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História Chi Ase Namida (Vhope) - Familiar.


Escrita por: poestic e SexxLi

Notas do Autor


Boa leitura <3

Capítulo 20 - Familiar.


Jin olhou para o céu através da janela de vidro na qual adornava sua cafeteria preferida. Ponderando sobre sua conversa com Dakho, qual aconteceu poucas horas atrás.

Sentia seu peito doer, pois seu coração batia em uma frequência um tanto descompensada.

Ainda não acreditava no que lhe foi contado, e por esse motivo, não falou com seu dongsaeng sobre a ligação.

As palavras do outro ainda divagavam sua mente. Era tudo tão confuso que não acreditaria nelas até que visse pessoalmente aquele que as dissera.

Poderá mesmo ser verdade? O que Dakho ganharia mentindo dessa forma? Nada, não é? Então ele era mesmo quem dizia ser?

" Eu não sei... "

E ele não sabia. 

Por isso estava alí, para descobrir a verdade. Para saber o quão real era àquela história.

— Boa noite. Você é o Kim Seokjin, certo? — Um estranho perguntou assim que se aproximou de sua mesa.

Sua voz era carregada de seriedade, mas suas feições era de alguém tão nervoso quanto o próprio Jin, que ao fita-lo, pressionou os punhos tremulos. Levantou-se rapidamente, e em uma reverência, comprimentou o mais velho.

— S-sim. — Foi a única coisa que conseguiu dizer, antes de ser retribuído pela educação alheia.

Ambos endireitaram a coluna. Pálidos pelo assunto que viria a seguir, se encararam, sérios e procuraram se sentar, ainda ansiosos.

Dakho sorriu minimamente e se sentou, apoiando suas mãos juntas em cima da mesa. Conforme recebia o olhar avaliativo do mais novo, que acompanhou-o no ato.

— Obrigado por vir. — ele falou, após desfazer o sorriso aparentemente gentil. — Pessoalmente, a conversa será mais produtiva para nós dois. E talvez, mais compreensiva. — Jin assentiu em silêncio.

O homem o olhou, esperando uma resposta, mas o acastanhado estava um pouco surpreso para disfarçar a expressão curiosa e minuciosa que desferia para si.

— Vim direto do trabalho, por isso estou tão formal. — Esclareceu, ao notar que o rapaz fitava suas vestes. — Sou médico, ou melhor dizendo, psiquiatra. — O Kim deixou com que seu olhos se arregalassem um pouco, e para que o homem a sua frente não notasse, passou a fitar o cardápio, aonde havia vários nomes de café.

— Ele, ele se parece com você... — Deixou escapar, mas logo corou ao notar que havia dito em voz alta algo que estava em seus pensamentos.

Outrora, ao ver que o mais velho sorriu de forma alegre ao ouvi-lo, sentiu um certo alívio. Ele estava feliz por seu filho se parecer com ele, não é? Ele se importa com ele certo?

Céus, já estava acreditando nas palavras de Dakho tão facilmente.

"É melhor não criar esperanças, Seokjin. "

— Então... — Se adiantou, agora com o olhar firme. — Quer alguma coisa antes de começarmos? Eu estava esperando o senhor chegar, por isso não pedi nada. — Dakho assentiu e visou brevemente o cardápio.

Jin fez o mesmo, e logo fizeram seus pedidos para a atendente mais próxima. O local estava mediante cheio, mas não era algo que se tornava incomodativo. As mesas eram bem semparadas, e a iluminação era fraca. Dando um ênfase nas paredes com madeira. Era uma cafeteria aconchegante, demasiadamente. 

— Eu costumava vir aqui... — O mais velho iniciou. — Mas conforme o tempo passou, meu trabalho acabou me consumindo. Na verdade, desde jovem eu deixei que prioridades como essas me consumissem. — O Kim no início não entendeu o porquê daquelas palavras, até se lembrar do que lhe foi contado pelo telefone.

— Não deve ter sido fácil... — Comentou, somente. Viu o homem suspirar cansado, enquanto ele adentrava os dedos nos fios negros penteados para o lado.

— Minha famíla era um pouco exigente. — Sorriu minimamente, ao lembrar-se do que passou com a família. O sorriso não demonstrava alegria. — Eu conheci a mãe de Hoseok quando entrei na faculdade. Na época, ela fazia publicidade, e era muito dedicada e sempre estava muito ocupada com trabalhos e etc... Fiquei admirando-a por muito tempo de longe, até ter coragem para me declarar. Foi complicado, mas para minha surpresa, ela concordou em sair comigo. Foi o dia mais incrível da minha vida. — Jin notou um sorriso abobalhado crescer nos lábios do mais velho. Talvez o entendesse, quando conheceu Namjoon, sorria da mesma forma. E continua sorrindo até hoje. — Depois que completamos três meses saindo, decidi que já estava na hora de pedi-la em namoro. Não era mais paixão de adolescente, não era mais admiração, embora eu ainda o sentisse, não era nada que pudesse se dizer superficial. Eu estava tão nervoso, que fiz besteira o dia todo. Até mesmo a fiz chorar...

