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História Colors - Capítulo 4


Escrita por: NatyBonaty

Capítulo 4 - Capítulo 4


Fanfic / Fanfiction Colors - Capítulo 4

Ao chegar em casa, passei pela cozinha, vendo o recado que mamãe deixara avisando que voltaria tarde. Peguei um pouco de água, subi as escadas e entrei em meu quarto, joguei a mochila no chão e deitei na cama, deixando o copo com agua no criado mudo.

O trajeto todo ate em casa foi em choque. Ainda não acreditava que um cara bonito havia falado comigo, e ainda por cima me chamou para sair. O que eu havia feito de diferente? As coisas seguiam tão normais, eu até gostava de ser invisível. A garota que não tinha amigos. Isso soava bem nos meus ouvidos e na minha mente. Como, de um dia pro outro, um garoto podia me enxergar? Como ele podia se aproximar e deixar meus pensamentos uma bagunça completa?

Urrei irritada e virei de bruços, enfiando o rosto no travesseiro. Bati a cabeça nele algumas vezes e resolvi que já bastava daquilo. Não ficaria pensando nele. Meu mundinho de coisas azuis e cinzas estava perfeito demais para que alguém entrasse estragasse tudo.

Puxei meu livro de historia e comecei a fazer a lição.

Na verdade tentei. Mas olhos castanhos, sorriso de lado e um sotaque britânico tomavam espaço na minha mente, se infiltrando entre minha tentativa de concentração no assunto.

Meu celular apitou e franzi a testa. Era o som de mensagem. E a única pessoa que tinha meu numero e me mandava mensagem era minha vó, mas ela estava viajando para as ilhas do Caribe.

Peguei o aparelho e tive um mini infarto quando vi o nome de Zayn. Fiquei encarando a tela por uns instantes antes de abrir a mensagem.

 

Chegou bem em casa?

 

Suprimi um sorriso pequeno que queria surgir e deixei o celular de lado. Não iria responder. Era melhor me manter longe dele. Logo ele esqueceria e eu poderia viver como antes, uma pessoa invisível.

Pena que eu não conseguia ser forte o bastante. Minutos depois peguei o celular respondendo a mensagem.

 

Sim, cheguei.

 

Logo ele respondeu, como se estivesse esperando minha resposta.

 

Que bom. Podemos nos ver amanhã?

 

Franzi a testa e mordi o lábio. Porque ele queria me ver amanhã? Não só quando tivesse uma festa que iriamos sair? Ou será que ele percebeu que eu era estranha demais para sair em sociedade e preferia encontros às escondidas?

Bufei. Ali estava eu pensando em encontros. Como eu era uma ridícula iludida.

 

Não sei. Preciso estudar pra uma prova.

 

Menti. E novamente ele respondeu rápido.

 

Uma pena. Ganhei ingressos para ir assistir um tedioso filme sobre zumbis vampiros.

 

Ri. Que besteira, zumbis vampiros não era possível. Ainda mais nos dias de hoje.

 

Isso é papo. Não existi esse filme.

 

Claro que existe. É um festival de filmes trash. Esse é apenas um deles. Tem certeza que não quer assistir?

 

Mordi o lábio e fiquei encarando a tela por um longo tempo. Por fim suspirei e respondi:

 

Você me pega na escola?

 

Claro! Assim que sair, estarei lá. Só não vai de bicicleta, estarei no meu carro amanhã e ele não tem como guardar ela.

 

Ok.

 

Te vejo amanhã, gatinha.

 

Ai como ele era ridículo! Eu estava começando a odiar esse garoto.

Revirei os olhos e enfiei a cara no travesseiro, fazendo um mantra infinito "não posso me apaixonar. Não posso me apaixonar. Não posso me apaixonar..."

 

Nem preciso confessar que o resto do meu dia foi ralo abaixo.

Desisti de estudar e fiquei zapeando a tv ate a hora de fazer algo pra comer. E ainda sim cortei o dedo ao cortar cebola.

Fui deitar cedo, mas não consegui pregar os olhos antes da 01:00 da madrugada. Eu pensava em desmarcar. Não havia motivos plausíveis para ele se interessar em mim. Ao mesmo tempo em que pensava que estava me achando demais, achando que ele poderia querer algo a mais que uma amizade.

Por fim, decidi que amigos saem juntos e assistem filmes juntos. Não havia nada demais nisso. Eu poderia ter um amigo, alguém para quem apresentar a minha mãe e melhorar minhas mentiras fajutas.

E foi com essa confiança que levantei pela manhã e me arrumei para a escola. Tive que entrar atrasada na aula de Biologia já que Toddy estava diante da sala, provavelmente me esperando novamente. Quando as últimas aulas começaram, eu estava nervosa. Já não prestava atenção nos assuntos, ficava apenas olhando os ponteiros lentos do relógio.

