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História Código Ômega - IV


Escrita por: Jay_Maronese

Notas do Autor


O que será que a Dilma tá fazendo agora?

Capítulo 4 - IV


Fanfic / Fanfiction Código Ômega - IV

Modi abaixou a cabeça e colocou-a entre as mãos. 

   "Bem, não há mais porquê esconder isso dos senhores. Quero que saibam que fiz isso pelo meu país, para que nada ameaçasse nosso desenvolvimento. É uma pena que todas as boas intenções se dissolvam quando algo ruim vem à tona. Contarei agora a minha versão dos fatos, e caberá aos senhores julgar-me por minhas ações. 

   "Tudo começou alguns dias atrás. Um menino, Manu Chahal, morreu algumas horas após mergulhar em uma área gravemente poluída do Ganges. Logo depois, seus pais também faleceram. Ao final de um dia, todos os habitantes da vila onde os Chahal viviam estavam mortos em suas camas. Uma equipe de cientistas descobriu que uma superbactéria havia se desenvolvido em nossas águas sagradas, por causa da poluição. Demoramos muito para dar a ordem de não-utilização da água do rio , e logo muitas outras pessoas já haviam morrido. Em apenas cinco dias, a doença já havia cruzado o país e chegado a Mumbai. Não pensei que estaria em Goa antes da partida dos senhores."

-Parece que o senhor pensou errado. - disse Putin. 

-Como o senhor espera resolver essa situação? - perguntou Zuma. 

-Se minhas ordens foram seguidas, esse lugar está em quarentena, e permanecerá assim até segunda ordem. 

-Enquanto a população é deixada à própria sorte. - disse Temer. -Nem eu faria uma coisa dessas. 

-"Se minhas ordens foram seguidas". O senhor é uma vergonha- disse Xi Jinping. 

-Cavalheiros, controlem-se. A situação se resolverá. 

Mas era possível ver pelo tom de Modi que nem ele era capaz de se controlar. 

Os outros tentaram ficar confortáveis na sala enquanto esperavam o tempo passar. Putin sentou-se em uma poltrona bem no meio da sala (para chamar a atenção, pensou Temer). Jacob Zuma andava incessantemente pela sala, falando ao telefone, de modo que os planos de Temer de tirar um cochilo no longo divã vermelho que adornava a sala foram frustrados pelo barulho dos sapatos de grife do presidente sul-africano. Xi Jinping achou uma poltrona em um canto da sala e sentou-se nela, silenciosamente, de modo a não chamar muita atenção para si. Girando a ponta de sua gravata entre os dedos, ele deixou algumas doces memórias do passado voarem por sua mente.

                                 .....

   Era a sexta Cúpula dos BRICS, em Fortaleza, e Xi Jinping observava Dilma Vana Rousseff ajeitar as mangas de seu terninho. Em sua primeira ida ao encontro, no ano de 2013, já ficara fascinado com aquela mulher e seus trajes vermelhos, que lhe lembravam o magnífico comunismo chinês. Olhando para trás, viu uma cena inimaginável: cinco de seus agentes brigando por pedaços de uma espécie de bolo quadrado recheado com carne branca. Resolveu acabar com aquela algazarra. 

-O que é que vocês estão fazendo? O que é esse negócio aí? 

-Pastel de flango. - disse, timidamente, um dos homens. 

-Onde vocês compraram isso? 

-Na feilinha. 

-Dê-me um pedaço. 

Ao provar aquele alimento, o presidente entrou em êxtase. A massa era leve, porém saborosa, e o recheio lhe pareceu a lendária ambrosia dos deuses gregos. Vendo que aquele era o último pedaço, se retirou, amargurado.
          Dilma, que havia visto tudo, resolveu ter com ele.
        -Então, o que o senhor achou do nosso pastel de feira? 

-É a melhor coisa que já comi. 

Dilma deu um riso encantador e disse:

-Tenho três no bolso, além de uma garrafa cheia de garapa. 

Na verdade, nos bolsos de Dilma, que tinham um tamanho infinito por dentro graças à tecnologia gallifreyana adquirida em um tratado diplomático intergaláctico ordenado por Lula, haviam muito mais que três pastéis e uma garrafa de garapa. Xi observou embasbacado enquanto Dilma tirava dos bolsos um cento de brigadeiro, dois cafés pingados, uma pamonha e quatro tapiocas com queijo. Ela também tirou uma solução para os problemas da China que não envolvia repressão total, mas Jinping achou que era melhor guardar aquilo de volta. 

 Depois do banquete tipicamente brasileiro, eles ficaram ouvindo Raça Negra e Calypso, e o chinês ajudou Dilma a melhorar seu time no Cartola. Jinping ficou com um pouco de ciúmes da foto do Cauã Reymond que ele viu na galeria da presidenta, mas, no geral, tudo correu bem. Tiveram que correr para a reunião programada, e chegaram cinco minutos atrasados. 

       No ano seguinte, na Rússia, Dilma opinara por um pretinho básico. O verão russo apresentava temperaturas agradáveis de -120 graus Celsius, e Xi Jinping observava a brasileira com um sorriso bobo em sua face, sem nem imaginar que aquela seria a última cúpula à qual iriam juntos. Sentada junto a ele, durante uma pausa entre as reuniões, Dilma tomava coragem para falar daquele assunto tão delicado que a estava incomodando. 