— Srs. O pedido de vocês. — A atendente ditou, deixando sobre a mesa, um cappuccino e um amaretto.

— Obrigado. — Responderam em uníssono, cada um, pegando sua escolha.

— Bom... — Prosseguiu, passando o dedo no chantilly que fugia da xícara, calmamente. — No fim, ela acabou me aceitando. Namoramos por dois anos, sem  que minha família soubesse. Afinal, eu ainda estava pensando em como contar para meus pais que o herdeiro deles estava namorando uma jovem... Hum... Pobre? Entende? — Dakho parecia incrédulo. — Mas minha situação só piorou quando Baedoona engravidou por um descuido nosso, e isso me obrigou a contar para meus pais sobre a gente. Eles enlouqueceram, definitivamente, e a partir daí, que tudo mudou. — Suspirou. — Eu não contei pela ligação essa parte se bem me recordo. — Jin concordou, bebericando de seu café. Então foi a típica família rica a destruidora de duas vidas. Era algo tão clichê, embora tão real. Afinal, pessoas que se consideram sangue azul, não se mesturam com a peble. — Eles me ameaçaram de todas as formas possíveis, chegaram à ir pessoalmente atrás de Bae apenas para exigir que ela abortasse a criança em troca de dinheiro. Eles iriam pagar tudo, a cirurgia, suas dívidas, até ofereceram uma bolsa de estudos em outro país. No início, ela não aceitou, prometemos ficar juntos, independente de tudo. Mas meus pais foram mais espertos. Eles descobriram que a mãe dela era dependente química, e que ela estava internada em uma clínica distante em Seul pois ela devia muito dinheiro ao seu fornecedor, e eles usaram isso para atingir Baedoona e à afastá-la de mim. Ela deixou de frequentar a faculdade, na época, tanto quanto começou a fugir de mim e quando fui atrás dela, nós acabamos descutimos. Eu disse que ia protegê-la, mas ela estava muito assustada. Disse que a minha família estava destruindo tudo que ela havia conseguido, que o nosso namoro não podia continuar, que se ficássemos juntos, iríamos perder tudo, cada sonho, cada chance. Em um certo ponto da nossa briga, ela escorregou da escada e... — O homem respirou fundo, parecia está revivendo cada momento trágico novamente. — Eu estava de carro, então à levei ao hospital o mais rápido possível, a cabeça dela estava sangrando e ela havia desmaiado. Falei o que havia acontecido e imediatamente Baedoona foi levada para emergência. Demorou algumas horas para me deixarem vê-la, mas quando pude entrar na sala onde ela descansava, ela estava chorando... Ela disse que havia perdido o bebê por minha culpa, ela, ela me expulsou do quarto e exigiu que eu sumisse da vida dela, pois eu era o culpado... — Jin que ouvia tudo atentamente sentia seu coração doer, era como se tais desgraças fossem apenas uma amostra do que a mãe de Hoseok passaria dalí em diante. 

Do que seu dongsaeng passaria dalí em diante.

Queria chorar, chorar por Bae, chorar por Dakho, e principalmente, chorar pelo Jung

O mais novo sorriu melancólico, fitando sua xícara vazia à algum tempo. O que ele diria se descobrisse que seu filho é um viciado? Se descobrisse que foi estuprado pelo homem que pensa ser seu verdadeiro pai? O que Darkho faria ao descobrir tantas desgraças?

— Se Baedoona perdeu o bebê, como que...

— Ela não perdeu... Ela disse isso para me afastar. Descobri isso anos atrás, mas eu já estava longe, já não sabia mais de nada sobre ela. Meus pais acharam arriscado me deixarem aqui, onde eu poderia ir atrás dela à qualquer momento, então me mandaram para os estados unidos para completar a faculdade lá. Era para mim ter feito engenharia mas, acabei trocando. Enfim, quando voltei, minha mãe havia falecido e meu pai estava doente. Foi quando ele me contou que minha mãe forçou Baedoona a dizer que havia perdido o bebê. E ela se aproveitou do acidente para fazê-lo. Sabe quantas noites eu me culpei? Quantas noites achei que tinha matado meu próprio filho? — O homem levou a mão até a boca, segurando alguns soluços. Queria se manter, mas todo aquele assunto ainda o atingia. Ainda mexia com seu consciente. — Eu paguei diversos detetives para procurarem ela, ou o filho que Bae poderia ter tido. Não à acharam, mas, o registro de que ela teve sim um filho foi me entregue. Quando descobri seu nome, Jung Hoseok, me senti mais motivado à procurá-lo. — Sua expressão cabisbaixa logo deu espaço para um sorriso sereno. Era como se o nome do garoto fosse uma luz na escuridão, uma esperança em meio a tanta tragédia. — E não só ele, Bae também. Eu queria dar à eles tudo, tudo o que não pude dar durante todos esses anos. Queria ter momentos com meu filho, mesmo que agora ele seja um adulto. Queria amar a única mulher que me encantou da forma correta... Eu queria muita, muita coisa. Mas, infelizmente, cheguei tarde demais. É por isso que preciso falar com meu filho, preciso dizer à ele que o amo e sempre amei, desde que a mãe dele descobriu estar grávida. Eu preciso deixar claro que em momento nenhum eu quis deixa-lo. Que eu sempre, desde que descobrir que ele podia estar vivo, deixei de procurá-lo. — Ditou. As lágrimas escorrendo sobre a face não tão jovem, mas bem cuidada.

