Isso Não Pode Ser Amor.
Lá vem ele novamente
Aquele sentimento engraçado novamente
Me emocionando por dentro
Toda vez que nos tocamos
Hei, eu não sei
Apenas me diga por onde começar
Porque eu nunca jamais
Experimentei tanto, hei!
…
Não, eu não consigo lembrar de qualquer amor
Baby, este amor sobrepuja-os todos
…
Ele tem o que é preciso
Então me diga por quê isso não pode ser amor?
Francamente, do coração, diga-me
Por quê
Isso não pode ser amor?
…
Eu digo a mim mesmo:
Hei, somente os bobos se precipitam e
Apenas o tempo dirá
Se nós aguentamos o teste do tempo
Tudo que sei é que
Você tem de correr para vencer e
Eu estarei condenado se
Me desligarem a ligação no telefone
…
Não, eu não consigo lembrar de qualquer amor
Baby, este amor sobrepuja-os todos
…
Ele tem o que é preciso
Então me diga por quê isso não pode ser amor?
Francamente, do coração, diga-me
Por quê
Isso não pode ser amor?
Why Can't This Be Love - Van Halen.
Hoseok se encolheu, colando-se na parede.
Tentava ao máximo não olhar Taehyung nos olhos, porém, quanto mais tentava se afastar, mais era pressionado pelo corpo do loiro.
Ele era encarando de forma profunda, como se as pupilas do mais velho fosse o caminho para uma terra distante e cheia de sentimentos ainda indecifráveis por si.
Mas que sentimento que não fosse a dor, o medo, a raiva... Hoseok poderia conhecer?
Com força, fechou seus olhos, sentindo seu peito descer e subir rapidamente. Tinha certeza de que o Kim poderia ouvir a velocidade que seu coração batia no momento, de tão veloz e alterado que estava.
Borboletas pareciam voar agitadas em seu estômago, enquanto sentia cada fio de cabelo se atiçar. Ondas de choque lhe eletrizavam as veias, e sua falta de coragem impedia-lhe de falar ou retribuir o olhar hipnotizado de Taehyung que, ao perceber a vergonha do mais novo, não pode não sorrir em deleite.
O Jung era lindo. Um dos mais lindos seres que teve o prazer de conhecer.
O rosto de Hoseok estava extremamente vermelho, e se controlava ao máximo para segurar o riso divertido das tentativas frustradas do mais novo em respondê-lo algo após ouvir sua declaração repentina sobre beijá-lo. Tudo aquilo era uma graça, e Taehyung parecia estar cada vez mais apaixonado por aquele rapaz.
Sim, apaixonado, completamente louco por ele.
O loiro sorriu minimamente, e levando suas mãos até a cintura fina de Hoseok, afundou lentamente seus lábios contra o pescoço do mais novo, dando-se ao luxo de sentir cada espaço da pele macia e cheirosa do rapaz que surpreso, espalmou seu peito suavemente.
Era algo realmente bom de se sentir, tão bom, que não mediria esforços para tornar isso bom para o moreno também.
Porém, algo o parou. Grunhidos baixinhos e contidos havia sido a única coisa que ouviu antes do mais novo empurrá-lo para longe.
Hoseok estava chorando, chorando como se tivesse uma fonte trancada, que após muito tempo, foi acidentalmente aberta dentro de si. Estava vermelho, trêmulo, e por alguns minutos, Taehyung viu medo em seus olhos.
Medo de si, e do que havia feito.
Hoseok não gostava que o tocassem, não gostava que se aproximassem; mesmo que tendo relações com distintos homens, tudo que ele podia fazer, só era de fato feito, se estivesse sobre seu transe corrosivo do passado. Sobre o efeito de drogas, e de sua imensa vontade de esquecer a realidade.
– Ho... – O maior tentou falar, mas se calou ao ter o olhar choroso do rapaz sendo direcionado exclusivamente para ele
– Não... Não faça isso nunca mais! Nunca mais. Eu já disse... disse para não me tocar! – Hoseok se voltou contra o mais velho, segurando-se na parede para não cair contra o chão, uma vez que suas pernas pareceram perder as forças.
Ele não sentia apenas medo, sentia raiva e nojo, ao mesmo tempo que sentia culpa, além de um estranho desejo que Taehyung o tocasse mais. Apenas um pouco mais.
