História Common Denominator - Brigas...

ALLYSON’s POV.

Mais um dia sozinha e trancada nesse lugar. Isso estava ficando chato. Caminhei até minha cama novamente e me sentei ali, esperando que algo acontecesse. É obvio que nada aconteceria! Nessas duas semanas tem sido sempre a mesma coisa. Justin sai de manhã e leva Matt junto, o que faz com que eu fique sozinha, de noite ele chega, me come e come do quarto antes deu acordar. Vez ou outra vou até o estúdio de dança ou até a biblioteca que achei aqui, mas essa rotina fica entediante. Suspirei pesadamente e levantei.

Lá vou eu de novo encher o saco de Rose.

Sai o quarto, batendo a porta atrás de mim, e desci as escadas.

  - Chris! - exclamei sorrindo, ao vê-lo passando pela sala.

  - Ally. - sorriu, caminhando até mim e me cumprimentou com um beijo no rosto, deixando-me inalar aquele perfume gostoso.

  - Que cheiroso. - brinquei e ele riu. - Está fazendo o que aqui? O Justin não está.

  - Eu sei, só vim buscar o mapa do banco. - falou, apontando para a porta do escritório de Justin. Fiz cara de interrogação, sem entender o pra quê de um mapa de banco, até ele explicar. - Para o próximo roubo.

  - Ahh, claro. - assenti, sorrindo sem graça.

  - Vou lá. - assenti e ele seguiu seu caminho, enquanto eu segui o meu, até a cozinha.

  - O que você quer dessa vez, Allyson? - Rose perguntou, revirando os olhos, em tom de brincadeira.

  - Minha liberdade. - murmurei frustrada. - É pedir demais? - perguntou, soltando o ar de forma pesada.

  - Tudo se resolverá meu amor. - sorriu para mim.

  - Acho que vou ir ver TV. - ela assentiu e eu voltei para sala.

Sentei no sofá de forma desajeitada e me estiquei para pegar o controle na mesinha de centro. Liguei a TV e comecei a zapear os canais.

  - Não. - murmurei, trocando de canal. - Não. - troquei novamente.

  - Ae, esse sim em?! - Chris brincou, aparecendo na sala quando eu passava por um canal pornô.

  - Ai que nojo. - exclamei vendo uma mulher chupando a outra. Passei rapidamente de canal.

  - Já vou indo. - falou, seguindo para a porta.

  - Hey, espera! - gritei, antes que ele saísse. - Faz um favor?

  - Rápido? - fez careta e eu assenti. - Fala.

  - Tem como você tirar a Kyara de lá? - apontei para a parede que se mexia.

  - Só com autorização do Bieber. As vadias são dele. - entortei o nariz ao ouvi-lo dizer aquilo.

  - Por favor. - pedi, ajoelhando no sofá e juntando as mãos. - Ele não saberá.

  - Ally...

  - Por favor, Chris… Por mim. - fiz biquinho.

  - Tudo bem. - soltou o ar calmamente, indo em direção à parede. Ele abriu uma pequena caixinha ao lado, e digitou algo, logo após colocar sua mão ali, e a porta começou a abrir. Corri até seu lado, seguindo com ele pelo corredor enorme e úmido. - Se ele souber...

  - Não saberá. - afirmei o interrompendo.

Caminhamos até a porta com alguns seguranças e logo ela foi escancarada para Chris.

  - Chama a Peyton também. - sussurrei atrás dele.

  - Ta abusando demais. - murmurou, chamando as duas e eu sorri.

Rapidamente elas apareceram e correram até mim.

  - Ai meu Deus, você está bem! - Kyara falou me abraçando, sendo seguida de Peyton.

   - Pensamos que Justin havia te matado. - Peyton falou, recebendo um tapa de Kyara em seguida, me fazendo rir.  Foi mal. - murmurou.

Seguimos com Chris até a sala e logo ele fechou a porta.

  - Tchau pequena, se cuida. - beijou minha testa. - E se o Bieber descobrir, eu não estive aqui. - advertiu se afastando. - Tchau garotas.  - acenou á elas, e Peyton devolveu o aceno com o sorriso mais malicioso possível.

