História Chi Ase Namida (Vhope) - Prólogo.

☆ Banhado Por Lágrimas.

Juntando o desespero e o futuro harmoniosamente na escuridão,
A luz da lua que expõe minha tristeza brilha friamente.
Com o segredo que você me deu como companhia,
Eu atravesso o silêncio da noite pálida.
Banhada por lágrimas
Quebradas e desaparecendo na distância,
Eu quero amar o mundo deslumbrante mais uma vez.
Escondo meus sonhos em meus olhos
Até que lágrimas caiam em meu coração maculado.
A carruagem fantasma despedaça a escuridão
E vai em direção à luz.
A armadilha conhecida como sonhos
Nos atrai em direção às chamas.
Para os deuses impiedosos acima do céu,
Nenhum grito irá passar.
Lacrimosa - (XxXx)

Ouvia gritos, sorrisos e vozes exageradamente altas.

Havia um corpo, e esse corpo era machucado de dentro para fora por alguém que ele sequer conhecia. Seu pai os chamava de clientes fiéis, e ele os chamava de pesadelos.

Era fraco, e quase nunca tinha o direito de falar algo. "Que abra a boca somente para gemer, Hope" ele dizia. E sim, ele gemia. Mas estava longe de ser de prazer.

Ele estava leve, outrora, sua alma carregava um peso maior que sua própria desgraça. Ele estava condenado, aquilo era fato, e aquela era sua punição. O meio que acharam de puni-lo.

Dia após dia, hora após hora... Ele seria um filho obediente.

Estava entorpecido, pouco sonolento. Ainda sentia a dogra que seu pai usava para acalma-lo correndo por suas veias, queimando-o. Ele ria, e então ficava sério. Sua barriga embrulhava e um líquido ácido descia e subia em sua garganta. Assim como o pênis daquele que o usava no momento.

Doía, doía muito. Mas nenhum deles se perguntava o porquê de Hoseok estar chorando. Nenhum deles o perguntava o motivo de estar naquele mundo. Eles não se importavam.

Ao ver deles, o garoto deitado naquela cama, na maioria das vezes chapado, não passava de um brinquedo. De uma foda boa, e barata. Afinal, eles poderiam o foder até que sangrasse, - contando que pagassem por mais horas. - Eles podiam fazer o que quiser.

E não importava se o rapaz nem se mexia, falava, sorria ou estimulava aquela transa. Se ele tirava a roupa, deitava e abria as pernas por conta própria. Era para ser feito, era para usarem e abusarem daquele corpo frágil. Daquela mente nublada, e daquele coração em pedaços.

— Seu tempo acabou. – A voz potente do homem invadiu o quarto, assim que a porta foi aberta com grosseria.

O outro, que ainda estava dentro de Hoseok deu suas últimas investidas, gozando logo em seguida. Nos seus lábios nasceu um sorriso de satisfação, assim como todas as vezes que tirava uma hora de seu tempo para comer aquele rapaz extremamente apertado e fácil de lidar.

— Quando vai aceitar a proposta In-su? Não vai encontrar mais niguém que esteja disposto a pagar tão bem por Hoseok, quanto eu estou disposto a pagar!

— Vista suas calças Hwan. – In-su abriu ainda mais a porta. — Eu já lhe disse que não lhe darei meu filho. – O mais velho sorriu estridente das palavras que o homem usou. 

Como ele ainda tinha coragem de dizer aquilo? 

Ele pensava. 

— Eu me considero alguém sujo, mas o senhor... – Riu engasgando com a própria saliva corrosiva. — Passa dos limites. – Hwan olhou para o rapaz, que se via deitado na cama em posição fetal.

Hope estava chorando, mas não sabia exatamente porquê. Sua cabeça estava confusa, e o corpo todo doía. O efeito das drogas estava passando, e quando aquilo ocorria, tudo o que se passou e passava começava a fazer sentindo. Era aquela a pior parte do dia. Saber que era alguém corrompido, imundo. Um objeto de prazer para os seres da pior espécie.

— O que eu faço ou não com ele, não é problema seu. – In-su exclamou, dando espaço para que Hwan passasse pela porta.

— Ao menos dê um banho nele antes. Não quero seu pênis entrando em contato com qualquer célula viva que pertence a mim. E que no momento, está escorrendo pela bunda gostosa do seu filho. – Desferiu dois tapas nos ombros do homem, e se retirou do quarto, seguindo pelos corredores da casa. Mas sem antes falar com a mulher que se aproximava do marido.

Ela riu, e se despediu do frequentador da casa, assim se aproximando de In-su; que adentrava o quarto logo em seguida.

Minzy fraziu o cenho e correu até o quarto, tendo a não tão rara imagem de ver seu marido retirar as calças para mais uma vez comer o filhinho dele.

— Você não se cansa?! – Gritou, indo em direção a In-su e o empurrando contra a parede. — Por que prefere esse drogado?! Você tem a mim! Se quer comer alguém, faça isso comigo, que sou sua mulher! – Ele riu. Riu como se tivesse ouvido alguma piada de mal gosto.

Andou em direção a mulher loira e a agarrou pelo pescoço. Sua expressão tinha um misto de raiva e escárnio.

— Pensei ter mandado você ficar no quarto sua vadia. – Minzy sentiu o corpo ser impulsionado para trás com força. Foi onde perdeu o equilíbrio de seus passos, e caiu sobre o chão, ainda tentando retomar o ar perdido. — Quer saber porquê transo com ele!? – In-su terminou de retirar as calças, e sentou-se na cama. Levou a mão até as nádegas do filho que já estavam em um tom avermelhado, e as estapeou forte. Fazendo-o revirar-se de dor, e chorar ainda mais. Porém, ele não fazia barulho, apenas emitia alguns ruídos, mas não ousava dizer uma palavra. — Me chupa Hope, chupa seu papai gostoso e mostre que é muito melhor que essa puta que está na minha frente. – Hoseok engoliu o choro e se aproximou do mais velho.

Não havia nada de diferente naquela cena corriqueira, era a sua realidade. A vida que estava fadado a levar.

Naquela noite, Hoseok se engasgou com o membro duro em sua garganta, enquanto Minzy assistia, de olhos arregalados, o monstro que devorava a alma daquele que odiava, mas que no momento, sentia pena.