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História Como A Luz No Mar - Prólogo


Escrita por: julimaravilha

Notas do Autor


Olá!! Essa é uma fanfic que tem como proposta ser bem leve, mas por algumas cenas explícitas foi necessário colocar classificação 18. Esse prólogo é em primeira pessoa, mas a história em si é escrita em terceira. Realmente espero que gostem!

Capítulo 1 - Prólogo


Raiva. Este é um sentimento com o qual eu sei lidar. Se há alguém com raiva de você é provável que ela vá explodir em algum momento, vá te xingar, quem sabe até te bater. Os insultos na maioria das vezes não me incomodam. Sei lidar com a violência, sei me defender. No final a raiva passa, o motivo talvez será lidado ou esquecido. Tudo se acalma novamente.

Mas um olhar de desapontamento daqueles que se importam com você, isso sim é capaz de me desestabilizar. A raiva não aparece, não há um pico de adrenalina que estoure uma válvula de escape. Em seu lugar aparece a mágoa, que muitas vezes é acompanhada por uma sensação de erro. E neste caso, sei que pela cabeça de minha mãe passou a pergunta “Onde foi que eu errei com esse menino?”.

Você deve estar se perguntando o por que de eu estar lhe contando toda essa chatice sobre sentimentos de mágoa e raiva. E o que tenho para te dizer é que meus pais se desapontaram comigo. Desta vez de verdade. Não que eu tenha feito algo extremo a ponto de machucar alguém. Quer dizer, acho que o único que realmente foi machucado nesta história toda foi o orgulho de meus pais. O orgulho de que seu filho caçula, que ainda morava com eles, se tornaria uma grande pessoa, honesta, aplicada, digna de carregar o nome Uchiha. 

Acontece que eu pisei na bola, confesso. Estava no lugar errado, na hora errada. Ora, que coisa mais clichê, Sasuke! Sim, eu sei. Mas foi realmente o que aconteceu e, por circunstâncias de um dia ruim, me dei mal.

  “O relógio marcava 6:00 da manhã. A luzinhas vermelhas que formavam os números no aparelho em cima da mesa de cabeceira me encaravam, assim como eu as encarava de volta. 

Um bagaço. Era assim que me sentia naquele momento, após passar duas noites seguidas acordado, estudando para o maldito teste de matemática que teria de fazer daqui duas horas. 

Tudo o que passava por minha cabeça era porquê diabos eu havia deixado acumular tanta matéria para o último minuto. O que me levava a pensar em meu professor, que se parecia mais com uma lesma do que com um ser humano. Suas aulas faziam qualquer um pensar que ser torturado seria uma coisa mais interessante para se estar fazendo naquele momento.

Batendo as palmas das mãos em meu rosto para me lembrar da triste realidade do dia, me levantei e comecei a me arrumar rapidamente para sair. Após uma corrida escada abaixo e uma breve despedida de minha mãe, iniciei minha caminhada. Pela primeira vez me senti grato por ter de andar todos os dias até a escola, gravando o caminho em minha mente, porque no estado em que me encontrava não tinha certeza se realmente chegaria lá sem me perder.

Depois de uma longa caminhada, ao chegar em frente ao familiar grande portão dourado, enquanto lutava contra o sono, ouvi ao longe meu nome ser chamado.

— ...Sasuke! - Eu ouvia a voz, não conseguindo distinguir naquele momento se ela vinha de alguma entidade sobrenatural ou uma pessoa de verdade.

Dando de ombros, eu já ia adentrando os portões quando fui puxado bruscamente para trás pelo braço. Suigetsu, um de meus melhores amigos se encontrava ali, me olhando com olhos arregalados.

— Que aparência é essa, cara? Está horrível – ele disse de maneira agitada enquanto se segurava para não rir.

— Não enche, idiota – Comecei a responder com a voz arrastada. - Se também tivesse pais que não aceitam uma nota menor que dez, estaria do mesmo jeito.

Eu já ia tomando meu caminho novamente quando senti outro puxão.

— Espere aí, eu preciso da sua ajuda.

— Ajuda para que? Não quero me meter nas suas encrencas, tenho uma prova para fazer – disse, impaciente.

— Não vamos nos meter em nenhuma encrenca. E não se preocupe com a prova, vamos estar de volta antes que o sinal toque.

Olhando com descrença para ele, percebi os olhos de coitadinho que fazia. Suspirei. Não sei exatamente o que, pode ter sido o sono, ou o fato de que não comia nada desde a noite passada, mas acabei concordando em ir com ele.

Passando pelos alunos que começavam a chegar, fomos contornando o muro da escola até chegarmos nos fundos, onde havia um terreno fechado para construções. Andamos até uma abertura na grade e, puxando-a, Suigetsu abriu passagem para que eu entrasse primeiro, o que fiz meio relutante, pensando “não devíamos estar fazendo isso”.”

O que aconteceu em seguida foi tão rápido que até mesmo eu, Sasuke, não consegui escapar da situação. Aparentemente iria ocorrer uma troca ali. Sim, um dos meus melhores amigos fazia parte de uma ganguezinha que gostava de se meter com drogas. Só sei que na hora da tal troca, de algum modo apareceram dois policiais e, no meio da correria, um pacote contendo maconha foi parar em minhas mãos. Conseguem adivinhar quem foi acusado de estar metido com toda a operação? Pois é.

Aparentemente havia mais de uma gangue de otários e eles viviam criando maneiras de acabar umas com as outras.

Eu culpo minha atitude totalmente idiota na falta de sono e no estômago vazio. E é claro, no meu professor de matemática. Se eu estivesse em plenas condições físicas e mentais não teria nem saído daquele portão com Suigetsu.

Você, então, pode imaginar como meus pais reagiram ao saber que seu filhinho prodígio estava envolvido com drogas. Decepção, foi a palavra que mais usaram em todos os sermões. A segunda foi o nome de meu irmão, Itachi. Ele era o filho perfeito de acordo com eles. É dono de vários estabelecimentos em uma cidade litorânea e está criando seu próprio império, é o que sempre dizem.

Já eu acho que ele é um babaca por ter me deixado aqui com nossos pais. A carga da herança de papai, Uchiha Enterprises, sua empresa de contabilidade, recaiu toda sobre mim desde que ele disse que queria começar seu próprio negócio e se mudou. Agora ele é a estrela da família enquanto eu, de acordo com os padrões Uchiha, sou a decepção.

Quer saber o que aconteceu comigo depois disso tudo? Bom, como minha família é rica e muito respeitada na cidade, acabei me safando de qualquer enrascada com a lei. Da punição de meus pais, no entanto, não consegui escapar. Para eles, uma boa maneira de me endireitar seria me mandar para um internato, mas pelo jeito eu não valho tanto mais a ponto de gastarem todo esse dinheiro comigo. A solução, portanto, foi me mandar para morar com meu irmão, ver se eu aprendo a ser um pessoa decente como ele.

Para ser sincero não acho que estejam sendo tão rigorosos quanto acham que estão sendo. Não me importo de sair dessa cidade. É claro, vou sentir falta de meus amigos mais próximos; mas o resto, deixar a cidade, digamos que não vai me fazer ficar acordado a noite com aquele aperto no peito, sabe?  

Espero não estar enganado e acabar indo para um lugar cheio de babacas fofoqueiros que não cuidam da própria vida, como geralmente acontece nessas cidades menores. Bem, se meu irmão realmente gosta de lá o tanto quanto ele expressa, acho que tudo vai dar certo.


Notas Finais


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