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História Código Ômega - II.


Escrita por: Jay_Maronese

Notas do Autor


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Capítulo 2 - II.


Fanfic / Fanfiction Código Ômega - II.

Temer afrouxou sua gravata e pediu uma garrafa de água com gás a seu assistente. A reunião havia sido cansativa, mas também produtiva. Vladimir Putin falava com um homem que estava perto dele - algum político russo, ele pensou-por bastante tempo, encarava Temer por alguns segundos e voltava a falar com o homem. Michel estava assustado, pois começava a pensar que aquele homem almejava possuir seu corpinho presidencial. Ao lado de Putin, estava Narendra Modi. Ele havia ficado tranquilo por toda a reunião, até que um de seus assistentes cochichou algo em seu ouvido que o deixou claramente perturbado. Temer não sabia se mais alguém tinha visto, mas ele começava a suspeitar que algo estava acontecendo. Xi Jinping também parecia bem, mas, desde o início da cúpula, parecia estar tentando evitar o presidente brasileiro, e olhava para ele com um misto de ódio e medo, como uma criança cuja mãe não lhe comprou um brinquedo novo. Por último, Zuma. Ele ainda emitia aquela mesma aura, e parecia mais nervoso do que na hora da foto. Enxugava a testa e esfregava a própria nuca com bastante frequência. Temer decidiu que iria investigar. 

Claudinho, seu assistente, trouxe a água com gás. Michel tomou metade em um gole só, tampou a garrafa e a colocou ao seu lado. Foi quando ele sentiu seu celular vibrar no bolso de seu paletó. Ele atendeu. 

-Oi amor! - falou uma voz feminina do outro lado da linha. 

-Oi, Marcela. - Temer disse, já sorrindo- Tudo bem? Você está aonde?

-Eu estou aqui vendo as lojas. Tem uns saris tão lindos...

 Ah, claro. Comprando roupas. Temer suspirou.

-Tem dinheiro? 

-Não se preocupa, tenho sim. Vou comprar um maravilhoso, te mostro depois, tá? 

-Tudo bem. Tchau.

Ele nem esperou uma resposta. Colocou o celular no bolso novamente e bebeu mais água.

                      ..... 

 Marcela entrou em uma loja de saris e olhou ao redor. Eles estavam por todo lugar, nas paredes, nas mesas, até no chão. Um tecido pendurado num canto da sala chamou sua atenção. Era azul turquesa com detalhes brancos, como um céu matutino com poucas nuvens. Ela andou até ele e colocou-o em suas mãos, sentindo a textura. 

-Ele é muito bonito - disse uma voz atrás de Marcela. 

Ela se virou e viu um homem alguns centímetros mais baixo do que ela, com pele morena e cabelos negros. Marcela estimou que ele não deveria ter mais de 30 anos. Seu rosto estava sujo e suado, mas, mesmo assim, havia algo de bonito em seu nariz largo e seus olhos grandes e castanhos, que tinham um certo brilho infantil e agradável. O estranho, percebendo que Marcela não sabia o que fazer, cumprimentou-a à maneira indiana. 

-Namastê.

Marcela estendeu a mão. O indiano ficou observando-a por alguns instantes, antes de dizer: 

-Você não é daqui, é? 

-Não, sou do Brasil.

-Ah, Brasil! O país com as mulheres mais belas do mundo. - disse, arrancando um sorriso envergonhado de Marcela. - Meu nome é Manish, muito prazer.

-Marcela... Então, o que faz aqui? 

-Vim comprar um sari para Ashna. 

-Quem? - disse Marcela, baixando o tom de voz. Seria a esposa do homem? Marcela se afligiu com o pensamento, sem saber exatamente o porquê. 

-Ashna, minha irmã. Ela gosta muito de presentes. Acho que todos gostamos. 

-Sim... o senhor se interessou nesse? -disse, apontando para o sari azul em suas mãos. - Se quiser, eu não... 

-De maneira alguma, senhora. Vou procurar modelos diferentes, um pouco mais... vivos. Foi bom falar com você. 

-Igualmente. 

Manish foi para a outra ponta da loja, enquanto Marcela encarava o horizonte por alguns momentos, relembrando os detalhes da conversa. Depois, pagou o sari e saiu.

                          .....

