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História Colors - Capítulo 5


Escrita por: NatyBonaty

Capítulo 5 - Capítulo 5


Fanfic / Fanfiction Colors - Capítulo 5

No fim das contas, me vi entrando no bairro mais rido da cidade. Enormes casarões ladeando a rua por onde seguíamos. Já estado ali umas dois ou três vezes, em festas na casa do deputado pra quem minha mãe trabalhava. Naquele local só morava os mais ricos.

Uma leve certeza surgiu em minha mente: Estávamos indo pra casa dele.

Isso me deu um frio na barriga.

- Sabe. Talvez você esteja perdido, entendo, já que é novo na cidade, mas não tem cinema por aqui. - comente levemente desconfortável.

Porque se ele estava pensando que teria tudo o queria facilmente comigo, estava completamente... certo. Mas eu ia dificultar um pouco as coisas. Não queria ser vagabunda de cara.

Trinquei os dentes.

Mais que droga! E ali estava eu, novamente me iludindo que iria acontecer algo entre a gente. Éramos apenas amigos. E me envolver fisicamente acarretaria em coisas das quais eu não estava preparada para sofrer.

- Como pode ter certeza disso, já esteve em alguma dessas casas? – seu tom era divertido. O que me deu certeza que ele estava tirando uma com a minha cara.

- Bem, na verdade sim. – o olhei de lado – Minha mãe trabalha pra um deputado e ele mora naquela rua. – indiquei enquanto passávamos por ela.

Ele olhou e não disse nada. Mais a frente ele parou diante de um portão de ferro, que se abriu quando ele apertou um botão no painel do carro. Seguimos adiante e fiquei olhando o jardim bem cuidado, e logo olhando impressionada para a casa. Era bem moderna, daquele tipo que vemos em capas de revista de arquitetura e construções. Muito vidro, madeira, revestimento em pedras e um toque de “aqui mora uma família mega rica que tem dinheiro pra deixar a casa com cara de super limpa”.

Ele estacionou em uma garagem e saiu do carro. Fiquei ali, olhando ele se afastar um pouco e depois olhar para trás. Ao não me ver ainda dentro do carro, colocou a cabeça na janela e sorrio torto pra mim.

- Você não vem?

- Gostei do seu carro. Ele é confortável. - disse normalmente, como se estivesse sentada na sala da minha casa. Mas não menti sobre ser confortável. Era muito.

Ele rio me fazendo esquecer qual era meu nome enquanto babava pelo aquele sorriso.

- É minha casa, e tem um cinema ai dentro. Minha mãe trabalha na tv, e ganhou uns filmes trash de uma empresa ai. Como ela sabe que gosto dessas coisas, me deu. Mas não tem graça ver sozinho, por isso te chamei. E não se preocupe, não vou fazer nada com você. Somos amigos, lembra!?

Sabe o polo norte? Agora imagina toda a água dele caindo sobre mim. Pois é. Uma coisa era você pensar que ele te considerava apenas uma amiga, outra completamente diferente era ele deixar bem claro que, se Amy Logan não era seu tipo, Marisa Muller é que não seria.

- Claro. - dei um sorriso amarelo e sai do caro. Precisava manter meu pouco de dignidade enquanto eu me tornava a Tristeza de Divertidamente, por dentro - Mas olha. Apenas três filmes no máximo. Hoje minha mãe chega cedo e preciso fazer o jantar.

- Pode deixar. Te deixo em casa antes de ela pensar em chegar em casa. - garantiu seguindo comigo pra entrada.

Entramos e eu confesso que não fiquei impressionada com a visão de dentro. Era bem normal, como todas as casas de gente rica. Afinal, minha mãe trabalhava para o deputado, já fui a casa dele e sei o quanto ele rouba da cidade pra manter aquela casa luxuosa (que minha mãe não leia isso).

- Você quer comer algo? - ele jogou a chave em um aparador próximo a porta e foi entrando.

- Não. Estou bem. - disse o seguindo.

- Vou pedir pra fazerem pipoca. Você gosta?

- Claro! Quem não gosta de pipoca?

Ele sorriu assentindo. Ele chamou um cara, que logo apareceu, ele pediu a pipoca e suco, então seguimos e entramos num corredor. Mais alguns passos e ele abriu uma porta revelando a sala de cinema. Seis poltronas com acolchoamento vermelho, porta copos entre elas, dispostas em duas fileiras e com níveis entre uma fileira e outra, uma enorme tela branca e caixas de sons espalhadas pelas paredes. Era que nem uma sala de cinema mesmo, só que bem menor.

- Uau! Agora deu até vontade de fazer uma assim em casa.

