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História Close As Strangers - I feel like we're as close as strangers (Capítulo Único)


Escrita por: Hemmocomsorvete

Notas do Autor


ta, eu não sei se ficou confuso ou não mas eu goste dessa história. Eu quase desisti de terminar de escreve-la, mas hoje de manha a inspiração veio e eu consegui terminar.
ficou um pouco longo demais, então desculpa se eu escrevi demais.
Enjoi It <3

Capítulo 1 - I feel like we're as close as strangers (Capítulo Único)


Fanfic / Fanfiction Close As Strangers - I feel like we're as close as strangers (Capítulo Único)


Flashback on

07 de fevereiro de 2003

—Oi, meu nome é Ashton. Qual o seu nome?— eu disse para a novata do Colégio.
—Moon!— me respondeu a garota de cabelos alaranjados 
—que nome legal, Moon...— eu lembro-me de dizer isso a ela e era realmente um nome legal. 
—é... — a ruiva respondeu tímida
—porque seu nome é Moon, Moon?— eu perguntava, curioso.
—meu pai é astrofisico e ele decidiu que eu deveria ter o nome de um satélite natural. 
—Você é bem inteligente para uma garotinha de cinco anos.
—mas, você também tem cinco anos.
— errado. Eu tenho 6 anos! E mesmo assim, nao sou tão esperto quanto você.
— obrigada, eu acho 
— de nada Moon.
—voce gostou tanto assim de dizer o meu nome Ashton?
—eu realmente adorei o seu nome Moon!
—Voce não é daqui não é mesmo?
—como sabe?
—é que eu sou um fauno muito inteligente e velho que sabe de tudo—ela riu tímida, o riso dela ainda é o meu som favorito. Mesmo depois de todos os anos.—É  brincadeira! É que seu sotaque é diferente
—eu vim do Canada
—como é no canada?
—é mais frio do que aqui com certeza— ela falou rindo —Ash... quer dizer Ashton, quem são aqueles e porque estao nos observando?
—tudo bem, pode me chamar de Ash... e aquele são meus amigos.

flashback off 

E assim nasceu uma grande amizade, meses depois estávamos jurando nunca sairmos um de perto do outro. Nunca iriamos abandonar um ao outro. Mal sabia eu, que em poucos meses depois dessas juras e promessas eu teria um inferno pessoal dentro de casa. 

Flashback On

—Ash, promete que nunca vamos abandonar um ao outro? 
Eu hesitei em responder, eu iria embora naquela noite e nao saberia quando estaria de volta —eu... eu prometo Moon. 

flashback off 

Nesse mesmo dia, eu fui obrigado à me mudar para Tóquio. Eu fui para o outro lado do mundo, e o pior, com o meu pai, tendo apenas seis anos de idade. Tóquio fora uma das piores épocas da minha vida. Eu queria voltar para a minha casa, queria voltar para a minha mãe, queria voltar para os meus amigos, queria voltar para a Moon. Eu queria tudo de volta, e foi exatamente o que eu pedi ao meu pai, depois de ter aguentado quatro anos naquele estado deplorável de vida, vendo meu pai entrando em casa cada dia com uma mulher diferente enquanto minha mãe estava em um continente distante esperando com que pai e filho voltem para casa com noticias boas, dizendo que conseguiram ampliar a empresa gigantesca.

flashback on

—pai... será que eu posso voltar para a Austrália sozinho? 
—mas é claro que não seu insolente!— ele disse perto de mim o que me permitiu sentir o cheiro de bebida vindo dele.
—por favor.— eu supliquei— apenas alguns meses para que eu possa matar as saudades que tenho da minha mãe.
—então o bebezinho senti falta da mamãe?— ele disse perto e eu virei o rosto para poder fugir do cheiro da bebida que ele exalava.—olhe para mim Irwin.— eu o nao olhei, ele pegou o meu rosto e como consequência deu um tapa no local. Mas não ficou apenas ai, ele havia me batido como nunca antes. 

