos ir à quadra pública se estiver chovendo, Seohy – Taeyong retrucou com firmeza – Não se preocupe, não é como se o Ten fosse sair correndo de nós ou algo parecido. Vocês poderão jogar noutro dia.

 Não é como se o Ten fosse sair correndo de nós. Inevitavelmente, lembrei-me de nós dois debaixo da luz prateada do luar, a cabeça de Taeyong encaixada na curva do meu pescoço enquanto pedia para que eu nunca mais me afastasse, seus dedos pressionando meu punho esquerdo. Eu não era o único que me sentia inseguro, afinal.

 Na tarde em que fomos para a sala de auditório, ponderei se havia algo por trás da superfície do Lee, mas cheguei a uma conclusão muito rápido e nunca mais me prolonguei sobre o assunto. Na verdade, fui tão egoísta que não dediquei meu tempo e esforço para entender seu passado em nenhum momento. Embora Taeyong não parecesse se importar e nosso relacionamento ainda fosse relativamente novo para me aprofundar tanto assim, senti-me péssimo.

 Ainda apoiado no parapeito, olhei outra vez sobre o ombro, sentindo o braço mole de Seohy tocar o meu. Aqueles dois tinham muita história por trás da fachada.

+++

 A chuva não demorou para engrossar. Em algum ponto, quando o tédio de Seohy foi demais e ela precisou reclamar, coloquei-a sentada no sofá e deixei que mexesse o quanto quisesse na minha conta do Netflix – que felizmente nunca usei muito e, por isso, não carregava nada comprometedor no histórico. No chão, aos pés do sofá, espalhei alguns cobertores de forma que ficasse tão confortável quanto a minha cama, então deitei ao lado de Taeyong.

 Naquele momento, o terceiro filme que Seohy escolheu tinha terminado, e a música dos créditos finais se misturava com o barulho da chuva do lado de fora. Sua respiração acima das nossas cabeças era como um leve suspiro, e quando apoiei-me nos cotovelos para poder olhar para ela, a encontrei encolhida sobre os assentos, abraçada ao controle da televisão como se este fosse um urso de pelúcia. Seu rosto adormecido parecia feito de porcelana.

 - Linda – Taeyong sussurrou, me fazendo pular para o lado contrário sobressaltado; inconscientemente, ele esticou a mão para a irmã e acariciou a pele de seu rosto delicadamente. A expressão serena que carregava suas feições era tão forte que foi impossível não sentir seus efeitos.

 - Por dentro e por fora – Assegurei. Já não conseguia mais desviar a atenção dele.

 Taeyong suspirou pesarosamente, afastando os dedos do rosto dela. Seus olhos, porém, continuaram fixos na pequena figura, tão escuros quanto carvão: – Daqui até Busan são 325km. 411km, se levarmos em consideração a rota de carro que aquele homem fez. Que tipo de dificuldade ele pode ter encontrado numa preciosidade feito Seohyeon pra viajar quatrocentos e onze quilômetros só pra deixa-la aqui?

 Subitamente, Taeyong deu outro suspiro, girou no lugar e desabou de volta nos cobertores macios. Havia tristeza em cada milímetro seu. Cautelosamente, deitei-me ao seu lado, encarando-o curiosamente. Murmurando, ele continuou:

 - Eu até entendo o motivo dele ter desistido de mim, sabe. Quando minha mãe morreu, não facilitei as coisas e comecei a arranjar problema atrás de problema, como uma criança mimada faria para conseguir atenção. Ele me mandou pra casa da minha avó num piscar de olhos, mas já tinha 13 anos, então não foi muito difícil de entender tudo. Ainda assim, nunca esqueci. Por cinco anos, fingimos não nos conhecer, até o maldito aparecer na porta da minha casa com Seohy numa das mãos e um pingo de bagagens na outra. Ele disse: “Sua irmã é mais difícil que você, garoto. Toma. Eu não quero mais ter responsabilidade sobre ela.” – Taeyong pausou no meio do desabafo, olhando perdidamente para o teto da sala. Deslizei a ponta dos dedos sobre a maçã de seu rosto, observando seu pomo de adão subir e descer pelo pescoço quando engoliu em seco com certa dificuldade.

