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História Cinquenta Tons de Esdeath - Wave


Escrita por: AstolfinhoRider

Notas do Autor


Estou de volta, e ainda estou viva!
Quem adivinhar a referência a outro mangá dessa capítulo- ou anime, se voce considera aquela aberração de cgi um anime- vai ganhar um abraço, não porque aceitou, mas porque tem bom gosto rsrs

Capítulo 43 - Wave


Fanfic / Fanfiction Cinquenta Tons de Esdeath - Wave

A taverna estava quieta naquele momento, e todos fingiam não olhar para a cena se desenrolava no centro do salão.

Dois homens, devidamente trajados com a armadura da guarda do império, estavam rindo ao lado de uma mulher acorrentada pelas mãos e pelos pés, haviam perdido uma cerveja, e então a despejaram sobre a mesa, para enfim obrigarem a mulher à limpar a mesa com a língua. A mulher se recusou, e por isso foi atirada ao chão com violência por um soco, o sangue escorreu pelo canto da boca, e um dos guardas a pisou com a bota.

-Sua bruxa desgraçada- disse um deles, tocando a ponta cinzenta da espada no rosto da mulher- Quem disse que você tinha alguma escolha?

-Eu... Eu... Não...

-Não diga nenhuma palavra- disse o guarda, e a ponta da espada riscou o rosto da mulher, fazendo um pequeno fio de sangue escorrer. Um único homem se levantou para tentar argumentar com aqueles dois guardas, mas a resposta que recebeu foi um soco no nariz, que o fez explodir em sangue. O guarda se virou para o homem, ergueu a espada e se preparou para estoca-lo.

Todos se calaram, esperaram pelo pior.

Um homem encapuzado estava sentado próximo ao balcão, mas ao contrario dos demais, não estava alheio à cena, fez menção a se erguer, mas o dono do estabelecimento o aconselhou a ficar onde estava.

-São homens do Primeiro Ministro- disse ele- Não se meta nos assuntos deles, ou vai acabar como ele.

O homem encapuzado se ergueu do mesmo jeito, e lhe atirou uma bolsa cheia de moedas.

-Vou sujar o seu bar, me perdoe.

-O que vai fazer?- perguntou o dono do estabelecimento, contando as moedas.

-Justiça- disse o homem encapuzado, e se virou em direção aos homens.

-Larguemos dois- ordenou- Seus animais.

Um dos guardas o encarou com incredulidade, e não parecia ser do tipo de pessoa que fosse acostumada a ser contrariada. Toda a taverna se calou por alguns momentos que pareceram séculos e naquele momento, o homem rastejou para fora do lugar, com as mãos no nariz.

-Larguem ela- corrigiu o encapuzado, ao ver que o homem já havia escapado.

-Vá embora daqui- disse o homem, a sorrir por baixo do elmo- Você deve estar bêbado demais, mas acredite em mim quando eu digo que essa não é a hora para querer ser o herói- cuspiu em direção à mulher- Como se essa puta valesse a pena.

O homem encapuzado manteve-se no lugar, e seus olhos encontraram os olhos da mulher que brilhavam com esperança. Ignorando os dois guardas, ele aproximou-se dela e a levantou com gentileza, limpando o cuspe do guarda do rosto dela com um lenço.

-O bêbado apaixonou-se pela puta- disse o guarda, e várias pessoas no salão riram- Meu pai sempre dizia que...

-Vocês dois- disse o encapuzado, se virando e os encarando com profundos olhos azuis- Estão aqui sob ordem de quem?

-E lhe interessa?- disse um dos guardas- A bruxa não lhe disse uma única palavra, e ainda sim o encantou tanto a ponto de você simplesmente se colocar em perigo para protege-la? Ora, que bonito. É a sua ultima chance, seu louco. Vá embora.

O encapuzado se afastou da mulher e foi até o outro lado do bar, os guardas riam enquanto ele se afastava, chamando-o de covarde. Entretanto, o homem apanhou da parede uma arma, uma grande espada, maior do que uma porta.

-Achei-a interessante, desde a hora em que entrei aqui- disse ao dono da taverna, que estava aparentemente surpreso por ele poder ergueu uma arma tão colossal de forma tão natural.

-Estou com falta de vontade de sacar minha espada- disse ele, em voz alta- Por isso usarei esta espada mesmo.