Flashback off 

Bem, meu pai nunca foi o melhor exemplo de pai Ai é o mundo já viu, ele me dava medo, mas minha mãe ainda o amava e eu nao podia fazer nada enquanto à isso. 
Depois dele ter me 
espancado eu resolvi fugir, sim, eu voltaria para Sidney, eu nao estava me importando com o fato de ter apenas dez anos. Eu havia colocado na minha cabeça que eu nao voltaria para aquela casa no Japão. 

Horas depois, após muitas e muitas discussões desnecessária e informações demais para pessoas desconhecidas consegui embarcar num avião para Melbourne, que não era nem um pouco perto de casa, mas era o que tinha e nas circunstâncias que eu estava fora melhor escolha.
Essa coisa de fuso-horário sempre foi muito mal compreendida por mim, eu havia saído de Tóquio às dez e trinta da noite e chegado em Melbourne às oito e quarenta da manha, e eu sentia que tinha passado mais de doze horas sentado naquela poltrona numa posição desconfortável.

14 de abril de 2007 

Eu já estava casa à um mês. E estava tudo bem, eu tinha voltado para a mesma escola, e continuava falando com as mesmas pessoas como se nada tivesse acontecido. O que foi completamente aceitável já que eu queria esquecer tudo relacionado ao Japão e os anos obscuros que eu enfrentei por lá. Minha amizade com os garotos continuou a mesma, minha amizade com Moon também. 

flashback on 

—Ash? — disse à garotinha ruiva com a voz doce que eu bem conhecia e me lembrava. Estava na rua de casa, quase chegando em meu destino e a ouvi. 
—sou eu mesmo, Moon!
—Você... você voltou Ashton, de onde quer que você estava você voltou— ela pausou por um instante e me abraçou. Algumas pessoas que passavam por ali naquele horário pararam para observar as duas criancinhas de dez anos se abraçando no meio da rua pouco movimentada. 
— sim Moon, eu voltei. E espero não ir embora tão cedo. — eu disse soltando o abraço.— mas agora, eu preciso ir para casa e ver a minha mãe! 
— tudo bem— ela disse acenando enquanto eu me afastava olhando para trás— Hey, vá a casa do Calum mais tarde, vamos assistir desenhos e a tia Joy vai fazer bolo. 
—Você continuou falando com eles— eu disse rindo... — eu vou tentar ir Moon!— eu disse e ela sorriu 
—Certas coisas nunca mudam não é mesmo Ashton!— ela gritou colocando as mãos na frente na boca numa tentativa de gritar mais alto. 
Eu me permiti gargalhar alto — com certeza Moon! Com certeza. — terminei a frase já com a mão na maçaneta da casa simples e aconchegante que eu tanto sentia falta. 

Assim que entrei em casa o cheiro de cookies e baunilha se instalou em minhas narinas, finalmente, eu podia dizer que estava em casa.
—Mamãe?— eu gritava pela casa 
—ai meu Deus. É você mesmo Ashton, querido? — a moça de meia idade vinha caminhando até mim com uma das mãos tampando a boca sem acreditar no que estava vendo. 
—sim mãe, sou eu...— digo a abraçando e chorando em seus braços macios 

flashback off

19 de setembro de 2011 

Os últimos quatro anos nao foram bons. Minha mãe descobriu que o meu... pai, se é que eu devo chamar ele disso, a traía com as prostitutas japonesas enquanto ela estava aqui na Austrália. Ela não aguentou a depressão que a atingiu como um tiro, literalmente, pois eu a entrei morta no mês passado quando voltava da escola. 
As únicas coisas que eu pensava era como eu, um garoto de quatorze anos vou cuidar de duas crianças? Como eu vou cuidar de Lauren e Harry? Eu nao tenho estrutura para isso! 