 Cobrindo os olhos com o antebraço, ele continuou com a voz trêmula: - Seohy... Seohyeon tem só oito anos, Ten. Ela ás vezes tem pesadelos e acorda chorando, chamando pelo pai. Me quebra o coração escutar seus soluços no meio da noite e encontrar ela encolhida no futton, abraçando os próprios joelhos. Eu enxugo suas lágrimas toda vez, a seguro até que consiga dormir, digo que tudo vai ficar bem. Mas... que certeza posso ter da profundidade das cicatrizes que ele deixou nela? Seohy é como uma lanterna no escuro. Entendo o motivo daquele homem ter me abandonado, mas nunca entenderei por que fez isso com Seohy, muito menos o perdoo.

 Permaneci estático, apoiando minha cabeça com uma das mãos enquanto, com a outra, entrelaçava os dedos nos dele.

 Quando lhe estendo a mão, faço das tuas dores, minhas. Quando enrosco os dedos nos teus, é para que divida comigo o fardo que pesa em suas costas. Quero ser teu pilar, da mesma forma que és para mim um porto seguro. Juntos somos maiores e mais fortes. Juntos somos...

 Hesitantemente, envolvi seu antebraço e tirei-o da frente de seus olhos apenas para encontra-los marejados, fixos no teto. Seus lábios tremeram e entreabriram, e apenas o fato de que Taeyong confiava em mim o bastante para revelar aquele lado fragilizado de si me fazia ama-lo ainda mais. Quando fechou os olhos, limpei as lágrimas que escaparam debaixo de suas pálpebras, então desenhei o contorno de seus lábios com o polegar.

 Deixei um beijo no topo da sua testa, um em cada pálpebra fechada, um na ponta de seu nariz, um em cada bochecha, um no seu queixo, outro na linha de seu maxilar. Suas mãos buscaram perdidamente por mim e me envolveram com força, e eu agora entendia por que; ele tinha medo de ser abandonado outra vez.

 Estávamos próximos o bastante para que eu pudesse roçar o nariz no seu. Gradativamente, ele abriu os olhos, encontrando-os nos meus, e o preto de suas íris era tudo o que eu conseguia ver. Não vou te deixar, Taeyong.

 Sob o som da chuva no lado de fora, dos suspiros que Seohy soltava em meio ao sono e da televisão ligada, meus lábios colaram nos dele. Dois garotos perdidos encontrando-se um no outro, enroscados sobre um amontoado de cobertores.

+++

 O uniforme do time era a única coisa que se encontrava no meu armário do vestiário quando o abri. Depois de tanto tempo sem nem mesmo um relance, a simples visão daquele pedaço de pano pendurado num cabide eriçou os pelos do meu braço e trouxe algumas poucas lágrimas aos meus olhos.

 Ah, qual é Ten, nem faz tanto tempo assim. Tirando-a do cabide, vesti a camiseta e inspirei fundo uma vez, guardando o uniforme da escola embolado no fundo do armário. Taeil tinha convocado o time inteiro para a última reunião do ano, e a tensão que flutuava pelas paredes azulejadas do vestiário era quase palpável, uma vez que boa parte do time estava para se formar e não faria mais parte das atividades do clube.

 Enxugando as mãos no calção do uniforme, girei sobre os pés e andei apressado para a quadra. Assim que abri as portas duplas, pude ver o treinador com sua lousa móvel no canto do ginásio, mexendo inquieto no apito pendurado no seu pescoço; à sua direita, Kun parecia terrivelmente sério com os braços cruzados e os olhos fixos em lugar algum; na frente dele, dois quartos do time já estavam reunidos, sentados no chão esperando por uma resposta. Silenciosamente, coloquei-me do lado de Jaehyun.

 O Jung passou o olhar distraído das arquibancadas para mim, e apesar de ter sorrido de canto, com as íris cor de chocolate brilhando com ternura explícita, arrastou o corpo para o lado, tocando o ombro no de Doyoung.

 Talvez estivesse ressentido comigo? Não era como se eu pudesse dizer o que se passava dentro da sua cabeça, mas minha intuição dizia que o Jung tinha esperanças de converter a situação, me fazer gostar dele outra vez. Isso é, até conhecer Taeyong.

 Engraçado. Não foi ele mesmo quem disse, no corredor do hospital, que tinha chegado tarde demais? Enrosquei o cadarço no dedo indicador enquanto olhava para o chão, perdido em pensamentos. Jaehyun sabia, mas não queria acreditar.

 A complexidade humana me assustava.

