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História Colors - Capítulo 6


Escrita por: NatyBonaty

Capítulo 6 - Capítulo 6


Fanfic / Fanfiction Colors - Capítulo 6

Não preciso dizer que o resto do meu dia foi uma droga.

Queimei o frango pra janta e mamãe ficou enchendo o saco querendo saber por que comprei pizza pro jantar. E pirou mais ainda quando soube que queimei o frango. Me importunou sobre haver algo errado e que estava mais estranha que o normal.

No fim das contas gritamos uma com a outra e eu subi pro quarto, irritada, batendo a porta e me trancando no banheiro. Liguei o chuveiro no máximo da água quente e fiquei ali em baixo até não suportar mais o calor que queimava minha pele.

Mal me sequei e deitei de bruços na cama, mas não consegui dormir. O maldito beijo não saia da minha cabeça. E as palavras dele pareciam uma música chiclete, repetindo a todo o momento em minha mente.

Quando consegui dormir já estava quase amanhecendo. Ouvi ao longe mamãe bater na porta e levantei grogue de sono. Ela ficou preocupada ao ver meu estado quando abri a porta. Disse que eu estava febril e precisava de remédios, mas eu só queria dormir. Depois de uns três comprimidos e caldo quente, ela me deixou ir dormir e disse que ficaria em casa. Nem liguei, apenas cai na cama, dormindo imediatamente.

***

- Marisa, filha. Acorda.

Resmunguei algo ininteligível e ela insistiu. Suspirei e abri um olho a fitando, parecia brilhar de alegria.

- Acorda dorminhoca. Seu amigo veio te visitar. - disse com um sorriso.

Provavelmente era o sono ainda, pois eu não sabia quanto tempo tinha dormido.

- Amigo? - resmunguei esfregando o olho.

- Sim. Da sua escola. Ele ficou preocupado por você não ter ido e trouxe os deveres do dia. Cuida, levanta e lava esse rosto. Ele está esperando lá embaixo.

Pisquei processando o que disse e arregalei os olhos. Imediatamente levantei e fui descendo. Não me importava se meu cabelo estava bagunçado, com baba seca no canto da boca e remela nos olhos. A única pessoa que sabia onde eu morava era o Toddy, e eu não perderia tempo me arrumando pra ele. Mas quando cheguei na sala, estanquei no pé da escada, meus olhos quase saindo de órbita. Zayn estava sentado no sofá, e levantou os olhos para mim, dando um sorriso contido ao me ver.

Devo ter ficado transparente, pois ele levantou preocupado.

- Desculpa vim assim. Fiquei preocupado ao saber que não foi à aula. Você está bem?

Eu não sabia o que dizer, apenas fiquei o encarando e me perguntando porque não ouvi minha mãe e fui ao menos lavar o rosto.

- Marisa? Você está bem filha? - minha mãe tocou em meu braço e checou minha testa.

Rapidamente a soltei de mim e passei a mão no rosto e nos cabelos, para minimizar mais a cara horrível que estava, então me abracei e dei um sorriso fraco pra ela.

- Tô sim. Pode... É... Nós deixar a sós um instante?

Ela olhou dele pra mim e depois de um instante ela deu um sorriso curto e assentiu.

- Qualquer coisa tô na cozinha. - ela saiu segurando um sorriso maior.

Seja lá o que se passava na cabeça dela, devia ter haver com Zayn e eu sendo um casal. Não a culpava, eu também delirei assim por algum curto instante entre esses três dias.

- O que faz aqui? - indaguei assim que ela sumiu na cozinha, mas mantendo a voz baixa o suficiente apenas pra ele ouvir.

- Você saiu daquele jeito de casa e então não respondeu minhas mensagens. Pela manhã fui à escola e não te vi, nem agora na saída. Achei que algo havia acontecido então vim te visitar. - ele colocou a mão nos bolsos.

- Mas como achou meu endereço? - questionei abismada.

- Perguntei na escola. Uma garota me disse. - deu de ombros.

Vasculhei na minha mente alguma garota que poderia saber onde eu morava, mas não havia ninguém. Nunca trouxe ninguém aqui. Nem falar com as pessoas eu falava, imagina trazer na minha casa.

Suspirei e sentei no sofá. Ele se aproximou e acocou a minha frente. Sua mão pousando no braço do sofá e me fazendo ter total consciência de quão perto ele estava.

- Marisa, me desculpa pelo que fiz. É que... - ele balançou a cabeça e molhou os lábios, olhando em meus olhos com uma enorme sinceridade - Pode me chamar de babaca. Foi como agi. Não tem justificativa.

Engoli em seco e tive que virar o rosto pra não esquecer meu nome enquanto olhava em seus olhos.

- Ainda bem que sabe. - foi o que saiu por meus lábios, com mais amargor do que eu sentia.

- Me perdoa. Podemos ser apenas amigos. Juro que não vou mais bancar o Don Juan e te tratar como se fosse as outras garotas dessa cidade.