Flashback on 

—Moon, como eu vou sustenta-los?— eu disse me referindo aos meus dois irmãos mais novos.
—Você precisa ligar para ele Ashton. Eu sei que você o odeia, mas não tem nada além disso que você possa fazer— a ruiva disse. Nós estávamos na sorveteria de sempre. 
—Mas... ele vai fazer com que eu fique lá com ele... eu nao posso voltar para aquele lugar, eu nao vou voltar Moon, é tortura, seria o mesmo que suicídio!— eu dizia enquanto manipula as mãos e puxava meus cabelos.
—Ash, você vai conseguir você sempre consegue.—ela disse sorrindo sincera o que fez com que eu abrisse um sorriso também.

flashback off 

Naquele dia eu liguei para aquele homem que se dizia meu pai, expliquei a historia à ele, gritei com ele, disse que se ela foi para um lugar melhor foi por culpa dele, mais de ninguém além dele. Afinal ele que traía ela com outras mulheres. 
Ele disse que apesar de tudo que eu disse, ele não se sentia no mínimo culpado pela ida de minha mãe, ele cuspiu as palavras que me atormentam até hoje "se ela fez o que fez foi porque Ela quis. Aprenda a conviver com o fato de que eu não tive nada a ver com a morte dela ". Eu ia responder que sim, ele teve culpa, afinal de contas ele começou com essa maldita historia de traição mas antes que eu pudesse no mínimo respirar para dar-lhe uma resposta ele desligou e mandou em mensagem de texto que mandaria as passagens para mim e meus irmãos na próxima semana.
Nos meus últimos dias em Sidney -ao menos por enquanto, eu ainda daria um jeito de voltar pra minha casa - eu passei o máximo de tempo com as pessoas importantes, resumindo: Moon, Luke, Michael e Calum. Com eles eu esquecia, pelo menos por algumas horas que eu ia voltar para o inferno. 
No meu último dia, eu acordei disposto a fazer algo, então eu levantei, vesti algo que encontrei pelo quarto vazio. 

flashback on 

"me encontra no parque perto da sua casa!" XxAshTinsdaley (é o Irwin que você ama mesmo!)

Minutos depois o aparelho celular -que mal tem comparação com os que temos hoje em dia- faz um barulinho agudo e que se nao fosse da mensagem dela chegando seria irritante.

"se eu disser que não, você vai me obrigar à ir de qualquer jeito :v" XxMoonz

Não perdi tempo, e logo respondi 

"ainda bem que sabe, honey. :)" XxAsh

E novamente o único barulho naquela casa quebrada foi o da notificação do aparelho eletrônico 

"À que horas nos encontramos Senhor que tem crateras lunares nas bochechas?" XxMoonz

"Às onze horas em ponto MoonLight! Não se atrase. P.s.: são covinhas e nao "crateras lunares" e você própria já disse que ama minhas covinhas :3" XxAsh

"okay, okay, vou estar lá na hora!" XxMoonLight;)

Ri do jeito que ela assinou na ultima mensagem usando o apelido que eu lhe dei à algum tempo atrás e logo fui encontra-la.

-x-

—já estava achando que você não vinha— disse abraçando minha melhor amiga
—Você acha que depois de todos esses anos te aturando eu ainda vou faltar um dia?
—é claro que não, você me ama MoonLight!— disse dando uma risada convencida. 
Um silêncio se instalou e nenhum dos dois ousou quebra-lo, então assim foram os próximos minutos, andando no parque conhecido sem dizer uma palavra sequer. Até que sinto algo na minha mão, senti a mão dela entrelaçando os nossos dedos.
—Ash?
Eu fiz um som som parecido com alguma coisa pré-histórica—hum?
—hoje que você vai embora? 
—sim—abaixei a minha cabeça e fiquei chutando as pedrinhas que apareciam no caminho.
—vou sentir sua falta—ela disse em um fio de voz como se eu não pudesse ouvir as tais palavras ditas.
—eu também vou, pequena!— eu disse, finalmente parando de andar. 
A olhei por alguns segundos, segurei seu queixo e levantei para que seus olhos castanhos encontrassem com os meus, passei os polegares pelas suas bochechas para secar os resquícios de lagrimas que teimavam em cair. Eu não faço à mínima ideia, de onde tirei tanta coragem para fazer o que eu fiz. Eu à beijei. Sim à beijei, na hora automaticamente as mãos dela foram para o meu cabelo e a minhas em sua cintura, eu nunca havia beijado uma garota antes, mas estava ali colocando todos os meus sentimentos naquele momento. E ela correspondeu, com todos os sentimentos misturados junto com os meus. Não sei como explicar mas foi doce, bom, confuso completamente desorganizado e nada sincronizado mas ainda assim foi uma boa experiência. Exceto por nao saber com que cara olhar para Moon depois de ter feito isso.
—me... me desculpe— disse-lhe depois de um tempo a olhando nos olhos. 
—n-não foi neda— ela respondeu corada e gaguejando
—nós vamos falar sobre isso? 
—Você quer falar sobre isso? 
—não sei, e você? 
—também não sei.
E novamente o silêncio se instalou até começar a ventar e o tempo mudar completamente e instantaneamente.
—Ash, vamos embora?— Moon pediu-me enquanto caminhávamos juntos, abraçados. 
—Uhum. 