Aquele era um claro desafio aos dois guardas, e quando o encapuzado empunhou a arma com ambas as mãos, como um imenso porrete, a taverna caiu em silencio outra vez. Espada? Aquilo era grande demais para ser uma espada, era negra como carvão, a lâmina era maior do que um homem, e lhe faltava o polimento das espadas mais modernas. Era uma arma feia, e parecia desengonçada. Grande demais para ser uma espada, parecia mais uma enorme chapa de metal.

- Gostam de dar ordens?- a sombra de um sorriso se formou por baixo do capuz- Lhes digo que tem cinco minutos para sumirem da minha frente.

Um dos guardas fez uma careta.

-Bêbado ou não, sua falta de senso me irrita.

O guarda sacou a espada e estocou o encapuzado, mas a ponta da espada perfurou o nada, porque o encapuzado se esquivou como um dançarino. Naquele momento o capuz caiu de seu rosto, e profundos olhos azuis encararam os do guarda. Ao perceber a falha, o guarda se recompôs, equilibrou o peso nas pernas e desferiu um golpe violento, mas o adversário esquivou-se com um salto majestoso para trás.

-Bêbado desgraçado!- disse o guarda, apontando a espada em direção à ele- Me chama para um combate, e depois recua dessa forma?

O outro guarda deixou a mulher de lado e sacou sua espada, a lâmina sibilou para fora da bainha.

-Vão ignorar a chance de fugir?- perguntou- E meu nome é Wave.

-Esta é a sua resposta, Wave- disse o guarda, avançando outra vez.

Atacaram em uníssono, e ambos erraram o alvo, Wave empunhou a grande espada em um arco que foi capaz de defletir ambos os golpes com maestria, e foi como se tivessem acertado uma grande barra de metal, porque as duas espadas foram atiradas para trás, com dentes nos fios quase perfeitos.

-Desgraçado!- rugiu um dos guardas, aprumando-se para tentar outro golpe.

Wave avançou com ambas as mãos no punho da espada, e então atacou, a espada rugiu em direção ao guarda em um golpe tão poderoso que poderia desbancar até o mais altivo dos deuses. O guarda ergueu sua espada em defesa, mas de nada adiantou. A arma de Wave atingiu a espada do guarda e a partiu em dois, mas a lâmina não terminou seu curso, continuou, e se enterrou profundamente no ombro do homem, a espada gigantesca o partiu em dois e se enterrou no chão de madeira, sangue e tripas escorreram das metades decepadas do guarda, e o cheiro da morte tomou conta do lugar. No fundo da taverna, um homem vomitou. Wave ergueu a espada, encharcada de sangue. Não tinha ideia do peso e da força daquela arma, e até mesmo ele se assustou com aquela cena.

Em um surto de ódio, o segundo atacou, mas escorregou na poça de sangue, caiu de costas no chão e bateu a cabeça. Bastou a Wave simplesmente apontar para ele a arma do guarda morto. Uma arma menor fazia mais o estilo do Jaeger.

-Desgraçado... Vou informar ao primeiro ministro que...

-Diga ao primeiro ministro que Wave fez isso- a menção ao nome fez o guarda arregalar os olhos, então olhou para o dono da taverna- Não causarão mais problemas.

-W-Wave?- o guarda parecia atônito- O homem de Esdeath? Porque você escolheria tomar partido daquela mulher? Nós não somos seus inimigos, nós...

Wave o calou com um movimento de mãos.

-Eu não me importo com ela, mas me importo com o fato de que vocês abusam do poder nesse lugar, eu lhe dei a chance de sair, você a negaram, agora, você vai querer ter o mesmo destino do outro?

O guarda se levantou com o máximo de dignidade que podia, depois guardou a espada e saiu da taverna sem dizer uma só palavra. Wave aproximou-se da mulher e a ergueu.

-Quer uma bebida?

A mulher balançou a cabeça negativamente, mas ergueu seus grilhões em direção ao Jaeguer, parecia tê-los usado por tempo o suficiente para que o metal machucasse seu pulso. Wave notou uma mordaça sob a mesa dos guardas e imaginou o quanto ela deveria ter sofrido nas mãos daqueles homens.

-Qual é o seu nome?

A mulher lhe encarou por alguns momentos, depois, sorriu.

-É Cosmina.

