P.O.V Alison
Estou na Mary's Bakery, ajeitando os últimos detalhes dos doces e do bolo da Brooke, e encontro o Josh, um amigo que fiz no mesmo dia em que tive a Brooke. Ele é médico e acabou entrando na sala errada, e o resto vocês já sabem. Há uns meses, eu descobri que ele é apaixonado por mim, e no dia em que eu e a Emily tivemos aquela conversa no banheiro, eu pensei em dar uma chance à ele, afinal ele é lindo, carinhoso, educado e ele ama a Brooke, assim como a Brooke ama ele.
Depois de ajeitar as coisas do aniversário da Brooke, me sentei pra conversar com ele e ele acabou me dando um selinho, o que me deixou levemente sem graça, afinal eu não estou mais acostumada com essas coisas. Nós saímos da doceira e ele me acompanhou até em casa, se despedindo com um beijo na bochecha, e dizendo que iremos nos encontrar amanhã, na festa da Brooke. Adentrei a casa e encontrei a Brooke brincando de montar quebra-cabeça no chão com a Pam. Coloco minhas coisas no sofá e dou um beijo na cabeça da Brooke, e um abraço na Pam, antes de ir pro meu quarto, me jogar na cama e dormir o resto da tarde.
Acordei não sei quanto tempo depois com a Pam me avisando que estava indo embora e que a Emily está lá em baixo, querendo conversar comigo. Me levantei da cama com muito custo, lavei o rosto e escovei os dentes. Desci as escadas e encontrei somente a Emily sentada no sofá, mexendo as mãos.
- Cadê a Brooke? — Digo e me aproximo mais dela, me sentando no sofá ao lado.
- Eu pedi pra ela subir para o quarto, pra poder conversar melhor com você. — Dei de ombros e fiz menção para ela começar a falar.
- Bom... eu quero me desculpar pelo o que eu te disse semana passada…
- Ok, mais alguma coisa? — Ela assente com a cabeça e eu deixo ela continuar.
- Hoje eu fui na Mary's e vi você beijando um cara… quem é ele? — Semicerrei os olhos ao notar seu timbre enciumado.
- É um amigo meu.
- Amigos não se beijam! — Ela retruca na mesma hora e eu arqueio a sobrancelha.
- Tem certeza que não? — Cruzo os meus braços. - Então nós somos o que, Emily? — Ela abriu e fechou a boca várias e várias vezes, e eu estava amando tudo isso. Se tem algo que eu amo, é deixar as pessoas sem palavras, principalmente a Emily.
- O importante é que eu não gostei dele. — Ela soltou e eu ri irônica.
- E por acaso você tem que aprovar algum pretendente meu, Fields?
- Claro que tenho, ele não me parece ser uma boa pessoa para que a Brooke conviva. — Ela cruza os braços e se levanta, encarei aquilo como um desafio e fiz o mesmo.
- Eu não fui na sua casa falar com quem você deve ou não namorar, e a propósito, Josh e Brooke se conhecem desde o dia em que ela nasceu. — Ela trava o maxilar, e novamente, ela está sem palavras. Ela se aproximou mais de mim, deixando poucos centímetros de espaço entre a gente. Eu jurava que ela iria me beijar quando ela aproximou o rosto do meu, porém ela levou sua boca até meu ouvido e susurrou a pior notícia que eu poderia receber: Ela e Samara irão se casar.
P.O.V Emily
Sai da casa de Alison assim que contei pra ela sobre meu noivado. Me pergunto se fiz a escolha certa, afinal, é de um casamento que estamos falando. Eu sei que eu vou ouvir por semanas da minha mãe por ter aceito o pedido, mas isso é só mais um efeito colateral do sim que disse a Samara mais cedo. Estou indo para o hotel onde a Samara está hospedada pois prometi a ela que passaria a noite aqui, para "comemorarmos" nosso noivado, e assim foi feito.
Levantei muito antes dela, às 8:00 e fui embora sem ao menos me despedir, hoje é o primeiro aniversário da minha pequena que passo com ela e quero que seja algo especial. Já que todas as vezes em que eu tentei me comunicar com Alison desde que tivemos aquela conversa ela me ignorou, perguntei a minha mãe os gostos da Brooke, para poder dar o presente perfeito. Creio que consegui fazer isso, só espero que a Alison não me mate, por dar a Brooke um lindo filhotinho de Shitzu fêmea. Peguei o lindo filhote no colo e coloquei no banco do passageiro, depois coloquei sua caminha, ração, coleira e uns brinquedos no banco de trás. Fui dirigindo até as Dilaurentis imaginando a reação da Brooke e principalmente a da Alison, que espero que não seja negativa. Estaciono e saio do carro somente com a cachorrinha nos braços, toco a campainha e assim que a Alison atende, seus olhos pousam no belo filhote em minhas mãos.