flashback off 

E eu fui embora. Dessa vez não foi sem explicação e muito menos repentino, o que fez tudo ficar mais doloroso, todos no terminal rodoviário, abraçados, sem dizer nada, apenas pedindo mentalmente para que tudo ficasse bem. Meus irmãos mais novos observando tudo sem ao menos, entender nada. Quando chegou a hora, tivemos que nos despedir e as lagrimas que tanto foram seguradas, agora nao paravam de cair. 
Até que chegando ao Japão, eu aguentei bem, o monstro nao batia em mim e muito menos nos meus irmaos, mas nao deixava de nos ameaçar. EU digo, aguentei bem, a primeira semana foi uma tortura, eu fiquei quatro anos longe do pais que mais me fez mal. Assim veio a segunda, a terceira, a quarta, a quinta semana, e a sexta semana onde eu achei que as coisas iam começar a melhorar, eu recebi uma carta, eu nao sabia que ainda mandavam cartas. Mas a confusão se esvaiu por completa quando vi que a carta era de Moon. 

Six weeks since I've been away 
Now you’re saying everything has changed
(Seis semanas desde que eu fui embora
Agora você está dizendo que tudo mudou)

"20 de outubro de 2011

eu vou ignorar toda a coisa da saudação. 
Por Zeus, Ashton como estou sentindo sua falta. Fazem umas quatro semanas que você foi embora e já esta tudo tão diferente. Quando esta carta chegar ao Japão, vão fazer no mínimo seis semanas que você se foi, as coisas mudaram. Você se foi, Calum levou a serio a historia do futebol e foi passar uma temporada no Brasil, Michael e Luke não se falam a duas semanas. Já era de se esperar, eles nunca se gostaram você era a corrente que unia aqueles dois. 

Bem, você não deve nem imaginar o porquê de eu ter decidido escrever uma carta, já que é algo tão primitivo. Mas eu pensei comigo mesma, seu pai mal deve deixar você ao menos olhar as horas no aparelho celular quem dirá conversar com alguém que esta a Milhas de distância, nesse caso, literalmente, do outro lado do planeta terra.

Eu sinto sua falta! Sinto muito. Essa distancia vai acabar me matando. Eu, Ashton, eu andei lembrando do nosso primeiro beijo, foi tão confuso (me imagine rindo, porque eu estou rindo!) e eu acho que o que eu estou pensando em escrever agora é algo ruim, mas eu acho que estou gostando de você, Ash. Eu sei, eu sei, é loucura! Desde o dia que você me beijou eu penso em você mais do que o normal, mas agora já é tarde demais e você esta longe demais e eu mal sei dizer de você vai voltar para a Austrália algum dia. 
Eu espero que algum dia, você volte. E nós vamos ser felizes e ter uma vida "normal" - ao menos tentar- para todo o sempre (deuses, eu pareci uma garotinha de onze anos que acredita em contos de fadas falando/escrevendo isso). 

enfim, eu espero que esta carta chegue até você, vou colocá-la hoje mesma no correio, e vou esperar a sua resposta.