- Ou você pode sempre vim aqui assistir filme comigo. - sugeriu enquanto descíamos.

Fiquei sem graça e agradeci pela pouca iluminação no lugar. Sentamos lado a lado na fileira da frente, bem no meio. Ele pegou um controle e apertando fez a tela iluminar. Após uns instante a tela mostrou capa de vários filmes e um menu.

- Qual vai ser o primeiro? – questionou entrando numa categoria, onde surgiu umas capas típicas de filmes trash.

- Hmm... Aquele de zumbis vampiros. Quero ver essa palhaçada sem sentido. - comentei rindo.

- Boa pedida. – sorriu ele dando play.

Me ajeitei ficando mais confortável e dando total atenção no filme. Mal tinha começado e já estava achando totalmente sem noção aquele enredo. A pipoca chegou pouco tempo após o inicio e eu podia dizer que até a bendita pipoca parecia de cinema. Quando o filme começou a se aproximar do fim, eu já estava com dor de estomago de tanto rir. Era muito sem noção e muito mal feito, mas não esperava menos desse estilo de filme.

- E ai, gostou – perguntou Zayn quando terminou o filme.

- Cara, é um dos mais ridículos que já vi, mas amei. – confessei e tomei o retinho do refrigerante.

- Também gostei. Mas algo que gostei mais. – fiquei o olhando esperando que continuasse – Sua risada. Você tem uma risada bonita e agradável de ouvir.

Desviei o olhar, corando. Eu havia percebido que ele me olhava às vezes durante o filme, mas achei que era porque minha risada era estranha. Tanto que tentei me segurar algumas vezes, para não parecer uma hiena louca.

- Qual os outros filmes que tem? – mudei de assunto.

Ele mostrou após um instante e escolhi Hard Rock Zombies. Já havia ouvido falar, mas nunca havia visto. E acabou se tornando bem divertido de assistir. Mas pelo meio, fiquei meio tensa. Zayn colocou um braço atrás da minha cadeira e ficou daquele jeito. Eu ficava olhando pro meu ombro a cada instante, esperando ver sua mão deslizando para meu ombro. Não sabia se o frio na barriga era por ansiedade de ele fizesse aquilo, ou se era porque não queria que ele fizesse.

- Não tá gostando do filme? – perguntou de súbito.

- Hã? Como assim? - olhei meio assustada.

- Você está tensa. – então sua mão deslizou para meu ombro, me causando um arrepio por todo o corpo conforme ele fazia um carinho na minha pele – O filme está muito chato?

Procurei lembrar como respirar ou como responder a pergunta dele, mas apenas fiquei estática sentindo seu toque em mim. Era pequeno e simples, mas parecia como se estivesse recebendo uma carga de energia, deixando todos os pontos do meu corpo ligados.

- Marisa, o que houve? – ele parou o movimento e me olhou mais de perto.

Pisquei nervosa pela nossa proximidade.

- Preciso ir ao banheiro.

Dessa vez ele me olhou surpreso, mas logo levantou e me levou até a porta e indicou o lavabo próximo. Andei o mais casual até lá, e assim que entrei, tranquei a porta e me sentei no vaso, soltando o ar que nem percebi segurar. Meu corpo e sentimentos estavam em frangalhos. Precisava me acalmar, aquilo era apenas um cinema entre amigos, não podia ficar imaginando que qualquer movimento dele significava algo a mais.

Caramba! Eu precisava lembrar a mim mesmo que era a garota sem amigos, que comia no banheiro da escola e que ninguém notava. Zayn não iria querer nada comigo. Ele mesmo disse que éramos apenas amigos. O que mais eu precisava para parar de me iludir que nem uma idiota?

Respirei fundo algumas vezes e levantei. Fui até a pia, lavei meu rosto, respirei fundo mais uma vez e ajeitei meu cabelo. Repeti para meu reflexo que éramos apenas amigos, que ele não estava interessado em mim. Só então sai. Zayn estava na porta da sala de cinema, olhando com preocupação.

- Tá tudo bem? – questionou.

- Tá sim. – dei um sorriso pequeno – Então, vamos terminar de ver o filme?

Ele ficou me olhando por um instante e então se aproximou rapidamente, mas parou bruscamente diante de mim. Meu coração batia tão rápido quanto Bolt. Era impressão minha ou ele ia me tocar novamente. Não, eu tinha que parar com isso, ele estava apenas preocupado. Demorei no banheiro, era normal amigos se preocuparem com os outros.

- Desculpa.

Pisquei confusa.

- Pelo o que?

- Estou indo rápido demais, não é?

Franzi a testa ficando mais confusa ainda. Rápido demais? Do que ele estava falando?

- Rápido? Não, acho que não está não...