No momento, Hoseok era apenas um misto de sentimentos ruins que como ondas avassaladoras de um mar agitado, afogava a única sensação boa que acariciou seu interior através de uma brisa gélida.
Sua mente traumatizada não lhe permitia ser tocado pelo Kim, afinal não queria ver nos olhos profundos e chamativos a friesa de seu pai, não queria ver nos lábios finos e retangulares o sorriso perverso que In-su costumava dar. Simplesmente não queria sentir os curtos toques sutis de Tae, como se fosse mãos pesadas e podres.
Não poderia transformar um contato tão bom, em coisas que seu pai fazia.
Ao ouví-lo, e ao vê-lo naquele estado por sua culpa, apenas assentiu, um pouco surpreso, constrangido e decepcionado consigo mesmo.
– D-deixe-me limpar essas lágrimas... – Sussurrou, tentando se aproximar do mais novo; que no mesmo instante recuou alguns passos, os afastando. Taehyung no entanto, sorriu cabisbaixo, e ciente de que deveria deixá-lo sozinho, abriu a porta do banheiro. Ele não conseguiria chegar perto com Jung naquele estado, de qualquer jeito. – V-vou pegar o nosso pedido... Desculpe Hobi... Eu não devia ter te assustado... – Pediu, antes de sair da cabine às pressas.
Hoseok não queria que ele fosse, na verdade, queria que o loiro simplesmente o abraçasse e dissesse que tudo ficaria bem. Outrora, como ele poderia saber disso, uma vez que ele próprio não se permitia à isso?
Seu coração estava quebrado, e sua mente nublada pelo passado, ele estava perdido no maldito Hoseok do passado.
A questão era, por quanto tempo ele duraria?
» ☆ «
Após se recompor, Hoseok lavou o rosto e partiu para o local de movimento do estabelecimento. A quantidade de pessoas havia diminuído, mas ainda assim, era promovido com as famosas pontadas de inveja.
Por que ele não poderia ser normal, como qualquer outro jovem?
Tudo era muito cansativo. Sua vida era cansativa.
Mas isso não mudaria. E uma hora, ele seria obrigado a desistir.
• Uma pergunta •
Você o julgaria se o fim fosse escrito por suas próprias mãos? Ou você o entenderia?
Se o entendesse então, o que faria?
Hoseok olhou em volta, procurando cautelosamente pelo Kim.
Estava envergonhado, não sabia se era capaz de encará-lo nos olhos depois do acontecido, mas não podia simplesmente ignorá-lo, afinal, vieram juntos, e ficariam juntos, sozinhos, em um apartamento.
Seus olhos mas uma vez voltaram-se ao seu redor, enfim localizando o rapaz.
Taehyung estava sentado do outro lado do balcão, enquanto uma menina aparentemente do colegial conversava energeticamente consigo. Ela estava sorridente, enquanto o batia levemente nos braços em tapinhas sutis. Seus olhos brilhavam, e parecia encantada pelo mais velho.
Um sorriso incrédulo nasceu involuntário em seus lábios, e, aproximando-se de Taehyung, chutou levemente seus pés para chama-lhe à atenção.
– Hyung! – Exclamou, fazendo com que o Kim, e algumas pessoas em volta o olhassem, mesmo que ele tenha os ignorado completamente.
Ainda fitando a garota com desdém, esperou que o Kim dissesse algo. Se sentia um bobo, por que estava agindo daquela forma? Sabia que não havia motivo para fazê-lo, certo?
O loiro enfim sorriu fraco depois de alguns minutos encarando seu semblante emburrado. Embora os olhos inchados e avermelhados o deixassem desconfortável.
Havia feito-o chorar...
Havia feito o Jung teme-lô, mesmo que por alguns minutos. E ter umama lâmina atravessando seu peito como punição talvez fosse menos doloroso do que ter isso em mente.
– Hoseok... — Pronunciou, baixinho. —Seu milk-shake. – Concluiu, entregando-lhe um copo com o sorvete de chocolate batido.
O moreno tomou o milk-shake em suas mãos delicadamente, mantendo os olhos baixos e a voz sussurrada, quase como se fosse um gatinho assustado.
