História Com Amor Nerd - Só de você existir já me encomoda

       Ignorância é a sua nova melhor amiga Você me trata como um outro estranho Bem, é um prazer conhecê-lo senhor Acho que eu irei É melhor eu seguir em minha saída Você me trata como um outro estranho Bem, é um prazer conhecê-lo senhor Acho que eu irei É melhor eu seguir em minha saída

     Ignorance, Paramore

Angel Wolff's point of view

Chego em casa ás 15:45 alguns minutos depois do último sinal, Catherine está encostada na estante do corredor e me olha com aquela cara de convencida, eu sei o que ela quer ver mais  uma vez a mamãe brigar comigo, Catherine é dois anos mais nova que eu, mais ás vezes parece mais velha que eu, não em maturidade e sim em beleza. E além disso é a preferida da mamãe, uma vez ela disse isso na minha cara, já pensei em fugir várias vezes, mas quando penso em meu pai e percebo que não coseguiria ficar longe dele, porque ele é único que me ama nessa casa.

Largo o skate no chão  e entro na cozinha e lavo as mãos, beijo a testa de Aysha minha irmã caçula ela sorri pra mim, olho na direção de minha mãe e ela me encara, esperando uma explicação pelo meu atraso, a verdade é que eu fiquei no parque perto da quadra de basquete, só olhando os caras jogar e esperando o tempo passar, pra não ter que ficar nessa casa, sento na mesa e na hora que vou pegar um copo ela me barra.
— Onde estava? — Ela pergunta com a voz baixa.
—Na quadra. — Respondo sem olhar pra ela.
— No meio dos meninos? É isso mesmo que quer se tornar? Uma perdida?
Sinto meu nariz arder e as lágrimas se aproximando. Olho pra Aysha que observa tudo sem enterder, eu gostaria de voltar a  ter sua idade e não sofrer tanto.
— Como você pode...? Eu sou sua filha e você insunua que eu... —Não consigo terminar a frase.
Catherine senta na cadeira da frente e sorri pra mim, aquele sorriso de vitoria. Ela ia falar alguma coisa.
— Tem mais mãe. —Diz ela.
Abaixo a cabeça, por que eu sou tão fraca?
— O que filha? — Mamãe diz com voz calma.
Faz tanto tempo que ela não me chama assim e nunca mais diz que me ama, muitas vezes antes de dormir eu escuto ela entrar no quarto de Catherine e ela beija sua bochecha e diz que a ama muito. Eu queria que não machucasse mas doí muito. Eu posso parecer forte por fora, mas toda vez que deito a cabeça no travesseiro eu choro, por não me sentir amada o suficiente.
— Me contaram que a Angel brigou por causa de macho.
— O que? — ela grita — e depois não quer que eu insenue as coisas.

Não era verdade, eu não tinha brigado, eu só provoquei a Skylight e no fim ela quis puxar meu cabelo mas eu me escondi atrás do Felipe e começei a rir e claro que ele ficou uma fera, por eu ter o usado dessa forma. E agora olhando para a expressão de raiva da minha mãe me arrependo de ter feito o que fiz.
— Catherine sua... —Falo com vontade de grudar  em seu cabelo.
— Vai dizer que é mentira? —pergunta Catherine com tom de ironia.

Eu não falo mais nada, apenas subo a escada e entro em meu quarto  fechando a porta com força, coloco a mão no cabelo procurando manter a calma, eu precisava pensa em outra coisa que não fosse a briga com mamãe. O que eu precisava? Eu precisava dançar e beber, e só uma pessoa podia me ajudar, pego meu celular e digito o número de Tyler e ligo pra ele.

(Chamada On)

T: Oi gata.
A: Oi, vou direto ao ponto... vamos sair? Vamos beber e dormir em outro lugar sei lá eu só preciso de você, vamos?
T: Foi mal gata, não estou em Chicago.
A: Tá bom então, eu vou sozinha.

