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História Código Ômega - XI


Escrita por: Jay_Maronese

Notas do Autor


He's back!
Vodka pra todo mundo.

Capítulo 11 - XI


Fanfic / Fanfiction Código Ômega - XI

  Vladimir Putin estava em seu escritório lendo documentos sobre a Crimeia quando um rapazola adentrou a sala com uma expressão preocupada. Foi apenas depois de três minutos que o presidente russo ergueu um pouco os olhos e percebeu a presença do moço, passando a encará-lo fixamente com seus olhos ameaçadores. Quando viu que ele não falaria nada, perguntou:

-Nunca te vi por aqui, qual é seu nome?

-Petr, senhor. É meu primeiro dia.

-Que bom. 

-Sim. 

-E qual é o problema?

-Eu fui encarregado de inteirá-lo da atual situação política mundial, senhor.

-E o que aconteceu?

-A população indiana foi completamente dizimada.

Putin levantou-se e perguntou numa voz trêmula.

-O quê?

-Hoje pela manhã, um relatório chegou a nossos escritórios, constatando que todos no país haviam morrido por causa da peste. As áreas de fronteira com outros países foram cercadas e interditadas, como em Chernobyl. É terrível.

-Realmente terrível... o que mais?

-O presidente da China está desaparecido há dias e Kim Jong- un está morto.

-Meu Deus, Petr, será que você não vai me dizer nada de bom hoje?

-Temo que não, senhor, o mundo está um caos. Também fomos informados de que o último feito de Kim em vida foi disparar um míssil nuclear em direção ao Brasil.

-Cacete... quem é o novo presidente do Brasil mesmo?

-Eduardo Cunha, senhor. Mas ele prefere o título "grande líder".

-Estou tentando implantar uma ditadura nessa porcaria de país há anos e esse cara dá o golpe em questão de dias? Quem ele pensa que é?

-Perdão, senhor?

-Nada, Petr, está dispensado.

Petr fez uma pequena reverência e saiu. Quase instantaneamente, Putin pôs-se a procurar o telefone de Michel Temer em seu banco de dados ilegal e secreto. Depois, discou. O ex-presidente atendeu no terceiro toque.

-Alô?

-Temer, por que você não está cuidando do seu país?

-Eu não sou mais o presidente, esqueceu?

-Isso não é desculpa. Vai mesmo assistir o Brasil explodir sem fazer nada?

-Explodir? Como assim?

-Você não sabe?

-Não sei o quê?

-Há um míssil nuclear vindo em direção ao Brasil! Alô? Alô?

Ninguém respondeu. Putin desligou o celular e berrou um palavrão.

                          .....

Michel Temer estava melhorando a cada tentativa. Agora, ele já conseguia fazer árvores crescerem em segundos no solo seco. Seu treinamento foi interrompido por uma chamada telefônica, que ele atendeu de má vontade. Ao ouvir a voz do outro lado da linha, porém, se acalmou um pouco. Não conseguia parar de pensar no preço astronômico de uma ligação da Rússia para a Suazilândia, mas, depois de apenas alguns segundos, percebeu que tinha problemas maiores. Ainda paralisado pela notícia do míssil, Michel viu um enorme portal amarelo formar-se em sua frente, e teve a impressão de que já havia visto aquele brilho antes. De dentro do portal, saiu Jacob Zuma, que caminhou em direção a Temer como um verdadeiro badass.

-Zuma?

-Olá, Temer.

-Que portal é esse?

-Não te interessa. Vim te ajudar a derrotar Cunha.

-Tarde demais, não sabe que o país será destruído?

Zuma se esforçou para não rir.

-Sei, mas, com a minha ajuda, você pode parar o míssil. Sou um mago muito poderoso.

-E o que você propõe? - disse Temer, interessado.

-Eu te levo para o Brasil e nos unimos para salvá-lo tanto do míssil quanto de Cunha.

-E os outros?

-Há outras pessoas aqui? Bem, posso levar todos. Só precisarei fazer algo antes de me unir a vocês novamente.

-É algo que eu precise saber?

-Não.

Michel pensou por um momento. Depois, disse:

-Tudo bem.

Apertaram as mãos para fechar o acordo. Por trás de suas costas, Zuma cruzava os dedos da mão esquerda. Depois de algumas explicações e muita confusão por parte dos outros tripulantes do helicóptero, todos passaram por um portal e foram para o Brasil. Depois, Zuma despediu-se e voltou pelo portal, com destino à África do Sul. Se Junior pensava que um mero exílio o impediria de recuperar seu poder, estava muito enganado.

                         .....

Nas ruas estreitas de Pretória, pessoas paravam suas atividades diárias para observarem o homem que andava calmamente pela calçada. Jacob Zuma sabia que estava sendo observado, mas não parou nem acelerou o passo. Ele estava focado, sua mente bolando planos mirabolantes para que ele atingisse seu único objetivo: tirar Nelson Mandela do poder. Depois de algum tempo, ele percebeu, com espanto, que as pessoas na rua não o olhavam com desconfiança nem raiva, como faziam quando ele era presidente, mas com uma certa esperança. Jacob achou estranho, mas continuou em linha reta. Chegando à praça, viu uma cena que deixou suas pernas bambas: cinco homens lutando por um pedaço de pão, com uma multidão eufórica em volta. Se aproximou de um jovem parrudo, que observava tudo com a maior atenção, e perguntou:

-O que é isso?