— Podemos ir, Taehyung? — Questionou, trocando o peso do corpo para outra perna ao notar que a jovem o olhava com curiosidade.
— Sim, claro... — Sorrindo para a menina, despediu-se com uma curta reverência.
A garota sorriu, e permitindo que o loiro seguisse seu caminho, depois de reverencia-lo, voltou a mesa que outrora estava.
– Vamos. – Disse ao Jung, que se culpava profundamente pelo olhar melancólico que surgia nos olhos bonitos do Kim sempre que ele o encarava.
Mas mesmo que quisesse lhe dizer algo, ambos andaram até o carro em um silêncio ensurdecedor.
O moreno realmente se sentia incomodado com aquilo. Todavia, dessa vez, não ousou falar, apenas deixou com que seguissem o ritmo.
Por mais que não o agradasse.
» ☆ «
Ao chegarem no apartamento, Taehyung imediatamente ligou a TV, colocando em um canal de desenhos animados para que pudesse assistir. Sentou-se no chão, dobrando as pernas em um formato borboleta, permanecendo ali por horas, sem abrir sua boca por um segundo sequer.
Hoseok havia ido para seu quarto, na idéia de dormir um pouco, mas só o que conseguiu fazer foi rolar de um lado para o outro, desejando com todas as suas forças que o Kim o chamasse. Não importava para o que, só queria ouvir sua voz, só queria sentir seu calor.
As horas se passaram, mas era como se ninguém morasse na casa. O moreno, já pressionado pela situação, se levantou da cama em um pulo, e, hesitante, foi em passos lentos até onde o mais velho outrora estava sentado, completamente concentrado.
– Tae eu... – Sua voz cessou assim que viu o rapaz deitado sobre o sofa, no mais profundo sono.
Por algum motivo, ao ve-lo tão dorminhoco e desajeitado no estofado do sofa, sorriu singelo. Taehyung estava uma graça.
Ele era uma graça.
Hoseok se aproximou calmamente, sentando-se na ponta do estofado, involuntariamente apreciando a beleza do loiro. Desde seus cabelos sutilmente bagunçados, à seus lábios bonitos com traços em retangular.
" O que estou fazendo? "
Se perguntou, o notar sua ação estranha de observá-lo enquanto ele dormia.
Oras, aquilo não era normal!
Contudo, se pudesse sempre assistir o Kim dormir, tudo bem se não fosse.
Sorriu de si mesmo, mas quando enfim se levantou para desligar a TV, que no momento, passava One Piece, se surpreendeu ao ter algo o puxando pela cintura. Se deu conta do que aconteceu apenas depois que já estava deitado, sendo fortemente abraçado por Taehyung.
Ao sentir a respiração quente em sua nuca, sentiu muitas coisas em seu corpo se arrepiar, ao mesmo tempo que pensou em se afastar.
Mas... Ele queria se afastar?
E, estava prestes a debater o ato repentino do loiro a medida que tentava fielmente se soltar, outrora, pode sentir o mais velho aperta-lo em seu corpo, ao mesmo tempo que a testa do Kim pousou em seus cabelos negros com calma.
– Não saia. – Dizia a voz rouca e ainda sonolenta. Hoseok sentiu seu coração perde uma batida, encantado pela sonoridade aguda de sua voz quando ainda tinha resquícios de sono o influenciando. – Eu prometo que não farei nada, então por favor, não saia. – Continuou zeloso, quase que implorando aquele momento.
Hobi balançou a cabeça em um sim silêncio, e logo em seguida, deixou com que os braços de Tae o protegesse do frio que aquela tarde começava à ter, mas, mais do que isso. O loiro inconscientemente o protegia dos monstros que pediam para serem revividos.
Como prometido, Taehyung não fez nada, contudo, ganhou algo que fez toda sua decepção consigo mesmo se esvair. O loiro podia ouvir cada pulsar do coração de Hobi, e sorriu, ao perceber que ambos corações batiam em uma frequência realmente assustadora.
Se fosse para morrer ali, com certeza, morreria em um momento de paz.
O tempo passou rápido, e sem que percebessem, um sono profundo e gentil lhe faziam dormir tranquilamente.
E, naquela noite, Hoseok sentiu-se protegido mais uma vez. Porque era assim que se sentia nos braços de Taehyung.Apesar de tudo.
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