P.O.V Emily
Há quatro anos atrás parti de Rosewood, uma cidade pacata na Pensilvânia, para poder começar uma nova fase da minha vida, já que havia ganhado a oportunidade de ser técnica da equipe de natação de Stanford.
Desde então, nunca mais voltei a cidade, e só sei das coisas por lá, quando minha mãe conta. Sei que após tudo o que acontece lá, A.D, e essas coisas, eu deveria ter ficado, porém me deram tanto apoio, que decidi partir. Assim que cheguei, comecei a morar de aluguel e há dois anos, reencontrei Samara, uma ex namorada minha do colegial. Voltamos a nos envolver e agora estamos namorando, novamente, afinal, qual seria o problema disso?
Hoje eu estou voltando para Rosewood, para passar as férias de verão, já que estou morrendo de saudades de minha mãe e de Alison. Alison! Depois de tantos e tantos anos, porque você ainda é a única em meu coração?
Afasto esses pensamentos, enquanto estaciono na frente da minha antiga casa em Rosewood. Saio do carro e respiro fundo, expirando aquele ar puro, que só em cidadezinhas é encontrado. Adentro minha casa, sentido toda uma nostalgia, e uma sensação de alegria de estar de volta. Dou uma olhada na sala e vejo alguns porta-retratos da minha mãe com uma menininha e da menininha sozinha, a parte engraçada é: A menina é clone meu, quando criança. Será que minha mãe sentiu tanta a minha falta a ponto de ir atrás de uma criança igualzinha à mim? Rio com meus pensamentos e entro na cozinha, vendo minha mãe ficar estática na minha frente.
- Não vou ganhar nem um abraço da minha mãe? — Pergunto e abro os braços, ela logo vem e me aperta em um forte abraço, demonstrando toda a saudade.
- Emily! — Folgo o abraço e ela passa a mão pelo meu rosto. - Por que não avisou que vinha?
- Porque eu queria fazer uma surpresa pra você! — Puxo uma cadeira e me sento. - Aliás, quem é aquela garotinha super parecida comigo, nas fotos na sala?
- Ah… ela é… uma menininha que vi brincando na rua um dia e como ela é muito parecida com você, puxei papo com a mãe dela e viramos amigas... — Não que eu tenha engolido essa história, porém não questionei mais, apenas assenti com a cabeça e comecei a ajudá-lá a fazer o almoço.
XX
Após o almoço, sigo para meu quarto e encontro ele do mesmo jeito que deixei da última vez que estive em Rosewood, há 6 anos. Me sento na cama e pego meu Ipad, entrando no Skype e ligando para a Samara, que logo me atende.
- Ei, linda! Estava esperando você me ligar, como foi a viagem?
- Foi boa.
- E Rosewood?
- A mesma… — Sorrio.
- Eu sei que nós nos vimos ontem, mas já estou com saudades, não vai ser fácil passar dois meses longe de você!
- Também estou com saudades, Sam, estou tão acostumada e te ver todos os dias!
- Eu sei… — Ela morde o lábio e sinto ela tomar coragem para perguntar algo. - Você já viu a Alison? — Agora sim está explicando!
- Ainda não, acho que mais tarde vou na casa dela.
- Ah sim… linda, tenho que desligar, até mais!
- Até Sam! — Bloqueio a tela do Ipad e me levanto da cama. Pego minha carteira e desço as escadas, me despedindo da minha mãe e avisando que vou na sorveteria.
Entro na sorveteria e vou até o balcão, olho as opções e quando vou pedir sinto alguém me cutucando. Quando olho pra baixo vejo a mesma menina da foto com minha mãe.
- Você pode me levantar pra eu ver os sabores? — Assinto e coloco ela sentada no balcão, de frente pra mim.
- Agora você me diz uma coisa princesa, você conhece a Pam Fields?
- É a minha vovó! Eu também te conheço… ela e minha mamãe tem várias fotos suas em casa! — Arregalo os olhos com o que ela diz.
- Como assim, sua vó? Quem é sua mãe? — Se tem uma coisa que eu não estou entendendo, essa coisa é essa conversa com essa menininha.
