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História Chi Ase Namida (Vhope) - Como Você Se Sente?


Escrita por: poestic e SexxLi

Notas do Autor


Boa leitura 💞💞

Capítulo 12 - Como Você Se Sente?


A noite chegara impiedosa, trazendo consigo uma forte chuva.

Hoseok e So-hye enfim tinham acordado, o que poupou o loiro de faze-lo assim que estacionou o carro.

A residência Kim não era uma casa comum, como o moreno esperava. A construção era adaptada originalmente a templos chineses, e quase que pode sentir um calafrio na espinha, após ver tantas estátuas de feições estranhas o encararem como se realmente estivessem vivas.

– Jin, estamos no hall, pode abrir a porta? – Tae falava no telefone, enquanto esperavam parados em frente a uma porta vermelha.

– Assustador, não é? – So-hye questionou o moreno, mostrando-se mais assustada que o próprio Hoseok. – Tinha me esquecido de como era esse lugar... – Continuou, aproximando-se dos dois rapazes.

Quando finalmente a porta se abriu, um grunhido barulhento ecoou por todo o local, fazendo a morena se agarrar nos braços de Hobi; já que o mesmo era o mais perto dela.

Ele a olhou surpreso, mas a menina parecia tão assustada que poderia abraça-la e dizer que tudo ficaria bem. Contudo, era um pensamento tão estranho, que ousou apenas ignorar a cena em questão.

– Hobi! – Jin exclamou, assim que viu o menor. O aconchegando em um forte e atencioso abraço. – Como você está? Comeu algo? Está com fome? – Hoseok, que retribuia o abraço com o mesmo carinho negava calmamente cada pergunta, enquanto mantinha o abraço.

Havia ficado apenas um dia sem seu hyung, e já sentia como se nunca mais tivesse o visto.

– Seu abraço é como o da minha mãe. – Deixou escapar, fazendo com que o maior esbugalhasse os olhos.

Hoseok nunca, nem sequer uma vez falava a palavra "mãe".

O que fazia seus hyungs pensar que o mesmo não havia a conhecido.

E, ouvindo aquelas palavras, Seokjin sentiu como se estivesse realizado, afinal, conseguia dar ao rapaz o amor e o calor protetor de sua própria mãe.

– Assim eu fico com ciúmes... – Namjoon proferiu, sustentando o abraço logo em seguida.

Hoseok fechou os olhos calmamente, desfrutando do abraço mais quente que poderia ter naquele momento.

Percebendo pela primeira vez, o quão sortudo era por ter pessoas maravilhosas como Seokjin e Namjoon.

Era tolice se perder daquelas pessoas, era tolice simplesmente não aprecia-las devidamente.

Seus hyungs era sua família agora, e Hobi sabia que ambos estariam dispostos a tudo por ele.

Como havia sido tão cego?

– Oh' meus filhos, vocês chegaram?! – Exclamou uma senhora, que andava em direção a Taehyung e So-hye,  chamando a atenção dos três.

Kim Sung li era a mãe de Jin, mas conseguia ser realmente destinta do filho.

Era baixa e muito magra, conseguia até mesmo ultrapassar a magreza excessiva de Hoseok.

Seus cabelos levemente negros, escondiam-se em seus fios grisalhos quase que gritantes.

Se não fosse sua maquiagem, não poderia se contar nos dedos suas ruguinhas.

Sung Li era uma mulher bonita, que estava entrando em uma idade cruel com a aparência, mas, claro que não era motivo para a mesma ter uma imagem tão abatida.

Era visível suas olheiras e mãos trêmulas, a dificuldade de se mover conseguia ser perceptível, assim como sua dificuldade na hora de falar conseguia ser visível.

– Omma, o que está fazendo aqui?! – Seokjin exclamou, segurando nos braços da mulher; como se temesse algo. – Você não está em condições pra ficar andando! – A mulher deu um tapa na mão do maior, o olhando com desdém.

– Deixe-me abraçar meus filhos Seokjin! – Bravejou. Fazendo So-hye rapidamente abraçar a senhora com um sorriso no rosto, querendo se livrar do clima pesado que se formava.

Hoseok assistiu a cena em silêncio, mantendo-se do lado de Namjoon, que afagava suas mãos grandes em suas madeixas negras.

Lembrou-se sobre o que So-hye havia dito; a mãe de Jin não o aceitava como homossexual, e aquilo lhe partiu o coração. Afinal, seu hyung era maravilhoso como pessoa. E não seria sua sexualidade que o transformaria em algo ruim.