O Kim se assustou por ver aquele homem que parecia tão sério, chorando em sua frente, enquanto tentava esconder o rosto dentre as mãos. Era como ver o próprio Hoseok em prantos, lhe machucava, e aumentava ainda mais seu sentimento de ser incapaz de dar o que este realmente precisa.

— Não se preocupe Dakho... — Disse, amansando a voz. — Você irá conhecer seu filho. Eu lhe garanto.

» ☆ «

Era seis da manhã quando acordou.

Havia se tornado tão costumeiro abrir os olhos aquele horário, - se não mais cedo - que não se surpreendeu. Apesar de se sentir calejado e desejar durante oitenta por cento do dia se deitar e dormir quando tinha a chance de faze-lo, apenas imergia para o mundo sem volta de seus pensamentos que nunca pareciam cessar. Quantas vezes não se pegou, só naquela semana, fitando o teto do próprio quarto absorto em idéias nada boas. Quantas vezes não sentiu vontade de se entupir de comprimidos, para quem sabe assim não desse a sorte de morrer alí mesmo, quantas vezes não se praguejou por estar fazendo todos a sua volta sofrerem? Quantas e quantas vezes disse a si mesmo que aquilo nunca mudaria, mesmo estando prestes a se internar em uma clínica?

Nada, absolutamente nada positivo conseguia surgir naquela cabecinha traumatizada. Tanto, que aos poucos, já se acostumava com a negatividade que fazia questão de se apoderar de si. Porém, havia um só pensamento que ficava intocada por todo aquele karma; mesmo que este tenha atingido essa realidade também. Mas pensar em Taehyung ainda lhe rendia algumas risadas abobalhadas.

As vezes, perguntava-se como o loiro deveria estar; se o ferimento dele já havia cicatrizado, ou se ele estava indo bem na faculdade. Se ele já tinha almoçado ou se ele já estava dormindo. Perguntava-se se Taehyung ainda pensava nele, como ele pensava em Taehyung.

Eram perguntas como essas que faziam Hoseok ver o quão estava sendo difícil não ver aqueles cabelos loiros, ou o sorriso de forma quadrada. O quão sem graça as coisas ficam sem a voz rouca adentrando seus ouvidos, ou os braços quentes lhe envolvendo.

Era assustador pensar que talvez, quando ele se recuperasse e pudesse sair da reabilitação. Taehyung já tivera seguido sua vida com outra pessoa. Ou sozinho. Que tenha o esquecido, e deixado-o no passado. Estava sendo tão egoísta, não queria que o loiro se esquecesse dele. Não queria ser um livro lido e esquecido na estante, ou em qualquer lugar que você possa guardar as coisas que não precisam mais.

Hoseok se sentia egoísta pois, queria que Taehyung precisasse dele para viver.

" Você é o pior, Jung Hoseok. "

E era assim que se sentia. O pior, apenas por querer que a pessoa que passou a amar, o amasse de volta.

Ficou um bom tempo naqueles pensamentos, enquanto revirava-se na cama. Alternando o olhar do relógio para suas malas prontas, das malas para o relógio. Afinal, depois do almoço, não veria mais Seokjin e Namjoon todas as manhãs, não comeria da comida deliciosa de Jin, e não receberia mais broncas de Namjoon.

Agora tudo lhe parecia tão precioso. Que se perguntava onde é que estava com a cabeça para não ter visto o quão seus hyungs eram bons para si.

Em um momento, sentiu seu corpo pesar, tudo que passou, durante todos esses anos. Se tornou cansativo. Viver tinha se tornado cansativo. Mas não desistiria, muito menos se rendiria. Queria acampar mais uma vez com Taehyung, Jimin, Youngjae e seus hyungs.

Queria viver mais, além do passado.

Naquele momento, Hoseok conseguiu dormir novamente. Foram poucas horas, mas pode relaxar mais do que qualquer noite que já tivera nesses dias.