 Em seu quarto de hotel, Marcela ligou a Internet. No mesmo instante, seu celular começou a vibrar loucamente, como uma rã epiléptica em um baile funk. 400 mensagens no grupo "Amigaaans S2 S2 S2". Ela começou a ler. O assunto era um só: homens. Marcela sabia que deveria ser grata por ter amigas não-tão-falsas-assim, afinal, uma boa amiga era tão difícil de se encontrar quanto uma boa diarista ou um bom político. Mas, quando o tópico de discussão eram homens, ela se sentia um pouco deslocada. Michelle havia enviado uma foto sua com o namorado em Fernando de Noronha. O porquê de eles estarem lá não era importante, porque o namorado de Michelle era bonito e sarado e ela fazia questão de mostrar isso para o mundo. Depois, as outras meninas começaram a falar de seus namorados, ficantes e outros rolos também. "Ele lava a louça pra mim (emojis aleatórios)". "Eu torci o tornozelo e ele me carregou nas costas até em casa.". "A rola dele é tão grande que não cabe na camisinha". Cada mensagem causava em Marcela uma profunda agonia, enquanto ela pensava em Michel. Ele nunca lavava a louça (nem ela, na realidade) e poderia quebrar alguns ossos se tentasse carregar Marcela nas costas. Quanto a genitais, bem... da última vez que tentaram se relacionar, Temer deslocou a bacia. Tudo bem que ele tinha dinheiro, e ela era a primeira-dama brasileira mais bonita desde Maria Teresa Goulart, mas será que isso era o bastante? Seu pensamento voou para Manish, o homem da loja. Talvez ele tivesse passado meses guardando dinheiro para o sari da irmã, mas ele tinha aquela energia, aquele brilho no olhar, tudo que Temer nunca poderia ter, mesmo com todo o seu poder. E Manish também tinha alma, o que era um bônus. Perturbada por dúvidas, Marcela resolveu tirar um cochilo. 

                          ..... 

 Temer estava pensando em sua esposa. Existiria alguma possibilidade remota de ela ter se casado com ele por amor? "Não.", resolveu, "O que ela poderia ter visto em vim?". Era tudo pelo dinheiro, ele percebia, pois o que ela mais gostava de fazer eram compras, já que isso lhe dava a possibilidade de ficar longe de seu marido e adquirir produtos ao mesmo tempo. "E que produtos", pensou. Roupas, bolsas e sapatos de grife eram a especialidade de Marcela. Se ela continuasse a gastar assim, Temer teria de aumentar os impostos. Mergulhado na infeliz certeza de que estava vivendo uma mentira, Michel nem percebeu quando o presidente da Rússia se sentou a seu lado.

-Problemas com a patroa? 

-O quê? Como você sabe disso?

-Eu sei de tudo, meu bem, nunca se esqueça disso. Você sabe por que Deus não é casado? Porque mulheres são o diabo, e é por isso também que me separei da minha.

-Não é solitário?

-Ah, não, meu primeiro-ministro é muito bonito e faz todas as minhas vontades. Você tinha de ver como ele é fofo. 

Temer se impressionava cada vez mais com aquele homem, que falava de seu primeiro-ministro como se falasse de um cachorrinho pequinês.

-O senhor tem algum homem bonito em sua equipe, presidente Temer? Podem substituir as mulheres com bastante eficácia. 

-Não, não temos um primeiro-ministro no Brasil. - disse Temer, rindo. 

-Um vice-presidente talvez? 

-Acho que o senhor se esqueceu de que eu era o vice-presidente.

-Ah, sim, claro. Mais ninguém? 

-Tinha um presidente da Câmara, mas ele foi preso. Não gosto muito do novo.

-Membros da Duma também são boas opções. Por que ele foi preso? 

-Contas na Suíça. Uma confusão, foi até xingado no avião para a cadeia. Realmente uma pena. Um pedaço de mau caminho aquele homem. 

-Bem, espero que o senhor tenha sorte na sua busca. Só não fique com mulheres, são perigosas. 

-Lembrar-me-ei de vosso conselho. Sabe que horas são? 

-Meio-dia. Começaremos os encontros bilaterais em breve. Boa sorte. 

-Espere, não nos encontraremos? 

-Ah, não, sabe como é, toda aquela história de impeachment... É muito cedo. Além disso, você é um bostinha. Tenha um ótimo dia. 

-Ah, ok. 

Temer observou enquanto Putin ia embora gingando. Quando ele voltasse ao Brasil, já sabia qual seria sua próxima missão. 


Notas Finais


Presunto é mais gostoso do que queijo.


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