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História Colors - Capítulo 20


Escrita por: NatyBonaty

Capítulo 20 - Capítulo 20


Fanfic / Fanfiction Colors - Capítulo 20

Chegamos no hospital rápido demais. Zayn dirigiu como um louco, mesmo sob meus protestos, mas ele parecia em outro mundo. Assim que chegamos, ele saiu do carro sem ao menos o desligar e correu para dentro. Suspirei e desliguei o carro, peguei a chave e sai o travando. Entrei e andei um pouco o encontrando aos prantos, abraçado com o irmão. Falei com uma enfermeira sobre as informações e ela disse o pai havia morrido na hora, a mãe estava internada.

Sentei um pouco depois e logo eles sentaram a meu lado. Aziz dormiu com a cabeça em meu ombro e Zayn ficou andando de um lado pro outro, praticamente arrancando os cabelos. Esperávamos alguma noticia da mãe dele, que passava por uma cirurgia. Pelo que entendemos, um caminhão avançou o sinal e pegou o carro em cheio, sendo o pai o mais atingido.

- Zayn, senta. – pedi.

- Não consigo. – disse parando e respirando fundo – Isso só pode ser um pesadelo.

Não falei nada. Eu não era boa em reconfortas as pessoas.

Ficamos naquele silencio ensurdecedor. Eu não sabia como agir, como o confortar realmente, apenas pedia que ele sentasse de vez em quando, pois ele andando estava me deixando nervosa. Quando finalmente o fez, acariciei sua cabeça e ele a colocou sobre meu ombro e soluçou. Afastei o irmão dele com cuidado e abracei Zayn, que me apertou com força, então minhas lágrimas vieram, finalmente a dor se fazendo notar em mim. Perder o pai dele era como perder meu pai também, e somente agora isso pareceu fazer sentido.

Pouco depois uma enfermeira veio nos avisar que a mãe deles estava fora de perigo e estava em observação. Os dois pareceram mais aliviados e até consegui convencer Aziz a ir para casa e descansar um pouco. Queria que Zayn fizesse o mesmo, mas ele estava irredutível, então apenas me restou ficar ao seu lado.

Perdi a noção do tempo e me vi acordando sentada na cadeira da sala de espera. Zayn estava ao meu lado, também cochilando. Passei a mão rosto e ele que espertou assustado.

- O que houve? – perguntou me olhando.

- Nada, apenas acordei. – me espreguicei e levantei – Vou atrás de algo para comer, quer ir comigo?

Ele negou com a cabeça. Assenti e fui comprar algo. Pedi cafés fortes e sanduiche, mesmo que ele não quisesse, eu forçaria por sua garganta, ele precisava comer algo. Quando retornei, ele conversava com uma enfermeira e um policial. Me aproximei ouvindo parte da conversa. Lhe entreguei o café e ele deu um gole, cansado demais. Assim que a enfermeira e policial saíram, ele sentou com um suspiro pesado.

- Querem que eu organize logo o velório do meu pai. – disse ele.

- Os ouvi dizendo... – dei um gole no meu café – Quer que eu ligue pra minha mãe? Ela pode ajudar nisso.

- Não.  – ele fechou os olhos com força por um instante – Irei resolver tudo.

Lhe estendi o sanduíche e ele apenas o olhou.

- Você precisa comer, Zayn. – falei insistindo.

- Não estou com fome.

- Mas precisa.

Ele suspirou e pegou o sanduíche, deu uma mordida e mastigou mecanicamente, os olhos perdidos no chão do hospital. Comecei a comer meu sanduiche também e ficamos calados.

Pouco depois seu irmão chegou, seguimos para resolver as coisas do velório e somente depois, consegui o convencer a ir em casa para pelo menos tomar um banho. O pai dele seria cremado, eles não tinham família ali, e ele apostava que a mãe iria querer levar o marido pra Inglaterra, e como não sabíamos quanto tempo levaria para ela se recuperar, então Zayn decidiu pela cremação.

O levei para minha casa. Minha mãe estava ali, e nos abraçou quando entramos. Desejou pêsames a Zayn, mas ele apenas ficou olhando o nada. Falei pra ele subir e ir tomando banho que depois subia, o que ele fez sem questionar.

- Ele está abatido demais. – disse mamãe assim que ele subiu.

- O pai dele era tudo pra ele. – fiquei olhando para onde ele sumiu na escada e depois a olhei – Não sei como o consolar, mãe. E isso me devasta.

Senti a garganta fechar e os olhos arderem. Ela me abraçou apertado e percebi que ela também se emocionava, pois sua voz estava embargada quando falou.

- Isso é muito difícil, mas você apenas precisa estar ao lado dele. Zayn precisa lembrar que há você, a mãe e o irmão ao lado dele. Assim ele ira se acostumar com a dor.

Apertei ela por um instante e então a soltei.

- Irei fazer isso mesmo. – funguei e limpei uma lagrima fujona – Vou subir e tomar um banho também.

- Tudo bem. Vou preparar um chá e biscoitos pra vocês.

Assenti e ela seguiu pra cozinha enquanto eu subia para o quarto. Ouvi o barulho do chuveiro e vi as roupas de Zayn no chão. Juntei tudo e desci colocando para lavar e secar, então subi novamente e ele permanecia no chuveiro. Fui até a porta e ouvi um soluço. Minha garganta fechou novamente e mordi o lábio. Entrei de vez no banheiro e retirei minha roupa, entrando no box e o abraçando por trás.

Zayn chorou mais e eu o apertei de leve e o acalentei, a água molhando a nós dois e abafando nosso choro, pois eu também chorava. Depois de um tempo ele virou e me abraçou apertando e pressionou o lábio no meu com força. Me segurei nele e deixei que me beijasse dessa forma.

- Nunca me deixa. – pediu mal separando nossos lábios.

- Jamais te deixaria. Eu te amo. – acariciei seu rosto.

- Também te amo.

Ele me beijou novamente e ficamos assim por uns momentos, até eu começar a ensaboar ele devagar, decorando cada detalhe da sua pele morena, e sentindo ele relaxar. Ele fez o mesmo em mim e por fim saímos do banho, colocando roupões e descemos para tomar o chá que mamãe fez. Somente assim Zayn parecia menos abatido. Mas eu sabia que nada seria tão fácil assim.



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