Passava do meio dia quando sentiu as mãos quentes que julgou ser de Jin lhe balançar os ombros. Remexeu-se um pouco entre as cobertas, e ao fita-lo mesmo que de forma embaçada, murmurou como um gatinho sonolento antes de abrir totalmente os olhinhos felinos.

— Mais alguns minutos hyung...

— Nem mais um segundo, Hoseok! — O mais velho exclamou, o sacudindo. — Anda, levanta. Temos visita! — O rapaz ainda estava com muito sono, mas assim que ouviu as palavras de Seokjin, pulou da cama, assustado. Já buscando desesperadamente uma toalha e roupas limpas.

Jin sorriu, olhando de olhos semicerrados para seu dongsaeng, que corria de um lado para o outro a procura de suas coisas. Os cabelos bagunçados, e os olhos inchados.

Cruzou os braços e se segurou para não rir de forma que chamasse a atenção do menino, com certeza, ele acharia que estava brincando com sua cara. Até deixaria ele pensar que era seu primo que estava ali, se a visita não fosse um pouco mais importante.

— Hobi, não é o Taehyung... — O garoto que estava prestes a adentrar o banheiro, travou. Sentindo seu coração na garganta voltar para o lugar.

Sua pernas fraquejaram por um segundo, e Hoseok deixou-se cair no chão. O rapaz estava pálido, e pressionava o peito a medida que tentava se acalmar.

— Meu Deus hyung, você quase me matou do coração. — Jin franziu o sobrolho, perguntando-se o que diabos havia feito. Mas relevou, ao ver o estado do moreno.

— Você que tirou conclusões precipitadas. — Esclareceu, sentando-se na cama. — Mas de qualquer forma, se arrume. — O garoto consentiu, fitando o mais velho, que agora, olhava para suas malas.

— O que foi hyung? — O alvo suspirou, logo, voltando a sorrir.

— Hoje de manhã... Eu troquei a clínica. Foi nossa visita que indicou, mas não se preocupe, ela não sabe que é pra você. Porém, creio que vamos apenas ao anoitecer. — O menino estranhou as palavras e expressão preocupada de Jin. Sua boca abria e se fechava, tentando dizer algo, mas antes que pudesse perguntar o porquê, Namjoon batia na porta e a abria calmamente.

— Jin, pode me ajudar a cortar a cebola? — Questionou. Os olhos vermelhos e lacrimejando. — É um pouco constrangedor ter o olhar do... — Olhou para o mais novo. —Será que, dá pra vir? — Jin concordou e se levantou.

— Hobi, vista aquela calça preta que te dei, acho que você combina muito com ela. — Finalizou. Deixando o moreno para trás.

O Jung desconfiou, mas logo se esqueceu, fazendo questão de ir banhar. Assim que terminou, vestiu a calça que seu hyung pediu, e uma blusa social vermelha. Arrumou os fios molhados em frente ao espelho, cogitando a ideia de seca-los ou não, mas logo desistiu, por achar trabalhoso demais apenas para receber alguém que não conhecia.

Sorriu ao se lembrar do primeiro dia que Taehyung havia chegado. Ele estava ensopado, falando alguma coisa de um cachorro e uma piscina. Afinal, o que ele havia aprontado? Sorriu ainda mais quando projetou nitidamente aquela imagem em sua cabeça. Naquele dia, Namjoon ficou horas pensando sobre o que poderia ter acontecido com o loiro, tentando conectar a palavra piscina com cachorro.

Enrolou mais um pouco, até criar coragem para ir para a sala, mas assim que se viu nela, notou a presença de um homem aparentemente mais velho que todos alí. Contudo, isso não tirava o seu charme, claro. Tinha os cabelos negros, pentiados para o lado; mas alguns fios rebeldes faziam questão de cair sobre sua testa. 

O homem usava uma blusa social branca, e uma calça larga preta. Seu rosto estampava uma feição séria, e seu olhar era firme. Sua voz grossa, enquanto falava com seus hyungs lhe dava um ar sábio e misterioso. Tinha traços rígidos, e masculinos. Era o típico homem, que para Hoseok, se encaixaria perfeitamente em um escritório.

A conversa cessou logo que o desconhecido lhe fitou. Jin sorriu e andou em sua direção, tomando seus braços.

— Hobi! — Exclamou. O mais novo o olhou de soslaio. Não entendeu porquê o mais velho praticamente gritou seu nome, mas maneou a cabeça em resposta, deixando claro ao outro que estava o ouvindo. — Conheça o Sr...

— Dakho. — O homem se levantou, se apresentando. Seus olhos pareciam brilhar, e Hoseok achou bonito a forma que a amêndoa de suas orbes ficaram ao se enfatizar.

Ele estampava um sorriso radiante também.

