História Chicago in love - Capítulo 3

CAPÍTULO 3

SAKURA ON

- Eu sei, me desculpe Sakura. – Sasuke disse olhando em meus olhos, dei um sorriso sem mostrar os dentes e escondi minha cabeça em seu peito, ele me apertou mais e esperamos o impacto.

 O trem já tinha perdido bastante a velocidade, mas não foi o suficiente um pouco antes do impacto escutei Sasuke gritando para todos se segurarem. O nosso trem bateu de frente na lateral do outro trem e tudo foi muito rápido, escutei um estrondo e muitos gritos. Quando o trem parou não conseguia sair do peito do Sasuke por medo de ver o estrago que tinha feito.

-Ei algodão doce, você está bem? – Escutei Sasuke falar ofegante, estava tão paralisada que nem me importei com sua provocação. O apertei mais e senti sua mão em meus cabelos, esperando meu tempo de me recuperar. Respirei fundo e fui desencostando, olhei em seus olhos e disse:

- Obrigada. – Deu um sorriso de canto e me respondeu.

- Não se acostume não. – Até nessas horas ele é desse jeito.

- Rabugento. – Resmunguei e o vi dar mais um daqueles sorrisos de canto.

Escutamos as sirenes chegando e só aí olhamos em nosso redor, havia algumas partes do trem que estavam retorcidas e muitas pessoas machucadas. Olhei para o Sasuke e disse:

- Vou tirar essas pessoas daqui, precisam de atendimento médico. E você tire o Ibiki o mais rápido possível, vai ser difícil controlar a raiva de todos por muito tempo.

- Mandona. – Ele resmungou me soltando e eu revirei os olhos. – Vamos rápido então. – Assenti com cabeça e o esperei ir em direção ao Ibiki e fui até aos passageiros que necessitavam de uma rápida avaliação. Quando vi que Sasuke havia retirado Ibiki, disse para todos:

- Atenção! Quem estiver em condições para ajudar peguem aqueles que necessitam de atendimento médico e levem para fora, lá eles terão os atendimentos necessários.

Enquanto estavam levando para fora escutei um gemido baixo, fui em direção e vi uma garotinha ruiva em baixo de alguns ferros retorcidos. Abaixei e chequei sua pulsação, estava um pouco baixa, o peso deveria estar comprimindo os pulmões dela, respirava com dificuldade. Foi nesse momento que alguns bombeiros entraram e dei um suspiro aliviada quando ouvi.

- Corpo de bombeiros! – Era Naruto falando, então o batalhão da porquinha estava aqui.

- Naruto aqui!! – Olhou para mim surpreso.

- Sakura você está bem? – Disse correndo em minha direção.

- Estou, mas ela precisa de ajuda, vamos temos que a tirar rápido.

- Ok! – Ele colocou o pé de cabra em baixo dos escombros. – Quando eu disser três você puxa a ruivinha, está bem?

- Ok! – Coloquei a mão em baixo da menina, me preparando para retirá-la. Quando Naruto falou três a puxei. Comecei a examiná-la e não estava em perigo. Então disse:

- Ela está bem, leve-a para fora vou ver se tem mais alguém precisando de ajuda médica. – Naruto me olhou sério.

- Você também irá sair Sakura, você está sangrando. – Foi aí que eu notei que no meu braço tinha um corte, mas pela adrenalina do momento não estava sentindo.

- Eu estou bem Naruto, é só um corte e tem pessoas precisando de ajuda. Fiz um juramento quando me formei e não vou quebrá-lo.

- Você é mesmo uma teimosa, já que não tem jeito pelo menos tome cuidado.

- Eu sempre tomo. – Pisquei e ele revirou os olhos.

- Você e a Ino as vezes parecem ser a mesma pessoa, sempre me dando dor de cabeça. – Disse resmungando saindo do trem com a ruivinha nos braços.

Não aguentei e ri do loiro, o conheci no batalhão da Ino, nos tornamos bons amigos e somos como irmãs mais novas para ele, até nos ciúmes quando estamos saindo com alguém. Deixei meus pensamentos de lado e fui andando pelo vagão, vi que não seria mais útil ali dentro, quase todos haviam saído e os bombeiros fariam uma busca dos possíveis sobreviventes. Resolvi sair, quando sai do trem pude ver que a situação do outro trem era bem pior que a nossa e estava tudo uma bagunça, os paramédicos pareciam baratas tontas sem saber para onde ir.

Vi a Ino de longe e fui até ela para poder ajudar e criar uma área de triagem para o atendimento mais rápido e eficaz.

- Ino! – Me olhou e arregalou os olhos ficando branca e saiu correndo me abraçando.

- Sua Testuda de uma figa, está querendo me matar? Porque você estava nesse trem? Porque já não foi procurar alguém para tratar o seu braço? Olha o quanto de sangue você está perdendo! – Ela disse segurando meus ombros, não consegui segurar e ri do desespero dela.

