História Colors - Capítulo 9

O fim de semana chegou e não tive mais problemas na escola. Apenas alguns olhares tortos de Amy Logan. Que ignorei com maestria. Zayn e eu não nos vimos mais, pois ele ficou ocupado, mas sempre trocávamos sms antes de eu dormir. Então quando o fim de semana chegou, eu estava um pouco ansiosa para ir pra casa dele.

Tanto, que me vi sem saber o que vestir. Parei diante do meu guarda roupas e fiquei olhando minhas peças largas e nada atrativas. O mais “bonito” que eu tinha, eram minhas regatas e uns dois vestidos de festa que minha mãe me obrigava a usar quando tinha festa na casa do deputado, mas eles não eram apropriados para uma tarde na casa de Zayn.

- Vai sair?

Me assustei ao ouvir mamãe na porta.

- Que susto mãe! Não sabe mais bater? – levei a mão ao peito.

- Não tenho culpa se você anda sonhadora ultimamente. – ela cruzou os braços com um sorriso divertido.

Revirei os olhos e mordi o lábio olhando pro meu bolo de roupas e depois olhei pra ela, achando que já iria me arrepender do que iria falar.

- Vou sair com o Zayn hoje. Vamos... – pensei bem em dizer o que faria e optei pela meia verdade – Vamos ao cinema, mas não sei o que seria legal vestir.

Os olhos dela brilharam. Era como se tivesse promoção na Victoria Secret. Olhei de lado quando ela se aproximou e olhou minhas roupas, jogando umas na cama. Por fim, ela suspirou colocando as mãos no quadril.

-Realmente, não há nada a altura de um encontro. O que me faz ver que precisa de roupas novas.

- Não é um encontro. – resmunguei.

- Seja lá como vocês jovem chamem, você não tem nada. Mas, sua mãe querida, tem algo. – ela saiu do quarto e entrou no seu.

Depois de uns instantes, a segui e a vi acocada procurando em suas gavetas. Quando ela retirou uma roupa envolta em seda, senti que não iria gostar daquilo.

- Isso era meu antes de engravidar de você. Guardei junto com algumas outras peças que eu gostava muito, e achava que poderia voltar a usar depois que você nascesse, mas meu quadril ficou largo e não consegui mais ser magra como antes. – dizia enquanto abria o papel de seda – Mas sei que vai ficar perfeito em você, eu tinha o corpo como o seu.

Ela ergueu o vestido. No fim das contas era lindo. Um corte tipo dos anos 90, com a cintura destacada e alta, e a saia solta. Uma renda na parte de cima e era com linha preta sobre o tecido de cor creme.

- É realmente lindo. – me aproximei e peguei de uma mão, o colocando sobre minha fronte.

- Experimenta. Vê se fica bom. – ela sorriu.

Mordi o lábio e corri pro banheiro. O vesti com cuidado e sai do banheiro indo me olhar no espero de corpo inteiro.

- Ficou perfeito. – sorriu ela.

- Sim. Posso usar ele? – olhei pra ela pelo reflexo.

- Apenas se me deixar passar uma maquiagem leve e arrumar seu cabelo.

- Ai mãe! – gemi.

- Apenas um batom, blush e rímel. Prometo.

Mordi o lábio olhando meu reflexo e suspirei me resignando.

Mas como prometido, ela fez algo tão leve e delicado que mal parecia que eu estava maquiada. E finalizou com um rabo de cavalo solto. Calcei meu tennis, pois não queria parecer que havia mudado completamente só para ir encontrar com ele. Me olhei no espero e pelo primeira vez na vida, me senti bonita usando algo.

- Você está tão linda. – disse mamãe emocionada.

Olhei pra ela e fiz uma careta pros seus olhos marejados.

- não vai chorar, por favor. Só vou sair com um garoto.

Não quis por mais força no nervosismo que havia no meu estomago.

- Mas é o primeiro garoto que está realmente interessado em você. Qualquer outro que tenha vindo antes, não te merecia como ele. – ela veio rapidamente até mim e me abraçou apertado – Minha menininha tá virando uma mulher. Meu deus! Parecia que era ontem que você tava dando os primeiros passos, incerta, pela sala de casa.

