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História Colors - Capítulo 3


Escrita por: NatyBonaty

Capítulo 3 - Capítulo 3


Fanfic / Fanfiction Colors - Capítulo 3

Seguia tranquila pedalando perto do meio fio, tentando não pensar no meu quase atropelamento e nem naquele moreno, quando ouvi uma buzina. Afastei mais para a calçada, dando passagem para o carro, que na verdade ficou paralelo a mim. Olhei desconfiada e para minha surpresa, quem dirigia era o carinha gato que quase me atropelou.

- Quer uma carona? Pode colocar sua bicicleta na caçamba. – disse indicando a parte de trás do Fiat Toro que ele tinha.

- Não, valeu. Não pego carona com desconhecidos. – falei desconfiada e sem parar de pedalar.

Era demais. Esbarrar em uma festa, quase me atropelar, tocar em mim e ainda oferecer carona. Ninguém era legal assim. Ninguém havia me visto antes, sempre fui invisível. Não era possível que alguém como ele havia me enxergado naquele mar de gente e ainda por cima pudesse ser legal.

- Não sou nenhum maluco. Me chamo Zayn e estou na cidade a uma semana. Pode perguntar da Amy. Ela é minha vizinha. E me lembro de você da festa de sábado. Nós esbarramos lá.

Parei a bicicleta devido ao sinal vermelho e o encarei.

Ele se lembrava de mim da festa. Não era possível!

- Olha, só fiquei preocupado. – insistiu ou ver meu silencio – Você estava pálida e me olhando assustada. Achei que machuquei você. Me deixe recompensar aquilo. Eu estava olhando o celular e quase atropelei você. – balancei a cabeça descrente, ele estava mesmo falando comigo – Qual é! Um milk-shake e batatas, o que acha? E juro nunca mais te incomodar.

Fiquei o encarando até uma buzina soar e percebermos que o sinal estava verde.

- Me segue. – falei por fim, desejando não me arrepender enquanto estivesse sendo arrastada para a floresta, ou fosse estuprada no banco de trás do carro dele.

Se bem que não havia banco atrás. Então esperava não me arrepender enquanto era estuprada na floresta e depois fosse jogada nua por ali. Dei um sorriso lembrando o porquê havia escolhido Toddy para ser meu primeiro: porque, caso eu fosse estuprada, aquela não seria minha primeira vez. Apesar de que com o Toddy foi muito ruim. Não que eu tenha outros paramentos, afinal foi só aquela vez e não tive mais ninguém.

Balancei a cabeça limpando meus devaneios e dobrei à direita, pedalando um pouco mais até parar diante de uma sorveteria que eu ia de vem em quando para estudar física.

O que? Sorvete me ajudava a pensar em física. Não me pergunte o porquê.

O tal Zayn estacionou a meu lado. Desci da bicicleta e ele saiu do carro. Havia esquecido como ele era alto e esguio. Por sorte eu não era essas baixinhas ridículas que ficavam babando por um carinha mais alto que elas.

- Sorvete? Boa pedida. – ele sorriu pra mim, travando o carro.

- Isso foi um deboche? – o olhei de lado enquanto seguia pra dentro da sorveteria.

- Não. Eu gosto de sorvete.

- Ótimo, e espero que tenha trazido bastante dinheiro, porque estou com muita fome! – avisei entrando e indo até o balcão e me servi.

Confesso que o sorriso que ele deu quando enchi uma taça com vários sabores de sorvete e coberturas, fazendo o máximo possível para que desse caro, foi uma das coisas mais lindas que já vi. Tive ate que baixar o rosto pra esconder as bochechas coradas. Só não sabia pelo que estavam coradas.

Sentamos e comecei a comer. Serio. Aquele era o melhor sorvete do universo.

- Você sempre come muito assim? - indagou ele.

- Não. Só quando garotos novos na cidade e que não respeitam as leis de transito, usam o celular enquanto dirigem e quase me atropelam. - dou de ombros e fito a taça.

Porque eu estava sendo hostil com ele? Eu tinha minha parcela de culpa, por continuar a pedalar mesmo olhando para trás. Além do fato de ele me fazer estranhamente atraída. Aquilo estava quebrando todo o pensamento que eu tinha sobre resistir a caras gatos e sexys.

- Desculpe. - falei baixo, logo enchendo a boca de sorvete.