  - Valeu Chris, se cuida! - gritei quando ele já estava quase fechando a porta.

  - Delicia! - Peyton exclamou, mordendo os lábios.

  - Safada! - exclamei indignada, o Chris é meu irmãozinho!

  - Só falei a verdade. - rimos.

  - Agora, nos conte sobre você! - Kyara apressou-me, dando leves empurrões em meu ombro.

  - Vamos subir para o meu quarto. - falei olhando para os lados.

O problema em si não era apenas Justin, e sim a vadia loira que tenho que aturar todos os dias. Qualquer coisa que ela presenciar que possa me ferrar, ela fará chegar aos ouvidos dele.

  - Você ganhou um quarto? - Peyton, escandalosa como sempre.

  - Sim. - fiz sinal para que ela abaixasse o som.

Abri a porta do mesmo, e as empurrei para dentro, fechando a porta rapidamente em seguida.

  - Começa mulher! - Kyara me puxou para sentar na cama, ao seu lado.

  - Bom... - contei a elas desde a festa, no dia do aniversario dele, até o ele me prender aqui, a dança... Tudo. Era engraçado ver Peyton surtar a cada palavra, dizendo que Justin estava apaixonado e que eu não conseguia mais esconder. Já Kyara sempre me alertava, dizendo-me para tomar cuidado, pois Justin não é o tipo de cara certo, que eu mereça. Obvio que eu concordo. Justin não tem nada do que eu sonhei para um cara perfeito para mim, mas, infelizmente, ele tem o que mais importa... Meu coração. Eu nunca consegui entender essa coisa de amor, mas sei que o que sinto por Justin, por mais doentio e errado que seja, é algo parecido. Muito próximo mesmo. Se tenho medo? Sim, tenho. Porém, não posso fazer nada. Nem mesmo me arriscar. O que me resta é a vida que estou vivendo agora.

  - Agora mostra as roupas! - Peyton pediu, empolgada, e Kyara riu.

  - Aqui. - abri a porta do pequeno closet que tinha ali no quarto, onde eu arrumei todas as minhas roupas, e vi seus olhos brilharem. Em segundos ela já estava lá dentro.

Elas me ajudaram a customizar algumas peças. Kyara trabalhava com moda, então já aproveitou e deixou vários looks pronto, pendurados em cabides, para quando eu precisasse sair. O que eu duvido muito. Quando resolvi pedir algo para comermos, Rose adentrou o quarto sem fôlego.

  - Ally, o Justin chegou. - avisou e meus olhos só faltaram pular do meu rosto.

  - Como?

  - Acabou de chegar e foi direto para o escritório.

  - Ai caralho! - Kyara exclamou - Temos que sumir daqui!

 - Eu já chamei o segurança responsável por mandar as meninas de volta, ele está lá embaixo esperando. - falou.

  - Rose, você é uma santa! - exclamei sorrindo e puxando as meninas para fora do quarto.

Assim que chegamos a ponta da escada, avistei o enorme homem, vestido de preto, nos esperando.

  - Tchau meninas. - sorri para elas.

  - O chefe sabia que elas estavam aqui? - o homem perguntou, desconfiado.

  - É claro, agora as leve rapidamente! - apressei-o, e assim ele fez.

  - Allyson! -senti meu estomago revirar ao escutar aquela voz, vindo em direção a sala.

  - Justin! - exclamei, sorrindo nervosa, ao vê-lo cruzar corredor e dar de cara com o homem entrando com as meninas. - Leve elas logo! - implorei baixinho ao homem.

  - Ahh, você está... O que elas estão fazendo aqui? - perguntou vendo as meninas.

  - Justin, eu explico. - falei. - Leve-as logo. - vendo a cara de Justin o segurança apressou seus passos, levando as duas.

  - O que elas estavam fazendo aqui sem a minha permissão? - Justin havia ficado nervoso do nada.

  - Calma, eu posso explicar. - pedi, olhando para as meninas no final daquele corredor.

Antes de me virar, para encará-lo e começar a domá-lo, senti sua mão estalar em meu rosto, fazendo-me virar o rosto bruscamente.