 - Bem, estão todos aqui? – Taeil, o último a chegar, disse, colocando-se do outro lado do treinador – Certo, vamos começar então. Gostaria de começar esse discurso agradecendo todos vocês pelos momentos inesquecíveis que compartilharam comigo ao longo desses anos; mesmo que eu, hm, esteja deixando o clube no próximo mês, quero manter contato com cada um de vocês e auxiliar no que eu puder, quando puder.

 - Organizamos um jantar de despedida para os formandos desse ano – Kun continuou por Taeil, que não conseguia concluir o discurso devido a voz embargada que ia ficando mais e mais fraca; o capitão, agradecido, apoiou-se no ombro do assistente – E também, apuramos os votos para a escolha do sucessor de Taeil. Acredito que tenha sido a decisão correta a se tomar, uma vez que o treinador apoiou o escolhido sem nem pensar duas vezes, então...

 Olhei em volta, subitamente inquieto. Por que é que todo, com exceção de mim, parecia saber quem seria o novo capitão? Talvez a votação tivesse sido feita quando eu estava com o braço fraturado. Subitamente, senti uma agulha gelada cutucar-me de dentro pra fora, como uma sensação crescente de traição – mesmo incapacitado, eu ainda era parte do time, ainda estava lá. E ainda assim, não me consideraram importante o bastante para incluir-me na votação.

 Engoli em seco. Minha saliva parecia amarga.

 - ...Ten? – Kun continuou o discurso, olhando para mim com um sorriso travesso no canto dos lábios. Ao seu lado, Taeil me olhava com o rosto brilhante e lágrimas beirando os olhos, acenando a cabeça encorajadoramente. – Ten?!

 O que??

 - Qual é, Chittaphon – Johnny disse de algum lugar no chão, entre o restante do time –, não ouviu, não? Kun chamou seu nome. Você é o novo capitão.

 - Fique em pé – Winwin incentivou, a voz geralmente ácida e mau humorada, suave e cuidadosa. O que? – Vamos, fique em pé.

 Entorpecido, impulsionei-me para cima. Meu joelhos fraquejaram e eu cambaleei um pouco para a frente, sentindo minha vista girar, e girar, e girar. O que? Agora quem estava com os olhos marejados era eu. Olhei em volta, para todos os rostos que me encaravam de volta, e Deus, como me senti grato.

 Havia um nó grande demais impedindo minha garganta, segurando aqueles tantos agradecimentos que eu queria proferir. Caindo de joelhos no chão, apoiei-me nas pontas dos dedos, mas ao invés de dizer qualquer coisa, chorei – talvez fosse pela surpresa, talvez fosse pela pressão de ter todos aqueles olhares acima de mim. Só sei que chorei, torcendo para que as minhas lágrimas fossem agradecimentos suficientes para eles tanto quanto eram para mim.

 - Montinho! – a voz de Mark soou distante, como se viesse de trás de uma parede d’água.

 No instante seguinte, o corpo de alguém colidiu ao meu e, juntos, rolamos no chão do ginásio. Gargalhávamos em uníssono, eu engasgando vezes ou outra por conta das lágrimas que ainda escapavam pelos meus olhos. Conforme o pessoal do time, um por um, me massacrava contra o chão usando o peso de seus corpos, desfrutei da sensação aterradora de ter o ar tirado dos meus pulmões pelos motivos certos.

 E quando percebi, outro tópico havia sido adicionado na minha lista de certezas, logo atrás do fato de que eu tinha dentes inegavelmente perfeitos; o laço que aquele clube extracurricular criara entre nós permaneceria além do tempo, independentemente do que o futuro de cada um reservava.

+++

 - Está nervoso?

 Levantei a cabeça vagarosamente, encontrando o sorriso torto de Taeyong imediatamente próximo do meu. Encaixando minha mão sobre o seu rosto, empurrei-o para o outro lado, subitamente mal humorado. À minha direita, Seohyeon agarrou a manga da minha jaqueta com o dobro de força que sua aparência sugeria, lutando para não ser arrastada junto da multidão. Preocupado, a puxei para perto e colei meu punho no seu ombro.

 - Eu é quem devia estar perguntando – Retruquei, esbarrando numa garota loira ao tentar dar um passo para trás. Ela, por sua vez, soltou algumas risadinhas e continuou a me encarar, firmemente.