- Tudo bem. Você está certa. - ficou em silêncio por um momento e antes que eu pudesse falar alguma das merdas que passavam em minha mente, ele mudou de assunto - Não te vi mais naquela festa.

- Já estava indo embora quando nos esbarramos. - ainda mantinha minha atenção na taça.

Ok. Eu olhava pra ele de vez em quando por baixo dos silícios. Não queria encarar demais, ia parecer que eu estava afim, e esse era o tipo de impressão que eu não queria passar. Tá. Talvez eu estivesse um pouco caidinha por aqueles olhos de cachorrinho sem dono, pela barba baixa e o cabelo estrategicamente bagunçado. E também poderia estar tendo um penhasco pelo seu sotaque britânico. Mas acho que não existiam pessoas imunes a esse sotaque. Era o mais perfeito do mundo.

- Uma pena. Gostaria de ter conversado com você lá. - isso me fez levantar a cabeça e o encarar como se ele tivesse dito que o céu era rosa com nuvenzinhas laranjas - Que foi? Você é uma daquelas garotas vai pra festa, bebe um copo de vodca e fingi que tá bêbada pra poder da em cima do cara e acha tedioso quando ele fala demais e não te beija logo? Porque se for, você não parece nenhum pouco.

Ok. As câmeras já podiam aparecer. Isso estava ficando muito sem graça. Não era possível ele ser esse tipo de cara. Na verdade, esse tipo de cara só existia em livros. Homens não reparavam nas mulheres, ainda mais nas que eles não conheciam. Ainda mais homens novos assim. Eles preferiam curtir a vida e pegar o máximo de mulheres na vida antes de engravidar uma e se ver obrigado a trabalhar que nem um condenado pra poder pagar a pensão da criança.

- Não sou. - foi o que consegui dizer por fim.

Ele deu um sorriso de lado, que me deixou desconcertada, voltando ao meu sorvete enquanto ele também lambia sua casquinha.

- Imaginei que não. - ele sorriu e suspirei. O que chamou sua atenção - algo errado?

Não. Era o que eu devia dizer, mas aquilo já estava indo longe demais.

- O que você quer comigo? - deixei a colherzinha engatada no sorvete e o encarei - Isso é coisa da Amy Logan, não é? Achei que ela não sabia da minha existência, mas pelo visto arrumou um jeito de tirar uma com a minha cara, mesmo sem eu nunca ter feito pra ela. Olha, se for isso, pode fingir que já aconteceu. Diz pra ela que conseguiu o que queria, seja lá o que for. Posso aguentar umas zoações pela escola. O ano já está acabando mesmo. E se for sobre virgindade, nem ligo, não sou virgem mesmo. Só... Para de ser legal assim.

Ele ficou me encarnado por uns instantes e suspirou recostando na cadeira.

- Droga, você me pegou. Sou apenas um cara, que se uniu a Amy Logan, uma patricinha muito da sua oferecida, e tivemos a excelente ideia de zoar com você, alguém que ela não reparou até essa manhã quando quase te atropelei. - ele sorriu de lado e se apoio na mesa me encarando mais de perto e me fazendo segurar a respiração - E você também adivinhou o plano. Eu teria que te seduzir e levar pra cama, tirar umas fotos ou ate gravar uns vídeos para espalhar pra escola inteira a primeira vez da menina que ninguém sabe quem é na escola. Pena que você já não seja mais virgem, mas acho que isso não anula o plano.

Será que se eu saísse correndo de vergonha seria mais mico do que isso tudo? Acho que mais um mico não faria diferença, certo!?

E aquele olhar dele, me fitando enquanto eu sentia o rosto pegar fogo. Por fim, fiquei amuada e baixei o rosto, passado a encarar a mesa. Pensando no quão estupida ou paranoica, ou os dois, ele estava me achando.

- Ei. Estou brincando. - disse ele. E ao não ver nenhuma reação minha, esticou a mão e tocou meu queixo, erguendo meu rosto para o olhar - Desculpa. Não quis ser um babaca falando dessa forma. Juro que não tenho nada com a Amy. Somos apenas vizinhos. Minha mãe ganhou um trabalho na cidade e viemos pra cá. E você pareceu a primeira garota legal que conheci desde que cheguei.

- Não é esse o problema. Eu... – olhei pro lado soltando o ar lentamente - Só não sou estou acostumada ao ser alvo do interesse de alguém.