Dei um sorriso leve, para garantir que estava tudo bem, seja lá do que ele estava falando. E então do lado ele erguei as mãos e tocou no meu rosto, deslizando até o pescoço e acariciou as mexas do meu cabelo que emolduravam meu rosto. Tive uma parada cardíaca e já não nem como respirar, olhei em seus olhos que brilhavam com intensidade e meus lábios se abriram minimamente, puxando o ar enquanto descia meus olhos para seus lábios.

Meu corpo queimou de desejo por seus lábios. Ainda mais quando ele passou a língua os deixando molhados. E como se ele lesse pensamentos, nossas bocas se tocaram em um beijo casto e rápido. Apenas seus lábios rosando nos meus. Ele me olhou como se temesse minha reação. Só que aquilo era pouco, eu queria mais, então subi minha mão para seu pescoço, nos aproximando novamente, e o beijei com intensidade.

Seus lábios eram macios e precisos nos movimentos. E quando sua língua pediu passagem e eu dei, era como se o mundo parasse e assistisse a beleza de uma supernova. O jeito que ele deslizou a mão para a base da minha coluna, nos mantendo mais próximos e depois aprofundou o beijo, deslizando sua língua enquanto explorava minha boca; a forma como eu enrosquei meus dedos no seu cabelo e também o segurei firme junto a mim, também explorando a boca dele. Tudo parecia perfeitamente correto, como se fosse para ser assim, como se nossos corpos estivessem destinados a ter aquele momento de encaixe perfeito.

Aquilo não se comparava a nenhum dos cinco beijos que havia dando antes. Era uma sensação de entrega, me deixado ser dele, sem pensar que... Oh droga! Zayn estava me beijando como se não houvesse amanhã, e eu estava irremediavelmente adorando aquilo, o que era errado, porque éramos amigos. Então parei o beijo me afastando rapidamente.

Ele me olhou confuso e então suspirou passando a mão no rosto.

- Desculpa, achei que...

- Porque fez isso? – falei confusa. O coração ainda acelerado demais e seu gosto em minha boca.

- Porque é o que quero fazer desde a sorveteria.

Engoli em seco. Só podia estar ouvindo errado. Ou era apenas coisa da minha mente. Sim! Um sonho. E se era sonho, eu estava malditamente estragando tudo.

- Isso não faz sentido. Somos amigos. – falei olhando pra baixo, atarantada.

Ele se aproximou e ergueu meu rosto, passando a acariciar minha bochecha com o polegar. Seus olhos eram intensos nos meus, demonstrando que nada do que ele disse ou ria, seria mentira.

- Não paro de pensar em você desde ontem. Na verdade, você surgiu na minha mente desde que te vi naquela festa. – ele colocou meu cabelo pra trás do ombro e engatou uma mexa atrás teimosa atrás da orelha – E confesso que ontem fui à escola apenas para saber se era ali que estudava, porque queria ver você de novo.

Segurei as mãos dele, as afastando do meu corpo, pois estavam me deixando tremula, irracional. Já me bastava as palavras dele, penetrando fundo na minha carne. Eu já havia visto isso, em filmes e livros. As palavras certas, o tom baixo e sedutor. Aquilo só podia ser mentira.

- Não, você não está interessado em mim. – falei negando veemente com a cabeça – Talvez uma transa fácil, mas fala como se realmente sentisse algo por mim.

Sentia minha garganta fechando. Agora parecia que até mesmo ter pensando que podíamos agir como amigos era algo demais. Homens gatos desse jeito, quando se interessavam por garotas como eu, queriam apenas uma diversão sem precisar se esforçar muito para conquistá-las.

- Está enganada. Você é mais do que isso pra mim. – ele tentou ergue meu rosto, mas me forcei manter a cabeça baixa – Marisa olha pra mim. Eu sou esse tipo de cara. Não estou te iludindo pra levar pra cama. Realmente estou interessado em te conhecer melhor e...

- Preciso ir pra casa. – o cortei e me soltei de seu toque, já voltando por onde tinha vindo.

Entrei na sala de cinema e peguei minha mochila da escola. Ao voltar, ele estava na porta.

- Marisa...

- Sei onde é a saída, não precisa se preocupar. – avisei passando por ele, ainda sem o encarar.

- Eu te levo. - disse me seguindo.

- Não precisa.

- Você não pode ir sozinha assim. Está sem sua bicicleta e...

- Eu sei ir sozinha pra mim casa. Não preciso de bicicleta pra isso.

Nem me dignei a olhar ora trás, apenas segui apressada e passei pela porta de entrada. O ouvi chamar por mim, mas ignorei, seguindo andando ate a rua e além. Precisava de um tempo pra mim.



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