  - Justin! - gritei assustada, esfregando o lugar com a palma da mão - Porque fez isso?

  - Nunca faça nada sem me consultar!- gritou exaltado.

Só agora pude observar seu rosto. Seus olhos estavam extremamente vermelhos, carregava uma expressão cansada no rosto, seus cabelos desgrenhados, suas roupas todas bagunçadas... Ele deveria estar chapado.

  - Desculpa. - murmurei, rendendo-me. Não brigaria com ele enquanto estivesse assim. Pessoas drogadas são imprevisíveis.

  - Desculpa é o caralho, vadia! - falou irritado. - Agora vamos subir, preciso foder.

  - Não!- exclamei. - Você está maluco?

  - Cala a boca e abre as pernas para mim. - mandou, segurando meu rosto entre os dedos com força, e tentando me beijar.

  - Me solta!

  - Cheguei! - Ellen entrou pela porta, cheia de sacolas. - Ops! Acho que não cheguei em uma boa hora. - sorriu falsa, vendo a cena favorável a ela.

  - Me solta, Justin. - falei me debatendo, ignorando o fato daquele ser estar ali. - Não irei transar com você. Você está drogado! - ele me encarou com mais fúria.

  - Sai daqui! - gritou, jogando-me contra a parede. - Venha... Vadia! - chamou Ellen, que sorriu maliciosa, deixando as sacolas no sofá e indo até ele. - Delicia! - Justin sorriu, dando um tapa na bunda, coberta apenas por um minúsculo short jeans, da loira.

  - Vocês são nojentos. - murmurei, levantando e correndo escada acima.

Entrei no meu quarto e bati a porta com força, deixando algumas lagrimas descerem por meu rosto.

  - Idiota! - gritei, passando a mão pelo rosto brutalmente. - Idiota, idiota, idiota! - gritei novamente, extravasando toda a minha raiva.

Como posso ser tão estúpida ao ponto de gostar de um cara desses? Eu sou uma completa retardada.

Levantei do chão e segui para a cama, me jogando ali. Enfiei minha cabeça no travesseiro e chorei. Chorei feito um bebê. Chorei como uma completa idiota. Sentia-me machucada por dentro. Resolvi tomar um banho, pare ver se conseguia relaxar.

Assim que entrei debaixo daquele chuveiro, senti um calafrio passar por toda minha espinha e uma sensação de conforto e relaxamento me tomar. Aquilo era bom. Fiquei ali por logos minutos, tentando esquecer o que acontecer, tarefa difícil. Assim que me senti bem por completa, sai dali, enrolando-me em minha toalha e seguindo para o quarto. Peguei um pijama de calor no closet e me vesti, penteando meus cabelos em seguida, e os prendendo em uma trança.

Deitei em minha cama quentinha, sentindo aquele monte de cobertor me aquecer e comecei a fechar os olhos.

  - Awwn! - gemeram, fazendo-me abrir os olhos.

Como não me aguento de tanta curiosidade, me levantei e caminhei em passos silenciosos até a porta, onde abri um pequeno vãozinho e espiei. Arrependi-me, claro! Droga, eu não devia ter feito isso. Justin e Ellen transavam no corredor! Sim, no corredor. Justin a penetrava forte, fazendo um estrondoso barulho quando o corpo dela chocava-se com a parede, e ela solta gemidos altos e escandalosos, como se realmente tivesse a intenção de acordar a casa toda. Ou unicamente a mim. Meu cérebro me mandava recuar e voltar a dormir, mas eu estava quieta ali, observando aquela putaria sem fim. Senti meus olhos arderem, devido as lagrimas que eu tentava prender, e permiti que algumas caíssem, justo no momento em que Ellen me viu. Ela me mandou um sorriso maldoso e agarrou-se mais a Justin, gemendo ainda mais alto. Saiam como gritos desesperados. Balancei a cabeça e bati a porta com força, mas muita força. Pude sentir a vibração.

Voltei para a cama e me deitei, tentando fechar os olhos e esquecer que esse dia existiu.