Assim que Li terminou de abraçar o loiro, deixou com que seus olhos caíssem predadores no moreno. Que ao sentir o olhar fuzilante da Kim, a reverenciou imediatamente.

– E esse rapaz, quem é? – Questionou ríspida.

– É meu primo! – So-hye gritou, aproximando-se de Hobi, o puxando para frente. Tanto Taehyung quanto Namjoon e Jin se espantaram.

Por que do nada a garota diria aquilo?

Foi quando Jin se lembrou. Sua mãe não sabia sobre Hoseok.

– Ele veio conosco porquê, bem, é um grande amigo do Tae, e dos oppas. Então aproveitou minha vinda pra cá, para revê-los! – A mulher a ouviu atentamente, logo retribuindo o comprimento do jovem.

– Oh' é a primeira vez que conheço alguém de sua família, So-hye. – Disse entre tosses.

– Certo Omma, vamos para dentro, aqui está frio, e você não pode pegar friagem. – Jin ressaltou, levando sua mãe para dentro. – Vocês também, entrem.

Todos assentiram, adentrando a casa após deixar os sapatos para trás.

– Vocês devem estar famintos, Seokjin, vamos a cozinha para que eles possam comer algo.

» ☆ «

– Hyung, você está bem? – Hobi murmurou para que apenas Namjoon pudesse ouvir.

O mais velho parecia um tanto angustiado, e isso preocupou Hobi. Uma vez que o maior não deixava seus sentimentos tão abertos.

– Por mais que tente, aquela mulher nunca vai dar valor ao filho. – Namjoon indagou, irritado. Enquanto encarava mais uma vez seu amor se esforçando para reconquistar a mãe. – Bruxa.

Hoseok pensou em rir de seu hyung, já que o mesmo parecia uma criança. Outrora, o assunto em questão era revoltante, sujo.

Mas quando se lembrou de si mesmo, preferiu o silêncio. Ele não tinha moral para apontar algo contra a mãe de Jin. Na verdade, não tinha moral para nada. Logo ele, a pessoa mais errada do mundo.

– Então rapaz, qual o seu nome? – Sung o questionou, sentando-se na cadeira custosamente.

– Jung Hoseok. – Respondeu como uma máquina programada.

– É um belo nome. – Encheu uma xícara com chá.– Tem namorada, Jung Hoseok? – A mulher dessa vez o encarou bem, quando fez questão de enfatizar o "da".

– Não perturbe Hoseok omma, vai assusta-lo. – Intrometeu-se, colocando mais xícaras sobre a mesa.

O moreno sorriu timidamente. Não estava preparado para tal pergunta, e não podia simplesmente ignorá-la, uma vez que Sung Li estava disposta em ouvir uma resposta.

– Não, estou sozinho agora. Não a nenhuma pessoa que eu ame, para namora-la.

A resposta fora curta, mas cortante.

So-hye fitou Tae, que na mesma hora que ouviu o moreno, se levantou da cadeira exasperado.

– Preciso... Banheiro... – Sibilou, saindo da mesa as pressas.

A mais velha estranhou a ação súbita do loiro, mas logo sorriu. Dizendo que Tae não havia mudado muita coisa.

– Então querida So-hye, quando me dará netinhos? – Neste momento, não só Jin, mas Namjoon e Hoseok se assustaram, a própria So-hye; que provava do chá, quase o cospiu para fora.

Engolindo em seco, a jovem sorriu amarela.

– Havia me esquecido Unnie, Tae e eu terminamos há um tempo. – Dessa vez foi a vez de Hobi e Li cospir seus corações para fora.

– O que?! – A mulher soltou num enfadonho tom. – Vocês pareciam tão felizes! – Insistiu.

– Na verdade, não estavamos tão bem assim. – Ela olhou para o moreno, que a olhava de volta. – Taehyung ama outra pessoa. – Sorriu timidamente. – É uma pena que não seja recíproco. – A menina se forçou a acrescentar.

A medida que a garota falava, Hoseok sentiu que de alguma forma suas palavras fossem direcionadas especialmente para ele. Não fazia sentindo So-hye dizer aquilo olhando tão fixamente para seus olhos.

Fazia?

Constrangido com o peso daquele olhar, o Jung passou a visar o líquido verde em sua xícara.

Há quanto tempo não bebia um chá?

Ou se sentava em uma mesa para almoçar?

Afinal, quando foi exatamente que sua vida se tornou o inferno que era?