XxMoonlight (pelos deuses eu não sabia que sentia tanta falta de assinar as coisas com o SEU pseudônimo)"

E então eu terminei de ler a carta, com letra que nao era de uma garota de quatorze anos super caprichosa. Era a letra da minha Moon. Re-li a carta novamente, prestando atenção aos detalhes, ela dizendo suas atuais expressões literárias favoritas, ela disse que senti a minha falta, e ainda assinou com o apelido que eu lhe dei à alguns anos- assim como fez em uma das nossas ultimas mensagens de texto trocadas-.  
Não perdi mais tempo e logo fui escrever a carta resposta, que eu logo coloque o nos correios e semanas depois chegou em Sidney.
Continuamos nos respondendo através das cartas. Foram dois, três, cinco meses. E depois o sexto mes.

Six months since I went away
And I know everything has changed
(Seis meses desde que eu fui embora
E eu sei que tudo mudou)

E meu pai nunca mais me deixou responder uma carta sua sequer. Eu simplesmente nao sei o que ele tem comigo. É um ódio mortal inexplicável. 
Desta vez eu enviei a ultima carta, pedindo desculpas e dizendo que um dia eu ainda vou voltar a vê-la. 

" A gente nunca começa com as saudações. 

Como você está? Moon, as coisas aqui estão mais complicadas do que nunca. Temo que essa seja a ultima carta que eu te escrevo. 

eu queria poder te ligar, nossa fazem meses que eu não ouço a sua voz, não ouço a sua risada. 
eu acho que mesmo se nós conseguíssemos nos falar seria complicado por causa do fuso-horário. Mas, enfim. Vamos falar de coisas boas. Uma pena eu nao ter nada bom para te dizer.

Late night calls and another text
Is this as good as we're get?
Another timezone taking me away from you
Living dreams in fluorescent lights
(Chamadas tarde da noite e uma outra mensagem
É este o melhor que conseguimos?
Outra fuso horário me levando para longe de você
Vivendo os sonhos em lâmpadas fluorescentes)

Bom, na próxima carta sua. Não espere pela minha resposta, e não leve para o lado pessoal, eu só nao posso continuar fazendo isso.
eu sinto muito. 

até algum dia, Moon. XxAsh"

-x-

Como eu previa, Moon respondeu pela carta assim que possível, foi engraçado e emocionante ao mesmo tempo. Uma pena eu nunca poder dizer isso à ela. 

25 de março de 2015 

Quatro anos se passaram desde que eu fui para o Japão, três anos e seis meses que eu nao tinha contato com Moon, na verdade eu nao estava tendo mais contato com ninguém. Eu me fechei para o mundo, a única coisa que ainda me fazia aturar toda a situação ele tirou de mim. 
E agora eu estou pensando em fugir novamente, sim eu abandonaria os meus irmãos mas ele nao faz com eles o que fazia comigo. 

Daquela noite não passava, como nos últimos meses eu andei pesquisando sobre como ser emancipado pelos pais eu resolvo finalmente colocar a ideia em prática. Arrumei todas as minhas coisas e depois do final de semana que passei em casa fui até a advocacia mais próxima. Me informei de tudo que precisa e respondi o porque de estar querendo a. minha própria guarda, eu mostrei os ematomas e eles entenderam prontamente eu apenas exigi uma coisa: que nao o aprisionassem em uma cela escura, afinal ele ainda tinha que cuidar dos meus irmãos, Lauren e Harry ir para algum orfanato japonês definitivamente nao esta nos meus planos.
Depois de horas de burocracia e eles me afirmando que meu pai saberia da tal emancipação peguei o próximo trem bala ate o aeroporto e logo depois o primeiro vôo para Sidney.
Horas dentro de um avião, com medo e agoniado mas orgulhoso e independente. Um flashback me veio a mente, à sete anos atrás eu estava fazendo a mesma coisa mas daquela vez eu tinha a minha mãe que me acolheu quando eu cheguei. Agora eu nao tenho ela, não fisicamente. Mas ainda assim é melhor do que ficar num lugar onde eu nao me sinto bem.