- Minha vó ué, e minha mamãe é a… olha, ela está vindo aqui agora! — Antes de eu me virar escuto uma voz bem conhecida para os meus ouvidos.
- Brooke Fields Dilaurentis, o que eu já te disse sobre falar com estranhos?
Alison. Aquela era Alison falando com a pequena à minha frente. Como assim Fields Dilaurentis? É, eu com toda certeza não estou entendendo mais nada. Me viro para Alison e vejo ela arregalar os olhos pra mim.
- Mamãe, ela não é estranha, ela é a moça que eu vivo perguntando pra você e pra vovó quem é e vocês nunca me respondem! — Ela coloca os bracinhos na cintura e eu sorrio cínica para Alison.
- É, mamãe, ela só quer saber quem sou eu, e eu, quem é ela! — Alison vem até nós e Brooke começa a olhar as opções. Alison se aproxima mais de mim e eu susurro em seu ouvido. - Você pode me explicar o porquê da Brooke se meu clone quando criança, chamar minha mãe de vó, você de mãe , ter meu sobrenome e eu não saber quem é ela e vice-versa? Eu por acaso engravidei, tive ela e não tô sabendo!?
- Nós precisamos conversar… — Brooke interrompe Alison, avisando que quer um sorvete de flocos, o mesmo que eu já pedir. Peço o meu e o dela, e assim que pegamos saímos da sorveteria. Arrasto as duas até minha casa, afinal eu preciso de respostas, e as teria agora.
- Moça, eu ainda não sei seu nome. — Brooke balança minha mão e eu a pego no colo, sorrindo.
- Meu nome é Emily, princesa. Quantos anos você tem? — Ela coloca o braço em volta do meu pescoço e faz uma cara de quem está pensando. - Eu tenho três, mas eu vou fazer quatro semana que vem! Mamãe, a tia Emily pode ir no meu aniversário?
- Claro. — Alison responde e limpa boca de Brooke, que está toda suja de sorvete.
- Por que estamos na casa da vovó? — Pergunta assim que paramos em frente à minha casa.
- Porque aqui também é a casa da tia Emily e ela quer conversar com a mamãe, filha.
- Ata. — Ela desce do meu colo e nós entramos na casa.
P.O.V Alison
Assim que vi que quem estava com a Brooke na sorveteria era Emily eu soube que teria que contar tudo à ela. Eu sei, não é justo da minha parte esconder esse tipo de coisa de Emily, porém ela na época estava tão animada com o novo emprego que eu decidi não interferir. Assim que entramos na casa, Pam nos viu e me olhou com um olhar de "Ela já sabe?", balanço minha cabeça negativamente e deixo a Brooke com a Pam, indo em direção ao quarto de Emily, junto com ela. Entro no quarto e respiro fundo, tomando coragem pra dizer tudo o que preciso.
- Então? Será que você pode me explicar porque as únicas diferenças entre mim e Brooke serem a cor de pele e do cabelo? — Ela coloca a mão na cintura e eu dou um passo à frente.
- Primeiro, eu quero que você saiba que não me orgulho de ter feito isso, e que sinto muito. — Ela assente e eu começo a falar. - Há quatro anos, quando ainda éramos chantageadas por A.D, eu fui para o Welby, disso você sabe. Lá, Archer me deu muitos medicamentos e na maioria das vezes, eu não sabia o que estava acontecendo em minha volta, ou estava desarcodada. Numa dessas vezes, Archer colocou os seus óvulos já fecundados em mim, e eu fiquei grávida. Eu descobri um dia antes de sua viagem e decidi não te contar, pois não quis estragar seu sonho.Enfim, Brooke é sua filha.
P.O.V Emily
Assim que ela começou a contar eu já havia entendido tudo. Me sento em minha cama e começo a chorar, sinto Alison me abraçar e me afasta na mesma hora.
- Você não tinha direito de esconder ela de mim! — Ela tenta se aproximar de novo e meu me afasto.
- Em, eu sinto muito por ter feito isso, eu ia te contar, eu juro, mas descobri que você estava namorando e eu não quis fazer mais um estrago na sua vida!