-O quê? Por onde você andou? Isso é uma luta livre por comida! Muito interessante de se ver.

-E quem organiza isso?

-O governo, oras! Eles pegam os mais magros e famintos e colocam para lutar, é bem divertido de assistir.

Quatro homens jaziam no chão, e o último estava em pé no meio do ringue, segurando firmemente um pedaço de pão preto nas mãos. Ele era esquelético, e estava cheio de hematomas e cortes por todo o corpo. Comeu o pão com desejo e saiu cambaleando, antes de desmaiar de cansaço apoiado em um poste. Quando a população já começava a se dissipar, Mandela se aproximou e, subindo no ringue, observou os corpos ensanguentados no chão por um longo tempo, com um sorriso no rosto. Depois, abrindo os braços, ele iniciou um fervoroso discurso.

-Meu povo, sei que passamos por dificuldades e que muitos não têm mais o que comer. Porém, tudo isso há de passar. Juntos somos fortes, e, portanto, todos precisam ajudar para que possamos nos tornar a grandiosa nação que estamos destinados a ser. Esses homens aqui no chão eram fracos, e não poderiam nos ajudar a alcançar nossos objetivos. Vejam como estão ensopados no próprio sangue, como todos se misturam como um único ser. Isso é arte. Isso é... Vocês precisam trabalhar. Teremos execuções daqui a algumas horas. Será lindo, dois enforcamentos e um apedrejamento.

-Fanático psicopata! - gritou Zuma.

O sorriso desapareceu do rosto de Mandela, e ele olhou fixamente para a multidão, com ira em seus olhos.

-Quem é você?

-Eu sou Jacob Zuma, e não deixarei que uma vadia sanguinária como você destrua o meu país.

A multidão se dividiu em dois, deixando Zuma isolado e à vista. Nelson disparou um poderoso raio de energia amarela contra ele, e surpreendeu-se quando Jacob rebateu com a mesma energia. Eram agora dois homens completamente concentrados e utilizando-se de toda sua força de vontade para pararem um ao outro. Mandela estava com a vantagem, e já se preparava para dar o golpe final.

Suando e com medo, Zuma tomou uma decisão, uma decisão que poderia ser sua última.

-Acha mesmo que isso é tudo que eu tenho? - gritou, com escárnio e sorrindo maliciosamente.

Ele abriu os braços e soltou um berro desumano. Seu raio de energia engrossou e se fortaleceu, atingindo Mandela rapidamente. Enquanto ele se contorcia sua aparência mudou para a de Fritz Schadenfreude. Subitamente, em meio a todo o sofrimento, lágrimas rolaram de seus olhos, que passaram a ser de um azul forte e vivo. Ele disse:

-Mamãe...?

Nisso, Fritz se desintegrou, virando um pequeno monte de cinzas no chão.

Os presentes ainda estavam tentando lidar com a situação. Depois de alguns segundos de pasmo, uma menininha tivera a ideia de conferir se Zuma estava bem, e o encontrou caído no chão. Uma médica tentou medir seu pulso; não conseguiu senti-lo. Todos abaixaram suas cabeças em sinal de respeito. Talvez tivesse sido poder demais até mesmo para ele. Um jovem lembrou-os de que não havia ninguém que pudesse governá-los agora. Um velhinho se aproximou, e começou a falar em uma voz rouca e baixa. Todos se aproximaram para tentar escutar. Ele disse:

-Em 95 anos de vida e 80 de engajamento político nunca vi um único governante que tivesse feito bem para nosso país. Tudo que conseguimos foi com nosso suor e nossa força de vontade, não com um sujeitinho de terno assinando papéis. Digo que está na hora de valorizarmos nosso povo, e não deixar que ninguém tire o que ele conquistou com a força de seus braços. Não deixaremos que Estado nenhum nos controle! Quem está comigo?

Todos levantaram as mãos.

Foi assim que a África do Sul se tornou o primeiro país anarcossindicalista do mundo.

                              .....

A cidade de Brasília estava em um estado deplorável. Os pôsteres de Eduardo Cunha já estavam com as pontas descoladas, e, mesmo com todo o patrulhamento noturno, alguém havia desenhado um pênis apontando em direção à boca do Grande Líder. Eles observaram surpresos. Tudo mudara muito desde a última vez em que estiveram ali. Temer era o mais surpreso, e observava o Palácio do Planalto com dor no olhar.

-Eu ia mandar pintarem pôneis naquela parede lateral...

-Não adianta nada chorar sobre o leite derramado - disse Marina. - Precisamos focar em encontrar o Cunha.

-Como um homem encarcerado conseguiu fazer isso com a capital de um país? - perguntou Scarlett.

-Bem-vinda ao Brasil. - disse Hamilton.

