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História Chocolate Amargo - Capítulo 01


Escrita por: Annissima

Notas do Autor


Oi, pessoas! Como sempre, eu espero que vcs estejam bem porque, eu, para variar, estou com alergia rsrs! <3

Essa fanfic é dedicada à Senhorita Pandora Imperatrix, a pessoa que me mostrou algo que eu nunca havia cogitado no mangá/anime e que escreveu Oito Estações que é uma história que me ajudou em um nível pessoal.

Sei que essa nem chega a ser uma retribuição à altura, mas se vale o esforço, eu me esforcei!!! ^^

Foi inspirado no poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade.

Capítulo 1 - Capítulo 01


 

Hinata antecipou-se ao alarme do despertador quando se deu por satisfeita de que o sol em breve raiaria. A confiança de que nada poderia atrapalhar seu dia ecoava do seu espírito esperançoso até a superfície, reverberando no enorme sorriso que dirigiu ao seu reflexo no espelho.

Não havia necessidade de apressar-se, considerando que comprara de antemão, todos os ingredientes e fôrmas de que precisaria para a confecção dos confeitos que tinha escolhido fazer. Comprara também pacotinhos plásticos laranja e fitas roxas. Tinha  certa segurança de que estava superestimando Naruto e que a mensagem subliminar impressa nesses detalhes acabaria passando despercebida. Ainda assim, não custava ter esperança. 

Tratou de se arrumar e foi até a ampla cozinha, local em que passou boas horas se dedicando com esmero em picar frutas e castanhas, derreter barras de chocolate ao leite e em decorar bombons, tabletes e balinhas. Tanto o pai quanto Hanabi não se encontravam em casa nem na aldeia. Não obstante, qualquer um que passasse pela porta em que as iguarias eram preparadas poderia sentir os aromas adocicados que o cômodo exalava. 

Ele era amante de ramen, mas bem sabia que não dispensaria açúcares típicos do dia dos namorados. O rosto dela esquentou. Se o estômago pode ser uma via para se chegar ao coração, mal não faria tomar esse atalho.

Assim que deu o último laço, foi se aprontar para ir atrás dele.

 

 

 

Era um pouco ridícula a forma como Hinata tentava ser furtiva pelas vielas de Konoha. Uma coisa era se manter incógnita enquanto em missão, outra bem distinta era tentar se esquivar das pessoas simpáticas que conhecera de toda a vida e que vinham perguntar se ela, Hanabi e seu pai estavam bem.  

Em cada uma dessas vezes, tinha de esconder o pacote atrás das costas. Já tentara encontrar Naruto em sua casa e no campo de treinamento que ele mais utilizava. Não podia sair simplesmente perguntando por ele, pois seria o mesmo que escrever em sua testa, sua intenção.

— Hinata-sama? - Ela olhou para trás de si e se deparou com o primo. Ao contrário do que ocorrera das outras vezes em que fora parada, não foi rápida o bastante para ocultar o que trazia em suas mãos e foi atingida em cheio por uma onda cálida a colorir suas bochechas.

— Neji nii-san... – disse constrangida. Não era ingênua em pensar que ele desconhecia seus sentimentos, de modo que não custava perguntar. Ao menos era uma pessoa confiável e que não faria troça de seu gesto. - Por acaso, você viu Naruto-kun hoje? 

O quadro inteiro se formou diante de Neji quando ela o questionou. Claro que ela estaria procurando Naruto para lhe entregar um bom tanto de chocolates. Hinata, embora gentil não fazia chocolates para todos os conhecidos, como as demais garotas da aldeia. 

Na verdade, nunca a vira se empenhar em uma coisa do tipo, o que significava que, mesmo que lentamente, algo começava a mudar.

Por mais que tivesse consciência de que não deveria se importar, essa constatação trazia um incômodo em seu peito. Continuou a encarando por um tempo superior ao que seria aceitável para responder à pergunta simples.

Ninguém poderia condená-lo por perder um pouco do foco quando mirava os olhos tão parecidos com os seus e contrariamente tão incorruptíveis e puros como os dele jamais tornariam a ser.  O simples fato de sentir alegria pelo tipo de resposta que a daria já o fazia se sentir inferior. Contudo, não negaria a si o regozijo de impedir que Naruto recebesse algo que queria para si. 

— Sim, ele e o restante do time sete saíram em missão. - respondeu, enfim. 

— Outra vez? Faz pouco tempo que retornaram... - a tristeza dela era notável e Neji não sabia se o pior era vê-la triste por ele estar longe ou alegre com ele ao seu redor. 

Esse paradoxo no qual mergulhara sem nem se dar conta tendia a piorar com o passar dos dias. Ao menos quando era mandado em missões tinha com que se distrair, apesar da intensa saudade que sentia de treinarem juntos ou só conversarem nos fins de tarde. Até dos silêncios que compartilhavam dentro da intrínseca sisudez encerrada nos muros do clã era motivo de melancolia quando se afastava da vila.

Não era de todo ruim ter sido um Hyuuga inflamado por desejo de retaliação durante grande parte de sua vida. Cozinhar em fogo brando o inconformismo com o clã de outrora, o tornou um jogador que beirava a frieza e foi isso que lhe deu a capacidade de obrigar sua feição a manter-se impassível a despeito do que lhe corroía. 

— Era importante o que você queria falar com ele? - perguntou embora não quisesse ouvir a confirmação do que já sabia. 

— Talvez tenha sido melhor assim. - Hinata abaixou a vista para o embrulho nas suas mãos e olhou Neji, em seguida. Se o trabalho e carinho que colocou naqueles doces não chegaria às mãos que sonhou, ela ficaria quase tão contente quanto, se eles pudessem ser desfrutados por uma de suas pessoas queridas. Isso lhe deu consolo, embora ela não fosse desistir porque chegaria o dia em que teria Naruto-kun apreciando as mais diversas iguarias preparadas por ela. Queria que o primo tivesse essas, agora. - Para você, nii-san. - Estendeu o pacote, pegando-o de surpresa. 

— Para mim? - Se sua natureza fosse um pouco menos invulnerável, quem sabe teria falhado a voz ou suavizado demais a expressão. - Você tem certeza? - Buscou a ratificação da oferta, embora já tivesse os dedos sobre o presente. 

— Não tem ninguém mais para quem eu daria. - Ela sorriu um de seus maiores sorrisos e que, via de regra, fazia para ele, com quem se sentia relaxada e segura. - Agora, eu tenho que ir. Até mais tarde!

Neji não ficava sem palavras e nem tinha melindres sobre como agir e mesmo com tais notas distintivas de sua personalidade, ficou parado e só depois que viu a silhueta dela se afastando é que pensou que sequer a havia agradecido. Virou-se e seguiu o caminho contrário. 

 


Notas Finais


Compartilhando vergonha:

Quando eu tinha treze anos, eu ia dar um chocolate de Páscoa para um garoto...
Antes do início da aula, ele tinha uma caixa de bombom para outra menina...
No recreio, ficamos eu e meu melhor amigo, comendo meu chocolate não dado.
Para mim, tinha gosto de amargo. rsrs
Ainda bem que o tempo passa e cada coisa fica em seu lugar. ^^

Aquele link maroto de Oito Estações:
https://spiritfanfics.com/historia/oito-estacoes-6760683


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