(Chamada encerrada)

Quer saber eu não preciso dele, eu sei me virar sozinha além do mais ele nem é meu namorado, é só um amigo colorido que eu uso pra me satisfazer. Hoje, hoje não, eu sou solteira e vou pegar todo mundo.
Abro o armário e procuro por uma roupa, jogo minhas roupas sobre a cama. E corro para o chuveiro, eu sei que terá uma festa na casa de Luke, ele faz parte do time e é popular, e é apaixonado por Jess mas ela é o tipo de garota que se apaixona por tipos como Felipe, se o Luke estivesse atrás de mim eu não perderia tempo. Desligo o registro, e me enrrolo numa toalha rosa. Estou indo escolher uma roupa quando me viro pra janela vizinha e Felipe está lá me olhando, o encaro com raiva e fecho a janela com força.
Felipe consegue me deixar confusa e com raiva só de me olhar, ele é... estranho.
Escolho um vestido com listras em preto e branco, uma camisa jeans. Pra finalizar um tênis branco. Seco meus cabelos e os deixo solto o caindo como cascata. A maquiagem é pesada somente nos lábios, batom vermelho. Meu Look estava pronto.Pego minha carteira e coloco na minha bolsa. Passo pela sala de estar, onde mamãe está vendo televisão, ela me olha e pergunta onde estou indo mas eu não respondo e saio, paro na calçada e do outro lado vejo Felipe sentado na escada de sua casa, além de vizinho seu pai é primo do meu pai. Ou seja somos quase parentes. Felipe me olha e eu não desvio o olhar, ele estava vestido com aquela flanela preta inseparável dele, e uma calça moletom  e claro o gorro cinza de sempre, mesmo assim ele estava bonito, Felipe cruza o portão e para do meu lado. Ele se balança no lugar, sei que quer perguntar alguma coisa.
— Me olhando pela a janela, que bonito hein! —Falo com ironia

Felipe fica vermelho.

— Eu estava na janela quando você entrou no quarto só de toalha, aliás bela toalha.

Ele é nerd mas não guagueja quando o coloco contra parede, é o que me dar mais raiva.

— Idiota. —Resmungo.
—Obrigado. — Provoca ele. — Falando sério eu ouvi a briga.
—Isso não é da sua conta. —Digo sem olhar pra ele.
—Deixa de ser marrenta e pelo menos uma vez fala direito comigo. — Ele diz alterado.

Será que é dificil entender que eu não quero conselho. Suspiro e falo o que penso.

— Eu não quero falar com você, eu não quero ser sua amiga é tão dificil entender?
—É sim, o que fiz pra você?

Fico de frente pra ele e sou obrigada a levantar o rosto para o olhar nos olhos, na verdade era o que ele fez pra mim é só algo que eu não posso evitar, odiar Felipe é um tipo de Hobbie.
No fim da estrada posso ver um carro amarelo que logo reconheço ser o táxi, aceno para ele e o carro para do meu lado. Dou uma leve batidinha no peito dele e sorrio.
— Só de você existir já me encomoda.

Entro no táxi e a última coisa que vejo é ele passando as mãos em seu cabelo. Eu poderia me sentir culpada por ele ficar desse jeito, mas eu não consigo, brigar com ele me deixa aliviada. Eu sou meio doente? Um pouco.
Meu celular vibra e é um e - mail do Nerd.

" Oi Angelina
Sei que proválvelmente não quer ouvir sermão, mas você precisa, sair não é a solução fugir  do seu problema não é a solução, já tentou falar com sua mãe? Uma Boa conversa pode resolver. Sei que odeia sua irmã mas ela é insegura tem medo de você... tem medo de você roubar o lugar dela. Eu sei tenho um irmão que age igual a ela. E o Felipe não gosto da forma que ele te olha. Ele sente alguma coisa por você.

               Com Amor Nerd "