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História Como eu era antes de você - (Hot Version) - Capítulo 19


Escrita por: geezerfanfics

Capítulo 19 - Capítulo 19


Nathan parou o Maybach Exelero na frente do prédio onde agora mora minha irmã. Estamos no bairro Greenwich, um bairro consideravelmente pequeno e bem povoado de Londres. Durante todo o trajeto notei que a ruas são repletas de museus e pessoas andando em calçadas estreitas, mas é um lugar onde sei que me adaptaria fácil, fácil. Olhei pela janela e vi que o prédio onde minha irmã mora, neste caso, não é tão bonito quanto os outros da entrada da cidade. Acho que esta parte do bairro é um pouco mais modesta. O prédio é antigo e tem uma pintura amarela desbotada, com varandas simples do lado de fora de cada porta. Sei que este é o lugar perfeito para pessoas como eu e Treena; nunca vivemos à base do luxo. Nossa casa é proporcional a este prédio. Sorrio, feliz que ela tenha encontrado um lugar. Viro o rosto e fito Will, que também está observando o lugar.

— Então é aqui? — ele pergunta.

— Acho que sim — respondo, não conseguindo conter a alegria em minha voz. — Você vem hoje à noite?

— Claro que sim, Clark. — ele afaga minha bochecha com o polegar. — Posso te ligar hoje à tarde?

Hum... Me ligar? Bom, acho que eu não tenho nem um celular.

— Estou sem celular — murmuro, envergonhada, não porque não tenho um telefone, mas sim porque estou escondendo algo dele. Não podia continuar com Patrick ouvindo nossas conversas. — O meu estragou antes de eu vir.

Ele anuí com a cabeça e eu mando o pensamento e a culpa inoportuna para bem longe. Feliz, entrego-lhe um selinho nos lábios e salto do carro antes que Nathan ou Will possam descer apenas para abrir a minha porta. É cavalheirismo e admirável, mas não acho que é tão necessário assim. Ao sair, finalmente na rua, abano a mão para eles, mas o carro continua parado. Ah, ele está esperando para ter certeza de que não ficarei na rua.

Subo a escada de poucos degraus na entrada do prédio e entro na recepção. Um senhor está sentado em uma das poltronas e uma mulher de meia idade está posta atrás de um balcão largo e grande, com os olhos fixos na tela do computador. Aproximo-me.

— Bom dia — ela diz, sorrindo, parando de fazer o que estava fazendo no computador para me olhar. — Como posso ajuda-la?

— Minha irmã mora aqui. Katrina Clark. Gostaria de subir.

Ela olha alguma coisa num caderno de capa preta e liga o interfone. Segundos depois, ouço a voz de Treena, falando que posso entrar.

 

O apartamento é ótimo para duas pessoas. Há uma sala de estar pequena, com apenas um sofá e uma televisão pendurada à parede e, logo ao lado, um balcão simples e velho divide a sala da cozinha — com móveis escuros, também velhos. O lugar é bem iluminado. Numa das paredes tem entrada para dois quartos e, no outro lado, está o banheiro. Uma porta envidraçada grande está aberta e da acesso á varanda simples. Daqui consigo ver as pessoas se movimentando no bairro de Greenwich. O apartamento ainda não está arrumado; tem caixas fechadas pelo chão, o que quer dizer que provavelmente há mais móveis para serem postos, ou decoração. O lugar com certeza não deve ser tão sem vida assim.

— Onde está Thom? — pergunto, sentando-me no sofá, observando Treena lavar a louça do café da manhã.

— Está dormindo no quarto. Acho que ele vai ficar comigo por algum tempo até se acostumar a dormir sozinho.

Sorrio, lembrando-me vagamente da baderna que era para fazer Treen dormir sozinha no quarto quando ainda era pequena.

— Como estão indo as coisas entre você e o Bonitão? — ela me pergunta, fazendo-me voltar para a realidade.

Pisco, abrindo um sorriso. Bonitão!

— Acho que está tudo bem — falo, tentando me convencer de que, sim, finalmente algo está dando certo para mim. — Ele vem jantar aqui hoje à noite.