- O que é um namoro perto de uma filha, Alison? Eu escolheria mil vezes a Brooke do que qualquer namorada! Mais claro, você como sempre decidiu por mim e me escondeu ela! E o pior de tudo, minha mãe ainda te apoiou! — Passo as mãos no cabelo. - Eu quero que a Brooke passe a noite aqui, e eu tenho certeza que você não irá intervir! — Ela assente com a cabeça e sai do quarto, avisando que vai em casa buscar as coisas da Brooke. Saio do quarto e vou até a sala, onde vejo a minha mãe, brincando com a Brooke, no sofá. Me sento ao lado dela e puxo a Brooke pro meu colo.
- Você sabe onde minha mamãe foi? — Ela aperta minhas bochechas me fazendo sorrir automaticamente.
- Ela foi lá na sua casa buscar suas coisas, porque hoje você vai dormir aqui comigo!
- Sério? — Ela coloca as mãozinhas no rosto.
- E eu tenho uma novidade para você, eu sou sua mamãe também, então agora você tem duas mamães!
- Duas assim, ó? — Ela faz um três com os dedos e eu tiro um, mostrando como faz o dois pra ela. - Lá na minha escolinha, todo mundo tem mamãe e papai, agora eu tenho duas mamães, eu vou contar pra todo mundo! — Ela se vira pra minha mãe. - Ouviu vovó? Agora eu tenho duas mamães! — Dou um beijo em sua bochecha e começo a brincar com ela e minha mãe.
P.O.V Alison
Termino de arrumar as coisas da Brooke e entro no carro, indo até a casa de Emily. Fico feliz de saber que ela quer ter um laço com a Brooke, porém me preocupo pois sei que ela só está de passagem por Rosewood, e sei o quanto a Brooke se apega nas pessoas. Não vou negar, eu ainda amo a Emily, não é atoa que não me envolvi com ninguém durante esses anos e me dediquei exclusivamente à Brooke. Ela está ainda mais linda do que quando foi embora, e eu só espero que antes dela partir, ela possa me perdoar, pois eu nunca irei me perdoar de machucar tanto a Emily, quanto eu machuquei. Chego na casa dos Fields e saio do carro, junto com a malinha da Brooke. Entro e vejo ela é Emily assistindo Caillou. Coloco a malinha numa cadeira e me sento ao lado delas.
- Onde está Pam? — Pergunto e vejo Emily me olhar.
- Ela disse que ia sair com as amigas e que iria dormir na casa da Karen. — Ela da de ombros e a Brooke começa a rir. - Qual é a graça, princesa?
- A vovó saiu com o namorado dela, mais ela disse pra não te contar! — Ela percebe que havia contado e coloca a mão na boca.
- Minha mãe está namorando? Desde quando? — Emily me pergunta surpresa.
- Sim, há uns dois meses!
XX
P.O.V Emily
Já eram 20:00 e a Brooke começou a reclamar de sono. Deitei ela no sofá e Alison avisou que iria fazer a mamadeira dela e que depois iria embora. Me levantei do sofá e fui atrás dela na cozinha, que ficou surpresa quando me viu lá.
- Você pode me ensinar a fazer a mamadeira dela? — Pergunto cautelosa e ela assente e começa a me explicar coisa por coisa, em seguida. Quando pronta, dou a mamadeira a Brooke e ela se despede de Alison com um beijo e um "eu te amo". Vou até o carro com Alison e quando paramos em frente ao mesmo, fica um silêncio constrangedor entre a gente.
- Bom, já vou, até amanhã, Em. — Ela se vira pra abrir a porta e eu a puxo pra um abraço. Ela retribui e afunda o rosto em meu pescoço, chorando um pouco. Folgo o abraço e passo a mão em seu cabelo.
- Me desculpa, eu espero que um dia você possa me perdoar… — Assinto com a cabeça e ela entra no carro. Volto pra casa e tiro a Brooke, que já havia dormido do sofá e deito ela na minha cama. Tomo um banho e coloco um pijama, deitando ao lado da minha pequena.
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