Pra que fingir que não me sentia? Já havia falado a grande merda do dia mesmo.

- Nem do carinha com quem se deitou? – disso quase me seguida.

Bufei reprimindo um sorriso. Não acredito que de tudo que falei, ele absorveu apenas essa parte.

- Nunca fui alvo da atenção dele. Tudo foi apenas uma horrível cascata de eventos, aos quais me arrependo amargamente.

- Se tivesse esperado alguém mais especial...

- Não vamos falar sobre minha primeira vez, por favor. - o cortei - E você não devia dizer que sou boa com base em 5 frases que trocamos desde que nos vimos.

- Sua primeira frase me fez ter certeza disso. - ele piscou pra mim e voltei o olhar para o sorvete que derretia.

Ele realmente gostava de me deixar desconcertada, e isso não era justo.

- O que fazia naquela festa? - mudei de assunto, me permitindo ser mais sociável.

- Amy me convidou, disse que seria legal. - ele balançou a cabeça - Foi apenas engraçado ver a policia chegando e todo mundo saindo correndo.

- Ai, droga! Eu devia ter ficado pra ver. - protestei realmente chateada.

- Perdeu mesmo. Uma tal de... Loren, ou algo assim, saiu pelada. Foi pega e pressa por estar drogada. O carinha que tava com ela também.

- Isso não é novidade. Loren é cheiradora de primeira. Todos conhecem a fama. E dispenso ver ela nua. - fiz uma careta de nojo e ele gargalhou.

Provavelmente fiquei com a maior cara de retardada olhando ele riu, mas não pude evitar, era o som mais gostoso que ouvi, além de ele ficar mais lindo rindo. Juro que eu poderia apoiar o queixo na mão e suspirar que nem uma boba apaixonada.

Não que eu estivesse apaixonada. Longe disso. Ninguém fica apaixonada da noite pro dia, muito menos pela pessoa ser apenas bonita. Ok que ele até legal, pelo pouco que já nos falamos, mas mesmo assim, ninguém se apaixonava rápido assim, certo!?

- Quer ir comigo na próxima festa?

Pisquei processando o convite.

Pera! Era mesmo um convite? Ele estava me convidando para ir a uma festa? Com ele? Não! Eu devia ter sofrido um acidente mesmo e estava em coma, no sonho mais bizarro da minha vida.

Bom, já que era um sonho, não custava nada aceitar, não é mesmo?

- Pode ser. - dei de ombro e comi mais do sorvete que já estava virando um caldo.

- Então anota meu numero, me manda uma mensagem da próxima vez que tiver alguma. - sugeriu.

- Hã... Claro... - puxei o aparelho do bolso e estendi pra ele - Pode salvar ai.

Fiquei quieta tomando o sorvete e vendo ele teclar no meu celular e depois fazer o mesmo com o seu, logo me devolvendo o meu.

- Aqui. E agora, infelizmente, preciso ir. Quer carona pra casa?

Infelizmente? Oi?

- Não precisa. Não fica longe daqui.

- E não é perigoso andar de bicicleta por ai?

- Isso não é uma cidade grande. O tráfego até minha casa é completamente tranquilo.

- Se você diz, então acredito.

O encarei e acabei sorrindo, o que o fez sorrir também. Ficamos quietos por um momento, ate eu empurrar a taça pela metade.

- Não aguento mais isso. Já estou cheia.

- Que feio. Estragando sorvete.

- Vai se catar. – falei corando.

Ele riu e levantou.

- Vamos embora.

Assenti e levantei também. Seguimos até a saída e ele abriu a porta e deu passagem pra que eu saísse primeiro. Passei e parei diante de minha bicicleta, soltando de onde tinha prendido.

- Tem certeza que não quer carona?

- Tenho sim. Gosto de pedalar até em casa.

- Tudo bem. Eu vou indo então. - ele entrou no carro e baixou o vidro - Não esquece de me avisar sobre a próxima festa.

- Pode deixar. - revirei os olhos montando na bicicleta.

Ele riu e balançou a cabeça dando a partida no carro

- Até mais, gatinha. - ele piscou e saiu com o carro

Fiquei ainda mais uns instante petrificada pelo charme e nem acreditando que havíamos passado pelo menos trinta minutos conversando. Eu e um cara gato. Alguém me belisca porque isso é demais pra acreditar.

Por fim, pedalei de volta pra casa.



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