- Isto significa o que eu acho que significa? — Ela diz me encarando com certa seriedade.
- Depende, se você acha que isso significa que eu vou dar esta linda princesinha pra nossa princesa, então sim, você está achando certo. — Sorrio fraco e ela logo substitui sua feição séria pra um lindo sorriso, que ilumina o dia de qualquer um. Meu Deus, ainda bem que a Samara não pode ler mentes, se não eu estaria completamente ferrada.
- Eu já amei, e tenho certeza que nossa princesa vai amar. — Ela me da espaço e eu entro. Nós duas vamos direto para o quarto da Brooke, que ainda está dormindo. Caminho até a cama dela e coloco a filhotinha na cama, volto pro lado da Alison e ficamos observando a cachorrinha começar a cheirar e lamber a Brooke. Ela começa a passar a mão no rosto e devagarinho, vai abrindo os olhos. Assim que ela vê a cachorrinha, ela se senta assustada e olha pra mim e pra Alison.
– Você gostou, princesa? — Pergunto e ela me olha parecendo não acreditar.
– É meu, mamães?
– Claro que é filha. — A Alison responde e no mesmo segundo a Brooke se agarra na cachorrinha e começa a enche-lá se carinhos, assim como a cachorrinha, que faz isso do próprio jeito. – Qual nome você quer dar a ela, filha?
– Lola.
– Ok, Alison, me ajuda a pegar as coisas da Lola no meu carro? — Olho para Alison que assente e avisa a Brooke que nós já estavamos voltando. Andamos até o carro em silêncio e eu volto a me sentir culpada, por ontem também.
– Ei, Ali?
– Sim?
– Me desculpe por ter sido uma idiota com você ontem também. — Paramos em frente ao carro e eu o destravei.
– Tudo bem, eu só não entendo o por que de tudo aquilo, sendo que você e a Samara irão se casar. — Essa foi a primeira vez em que eu ouvi em voz alta, alguém afirmando que eu e Samara iremos nos casar. Isso soou mais estranho e desconfortável pra mim do que eu pensava.
Desde os 14 anos meu sonho de consumo sempre foi a Alison, ela vivia em meus pensamentos 24 horas por dia, mesmo ela sendo mesquinha e má com todos. De alguma forma, eu conseguia enxergar nela naquela época, a pessoa que ela se tornou hoje e isso fazia com que eu me apaixonasse cada vez mais. Hoje, eu tenho uma filha com ela e você pode pensar: O que esta idiota está fazendo aceitando um pedido de casamento de uma garota, sabendo que provavelmente o amor da sua vida quer ficar com você?
Foi exatamente isso o que eu me perguntei a todo momento desde que aceitei a droga do pedido. A resposta é: Eu tenho medo. Medo dela não me amar, medo dela me deixar e brincar comigo mais uma vez, medo de dar errado, medo de tudo que possoa envolver o nosso fim. Eu sei que não é justo da minha parte dizer que tenho medo que ela brique com meus sentimentos, já que eu já brinquei com os dela também, mas isso é um sentimento inevitável que eu não consigo controlar. Outra coisa que eu também tenho medo é de machucar a Samara. Nesses últimos três anos ela vem estando ao meu lado em todos os momentos, e eu sei que ela me ama de um jeito que eu nunca poderei retribuir.
– Só me desculpa? Por favor! Eu prometo não ser mais uma babaca.
– Duvido muito, mas ok. — Nós pegamos as coisas da Lola, eu travo o carro e voltamos para o quarto da Brooke, que está deitada na cama brincando com a Lola.
– Filha, aqui estão as coisinhas da Lola. — Ela se vira e eu e a Alison erguemos as mãos mostrando as coisas. Ela fica em pé na cama e começa a pular, logo sendo cortada pela Alison.
Uma meia hora depois a Alison se despediu de mim e da Brooke para poder ir arrumar a festa dela. Eu implorei pra poder ir ajudar também, mas quando ela disse que se eu fosse a Brooke ficaria com o Josh, o tal cara que ela estava beijando, eu desisti na hora e agora estou aqui no sofá, com a Brooke no meu colo com a cabeça encostada no meu peito, enquanto eu faço carinho no cabelo dela, tentando acalma-lá, pois está ansiosa para a festinha.