Dei um curo sorrio, mas afastei.

- Tá, para com esse drama. Só vou sair com um garoto, nada demais mesmo. Ele não é o primeiro e nem vai ser o ultimo. – e eu rezava muito pra que eu não sofresse muito quando acabasse.

Ela iria dizer algo mais, mas uma buzina se fez ouvir. Meu coração disparou e mamãe abriu um enorme sorriso.

- Vou abrir a porta pra ele.

E antes que eu disse que não, ela já estava saindo. Corri, mas ela corria na frente. Ela abriu a porta da entrada e assim que cheguei, segundo depois, Zayn estava saindo do carro e olhou pra minha mãe, dando um sorriso charmoso que me fez esquecer porque estava correndo que nem retardada.

- Oi, Zayn, certo? – disse mamãe seria.

Ah! Era por isso.

- É mãe. – passei por ela e fui até ele – Vamos? Senão vamos acabar pegando uma sessão tarde.

Ele me olhou meio confuso, mas desviou o olhar pra minha mãe, entendendo.

- Claro. É... sim, me chamo Zayn. É um prazer revê-la.

Minha mãe o analisou bem.

- Muito cuido com minha filha mocinho. Não sei se ela falou, mas trabalho com o deputado Arnold. Tenho olhos e ouvido por toda cidade.

Fiquei pálida e trinquei os dentes. Olhei para Zayn e ele parecia segurar um sorriso, mas permaneceu serio fitando ela.

- Prometo cuidar dela. E ela também não vai voltar tarde.

- Espero mesmo.

- Tá. Vamos logo Zayn, estou com fome. – peguei na mão dele e o arrastei até o carro.

Ele se deixou guiar.

- Até mais Sra. Muller.

- Comportem-se.

Revirei os olhos e entrei no carro colocando o cinto. Ele entrou e fez o mesmo. Saímos em silencio, enquanto meu rosto pegava fogo por aquilo. Ainda bem que eu não tinha pai, ou talvez teria sido bem pior.

- Você está bem? – ele quebrou o silencio quando paramos em um sinal.

- Tô, é só... Desculpe por aquilo.

Ele rio e pegou minha mão, dando um beijo, e causando um rebuliço em meu estomago e coração.

- Tudo bem. Seu fosse minha filha, única, agiria pior. – ele deu um sorrio e me olhou com mais atenção – Você está muito mais linda, por sinal.

Corei e olhei pela janela vendo o sinal ficar verde.

- Obrigada.

Mudamos de assunto para filmes que poderíamos ver, enquanto seguimos pelas ruas até sua casa. Logo ele estacionou na garagem e franziu a testa.

- O que houve? – perguntei.

- É... Achei que meus pais iriam viajar hoje, mas... Acho que não vão mais.

Olhei os três carros na garagem e senti um frio diferente na barriga.

- Tem algum problema nisso? – perguntei apreensiva.

- Não, nenhum. É só... deixa pra lá. Vamos nessa. – ele abriu a porta e saiu do carro.

Achei estranho e passei a me sentir uma indesejada quando sai do carro e passei pela porta da frente. A casa continuava como da ultima vez que havia vindo.

- Tim? – chamou Zayn jogando as chaves na vasilha sobre o aparador ao lado da porta. Um homem vestido de mordomo, o mesmo da ultima vez que estive ali, pareceu logo depois de ser chamado – Meus pais estão em casa?

- Sim, sua mãe estava indisposta. Estão sentados na varanda enquanto esperam o almoço.

- Ah! Valeu.  – Zayn me olhou enquanto o homem saia – Quer conhecer meus pais?

Fiquei meio rígida.

- É... bom... se quiser me apresentar a eles... – entrelacei meus dedos e mordi meu lábio inferior por dentro.

Ele sorriu e pegou na minha mão.

- Vem, eles vão gostar de você. Não precisa ficar nervosa. – ele beijou minha mão novamente e me puxou com ele por um caminho que eu ainda havia feito por aquela casa.

Bom, não ficar nervosa era uma coisa completamente difícil de se fazer nesse momento.