Ao ouvir seu nome, seu cérebro parou por alguns segundos, e logo em seguida, voltou a funcionar. Automaticamente, suas sobrancelhas se juntaram juntamente a uma expressão de desinteresse.

— O que ele faz aqui, hyung? — Perguntou, incrédulo. Embora sua voz continuasse calma.

— Bem, depois que eu sai de seu quarto, resolvi ligar para ele. E... Creio que vocês devam conversar, o mais rápido possível. — Hoseok crispou os lábios, repelindo aquela idéia. Quanto mais tentava fugir do passado, mais ele parecia querer lhe engolir.

— Não se preocupe, eu queria apenas conversar, te conhecer melhor, se você me permitir, é claro. — Hoseok semicerrou os olhos, encarando o homem a sua frente.

Apesar de desejar que ele fosse embora e nunca mais aparecesse, tinha uma curta curiosidade em saber quem Dakho realmente era. Seria um parente de sua mãe? Um amigo? Conhecido?

— Já está aqui, não é? — Sentiu as mãos de Jin lhe cutucar. Notando que tanto ele quanto Namjoon lhe olhavam de maneira reprovadora. 

Respirou fundo, agora, olhando para Dakho, que por mais que tenha sido respondido de forma rude, não deixou o sorriso morrer.

— Então você se importaria de sair comigo, digo... Eu não pensei bem, normalmente eu planejo tudo, mas dessa vez... Tem algum lugar que queira muito ir aqui em Seul? — Hoseok o fitou. E relutante, voltou seu olhar pra o Kim mais velho, porém, fora Namjoon quem se pronunciou.

— Às vezes, Hobi diz que seria divertido ir em um parque de diversões. Eu e Jin estavamos planejando em levá-lo, quando ele voltasse. — O moreno corou ao ouvir seu hyung.

Não era exatamente ele quem dizia isso, bom. Era ele, mas só falava isso quando estava sob efeito de algum remédio. Apesar de lá no fundo, desejar realmente ir ao local.

Quando era criança, sua mãe nunca foi capaz de lhe levar em um, apesar de entender suas condições, seria legal visitar o lugar.

— Parque de diversão, então? — O jovem ficou em silêncio por um tempo. Até receber outro cutuque de Seokjin. Sorriu sem graça, apenas oscilado a cabeça em um sim. Dakho abriu seu sorriso ainda mais, e o Jung só conseguiu pensar no quão aquele sorriso lhe parecia conhecido. — Vou lhe passar meu segundo número, Seokjin, caso queira ligar para saber como ele está.

O mais novo não se sentia confortável com o fato de sair com alguém desconhecido. Mas se até Namjoon, que ficava atento, agora, mais do que nunca a qualquer um que viesse se aproximar de si, estava permitindo que ambos saíssem, deixou-se aliviar demasiadamente.

Já do lado de fora do prédio onde passou a morar, seguia o homem à sua frente com uma considerável distância. Esse que atravessou a rua rapidamente, até um carro que no momento, Jung desconfiou ser seu.

Dakho abriu a porta para que o moreno adentrasse o veículo, e seguiu para o banco do motorista. Ainda pasmo, Hoseok cuidou para que não batesse muito forte a porta, pois não queria dever sua vida inteira por ter acidentalmente quebrado algo naquele carro, que não fazia idéia de que agência fazia parte, mas que era muito cara só por sua pintura cromada. Podia ter certeza que quando sentou-se, sentiu seu corpo travar, como se este temesse fazer um simples movimento.

Quando Dakho notou o nervosismo do rapaz, quis rir, mas de modo algum queria envergonha-lo. Ele se parecia com Bae em alguns aspectos, até mesmo a grosseria era igual, - embora fosse meiga com mais frequência - outrora, o que lhe surpreendeu foi a incrível semelhança entre os dois, em aparência. Não há quem dissesse que aquele garoto não era sangue do seu sangue. Estava tão feliz, que mal se cabia dentro de si. Sentia-se uma criança sem estrutura nenhuma, era quase vergonhoso, mas, o que ele podia fazer?

— Então quer dizer que gosta de parques? — Perguntou, na intenção de descontrair o clima que se formava. Ligando o carro e dando partida logo em seguida.

— S-sim... — Murmurou, mas Dakho pode ouvi-lo sem problemas. — Mas, mas não sei exatamente como vou reagir... Eu nunca fui em um. — O mais velho o olhou rapidamente, notando que o menino brincava com os dedos, enquanto os fitava.

Dakho tinha um problema, que não chegava a ser um, exatamente. Ele lia os outros facilmente. Bastava olhar, que conseguia deduzir várias coisas da pessoa, claro, não era um Sherlock Holmes, mas tinha uma habilidade perceptiva incrível. Quando viu o filho saindo do quarto, a primeira coisa que notou fora os olhos fundos, as unhas ruidas e os lábios secos, além da magreza excessiva. Naqueles curtos minutos, descobriu que o filho usufruia ou sofria de alguma coisa. Depressão, ansiedade, anorexia? Drogas... Talvez? E com a pergunta que Seokjin havia lhe feito, sobre clínicas para dependentes, não foi muito difícil conectar os pontos. Também havia a forma como Jung mexia as mãos, em nervosismo. Parecia agoniado, e quem dera fosse por causa de sua presença.