– Mamãe, você acha que meu amiguinhos vão ir?
– Eu tenho certeza de que todos eles vão, princesa.
– Cadê a Lola? — Ela fala enquanto sai do meu colo e começa a procurar ela em volta do sofá.
– Bem ali dormindo. — Aponto pra Lola que está deitada em baixo da mesa.
– Ela dormiu a tarde inteira, mamãe! — Ela cruza os bracinhos e fica parada na minha frente.
– Vem cá, bebê. — Puxo ela pro meu colo de novo e ela se ajeita. – Você tem que entender que a Lola é um bebêzinho ainda filha, ela gosta de dormir bastante, igual você.
– Eu não sou mais bebê mamãe, eu sou mocinha! — Ela faz um bico e eu sorrio.
– Ok, mocinha, agora vamos nos arrumar porque já está na hora. — Me levanto com ela no colo e vou pro banheiro.
Depois de prontas, fiquei uns 15 minutos tentando convencer a Brooke de que era melhor deixar a Lola em casa, entrei em desespero quando ela começou a chorar e eu lhe prometi um pote de sorvete pra parar de chorar. Acabo de estacionar na frente do local da festa e assim que entro fico tão impressionada com a quantidade de detalhes, brinquedos e coisas que crianças gostam quanto a Brooke. Os convidados começaram a chegar em grande número e em uma hora eu diria que Rosewood inteira está na festa. Vejo a Alison conversando com o mesmo cara da Mary's, o Josh. Vou indo até eles até que a Samara aparece na minha frente, me surpreendendo.
– Porque saiu cedo? — Ela pergunta e eu praguejo mentalmente por ela estar ali atrapalhando meus planos de afastar a Alison daquele cara que julgo não ser uma boa pessoa.
– Eu tinha que comprar o presente da Brooke e queria passar o dia com ela.
– Por que não me acordou também? Eu não ligaria de passar o dia com vocês duas, eu adoro a Brooke. — E ela te odeia, penso.
– Porque não. — Dou de ombros. – Olha, eu tenho que ir ali rapidinho, já volto! — Dou um beijo em sua bochecha e vou até a Alison e o Josh antes que ela me prenda de novo.
– Oi. — Digo assim que chego perto dos dois e eles olham automaticamente pra mim.
– Oi, Emily, não é? — Pergunta Josh estendendo a mão pra mim.
– Sim, e você deve ser o Josh. — Cumprimento ele e olho pra Alison.
– Podemos conversar? — Ela assente, se despede do Josh e nós vamos até uma espécie sala do zelador.
– O que é? — Ela pergunta assim que fecha a porta do quartinho minúsculo cheio de coisas de limpeza.
– O que aquele cara está fazendo aqui?
– O Josh? O que você acha que ele está fazendo aqui?
– Você nem conhece ele direito e já convidou ele pra festa da nossa filha!
– Eu conheço ele há quatro anos, Emily! Pensei que você não fosse mais se meter entre ele e eu. — Abaixo a cabeça percebendo que havia acabado de quebrar minha promessa.
– Desculpa… — Olho pra ela e deixo seus olhos azuis me hipnotizarem por alguns segundos. O nosso beijo me veio na cabeça e eu olhei pros seus lábios rosados, tão doces e macios. Fui me aproximando mais dela e puxei ela mais pra mim. Coloquei uma de minhas mãos em sua cintura e colei nossos corpos. Levei minhas outra mão até seu rosto e sua respiração começou a ficar descompassada. Assim que ela fechou os olhos, eu fechei os meus também e rocei nossos narizes pronta para selar meus lábios nos dela e de repente a porta se abre e eu olho assustada pra criancinha vestida de pirata. Maldita criança! Tanta hora pra aparecer e ela aparece logo agora? Que ódio!
– Desculpa tias. — O garotinho saiu correndo e eu olhei pra Alison que está toda vermelha.
– Você fica mais linda ainda quando está corada. — Digo sem nem pensar e ela sorri, ficando mais corada ainda. Ela sai do quartinho do zelador sem dizer nada e eu esperei um tempo antes de sair também, para pensar em tudo o que poderia ter acontecido se a maldita criança não tivesse aparecido na melhor hora.
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