 Estava ficando cada vez mais difícil de se movimentar sem esbarrar em alguém. Curvei-me apressadamente, pedindo desculpas para a garota, e dei um passo de volta para perto de Taeyong. O Lee tinha feito questão que eu o acompanhasse, com Seohy, até a fila de concorrentes, logo ao lado dos cadeados do amor, e lá estávamos, espremidos entre a plateia crescente e a barreira de proteção. Em meio ao mar de gente que ocupava os jardins da Namsan Tower, ele se destacava como a lua no céu noturno.

 - Por que é que eu estaria nervoso, xuxu? – Taeyong indagou convencido, espreguiçando-se despreocupadamente – Há tempos te digo que ganhar vai ser fichinha.

 - Mas olhe para o tanto de pessoas que vão estar te vendo!

 - E quem é que liga pra elas? – com um sorriso brilhante estampando seu rosto, ele estendeu o braço por cima da barreira e envolveu meu maxilar, deslizando o polegar pela pele da minha bochecha; quando inclinou a cabeça para o lado daquela maneira, não pude deixar de me lembrar da primeira vez que ele disse meu nome, no dia que o conheci – Dentre todas elas, só me importo com uma.

 - Também não precisa esfregar na cara – Seohy balbuciou.

 - Oh, é verdade, duas – Taeyong se corrigiu apressadamente, sorrindo ainda mais largo.

 - Vai te catar, Yong Yong – emburrada, Seohy tentou desgrudar de mim, mas puxei-a de volta para perto, sem conseguir conter o sorriso – Me largue, oppa! Não quero ficar segurando vela pra vocês.

 - Lee Seohyeon, onde foi que aprendeu esse palavreado?!

 - Não interessa.

 - Ouviu isso, Ten? – fingindo ter se ofendido, Taeyong levou a mão ao peito e encarou Seohy duramente, como um pai faria quando estivesse prestes a dar uma bronca no filho – Sem sobremesa pra você hoje, mocinha!

 - O qu...? Ya, isso é injusto!

 E enquanto eles continuavam discutindo, deixei meu olhar vagar em volta. Ainda era primavera, e as árvores em volta desabrochavam, carregadas vistosamente de flores e folhas das mais variadas cores. A torre em si erguia-se majestosa logo atrás do palco onde Taeyong se apresentaria, como uma agulha perfurando o céu.

 Era um cenário bonito para uma vitória.


Notas Finais


E assim, eu me despeço de Checkmate
Primeiro de tudo, quero agradecer a todo mundo. Não importa se você tá aqui, acompanhando a fic desde o começo, ou se chegou faz pouco tempo, se favoritou ou não, se gostou ou não... Só o fato de ter tirado seu tempo para ler a fanfic, se submeter a essa montanha-russa junto comigo, te torna infinitamente especial para mim. Agradeço especialmente a @MarinaHoseok que em nenhum momento permitiu que eu desistisse e, mesmo ocupada até o pescoço, me apoiou tanto dentro quanto fora do site. Obrigada pelas vezes que tacou o chinelo na minha cara e e trouxe de volta a realidade, mana <3
Me arrependo de algumas coisas que escrevi e que deixei de incluir na história, me arrependo de ter deixado minha vida pessoal interferir no roteiro e na escrita, mas é como diziam os pensadores contemporâneos The Maine: "There's beauty and grace in the flaws of your face". Baseando-me nisso, creio que haja graça e beleza em todas as falhas que cometi enquanto escrevia.
E É ISSO MEUS XUXUUUUU, OBRIGADA POR TUDOOOO
stou num estado de espírito sensível demais para que possa responder aos comentários do capítulo anterior, mas beijo na bunda pra @deadxstar (já ouviram a palavra de Black Hole Moon hoje? fanfic maravilhosa dessa pessoa maravilhosa); pra @Kpopebom (os comentários mais fofos dessa vida); pra @Heidexx (GENTE COMO A GENTE, AMO VC CUPCAKE); e pra @kidrauhlords (obrigada por ler e comentar em todos os capítulos, e pfvr, cASA CMG)
Não é um adeus :')

P.S.: ACHARAM QUE EU N IA REBOLAR MINHA BUNDA HOJE, NÉ? Como amo demais essa fanfic - principalmente por ser a primeirissima que consigo finalizar (além das oneshot) - trarei pra vocês, logo mais, um BÔNUS YUSOL (ノ◕ヮ◕)ノ*:・゚✧


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