Vejo as costas de Treena se contraírem e ela para tudo o que está fazendo para virar-se para mim, os olhos verdes arregalados.

— O que foi? — indago, confusa.

— Como eu vou receber este homem aqui? Olha esse lugar, Louisa!

Olho em minha volta e, tudo bem, não é um dos melhores lugares, mas também não é tão ruim assim.

— Ele não vai se incomodar.

— Como é a casa dele? — ela me pergunta, perplexa. — O que ele come? Eu não sei o que podemos fazer. O que ele vai achar daqui? Meu Deus!

— A casa dele é, bem... Incrível — falo, as imagens de ontem à noite voltando à minha cabeça. Ele mora em um Castelo magnifico, para ser mais honesta. — E ele gosta de comer, hm... — O que ele gosta de comer? Dou-me conta que realmente não conheço quase nada dele. Merda.  O que estou fazendo da minha vida? — Qualquer coisa, eu acho.

— Qualquer coisa?

— Sim.

— Você não sabe muito sobre ele, né?

Pisco, a pergunta de Treena me pegando de surpresa. Não, droga, eu não o conheço direito. Este é um grande problema. Não entendo como pude sair do meu aconchego de casa para vir até aqui, se eu mal sei quem ele é. Esta é mais uma incógnita que ainda não consegui resolver.

— Conheço o suficiente — fico em pé, decidida a parar de pensar sobre isso. Tenho tempo o bastante para conhecer ele, não tenho? — Vamos arrumar este lugar.

 

 

À tarde, depois de organizar a sala e a cozinha, sento-me numa das cadeiras da mesa redonda e respiro fundo. Estou cansada e precisando de um banho. Paramos somente para almoçar e sinto minhas pernas doerem. Preciso de uma cama, também. Olho em volta e percebo logo de cara que o lugar está melhor do que quando cheguei. Agora tem alguns quadros de pinturas totalmente desconhecidas — com certeza foram comprados em algum artesanato por cinco dólares —, uma mesinha comprida e baixa está abaixo da televisão, com alguns vasos de flores em cima, colocando alguma graça no ambiente. E a cozinha agora tem pano de prato, algumas panelas penduradas no suporte de panelas logo acima do balcão e louças lavadas nos armários. Aliás, precisamos fazer compras.

Saio da cadeira e me jogo no sofá, esperando Treena sair do banho. Estou assistindo um filme que nunca ouvi falar em toda a minha vida e, para a minha surpresa, a campainha toca, ressoando estalada por meus ouvidos. Fico em pé e vou até a porta, olhando pelo olho-mágico e enxerga um rosto de terceira idade, com bochechas grandes, olhos escuros e cabelos grisalhos. É o senhor que estava sentado na portaria quando cheguei mais cedo.

— Olá — digo, sorrindo.

— Olá — ele diz, sorrindo também. Está segurando uma caixa vermelha com um laço branco nas mãos. — A Srta. Louisa Clark está?

Hein?

— Hã... Sou eu.

Ele me estende a caixa.

— O Sr. Traynor pediu para que eu lhe entregasse isso.

O que? Sr. Traynor? William Traynor? Engulo em seco, agradecendo ao senhor e fechando a porta, completamente espantada, com a caixa nas mãos. Vou até a mesa e a ponho ali. Com as mãos na cintura, fico encarando a caixa, sentindo um medo insano de abri-la. O que será que tem aqui dentro? Will sempre me surpreende. Minhas bochechas coram só de imaginar que pode ser alguma coisa que custou uma fortuna. Provavelmente, é, meu inconsciente me alerta.

Ouço a porta do banheiro se abrir e Treena caminha até meu lado. Olho para ela, assustada, e sei que minha expressão está horrorosa.

— O que é isso? — pergunta.

— Não sei. — Estou quase sem voz. Por que Will me deixa assim?

— É de quem?

— De Will.

Ela faz uma longa pausa e sei que está pensando porque eu estou esperando tanto para abrir um presente. Olho para ela e vejo seus olhos me examinarem e, segundos depois, ela está me olhando como se eu fosse maluca.