– Você está bem? – Namjoon apoiou sua mão pesada no magro, o fazendo acordar de seus pensamentos obscuros; que insistiam em atormenta-lo aonde quer que fosse.

– Sabe tia, uma coisa que eu odeio são pessoas lerdas.– So-hye conclamou, pulando de sua cadeira. – Tem razão, vou lutar para reconquistar Taehyung a partir de agora. – Revelou animada.

Nequele momento, naquele exato momento. Hoseok havia percebido que estava feliz com o término daquela relação;  e que ver a garota tão disposta a reconquistar o Kim era um tanto quanto, triste?

– Lerdo?  – Hobi repetiu mais para si mesmo do que para aqueles ao seu redor.

– Sim, lerdo! Faz meia hora que Taehyung saiu daqui triste com o que disse, e você nem para se importar! – Fungou. – Será que não percebeu ainda?! Ele te ama, e faria de tudo por você, mesmo sendo ingnorado! – Gritou sem pensar.

Jin assim que a ouviu tombou a cabeça contra a mesa; evitando ao máximo não olhar para o semblante de pavor que sua mãe fazia. Enquanto Namjoon segurava-se para não sorrir, mesmo estando tão impressionado quanto a própria "sogra".

Hoseok sentiu as palavras o rasgarem por dentro. Nunca pensou realmente sobre a ideia de Taehyung amá-lo, mesmo depois das formas que as vezes o loiro agia, amá-lo não era demais?

O que ele havia visto em um garoto cheio de problemas? Era mesmo amor? Não seria pena?

Seus sentimentos agora estavam confusos.

Seu coração descompensado pulsava intensamente em seu peito. Enquanto borboletas voavam violentamente dentro de seu estomago.

Era como se tudo ao seu redor rodasse rapidamente, o dando vertigem.

Estava feliz, nervoso, temeroso, angustiado.

" Sentimentos machucam. "

Pensou, ao notar que sua pressão havia simplesmente caído. E podia afirmar com cem por cento de certeza que estava tão branco quanto um fantasma.

– Já chega So-hye. – A voz rígida do Kim ecoou pela cozinha, fazendo cada pelinho de Hoseok se ouriçar.

Por instinto, parou para olha-lo, notando que a face de Taehyung estava levemente rosada.

" Isso seria vergonha, ou... Raiva ? "

Questionou-se, deixando com que suas bochechas corassem como maçãs maduras.

– Mas isso é um absurdo! – A mais velha exclamou, levantando-se violentamente da cadeira.

– Omma por favor... – Jin tentou acalmá-la, mas foi impedido com um grito da mesma.

– Isso é sua culpa Seokjin, Taehyung já tinha se livrado dessa maldição quando o mandei embora dessa casa. Bastou ele entrar em contato com você de novo, que já está contaminado com essa coisa maligna! – Jin se manteve ereto, ouvindo cada insulto que sua mãe proferia.

Hoseok se assustou, jamais pensou que uma mãe seria capaz de tratar o filho de uma forma tão cruel, e o pior de tudo, aquilo não estava atingindo apenas aquele de seu sangue. Atingia Namjoon, Taehyung...e, a ele mesmo?

– Você chama seu filho de aberração, mas não é capaz de enxergar a única maldição aqui. – Hoseok exclamou de repente, chamando a atenção de todos. O menor olhava para as própria mãos, como se cada coisa que viveu passasse por elas. – Jin-hyung sempre foi muito bom, ele sorri quando quer chorar, ele cuida mesmo estando cansado. E ele luta mesmo pensando em desistir... Você como mãe, deveria saber que tem o filho mais incrível do mundo. – Deixou com que uma lágrima caísse de seus olhos. – Minha mãe costumava a dizer que eu era a esperança dela, e agora, pensando bem, talvez eu tenha sido. Não tenho certeza... A questão é que, Jin-hyung deveria ser sua esperança também. Olhe bem, quem está aqui cuidando de você? Quem está tomando o maior cuidado para você não piorar de seja lá o que tiver, se não é ele? Eu estou aqui à apenas algumas horas, e já notei o quão meu hyung se importa com você, e olhe como o trata! O trata como... – "nada" era o que queria falar, mas se lembrou do quão horrível era ter aquele sentimento.

– Tudo bem Hobi, está tudo bem... Não precisa chorar... –Jin pediu, indo em sua direção para abraça-lo.