— Fui uma vez, com sua mãe. Ela me chamou de corvarde por três semanas. — Um sorriso breve se formou nos lábios do mais novo.

Então Dakho era algum amigo próximo de sua mãe? Eles foram ao parque juntos?

Fazia tanto tempo desde que ela morrerá, que sequer lembrava de sua voz. Foi quando se recordou...

— Ela me contou uma história parecida! — Disse, sorrindo involuntariamente. — Mas no caso, foi com meu pai. Ela disse que ele teve medo de ir em uma roda gigante, e por isso o chamou de corvade durante semanas! — Sua mãe lhe contava muita coisa de seu pai na adolescência. 

Ele era incrível quando jovem. E não entendia, por mais que tentasse, não entendia o porquê de seu pai ter se tornado um monstro.

Dakho fitou a expressão do menor se tornar triste.

— Sua mãe lhe falava muito sobre seu pai? — Perguntou por impulso. O rapaz apenas consentiu, pensativo.

— Ele parecia tão legal...

— Não é mais? — Perguntou, sentindo uma pontada no peito. O alvo negou com a cabeça, aconchegando-se um pouco melhor no banco.

— Ele não era tão legal. Nem comigo, nem com minha mãe... — Hoseok queria chorar. 

Por que seu pai fora tão cruel? O que acontecerá para ele ter tanto ódio e fazer tantas coisas horriveis com sua própria mulher e filho?

— Esse homem, ele não pode ser chamado de pai, então. 

O garoto falava do "pai" com tristeza, mas era visível que não era só isso. Raiva também se encaixaria na forma e no tom de voz que o mais novo usava. O Jung olhou surpreso para o homem, que agora, estampava um semblante soturno. 

Dakho falava com tanta certeza, que por um segundo, pensou na possibilidade. Não conseguia dizer se ficaria feliz, ou ainda pior do que já estava. 

— Pais não machucam seus filhos, e você parece ter sido muito machucado por ele. Então, ele não pode ser chamado de pai. — Hoseok sorriu, amargo. No momento, não se importou pelas lágrimas furtivas descendo em seu rosto, muito menos com o que o amigo de sua mãe ia pensar porque sim, ele estava certo.

— Tem razão, ele não pode ser chamado assim — Ao perceber que o moreno chorava, Dakho sentiu a necessidade de abraça-lo, queria contar toda verdade logo. Mas se limitou em apenas tocar de leve nos ombros de Hoseok. Que sentiu um estranho choque percorrer sua espinha.

Secou as lágrimas e voltou a fitar a rua. Por que se sentia tão a vontade com o homem ao seu lado?

— Eu ainda não perguntei... O que você era da minha mãe? — O mais velho o encarou, e o Jung fez o mesmo. O sinal estava vermelho, e o carro parado. Ambos se olhavam fixamente.

Hoseok sentia algo diferente, mas não sabia explicar exatamente o que era.

— Um amigo. — Foi o que ele respondeu antes de ligar o carro novamente. Jung sorriu, e na mesma hora pensou o quão mentiroso o ser humano podia ser, novamente. 

Agradeceu por está olhando-o naquele momento, caso contrário, se tivesse apenas ouvindo, acreditaria na hora. Mas, o mais velho parecia ter uma espécie de tic, e quando falou "amigo", seus olhos tremeram um pouco, porém o suficiente para que pudesse deduzir isso porque, era algo que ele mesmo fazia. 

— Pode me contar mais sobre minha mãe? — Pediu. — Eu não a conheci muito bem, e não me lembro totalmente dela. Só posso dizer que ela era muito gentil e doce, se me perguntassem.

E foi durante o caminho até o parque que ambos se afogaram no passado, mas em um passado que deveria ser lembrado. Sem contar que, Hoseok pode constatar o tic pós mentira de Dakho. Principalmente quando este falava de sua relação com sua mãe. Ele parecia não querer dizer que já foi algo a mais da mulher, talvez por respeito. Não ia exigir que ele dissesse o que realmente era de sua mãe, só queria continuar ouvindo sobre ela.

— Chegamos. — Avisou, estacionando o carro. Hobi fitou o local curiosamente pela janela do carro, e simplesmente não conseguia esconder a alegria que sentia.

— Sr. Dakho, acho que podemos ir na montanha russa primeiro?!

— Claro Hoseok. — Disse sorrindo, mesmo que olhasse para o brinquedo com certo pavor.

