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História Chocolate Amargo - Capítulo 02


Escrita por: Annissima

Notas do Autor


Esqueci de dizer no anterior, mas essa história se passa após o resgate do Kazekage e antes da morte de Jiraiya.

Hoje, dia 13/11 é dia mundial da gentileza! O que me lembra...

Parabéns, Hinata!

Capítulo 2 - Capítulo 02


 

Sozinho, abriu o pacote com o maior cuidado, desatando o nó da maneira como gostaria de desatar os fios que o ligavam unilateralmente à Hinata. No processo, fechou os olhos e se permitiu uma pontada de irritação ao pensar na afoiteza de Naruto que o faria provavelmente rasgar o plástico para atingir seu conteúdo e nem perceberia a cor que era um notório e dolorido lembrete de que Neji não passava de um reles substituto.

O verdadeiro dono daqueles pequenos mimos em formato de estrelas, corações e carinhas sorridentes seria capaz de dar o valor que aquelas preciosidades mereciam? 

Com um nó na garganta, pegou dois doces aleatórios e os enfiou na boca. Ao mastigar sentiu suas papilas gustativas serem inundadas de um amargor que não provinha dos bombons que, dado a quem os fizera, estavam perfeitos. 

A amargura era oriunda daquele presente de segunda mão e do ressentimento de ser colocado justo por ela na posição de ladrão que subtraía frações de afeto que claramente não o visavam. Tal como um cão, à beira da mesa que espia com olhos pidões, refugos de comida e a quem eram dadas migalhas piedosas. 

De frente para uma árvore, descontou nela parcela de sua frustração, tomando o cuidado de controlar o chakra na ação. Se chegasse em casa com um ferimento que não estava ali antes, teria que dar respostas que não estava, nem nunca estaria, pronto para a dar à prima. 

Apoiou-se no tronco que há pouco fustigara e observou masoquistamente os pássaros empoleirados em vários galhos, com o céu ao fundo, como se esfregassem em sua cara a imensidão do azul celeste frente a insignificância das pequenas aves. Da mesma forma, Hinata sempre veria Naruto enquanto que ele estaria ali, ao lado, complementando o cenário que enchia os olhos e o coração dela. 

E poderia condená-la? Se enquanto ele descontava, no corpo diminuto e frágil de Hinata, a ira de suas frustrações era Naruto quem a incentivava a prosseguir apesar de suas forças esvaírem à olhos vistos, naquele maldito exame chunin!

O 'talvez' era uma kunai perene fincada em seu coração porque a incerteza de que se tivesse a tratado melhor e a rodeado com a ternura que desde a tenra idade sentia, quem sabe tivesse recebido chocolates temperados com amor à ele e não ao amigo.

Aprumou-se porque não era o fim do mundo. Viver sem tê-la seria o mesmo que não ter tido todas as coisas sem as quais viveu até hoje.  Sem o pai e sem a liberdade que lhe fora cerceada, por tanto tempo, pela família principal. 

O que significava que seu papel nessa cadeia de afetos era insuportável. Ainda assim, ele teria de suportar.

 

 

 

Longe dali, Naruto caminhava calmamente em busca de algum restaurante que servisse uma refeição substanciosa. Não tinha esperanças de encontrar um ramen tão bom quanto o do Ichiraku, mas precisava aproveitar os minutos de liberdade que o Capitão Yamato os deu assim que chegaram ao distrito de entroncamento e mais próximo local habitado que existia naquele trecho. Sakura, Sai e o próprio Capitão se dispersaram para tratar de suas próprias necessidades.

Não tardou a reparar em alguns anúncios chamativos e nas meninas sorridentes em grupinhos.

Aquele dia já havia chegado novamente?

Franziu o cenho e fez um calendário mental, confirmando a data em questão. Notou uma pequena garota que corria com os braços envolvendo seu próprio corpo. O cabelo que lhe caía sobre o rosto parecia não a incomodar. 

Ficou preocupado que ela estivesse com algum problema e ia chamá-la quando a menina estacou diante de uma casa. Parecia ter respirado fundo e deixou uma caixa, que só agora Naruto tinha notado, junto ao batente, deu três batidas firmes na porta e saiu correndo. Aquilo era interessante e ele manteve-se assistindo. Um jovem garoto veio atender às batidas e se deparou com a caixa sobre o capacho. Abaixou-se para recolhê-la e sorriu durante ação. 

Naruto se sentiu partícipe da alegria do garoto enquanto que a menina lhe trouxera uma estranha sensação de reconhecimento e familiaridade. Sua orelha estava quente, o que, conforme as crendices significava que alguém estava falando dele em algum lugar. 

Riu da bobeira daquilo. 

Quem é que estaria pensando nele? 

Deixou tudo isso de lado e continuou sua procura por comida porque, para ele, menina nenhuma viria correndo entregar doces.

 


Notas Finais


O amor é complicado e nem sempre fácil.

Às vezes amamos quem não nos ama, mas o que tiver que ser será, como diria a Xuxa. :)

E foi isso! Um imenso obrigada à quem leu! Um forte abraço e ótima semana à todos!


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