– So-hye pode levar a senhora Kim para seu quarto, creio que ela vá querer descansar um pouco. – Namjoon pediu, encarando a mulher com certa rispidez.

A jovem que parecia entretida pelos acontecimentos logo assentiu, confusa.

Como tudo havia chegado aquele ponto?

– Vamos unnie, você precisa descansar... – Ressaltou, tentando fazer com que a Li se apoiasse em seus braços.

Durou um tempo até Jin e Namjoon conseguir fazer Hoseok parar de chorar.

Eles nunca viram o menino em prantos daquela forma, já que o moreno preferia segurar o choro até ficar sozinho.

Era doloroso vê-lo naquele estado. Era amargo vê-lo tão quebrado.

[...]

Depois que Namjoon levou o menor para um quarto, onde ele poderia descansar. E Jin fez questão de ir conversar com a mãe, mesmo sem seu consentimento.

Hoseok acordou algumas horas mais tarde pingando suor, havia tido um pesadelo, um, que desejava não ser real, mas era.

Respirou fundo, engolindo toda saliva que se acumulou em sua boca. E , fitando o teto com certa dificuldade, lembrou-se de que não estava em seu quarto, mas sim em um pedaço de seu inferno.

– Com certeza seu pesadelo não foi pior que o meu. – A voz de Taehyung ressaltou, denunciando sua presença no cômodo.

O moreno se sentou, olhando para a cama ao lado onde estava o loiro.

O loiro estava deitado de barriga para cima, encarando fixamente o teto. Parecia perdido, preso em pensamentos penosos.

Queria perguntar, queria ter a coragem que teve horas atrás. Porém, não importava o que sentisse, quando se tratava do Kim, seu medo sempre o dominava.

– Hoseok... – Chamou, virando-se para o mesmo. – Sobre o que So-hye disse, você... Você não tem nenhuma dúvida? – Pausou sua fala, sentando-se na cama. – Digo, como, como você se sente em relação à isso?

O moreno o encarou, sentia seu corpo formigar.

Não havia parado para pensar sobre aquele assunto, pois não tinha certeza do que sentia.

As vezes ficava nervoso com a aproximação repentina do mais velho, seu coração acelerava e pulsava intensamente. Gostava de sua voz rouca, e as poucas vezes que o viu sorrir, de alguma forma, algo dentro de si se aquecia. Sentia vontade de abraça-lo, e tinha medo de perde-lô.

Mas, muitos desses sentimentos se comparava ao que sentia por seus Hyungs.

Hoseok inspirou e expirou, fitando o chão. Não tinha certeza de muita coisa, apenas de que não queria se distanciar do loiro.

Por que tinha que ser tão confuso?!

– Tudo bem. – Taehyung se adiantou em falar, sorrindo fraco. – Não é como se eu estivesse esperando que você me aceitasse. – Ele voltou a se deitar, virando-se para seu lado da parede. – Boa noite...

O mais velho então se calou, deixando com que o silêncio da noite predominasse.

O Jung até tentou dizer algo para que aquele clima ruim entre ambos não continuasse, contudo, não conseguiu proferir nada além de suspiros.

Continuou sentado ali por um bom tempo, e nesse mesmo tempo, observava Taehyung; que não movia um só músculo.

Poderia ter dormido? Poderia, mas Hoseok sabia que não.

Ele estava acordado, e muito bem acordado. Outrora, não tinha coragem de encara-lo no momento, não agora que sabia sobre seus sentimentos.

O moreno abafou os dedos nas madeixas negras, jogando-se para trás pensativo.

" Taehyung me ama... "

Repetiu para si mesmo, voltando a olhar para o loiro.

Seu corpo queimou por dentro. A sensação que sentia ao pensar naquelas palavras eram calorosas, assim como a noite que dormirá ao lado do garoto.

Se lembrava minuciosamente dos braços quentes que o cobriam. Da respiração controlada, e do cheiro doce que o loiro exalava.

Fora apenas uma noite, mas não se sentiu sozinho, sujo ou com medo. Pelo contrário, sentiu-se ótimo.

Era assim que se sentiria se estivesse com o loiro?

Bastava uma ação de Taehyung, uma palavra de insistência... Apenas um pedido. Porém, naquele momento, ele já havia se conformado com a situação. E Hoseok não tinha coragem o suficiente para ir até ele pedindo para que ambos pudessem dormir juntos de novo, mesmo sabendo que ele estava logo ali, desperto, e talvez esperançoso.

Hoseok não tinha coragem de nada.

Era uma vergonha.



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