-Onde será que está o Zuma? - perguntou Dilma para si mesma.

-Zuma? Jacob Zuma?

Todos olharam em volta procurando a dona da voz. Viram uma velha índia de cabelos brancos e poucos dentes, que estava sentada sobre um pedaço de papelão e enrolada em uma manta de lã rosa.

-Quem é a senhora? - perguntou Dilma.

-Meu nome é Iraci. Precisam de ajuda?

-Não, obrigado. - disse Temer.

-Precisamos, sim - disse Luciana. - Não sabemos o que fazer. A senhora pode nos ajudar?

-Mas é claro, menina, sentem-se.

Todos fizeram uma rodinha em volta da mulher, e Xi Jinping a observava fascinado.

-O que foi? - perguntou ela.

-Nunca vi ninguém dessa cor.

-Ah, tudo bem então, japinha.

-Sou chinês.

-Então, do que vocês precisam?

-O que aconteceu com Jacob Zuma? - perguntou Temer rudemente, com medo de que a sujeira da rua sujasse seu terno.

-Ele está morto.

-O quê?

-Morreu há poucos minutos, juntamente com Fritz... Fritz...

-Schadenfreude? - perguntou Scarlett, preocupada.

-Esse mesmo, obrigada, querida. Esses nomes estrangeiros...

Scarlett apenas baixou a cabeça e ficou encarando o chão.

-Espere - disse Temer, - como a senhora sabe de tudo isso?

-Eu recebo inspiração dos deuses da natureza.

-O quê? Mas isso é ab...

Marina fuzilou-o com o olhar.

-... realmente sensacional. - completou Temer, um pouco nervoso.

-Obrigada.

-Como derrotaremos Cunha sem o Zuma? - perguntou Dilma.

-Vocês não derrotarão o Cunha.

Todos observaram-na com medo e descrença.

-O-o que a senhora quer dizer? - perguntou Marina.

-Cunha não será derrotado. Não hoje. Não por vocês.

-Quer saber? Isso é absurdo. Vamos embora. - disse Temer, espanando o pó de suas calças.

-Apenas digo o que os deuses me contam.

-Ah, é? Então enfia os deuses no rabo!

-Michel! - repreendeu-o Marina.

-O que foi? Não vou perder meu tempo ouvindo uma velha falando asneiras e desmotivando o grupo!

-O futuro é mutável, Temer. - disse Scarlett - Ainda podemos derrotá-lo.

-"Podemos"? Você não disse que não iria se envolver no assunto?

-Bem, sinto que agora isso é problema meu.

-É isso aí, garota! - disse Hamilton, dando um High Five com Scarlett.

Michel não pôde deixar de sorrir por um momento. Logo depois, porém, ele retomou sua carranca habitual.

-O que faremos agora?

-Precisamos descobrir as fraquezas dele. - disse Marina.

-Precisamos descobrir qualquer coisa. - disse Luciana. - Não sabemos nada do que aconteceu aqui.

-Olhem, aquilo não é um soldado? - perguntou Xi Jinping, apontando para um homem fardado que passava pela rua.

-Vamos tentar extrair alguma coisa dele. - sugeriu Dilma.

-Acho que não temos outra opção. Oficial, com licença...

Temer emudeceu. O oficial virara a cabeça para ver quem estava lhe chamando, fazendo com que fosse possível ver seu rosto.

-Bolsonaro? - perguntou Luciana Genro. 

-Tá falando comigo, sua comunista vagabunda? - gritou Bolsonaro.

-Calma, calma, Luciana. - disse Temer. - Ele é meio arisco. Deixe eu falar com o capitão por um momento, sim?

-O que aquele bando de esquerdistas está fazendo aqui?

-Calma, calma, não importa. Virou soldado então?

-Capitão, com três medalhas de honra. - disse Jair, sorrindo e estufando o peito.

-Uau, parabéns. Por que se alistou novamente?

-Bem, eu perdi meu emprego no Congresso... além disso, fiquei com vontade de servir. Nada como uma boa ditadura de direita...

"Filhote da Ditadura...", pensou Temer.

-Então, está gostando da volta ao exército?

-Sim, tem sido muito prazeroso.

Bolsonaro ergueu um braço com a mão em forma de figa, e, antes que qualquer um pudesse interpretar aquele sinal, um grupo de oficiais do Exército apareceu e agarrou Temer, Marina, Luciana, Dilma, Xi, Scarlett e Hamilton.

-Achou mesmo que eu iria parar minha ronda e conversar com você pacificamente, Temer? Que fofo. Levem-nos.

Michel cuspiu no rosto de Bolsonaro, que olhou-o revoltado. Com um sorriso cínico, ele foi arrastado por dois jovens que se agarravam firmemente a seus braços. Lançando um último olhar a seus companheiros de viagem, ele se deixou levar, prometendo a si mesmo que não deixaria as previsões da velha índia se cumprirem. 


Notas Finais


Sumi por um tempo, mas tô viva ainda.
Todo mundo já está íntimo a essa altura do campeonato, então o pronome de tratamento padrão é "você".
Пока!


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