-Camarada Xi, tenho de contar algo. 

Jinping olhou para Dilma, confuso. 

-O povo está se manifestando contra mim. A elite direitista planeja um golpe para me tirar do meu cargo, e não sei bem como reagir. Por enquanto, são apenas ameaças, mas sinto que isso realmente pode acabar mal. Preciso de sua ajuda com isso. 

Ele pensou em sugerir que ela mandasse a polícia atirar nos manifestantes, cassar oposicionistas, censurar o Google, etc., mas aquilo a afastaria dele. Xi sabia que sua amada era muito apegada à democracia e à liberdade de expressão, mas era essa diferença que a tornava tão charmosa e misteriosa. 

-O que a senhora quer que eu faça? 

Dilma lhe passou um pendrive vermelho, que ele rapidamente guardou no bolso. 

-Nesse pendrive há uma sequência binária desenvolvida pelos melhores hackers do Anêmonos, que coloca as Forças Armadas a serviço de um de meus homens mais poderosos. Eu a chamo de Código Ômega.   

-Nome sinistrão, mas como o código pode fazer isso? 

-Nem me pergunte. O cara com a máscara engraçada disse que funcionaria, é o suficiente. Depois disso, eu precisaria entrar em contato com um homem, que daria continuidade ao plano. 

-Posso mandar meus agentes secretos, só diga o nome do homem. 

Dilma fez uma pausa dramática. 

-O nome é Eduardo Cunha. 

-O quê? Mas ele não era um daqueles... direitistas? - disse, pronunciando a última palavra com um misto de medo e desdém. 

-Sim, mas não tenho escolha. Como Presidente da Câmara, ele é o terceiro na linha sucessória, atrás do Temer. Se o Temer morrer, Cunha assume provisoriamente enquanto o país se prepara para as eleições. É tempo suficiente para dar um golpe de Estado. Depois, eu volto e mato-o, e tudo acabará bem. 

Jinping ficou chocado com as tendências ditatoriais de Dilma, mas aceitou de bom grado suas ordens. Afinal, ele nunca desapontaria a estrela mais brilhante de seu céu. 

-Eu a ajudarei, Dilma. Como devo usar esse pendrive? 

-Se eu cair, espere alguns meses até a poeira baixar e envie o código ao endereço de e-mail do General Barbosa. 

-Outro amigo seu? 

-Exato. Ele lidará com as informações para torná-las oficiais. Depois, é só contatar o Cunha.

-É claro. - disse o presidente chinês, com um sorriso maroto de quem não deixa a população ver pornô. 

Depois eles se separaram e fingiram que nada havia acontecido. 

                        .....

    Enquanto as memórias boas se misturavam com as ruins, o homem mais poderoso da China começou a chorar. Mas, junto com as lágrimas, vinha uma fagulha de esperança. Ele poderia devolver a Dilma o que era seu por direito, só precisava de um notebook. 

-Ei, alguém tem um notebook? 

-Pode pegar. - disse Putin, levando o aparelho branco para perto de Jinping. 

Ele levantou a tela e desbloqueou o computador. Haviam três ícones na área de trabalho: Internet Explorer, uma pasta entitulada "fotos sensuais do Dmitri" e um aplicativo chamado "Hacks Phodas 101". Jinping entrou no último e enfiou o pendrive no buraco do computador sem dó nem piedade. Em questão de segundos, o Código Ômega já havia se espalhado pelo lindo mar da Internet, voando para a caixa de entrada do General Barbosa. Putin pegou seu notebook de volta e foi ver se suas fotos estavam bem. Depois, desligou-o e guardou-o em sua maleta. 

                         .....

         Barbosa estava em seu Outlook lendo um anúncio de uma clínica que prometia diminuir 5 cm de cintura em um mês quando recebeu o e-mail. Ao ler o assunto, um calafrio passou por sua espinha. Aquilo havia sido planejado porcamente. O fato de o elemento-chave do plano estar preso prejudicava toda a operação, mas o show não podia parar. O general mandou reunir todos os soldados no pátio de treinamento e anunciou pelo microfone:

-Senhores, gostaria de apresentá-los ao novo comandante de todo o Exército, a Marinha e a Aeronáutica Brasileiros, Luís Inácio Lula da Silva. 

Lula subiu ao palco com uma garrafa de 51 na mão e deu um discurso que até poderia ser bom se não fosse o efeito da bebida no sangue do homem que o estava proferindo. Depois, retirou-se e foi assistir a um episódio gravado do Esquenta. 

                         ..... 

-Oi, Dudu, tô a fim de depositar meu pau na sua conta na Suíça, arreia as carça. - disse um presidiário de dois metros de altura e cinco de comprimento. 

  -Hoje não. 

Paulão Pé de Mesa virou-se e viu dois homens baixinhos e amarelos com distintivos, e resolveu partir pra briga. 

-E quem são vocês? 

-Não te intelessa, xô. Senhor Cunha, levante-se, vamos passear. 

 


Notas Finais


É isso aí.


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