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História Colors - Capítulo 1


Escrita por: NatyBonaty

Notas do Autor


E cá estou eu com uma nova história.
O plano é que sejam vinte capítulos, mas nunca se sabe. Vai que me empolgo e prolongo um pouco mais!? Tem apenas 14 capítulos escritos e confesso que parei na metade.
Enfim, vamos ao primeiro.
Espero que gostem e acompanhem até o fim.

Capítulo 1 - Capítulo 1


Fanfic / Fanfiction Colors - Capítulo 1

Mais uma festa em que me perguntava o que fazia ali.

Na verdade, eu sabia o que fazia. Eram apenas uns copos de vodca, umas fotos perto de pessoas animadas enquanto dava um sorriso falso, e depois sentava em um local longe, vendo a decadência da adolescência dançando alcoolizada a beira de uma piscina, ou em uma sala cheia de objetos caros que não podiam ser tocados, mas que mesmo assim não era retirado dali.

Tudo isso apenas para sair de casar. Fingir para minha mãe que eu era uma garota normal e feliz; que me dava bem com todos da escola, que não era apenas a estranha que sentava sozinha no banheiro e comia uma barra de cereal enquanto sentia o cheio do produto de limpeza do banheiro; ou enquanto ouvia as fofocas das meninas fúteis, contando vantagens umas sobre as outras sobre seus namorados lindos e gostosos, ou o ultimo lançamento de uma marca famosa de bolsas ou sapatos.

Tudo porque eu não queria mais ir a um psicólogo que não me entendia. Que achava que meu jeito quieta e introvertida, era algum problema. Que insistia em dizer que eu era depressiva e precisava de ajuda.

Revirei os olhos pensando nisso e ri.

Era cômico isso.

Tragicamente cômico.

Suspirei e virei o resto de vodca que havia em uma garrafinha em minha mão. Minha companheira nessa festa. Levantei e segui pelo jardim, desviando dos corpos agitados e barulhentos. Gente molhada correndo e gritando, o som alto de um dj que paquerava as garotas que poderiam o colocar na cadeia por pedofilia.

Ao dobrar a curva da casa, para chegar ao jardim da frente, um casal passou correndo e esbarrou em mim, quase me derrubando, se não fosse pelo corpo a minha frente, que me segurou firme.

- Obrigada. – falei irritada encarando o casal que sumiu de vista, ainda correndo e rindo.

Nem teria me dignado a olhar para cima e ver quem havia me impedido de cair, se não fosse sua mão ainda em mim e sua voz me responder:

- Por nada.

Minha cabeça levantou lentamente. Sabe, como nos filmes, quando eles colocam em slow uma cena, apenas para dar mais drama!? Pois é. Assim ergui o olhar para o moreno que me olhava com castanhos olhos curiosos. Limpei a garganta e me ajeitei, fazendo com que ele me soltasse, e fingi que eu havia achado ele um gato.

Ele claramente não era da turma, muito menos da escola. Seus traços paquistaneses eram de tirar o folego. E o cabelo bagunçado dava um charme maior ainda, assim como a barba rala.

- Er... valeu. Esse pessoal bebe e não sabe se portar. – dei um sorriso amarelo e logo me arrependi de ter falado.

Era a coisa mais estupida que podia dizer em uma festa dessas. Obviamente que as pessoas viam pra esse lugar para beber e serem inconsequentes.  Adolescentes não tinham juízo. Não que eu não fosse adolescente ou que tivesse juízo, mas pelo menos era bem menos inconsequente que todas as pessoas nessa festa.

- Relaxa gatinha. É apenas uma festa. Essas coisas acontecem. – ele piscou pra mim e seguiu seu caminho.

Juro que meus joelhos tremeram quando ele me chamou de gatinha e piscou. Mas eu sabia quem eu era e meu lugar. Pois nenhum cara, lindo como ele, olharia para mim e pensaria em algo parecido com beijos ou uns amassos no banco de trás do carro.

Balancei a cabeça e segui meu caminho, cabisbaixa e andando mais rápido. Enfiei a mão no bolso do meu casaco de couro e segui para a rua. Olhei para os dois lados e atravessei, seguindo para a direita, descendo a ladeira para pegar a próxima à esquerda.

Eu gostava de caminhar à noite, era tranquilo e tinha um cheiro bom. Era como se não ocorressem os problemas que víamos no jornal. Como se o mundo fosse um lugar bom para se viver...

Caminhei pela beira da calçada, me equilibrando na ponta, como se um vento pudesse me derrubar ou levar para um lugar desconhecido. O que eu aceitaria com alegria.

Parei diante da ponte antes de chegar em casa, e como sempre, subi no parapeito, fitando as águas que corriam com força no rio abaixo. Eu gosto da sensação de olhar para baixo e sentir um desejo de me jogar, como se a água me chamasse para conhecer os caminhos pelos quais ela percorria, sempre com pressa.

Inspirei o ar erguendo o rosto para o céu e o soltei com calma. Pulei para a calçada e coloquei a mão de volta nos bolsos do casaco, continuando o caminho para casa.

Quando entrei em casa, minha mãe dormia no sofá. Percebi que ela gostava disso, ficar preocupada com o horário que a filha voltaria da festa. Acho que minha mãe era a única no universo que sempre desejava que a filha dissesse que ia pra festa no fim de semana e que ela chegasse tarde em casa.

Peguei o cobertor que estava a seu lado e coloquei sobre ela, dei um beijo em sua testa e subi para o quarto. Retirei meu casaco e me joguei na cama, retirei os tênis com os pés e virei de bruços, logo pegando no sono. Estava cansada demais para um banho, mas minha mente soube muito bem relembrar os olhos do moreno com quem esbarrei antes de sair.



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