Horas depois, o que se pareceu com dias, eu estava pisando em solos australianos. Finalmente em casa. 
Depois de toda a fila que enfrentei para pegar as malas, embarquei no primeiro taxi e pedi para que me levasse para casa. E assim o motorista fez prontamente. 
Um tempo depois eu já estava na vizinhança calma e conhecida. 
A casa que eu vivi dura te parte da minha infância estava com a tinha descascando, o jardim estava completamente empestiado mas mesmo assim eu agradeço pelo meu ... pai... nunca ter colocado a casa a venda, eu não saberia o que fazer se ele tivesse feito tal coisa. 
Depois de entrar na casa eu fiquei analisando cada coisa, estava tudo em seu devido lugar é a casa estava cheirando a velhice e gengibre fervido o que me fez soltar uma breve risada por perceber que não tinha nada podre ou morto dentro do local. 

-x-

Dias depois de ter chego na Austrália eu recebi a ligação dos advogados dizendo-me que meu pai ter a de me pagar o suficiente parar poder sobreviver, eu agradeci pelo aviso e logo fui até o banco mais próximos retirar o primeiro dinheiro da conta bancária e depois ao mercado para assim comprar os suprimentos, passar quase cinco dias se alimentando de água, barras de cereais, salgadinhos e alguns chocolates nao foi a melhor opção. 
Não pensei que ir até mercado seria uma ideia tão boa, ou tão ruim, bem, depende do ponto de vista. Ela estava lá, e eu quase não a reconheci. Estavam os tão perto, porem, tão longe, eu poderia ter corrido, poderia tê-la alcançado, poderia tocar seu ombro e dizer "wow, como eu senti sua falta! Quanto tempo, como você está?" Mas não o fiz, simplesmente não corri, não fui atrás fiquei parado a observando e quando nosso olhares finalmente se cruzaram ela semi-cerrou os olhos como se estivemos reconhecendo algum rosto, depois os arregalou e depois abaixou o olhar e seguiu seu caminho, sozinha, e com as compras em mãos.

Telling you I haven't seen your face in ages
I feel like we're as close as strangers
Won’t give up, even though it hurts so much

(Dizendo-lhe eu não vejo o seu rosto há anos
Eu sinto que estamos tão próximos quanto estranhos
Não vou desistir, mesmo que isso doa muito)

-x- 

Mais dias se passaram, e eu reencontrei um dos caras. 
Michael esbarrou comigo numa noite esses dias, depois de tanto tempo é a única coisa que mudou nele foi o cabelo que agora esta num tom azul vibrante. Apesar de dizer-me que ele estava bem e perguntar-me se eu estava bem, ele não ficou muito tempo ali pois disse precisar ir na casa do namorado. Eu fiquei extasiado por alguns segundos com a palavra "namorado" mas ao longe pude ouvir sua voz dizendo que poderíamos nos encontrar num dia desses e depois me entregando um papel que ele havia acabado de escrever seu numero de telefone, quando a palavra namorado foi finalmente processada no meu cérebro eu peguei o papel e pude vê-lo saindo correndo quase tropeçando no próprio pé de um jeito, bom, de um jeito bem Michael.
Assim como ele, segui o meu curto caminho até avistar o jardim de casa.

Como havia tempo que eu não caminhava pela praia pela manha, ou tarde, ou noite, bem não haviam muitas praias por perto no Japão, não como aqui em Sidney. Eu acordei, peguei as black skinny jeans, uma das camisetas que estavam espalhadas pelo armário, os Converse All Stars pretos e um chapéu que eu comprei no aeroporto por tê-lo achado estiloso.
E sai assim, sem mesmo antes tomar o café-da-manhã. 
Já na praia caminhando, com os fones do Ipod nos ouvidos com alguma banda de rock no ultimo volume.