Assim que a aula acabou, fiquei uns instantes sentada, acalmando meus feels que estavam em frangalhos. Relembrando que era apenas uma saída entre amigos, que não havia e nem haveria algo entre a gente. Talvez ele até parasse de falar comigo depois de um tempo, assim que se enturmasse mais com as pessoas certas da cidade.

Levantei e guardei as coisas no meu armário. Tirei meu casaco e sai apenas com a regata e meu jeans. Fiquei olhando o casaco. Porque o tirei se era apenas uma saída entre amigos? Eu não precisava ficar mais arrumada pra ele. Ou amigos se arrumavam um pro outro?

Mordi o lábio e peguei o casaco enfiando na bolsa. Poderia fazer frio na sala de cinema.

A escola já estava quase vazia quando passei pela porta da frente. Mas mesmo que estivesse lotada eu teria visto o carro preto com um deus grego ao lado.

Serio. Ele estava deslumbrante de jeans, regata branca e as mãos no bolso da calça. Tava tão lindo, que nem liguei pelo fato de estar falando com Amy Logan.

Ele virou o rosto e ao me ver acenou com um sorriso leve. Meu estomago de dois carpados para trás e finalizou com um espacate, comprimindo minhas bexigas e me dando vontade de mijar. Amy Logan também olhou pra mim, sua expressão curiosa, provavelmente se perguntando se eu era uma novata na escola. Suspirei e andei até eles.

- Achei que tinha me dado um cano. Todos da escola saíram e nada de você. – ele comentou quando cheguei perto.

- É... Eu tava falando com um professor sobre um trabalho... - menti sem graça.

Na verdade estava incomodada pelo olhar analítico que a Amy Logan dava a mim.

- Então, esta pronta? Podemos ir?

- Uhum.

- Tchau, Amy. Nos vemos outro hora. - disse pra ela e abriu a porta do carro pra mim.

- Tchau. E divirtam-se. - respondeu ela afastando-se com um sorriso que qualquer outra pessoa teria acreditado ser sincero, se não fosse pelo olhar assassino que lançava a mim.

Aquilo era tão estranho e desconfortável que mal tive tempo pra ficar chocada com ele abrindo a porta do carro, apenas entrei, coloquei o cinto e rezei pra ele arrancar logo dali. Acho que mais um pouco e Amy Logan pularia no meu pescoço. Fiquei aliviado quando finalmente saímos do estacionamento, pegando a principal e seguimos o caminho ate lá onde seja o cinema que iriamos.

- Você tá bem? - perguntou ele.

Concordei com a cabeça. Ainda estava meio sob o efeito do olhar assassino que Amy deu quando ele deu a partida e saiu.

- Você e Amy não se dão bem?

Olhei pra ele descrente. Que tipo de pergunta idiota era essa? É claro que... Ele me deu um olhar confuso e revirei os olhos. Era obvio que ele não sabia. Seu parâmetro era eu dando uma de doida ontem ao achar que os dois estavam aprontando algo pra cima de mim.

- Nem nos conhecemos. Mas tenho certeza que nesse momento ela está colocando meu nome na boca do sapo.

- E porque ela faria isso? - perguntou com um sorrio divertido que combinava com seu tom.

Dessa vez o olhei bem. Era serio que ele não se tocou do mais obvio?

- Você tá fingindo que não percebeu, certo!?

- Percebi o que? - ele parou no sinal e me olhou.

Balancei a cabeça descrente. Ou ele era um bom ator, ou um completo tapado.

- Ela tá interessada em você. Isso é mais que obvio. - falei ainda em choque.

- Ah! Isso. - ele respirou o ar pelo nariz, em deboche e avançou quando o sinal ficou verde - Já tinha percebido sim. Mas ela não faz meu tipo.

Porque eu queria gargalhar? Serio! Ele nem disse isso na frente dela. O que eu pagaria para ver acontecer.

- Não vai perguntar qual meu tipo? - ele me olhou de relance, um sorriso travesso nos lábios que fez uma escola de samba atravessar meu intestino grosso.

- Não. - mantive a voz leve, mesmo estando nervosa e fitando sem parar o caminho adiante - Isso não me interessa. Pra onde estamos indo?

Mudei logo o assunto antes que ele falasse algo mais.

- Ao cinema. Não lembra que marcamos ontem? - disse depois de um momento.

- Lembro, mas que cinema? Não me lembro de ter algum nessa área.

- Você vai ver...

Não sei por que, mas o tom na voz dele me fez querer me jogar do carro e sair correndo em seguida. Mas ele era tão bonito. E eu estava segura, de certa forma. Mandei uma mensagem pra minha mãe avisando que iria sair com amigos e que avisaria onde estava assim que chegasse. E Amy Logan me viu saindo com ele. Qualquer merda, meu corpo poderia se encontrado.



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