Apesar da tortura que seria as próximas horas seguintes, Dakho se sentia feliz. Seu filho era extremamente parecido consigo quando mais jovem. Apesar de ser um pouco mais reservado e tímido e quando não tocam em suas feridas, ele conseguia ser alguém bem sociável, o que facilitou em sua aproximação.

Por outro lado, Hoseok achava engraçado como havia se aberto tão rápido para o mais velho. Ele sempre parecia ter o que falar e, quando o assunto se tornou sua mãe, sentia-se mais confiante em relação a Dakho. Ele era divertido, e o fez com que conhecesse mais de Baedoona. Apesar de ela ter sempre se esforçado para que Hobi visse o melhor de si, não conseguia ter noção do quão maravilhosa ela era antes de ouvir as histórias do mais velho.

— Minha mãe já te deu algum apelido, Sr. Dakho? — Perguntou de repente, conforme admirava cada briquedo a sua volta. Sentia-se uma criança boba. O lugar não tinha apenas brinquedos. Era cheio de gincanas, lanchonetes, jogos etc...

— Ah sim... Ela costumava me chamar de Hope, ou Dakhope. — Sorriu ao se lembrar. — Ela vivia dizendo que se tivesse um filho, o chamaria ass... Oh!  Ela te chamava assim? — Hoseok sorriu e concordou.

— Parece que éramos a esperança dela, então. — O mais novo sussurrou. Apesar de Dakho ter ouvido, manteve o silêncio.

— Acho que viemos um pouco cedo, esse lugar fica mais bonito ao anoitecer. — Comentou. — Que tal se fossemos comer algo? — Jung não iria admitir que estava com fome, então, apenas concordou simplista.

Quando se sentaram em uma das mesas de uma lachonete movel. Ambos pediram um cachorro quente, e um refri como acompanhamento. Continuram conversando, até que algo, ou melhor, alguém, pular de repente no pescoço do Jung.

— Hoseokiie! — O garoto que o moreno julgou ser Jimin; só pela voz, gritou, o surpreendendo. — Estava com tanta saudades! — Obrigando Hoseok a se levantar, o menino se apertou ainda mais em seu pescoço, quase se pendurando em seu corpo.

Hobi rapidamente retribuia o abraço, estava feliz por vê-lo, mas era constrangedor ter o garoto grudado em si como chiclete quando estava acompanhado. Pigarreou, tentando afastar o menor.

— Jimin... — Sussurrou. — Me larga! —Olhou para Dakho, sem graça. 

O de cabelo, atualmente vermelhos, fitou o mais velho, que olhava para os dois com um sorriso no rosto e de sobrolho franzido, cruzou os braços depois de solta-lo, agora fitando Hoseok como quem exige respostas.

— Quem é ele? — Perguntou, sério. Fazendo o maior se engasgar com sua própria saliva, por conta do tom de voz repreensivo do baixinho.

— Como assim Jimin, ele é meu... — O que Dakho era seu? Nada, além de um conhecido, certo?

— Com licença... — O Park reverenciou o mais velho, que se mantinha calado, achando um pouco engraçado o que presenciava. Puxando o Jung com suas mãozinhas, lhe encarou após terem se afastado.

— Não acha que ele é muito velho para você?! E o que está fazendo aqui, não iria para clínica?

— Espera... Como sabe que eu... Taehyung te contou? — Questionou, descrente.

— Nem pense em ficar bravo com o Taehyung por causa disso! Ele já está muito triste por você ter pedido para que ele se afastasse. — Disse abaixando o tom de voz aos poucos.

Por que Hoseok estava alí com aquele homem? Enquanto à Taehyung? O que àquilo significava?

A risada do maior se fez presente, fazendo com que Jimin o olhasse, confuso. Por que Hoseok estava rindo? Na verdade, por que ele parecia tão feliz?

— Não estou bravo com o Tae.. Ta tudo bem... Eu só me surpreendi um pouco por você saber... — Confessou, tímido.

Sentia-se meio errado ao ficar feliz por saber que Taehyung estava triste por estarem longe. Isso significa que ele sente sua falta, e se ele sente sua falta, é por que ainda gosta dele. Né?

— Tá... Mas e ele? — O Park voltou seus olhos para Dakho, que agora comia de seu lanche pacificamente. Hoseok também queria comer o seu. — E a clínica, por que ainda está aqui?!

— Bem, Jin-hyung adiou o horário. Por ter trocado o lugar. Eu também não sei bem... E o Sr. Dakho... Acho que ele só um conhecido. 

— Como assim ele é só um conhecido? E por que desse risinho bobo nos lábios? —Hoseok não fazia a mínima idéia do porquê o menor está agindo daquela forma.