 

Wave vagou pelas ruas da cidade e estavam estranhamente vazias naquele dia. Então ouviu relatos sobre um massacre que havia acontecido há algum tempo atrás, e percebeu, com pesar, que as descrições do assassino batiam com o que ele conhecia de Kurome, com a forma como ela lutava. Como a forma como ela matava. Mas havia algo naqueles relatos que o encheu de insegurança, pois foi um trabalho cruel, os corpos estavam praticamente esquartejados quando foram encontrados na manhã seguinte.

-Horrível- disse uma mulher na rua- Minhas crianças não puderam sair de casa antes que os corpos fossem retirados, havia tanto... Tanto sangue...

Cosmina acompanhou Wave. O Jaeger simplesmente não se importou em perguntar o motivo dela estar presa, ou, só ódio que os guardas tinham por aquela mulher, porque aparentemente não havia motivo algum para ela estar presa.

A noite caiu, e com ela, as ruas do império se enchiam de escuridão, eram naquelas ruas que as batalhas entre a Night Raid e o império aconteciam, eram naqueles becos escuros, onde ocorriam estupros, assassinatos e roubos. Wave nunca se acostumaria com a solidão daquele lugar, nem com a neblina das ruas, que caia como um pesado manto sob a realidade, um palco para os assassinos.

 

 Enfim chegaram a uma estalagem, e como Wave já era conhecido pelo dono ele humildemente os ofereceu um lugar para passar a noite.

-Mestre Wave!- disse Goto, o dono da estalagem, com um largo sorriso no rosto- Como é bom revê-lo.

-É bom revê-lo também, Goto- disse Wave, retribuindo o sorriso com um abraço. As roupas de Goto fediam a cigarro.

Goto era um homem de riso fácil, tinha em torno de quarenta anos e era corpulento como um barril. Mantinha uma longa barba cinzenta, manchada pelo tabaco e que lhe descia até a cintura em uma grande trança. Goto era um senhor de estalagem, mas mais do que isso, era um informante. Sua estalagem era o lugar aonde uma infinidade de pessoas se encontravam, trocavam informações, e iam embora, e outrora foi uma sede de uma guilda de assassinos. Goto fez uma fortuna naquela época, e talvez ainda tivesse muito dinheiro, porque os anéis que usava nos dedos gordos- quase todos os dez- eram de ouro, cravejados com pequenos diamantes.

-Achei que nunca mais o veria- encarou Wave por alguns instantes com olhos azuis como gelo- Você não costuma vir para cá, ainda mais depois daquela guerra no norte. Para ser sincero, nunca mais o vi.

-Fomos derrotados lá- disse Wave, com um sorriso triste- Isso nos atrasou muito.

-Eu soube, e aquilo foi mal para os negócios, ah se foi, juro que se eu tivesse a sua idade, enfrentaria aquele tal príncipe e o mataria com minhas próprias mãos- Sorriu- Sua senhora Esdeath está com você?- só naquele momento Goto notou a presença de Cosmina- Mais do que isso, qual é o nome dessa bela senhorita?

-Cosmina- respondeu ela, em tom gentil.

-É a sua amante agora?- perguntou, com um sorriso sugestivo no rosto- Largou daquela Kurome?

A menção ao nome da companheira fez o sorriso no rosto de Wave desaparecer.

-Cosmina é uma amiga que eu encontrei no caminho- suspirou- Na verdade, é por Kurome que estou aqui.

-Sempre foi bom em fazer amigos- ele encarava Cosmina incisivamente- Ela esteve aqui há alguns dias, parecia mais tensa do que o habitual, lhe ofereci agua, ela me ofereceu um sorriso forçado. Soube depois que ela executou um bando há poucos metros daqui. Que os deuses me perdoem, mas aquela mulher me dá arrepios, ao contrário do acompanhante dela- Goto coçou a barba- Um homem loiro, meio afeminado, quase o confundi com uma mulher. Mas, se o conheço bem, você está no rastro dela, não está? Não apareceria aqui e agora por uma mera coincidência.

-Estou aqui por ela.

-Ela fugiu de você?- perguntou Goto.

-Pode-se dizer que sim.

Goto suspirou.