Foi tudo muito rápido, quando eu menos esperei já estava no chão e não enxergando muito bem por causa do sol.
—m-me desculpe— eu ouvi alguém falando, demorei um pouco ate reconhecer a voz
—não se preocupe, não foi nada— disse me levantando da areia.

Ela então olhou nos meus olhos sem graça e eu a olhei do mesmo, estava tão diferente
—oi Ashton— ela disse com um sorriso mínimo nos lábios
—oi Moon!— a minha vontade naquela hora era abraça-la o mais forte que eu conseguiria, mas não o fiz.
E o silencio longo, e desconfortável se instalou e quando ela fez menção de sair dali eu resolvi tomar vergonha na cara e honrar as minhas cuecas puxando-a antes que ela se afastasse para longe de mais.
—eu...senti tanto a sua falta , nem sei como consegui focar quase um mês no mesmo bairro que você e não ir atrás de ti no primeiro momento— eu finalmente, disse sinceramente tudo o que precisava 
—eu também senti sua falta. As coisas mudaram tanto Ashton, você nem faz ideia do quanto mudaram.— e de fato mudaram, Moon esta com cabelos mais avermelhados do que realmente eram, esta maior mas ainda pequena demais para o que consideram uma altura normal para adolescentes de dezessete anos.

O ser o humano gosta de complicar as coisas, gosta de complicar tudo o que pela frente. As vezes eu imagino como teria sido se eu permanecesse aqui, eu teria visto-a crescer, junto comigo, assim o que eu sinto hoje poderia não ser só uma paixão, bom talvez não seja só uma paixão, e olha só eu complicando as coisas novamente. 
Vamos imaginar que estamos numa brisa, mas que teimamos em dizer que é uma ventania e nao a quem nos faça pensar o contrário. Eu vou dizer novamente e disso eu tenho absoluta certeza e acho ate que sou a prova viva: o ser humano gosta de complicar as coisas, é só uma brisa, quem sabe ela bagunce teu cabelo, quem sabe te acaricie o rosto, quem sabe, quem sabe… eu pare de enrolar e dar nós nas coisas e me declarar logo para ela.

Mas quando me virei ela não estava mais la, deve ter se cansado de olhar para mim tendo um monólogo com a minha mente. Droga!

Is this as good as we're get?

-x-

Nos últimos dias eu descobri que devo me arriscar. Eu também descobri que o que eu sinto pela Moon é recíproco e não uma paixãozinha besta de criança.

Me encontre no mesmo parque de sempre.

Now you’re saying everything has changed
And I’m afraid that I might be losing you

(Agora você está dizendo que tudo mudou
E eu tenho medo de que eu possa estar perdendo você)

XxAsh

Foi o que eu escrevi no bilhete e joguei pela janela do quarto dela. 

Ela abriu, leu, um mínimo sorriso brotou em seus lábios e assim que à vi descendo do quarto eu fui até o parque. 

O que eu estou fazendo é loucura! Quem faz isso? Quem sairia a meia noite de casa para ir num parque encontrar alguém? Aparentemente eu sou o maluco que faz isso e Moon também por ter aceitado.

A minha mente esta gritando, ficaremos tão perto como estranhos novamente. Perto como estranhos 

I feel like we're as close as strangers 

E enfim, cheguei e ela chegou, ofegantes os dois  por termos corrido um pouco.

Eu não pensei muito, não iria ficar discutindo com a minha mente ate perceber que estou perdendo-a de vista de novo.

Cheguei perto o suficiente para encarar seus olhos castanhos. Perto o suficiente para fazê-la ficar nas pontas dos dedos dos pés. Perto o suficiente para sentir sua respiração se misturando com a minha. Perto o suficiente para fazer o que eu fiz anos atrás e sinto falta todos os dias. Perto o suficiente para não nos sentirmos mais como estranhos

Fim


Notas Finais


Espero que tenham gostado <3
me falem o que acharam nos comentários
Xx


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