— Porra Jimin, eu peço para você comprar uma água e... — Ambos olharam para o moreno que havia acabado de chegar. E Jungkook suspirou, ao notar que o menor estava acompanhado. — Oi, Hoseok. — Comprimentou-o sorrindo, mas logo se voltou para o menor. — Esse já é o nosso segundo encontro que você me deixa plantado por ter encontrado alguém. — Olhou para o outro moreno. — Nada contra você, Hoseok. — Hobi apenas balançou as mãos, numa forma de dizer que não se importava. — Será que dá pra se focar um pouco em mim?

— Seu lanche vai esfriar Hoseok, você devia vir comer! — O mais velho o chamou, mais teve mais dois par de olhos sobre si. Um de raiva, e outro de confusão.

— Quem é ele? — Jungkook perguntou, se voltando novamente para o moreno.

— Pergunte ao Hoseok, porque até agora eu não entendi! — Jimin esbravejou e Jeon olhou novamente para Dakho.

— Ele não é muito velho, Hoseok? — O Jung arregalou os olhos, enfim entendendo o que eles estavam querendo insinuar. — O que aconteceu com ele e o Tae, mesmo? — Perguntou agora para seu par. — Bom, deixa pra lá, vamos logo Minie, quero um encontro decente dessa vez! — Segurou na mão do menor, o puxando para longe, este que se debatia para ficar.

O jung, que ficara o tempo todo assistindo tal cena fechou a boca, que se via aberta, e desesperado pelo que estavam achando, gritou, ou pelo menos tentou, explicar à eles quem era o homem sentado na mesa.

— Ele não é meu na... — Corou assim que se viu próximo de dizer a palavra. — Droga, Jimin! — Exclamou, andando até o mais velho em passos pesados.

— Aconteceu alguma coisa?

— Com certeza aconteceu. — Suspirou, derrotado.

— Por que não come enquanto me conta o que aconteceu? Porquê sinceramente, estava começando a ficar com medo da forma que seu amigo me encarava.

— Aish, não liga, meus amigos são estranhos. — Amigos? 

As palavras haviam saído tão naturalmente que não se tocou do que chamara os meninos. E deixando com que um sorriso sútil adornasse seus lábios, este, que chamou a atenção do mais velho. Que estava feliz por seu filho ter pessoas que se importam com ele.

O Jung não estava sozinho, afinal.

Ambos trocaram de assunto, por escolha do mais novo. As conversas eram aleatórias, e enquanto falavam, paravam pra jogar os diversos desafios. Dakho era bom em quase tudo, e incrivelmente conseguiu seis tipos de pelúcias diferentes. Mas, o que lhe chamara a atenção, fora o último que o mais velho havia ganhado. Era um pelúcia com um corpinho de tons rosas. Ele usava uma máscara de cavalo de tons azuis e roxo, mas, quando à tiravam, havia um rostinho triste no pelúcia. Era como se ele à usasse para esconder sua tristeza.

O Jung se encantou tanto, que quando o mais velho deu os outros pelúcias para algumas crianças que passavam por eles, decidiu ficar com este em específico, como recordação. E Hoseok até mesmo lhe deu um nome.

Ao anoitecer, as luzes do parque enfim começaram a ser ligadas. E realmente, tudo parecia mais vivo com aquela iluminação colorida e alegre. Hoseok estava animado para ir nos brinquedos, e acabou trocando a montanha russa, por um conhecido como "ellevator".

— Você tem certeza Hoseok? A roda gigante que fui com sua mãe parece o céu, comparado a esse brinquedo. — Engoliu seco, fitando a altura que o brinquedo levava as pessoas, e depois despencava com elas. Hoseok sorriu, notando o que o mais velho falava. Havia um tempo que tinha notado. Dakho se parecia muito com o seu pai quando mais jovem.

Na verdade, cada coisa boa que sua mãe dizia daquele homem que lhe batia, estuprava e abusava, não se encaixava nele, e sim, no homem a sua frente. Havia percebido, desde que ele começou a falar sobre Bae que todas as coisas que sua mãe já lhe contará de seu pai, se encaixava perfeitamente na personalidade do homem. Foi quando se lembrou que, naquele momento que o sangue sujou suas mãos, e o brilho gradativamente foi perdendo a cor, ela lhe disse a verdade que sempre precisou saber.

" — Hope querido... — Ela o chamou, pousando sua destra ainda quente nas bochechas molhadas do menor, enquanto a outra pressionava o cabo da faca que a perfurava. — Não marque suas mãos por este... Este homem. — Proferia, caindo de joelhos, mas ainda assim, mantendo um sorriso em seu rosto. — Você não... Não é como ele. —Contínuou, abraçando seu menino, forte, uma última vez. — Jung... Dakho... Esse, esse é seu verdadeiro pai... Hope. — Foram suas últimas palavras, antes de seu corpo cair no chão frio, já sem sustento. "


Notas Finais


O próximo capítulo já é o epílogo, pessoas <3


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