-Ela me parecia perdida. Na verdade, ela sempre me pareceu perdida, eu a conheci quando ela era uma assassina, antes dela ir para o norte e fazer nome. Ela tinha muito ódio naquele coração, esse ódio que foi aplacado quando soube que vocês dois estavam bem... Me entende, não? Ela me veio aqui uma vez, com um sorriso sincero no rosto, e agora ela voltou, e acho que aquela assassina sem piedade está retornando- Goto se levantou com a única perna boa que lhe restava- O que é triste, pelo menos para mim. Disse que você sempre foi bom em fazer amigos, mas dessa vez, você está se metendo com um pessoal realmente perigoso- Wave imaginou se Goto falava de Kurome, mas percebeu que o olhar do homem estava preso aos olhos de Cosmina, e que a companheira parecia incomodada-Lhe ofereço um conselho, mestre Wave. A jovem mestra Kurome precisa de amor- as palavras soaram engraçadas no tom de voz rude de Goto- Não o amor infantil, me entende? Amor, atenção, ela precisa de alguém que a entenda e a aceite, ou ela se encherá de ódio. Ir atrás dela é a prova de que a ama de verdade. Agora ouça, porque esse é um conselho de um homem velho e que já conheceu todo o tipo de pessoa: O ódio é onde se escondem todos àqueles que não foram capazes de suportar a dor. Todos nós procuramos uma mão para nos guiar na escuridão, mas o ódio nos distancia de nossos guias.

 

-Por que a prenderam?- quis saber Wave. Estavam em um quarto pequeno, com apenas uma cama, que Wave gentilmente cedeu a aquela mulher, não era um lugar confortável, mas para Wave, um teto para dormir e uma palha consideravelmente livre de pulgas era o bastante, e Cosmina não parecia se incomodar com aquelas instalações.

-Por que acharam que eu matei um homem- respondeu Cosmina, mas sua face estava extremamente calma.

-E você matou?

-Não- respondeu ela- Fui acusada de fazê-lo, mas não fiz- arregalou os olhos- Na verdade, eles se mataram, sim, e para ser sincera, os soldados do império vinham me almejando faz tempo. Homens são assim.

Wave a encarou por alguns momentos, e percebeu o quanto ela parecia inocente, mas existia alguma coisa nos olhos daquela mulher que denunciava o contrário, e cada palavra que saia de sua boca lhe parecia o pedaço de uma canção.

-Acredita em mim?- perguntou ela- Ou vai me prender também?

-Acredito- Wave não parecia se importar- Mas não os matei por isso, e você está livre para ir.

-Estou- respondeu ela- Mas não é o que eu desejo.

-E o que deseja?

-Eu quero acompanha-lo.

- Por que eu salvei sua vida?

-Porque eu quero, simplesmente isso. Desejos- Cosmina se levantou- Eu não vivo apenas porque nasci, eu vivo porque eu tenho desejos, porque eu tenho sonhos- encarou Wave com alegria- Sonhos esses que quase foram perdidos em uma cela escura em um calabouço qualquer, mas você me salvou.

Wave suspirou, fechou os olhos para dormir, mas estava sem sono.

-E qual é o seu sonho?

-Desejo entender qual é a minha função nesse mundo, e satisfazer todos os meus desejos enquanto isso- sorriu- Acredito que todo homem nasceu para uma função, um destino atribuído pelos deuses, e que existem pessoas que nasceram para mudar o mundo- Wave não teve como não pensar em Esdeath, e em como ela havia ascendido entre os imperiais- Para bem ou para mal,  Essas pessoas que são capazes de mudar o mundo são as pessoas mais interessantes. Meu sonho é entender qual é a minha função nesse mundo e o que eu sou capaz de fazer. Qual é o seu sonho?

- O que disse foi bonito- disse Wave, com um sorriso no rosto- Meu sonho, se posso chama-lo assim, é envelhecer ao lado da mulher que eu amo, em uma casa afastada da sociedade, na beira do mar, talvez.

-Kurome- disse Cosmina- Esse é o nome da mulher que diz amar?

-Sim.

-Oh- Cosmina arregalou os olhos- Mas se ela o ama de verdade, porque o deixou?- ao ver a expressão de Wave, percebeu que talvez não fossem assim tão próximos para aquele tipo de conversa- Estou sendo invasiva demais?

-Sinceramente, está- Wave fechou os olhos- Tente dormir, amanhã eu parto quando o sol raiar- virou-se para o lado- Com ou sem você.

Tudo caiu no mais profundo silencio, entretanto, uma voz o quebrou. Cosmina começou a cantar, era uma canção sobre um antigo herói, que lutou contra seu próprio destino pela mão da mulher que amava. Wave pensou em pedir para que ela fizesse silencio, mas a voz de Cosmina embalou seu sono. Aquela era a mais bela voz que Wave já havia ouvido cantar.

E Wave descansou.

 

 

 

 



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