- Eu aqui preocupada e você rindo da minha cara! – Disse brava, revirei os olhos, a abracei e disse:

- Eu estou bem Ino, é só um corte. – Disse a soltando. – Mas agora precisamos ajudar essas pessoas, temos que criar uma área para triagem.

- Tudo bem. – Ela suspirou. – Mas depois você vai me contar tudo direitinho.

- Está bem. Vamos fazer a sim, a direita colocamos os que precisam de atendimento rápido e a esquerda aqueles que podem esperar, ok?

- Ok! Vou passar as instruções para os outros pelo rádio.

- Ótimo.

Retirei meu casaco para ter mais liberdade e rasguei um pedaço e coloquei no meu braço para o corte não me atrapalhar. Começamos o trabalho e depois de 40 minutos todos que estavam em estado crítico já tinham sido encaminhados para os hospitais mais próximos. Resolvi ir para o Chicago Med, era provável que a neurologia esteja cheia. Quando fui levantar senti alguém segurando meu braço, olhei e vi quem era e revirei os olhos e disse:

- O que foi Sasuke? – Disse puxando meu braço.

- O que foi? – Ele disse irônico, franzi o cenho. – Foi você, olha o tanto de sangue que está perdendo e não foi para o hospital ainda. – Disse me fuzilando.

- É só um corte e não pode falar nada também, você também está sangrando.

- Não interessa, sou mais forte que você, eu aguento. – Estava me chamando de fraca, é isso mesmo produção?

- Escuta aqui, já te falei uma vez e vou falar de novo, eu faço o que eu quiser! E se insinuar que sou fraca de novo, vou esfregar essa sua cara bonitinha no asfalto! – Disse quase pulando em cima dele. 

- Faça o que quiser, mas agora você vai para o hospital junto comigo e depois ainda precisamos dar nosso depoimento para sermos liberados.

- Está bem Senhor Rabugento. – Me fuzilou com o olhar e sussurrou um “irritante”.

SASUKE ON

Depois que coloquei Ibiki em uma ambulância com dois policiais de escolta, voltei para ajudar a retirar os passageiros do trem que sofreu maior impacto. Quando fui levar uma garota até os paramédicos não me surpreendi em ver Sakura comandando os atendimentos, era uma mandona mesmo. Dei um sorriso de canto e voltei ao trem.

Quando finalmente retiramos todos, tinha que ir ao hospital dar uns pontos na minha costela cortada e procurar Sakura porque depois teríamos que ir até o departamento dar nosso depoimento ainda.

Fui até a triagem e a encontrei finalizando um atendimento, olhei para o braço dela, cerrei os olhos, aquela garota era louca? O pano em seu braço estava encharcado de sangue e já estava escorrendo. Me aproximei e quando se levantou a segurei pelo braço, teria que a levar para o hospital também. Ela virou para mim e disse:

- O que foi Sasuke? – Disse puxando seu braço.

- O que foi? – Eu disse irônico, ela franziu o cenho. – Foi você, olha o tanto de sangue que está perdendo e não foi para o hospital ainda. – Disse a fuzilando.

- É só um corte e não pode falar nada, você também está sangrando.

- Não interessa, sou mais forte que você, eu aguento. – Ela querendo ou não vai ir para o hospital tratar esse corte, não a salvei e aturei para no final morrer por perca de sangue.

- Escuta aqui, já te falei uma vez e vou falar de novo, faço o que eu quiser! E se insinuar que sou fraca de novo, vou esfregar essa sua cara bonitinha no asfalto! – Disse puta da vida comigo, apenas revirei os olhos e disse:

- Faça o que quiser, mas agora você vai para o hospital junto comigo e depois ainda precisamos dar nosso depoimento para sermos liberados.

- Está bem Senhor Rabugento. – A fuzilei com o olhar e sussurrei um “irritante”.

Chegamos ao hospital e aquilo estava parecendo a Segunda Guerra Mundial, de repente vejo um vulto loiro passa por mim abraçando a Sakura. Só a escutei dizer baixinho:

 - Tsunade está me sufocando. – Disse já vermelha pela falta de ar.

- Ah, desculpe querida, mas quando Ino me disse que você estava no trem quase tive um infarto. Sabe como nos deixou preocupados?! – A loira disse a Sakura.

- Essa Ino fofoqueira! Eu estou bem, aliás estou vendo que estão precisando de ajuda, vou me trocar para ajudá-los. – Ela só pode estar brincando, como vai ajudar com esse braço escorrendo sangue?!

- Nada disso, primeiro você vai tratar esse braço, depois vamos ver no que você pode ajudar. – Gostei dessa loira, mas Sakura não vai trabalhar depois, precisamos ir para a delegacia.

- Desculpem interromper, mas a Senhorita Haruno não poderá ficar aqui depois, precisamos ir para a delegacia dar nosso depoimento, fomos os únicos a ter contato com o suspeito. – A loira me avaliou com o olhar e depois olhou para Sakura que revirava os olhos. Tsc, garota irritante.