Olhei de canto de olho pra ele e juro que quase fiz um "own" pros olhinhos de cachorrinho que ele tinha. Mas desviei o olhar a tempo. Fiquei calada por um instante, processando tudo aquilo. Eu não podia negar que estava sentindo algo por ele, mesmo em tão pouco tempo. Então o que ele disse ontem podia ser verdade, não podia? Ou era apenas eu me iludindo?

Olhei pra ele e mordi o lábio. Seus olhos pareciam sinceros demais, mas sua aparecia dizia que eu não devia confiar. Ele era um heartbreaker, destruidor de corações, e eu não era forte o suficiente. Meu coração iria se fragmentar e jamais voltaria ao normal.

- Marisa, pelo menos me desculpa. - implorou - Eu realmente não queria te magoar. Só fui um homem agindo por instinto. Vou entender se quiser distância, mas não posso mentir dizendo que jamais vou tentar algo novamente, se permanecermos amigos.

A quem eu queria enganar. Estava desistindo de pensar no meu maldito coração. Quantas vezes na vida teria uma oportunidade como essas? E se eu achasse que as coisas não iam bem, era só acabar tudo. Fácil, não? Fechei os olhos com força. Fiz uma curta oração pra que eu jamais me arrependesse disso e quando abri os olhos, me inclinei até ele e lhe dei um selinho. O olhei e tentei não rir da sua cara de espanto.

- Não me agarrando daquele jeito, nem bancando o babaca, acho que ainda podemos ser amigos.

Ele deu um sorriso imenso, que contagiou o meu. Sua mão tocou minha bochecha e reprimi um suspiro.

- Você é a garota mais legal que já conheci. Sério.

- Você também... Não, você é igual a todos os outros caras. - brinquei.

Ele balançou a cabeça com diversão e juro que teria o beijado como estava desejando, se não fosse um pigarrear. Minha mãe estava parada na porta da cozinha. Um olhar iluminado e segurando um enorme sorriso. Zayn retirou a mão do meu rosto, mas não pareceu sem graça como eu estava.

- Você vai ficar pro lanche?

- Não quero incomodar. - disse dando um olhar discreto pra mim.

- Não é incomodo algum. Vou preparar uns sanduiches e fazer um suco...

Eu quase pulei em cima dela gritando pra que calasse a boca. Mas Zayn sacou minha cara de pavor.

- Não. Realmente obrigado. E também eu só vim ver como Marisa estava. Tenho um compromisso agora à tarde. Mas obrigado.

- Ah! Tudo bem...

E ela ficou nos olhando, ainda contendo aquele maldito sorrio. Então levantei e comecei a o empurrar pra porta.

- Te acompanho até lá fora.

- Ok. Até mais Sra. ...

- Me chame de Alice. Nada de senhora. - ela o cortou e deu um tchau - Até outro dia.

Nem a pau que ele iria ali novamente. E eu realmente esperava que ela não tivesse visto o beijo que dei nele.

- Não quero mais que venha aqui. - avisei assim que estávamos lá fora, ao lado do carro dele.

- Porque não? - me olhou confuso.

- É complicado. Apenas não venha mais, tá bom?

Ele suspirou e concordou.

- Tudo bem. Se preferir assim, então não venho mais.

- Obrigada. Agora... - indiquei a estrada de volta pra cidade.

Ele sorrio e apertou meu queixo.

- Tá. Já vou, gatinha. - ele piscou e entrou no carro.

Fiquei com o coração palpitando que nem passista na Sapucaí enquanto olhava ele sair da vaga de garagem e pegar a rua, logo sumindo ao longe. Me perguntei se não havia enfiado uma corda no pescoço, porque de tantas maneiras que eu poderia ter sofrido e me matado, escolher me apaixonar por um cara como ele era a pior de todas.

Pisquei chocada.

Eu não... Não! Eu não estava apaixonada. Atraída com certeza. Querendo dar muitos pegar? Definitivamente sim. Mas apaixonada não. Não mesmo!

- Ele é um ótimo partido.

Dei um pulo levando a mão ao coração que agora batia desesperado de susto.

- Mãe! Quer me mata do coração.

- Vocês estão ficando? - ela esboçou o sorriso que esteve escondendo. Um de orelha a orelha.

- Não! - falei como se fosse à coisa mais absurda. Como se ele fosse o Toddy - E nem crie coisas. Ele é só... Um carinha que estou conhecendo, mas somos só amigos

- Não me pareceu isso na sala. Vocês se olhavam...

- A senhora estava me espiando? - parei diante dela.

- Não! Foi só coincidência. - a encarei bem e ela me encarou de volta - Eu juro que foi só isso. E sou sua mãe. Tenho direito de saber o que estar acontecendo com um desconhecido.

Revirei os olhos e passei por ela, entrando em casa.

- Ele é apenas meu amigo. Não pense nada diferente disso. E não toque mais no assunto.

Ouvi ela protestar algo, mas eu já estava a meio caminho do meu quarto. Ainda havia algumas horas de sono que eu gostaria de ter.



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