- O depoimento pode esperar, mas essas pessoas não. – Sakura disse. Quando eu ia responder a loira nos cortou.

- Depois vocês resolvem isso, vão tratar dos ferimentos de vocês primeiro, tenho mais o que fazer agora, com licença. – Sakura bufou e começou a andar.

- Vem logo Sasuke. – Ela disse andando.

Segui ela sem dizer nada até uma sala com materiais hospitalares, ela pediu para esperar fora da sala, enquanto ela pegava algumas coisas. Saiu de lá com uma bandeja cheia de coisas e falou:

- Vamos até minha sala, vou tratar nossos ferimentos. – Ela ia se virar quando eu a respondi.

- Não é melhor chamarmos alguém para nos atender? Você vai suturar a si mesma? – Ela cerrou os olhos para mim.

- Sim, qual o problema, sou fraca para isso também? – Dei um sorri de lado e a respondi.

- Se você pensa assim, não posso fazer nada. – Ela me empurrou com o ombro e passou por mim.

- Idiota. Vamos logo. – Disse indo para o elevador.

Quando chegamos na sala, Sakura arrumou os materiais e retirou a camisa, revelando uma regata branca de alças finas, não consegui não reparar no corpo dela. Desviei o olhar e tentando pensar em outra coisa, enquanto ela limpava o corte em seu braço.

- Sasuke. – Me chamou, a olhei. – Senta aqui e retire sua camiseta. – Apontou para a maca.

Sentei e retirei minha camiseta enquanto ela estava de costas arrumando alguma coisa na bandeja, quando se virou com uma seringa na mão vi que corou e olhou para o lado sem graça. Sorri internamente disso.

- Vou aplicar um pouco de anestesia local para você não sentir tanta dor. – Assenti com a cabeça.

Não estava mais aguentando sua mão me tocando e a proximidade do seu corpo com o meu. Sakura estava tão concentrada em seu serviço que nem notou como estava me deixando. Quando terminou, levantou a cabeça para falar algo,  nossos olhares se encontraram, ficamos nos encarrando, olhei para a sua boca e ela para a minha, era muito para a minha sanidade. Quando fomos nos aproximar, bateram na porta, nos tirando do transe. Nos afastamos e Sakura mandou  a pessoa entrar,  passou pela porta um cara de cabelos brancos com óculos.

- Desculpe interromper, mas a Doutora Senju me mandou verificar seu braço e disse que não era para aceitar um não como resposta. – Ele sorriu para ela.

- Ela me conhece bem. – Sakura riu. – Tudo bem Doutor Kabuto, só falta dar os pontos, não precisa de anestesia, podem precisar de mim em alguma cirurgia depois.

- Tudo bem, sente-se na maca. - Me retirei e Sakura sentou na maca.

O médico esquisito preparou tudo para dar os pontos e o fez sem anestesia assim como a Senhorita Durona pediu.

- Prontinho Sakura. Qualquer coisa estou no PS, com licença. - Sakura assentiu sussurrando obrigada e Dr. Esquisito Kabuto se retirou.

Sakura se levantou e foi até sua mesa e fez algumas anotações no prontuário médico.

- Aqui estão os remédios que você precisará tomar durante a cicatrização e a pomada. – Disse me entregando uma receita.

- Ok! Senhora Mandona. – Ela bufou e alguém bateu a porta, era o mesmo esquisito de antes, não fui com a cara desse medicozinho.

- Doutora Haruno, temos um paciente que precisa de uma cirurgia imediatamente. Se chama Ibiki Morino, chegou com traumatismo craniano.

Sakura me olhou e eu assenti. Sabia que não deixaria de o atender.

- Vou te esperar aqui, quanto tempo vai demorar essa cirurgia?

- Depende do estado dele, mas no mínimo umas três horas.

- Tudo bem, mas ande logo. – Saiu da sala franzindo o cenho e massageando as têmporas.

Esperei perto da sala de cirurgia, depois de duas horas e meia. Saíram de lá com o corpo coberto, Ibiki não resistiu. Depois de 20 minutos, nada da Sakura aparecer, cansei de esperar e entrei na sala, a encontrei sentada no chão com as pernas contra o peito e a cabeça baixa. Me sentei ao seu lado sem dizer nada.

- Você fez tudo o que pode, não podemos salvar todos sempre.

Ela encostou a cabeça no meu ombro e murmurou um eu sei, continuamos ali por um tempo. Até que ela disse:

- Acho melhor irmos para a delegacia logo, estou morrendo de sono e fome. – Disse com a cabeça encostada em mim ainda.

- E você acha que eu não? – Estava a mais de 24hs sem dormir.

- Estava demorando para você voltar ao normal rabugento. – Disse me empurrando e se levantando.

- Irritante. – Respondi dando um sorriso de lado.

Continua.......