— Ele gosta de você, Lou. Abra logo.

Com o coração na boca, abro a caixa. Dentro dela está outra caixa, menor e branca. Assim que a pego nas mãos eu percebo que é uma caixa lacrada de um iPhone da última geração. Engulo em seco. Ah, não...! Não acredito que ele pensou que eu fiz um pedido ao falar que estou sem celular.

Coloco o iPhone onde estava antes e fecho a caixa, decidida.

— Eu não posso aceitar — falo, olhando para Treena. — Ele já me deu demais. Não quero que fique gastando comigo.

Está mais do que decidido. Não vou ligar o celular e não vou usá-lo. Posso muito bem comprar um novo quando voltar para Stotfold ao receber meu salário. Não quero que Will fique gastando comigo como se tivesse obrigação de fazer isso. Além do mais, se ele quiser me ligar, faça isso pelo celular de Treena. Sei que ele tem pessoas que procuram diversas coisas para ele e, provavelmente, poderiam encontrar os dados mais pessoais de todas as pessoas da minha família.

Engulo em seco, arrepiando-me com meu pensamento.

 

 

Pouco depois das oito horas da noite o interfone toca e meu coração acelera. Will deve ter chegado. Permaneço na cozinha abrindo as caixas de pizza e finjo estar muito bem controlada enquanto Treena fala com alguém no interfone. Ao voltar, ela está toda sorridente.

— Seu Bonitão chegou — ela disse. — Vá abrir a porta.

Ah, meu Deus, ela não pode fazer isso? Tento manter minhas forças e caminho até a porta, com as pernas bambas, o coração na garganta. Sei que Treena está notando meu estado, mas estou tão nervosa que não consigo nem me preocupar com isso. Como Will consegue me deixar tão fora de mim sem fazer absolutamente nada? Ao ficar de frente para a porta, eu sinto aquela sintonia intensa que existe entre nós dois e sei que ele está perto. Abro-a, e o vejo caminhando elegantemente em direção a mim. Não havia tocado a companhia ainda e eu já soube que estava chegando. Uau!

— Clark — ele me cumprimenta com um beijo rápido nos lábios. — O que aconteceu com o celular? Não funcionou? Que porcaria.

Hã... O que vou dizer?

— Eu não o tirei da caixa — murmurei baixinho, sentindo seus olhos azuis me fitarem com frieza. Encolhi, mas não parei de olhar para ele. — Não quero que gaste comigo, Will.

Ele revira os olhos. Ei, porque ele pode fazer isso livremente e eu não?

— Tenho bastante dinheiro, Clark. Mais do que você imagina. Já lhe disse isso.

— Mesmo assim... Você pode ligar para o celular de Treena quando quiser falar comigo.

— E quando ela não estiver em casa?

Quase solto um sorriso quando percebo que ele nem protestou para dizer que não sabe o número dela. É claro que ele sabe. Ou, se ainda não tem, não será tão difícil assim de conseguir. Qual a influencia dele sobre as pessoas? Gostaria tanto de saber...

— Ou então fique com o celular até conseguir comprar um novo — insiste, fazendo-me voltar ao presente.

Vejo seus olhos se iluminarem enquanto paro para pensar.

— Um empréstimo? — sorrio, achando graça.

— Sim.

Ele está sério. Espera, acho que a ideia não é tão ruim assim. Tudo bem, eu também quero falar com ele o dia inteiro, e parece que ele quer a mesma coisa. E por mais que eu tente me iludir sei que não vou conseguir comprar um celular agora, afinal de contas, não tenho dinheiro sobrando para isso.

— Tudo bem — digo, caindo na tentação de Will Traynor. — Eu fico, mas é temporário.

Ele sorri orgulhoso de si mesmo. Nossa, que merda. A influência dele sobre as pessoas! Ele é um bom negociador, deve ser muito bom no trabalho que faz.

 

 

 

 

Estamos sentados na mesa redonda do apartamento pequeno — agora um pouco mais decorado e alegre do que antes. Will está ao meu lado, descontraído, rindo das proezas que Treena conta sobre nós duas na infância e em como Thomas parece com nós duas. Ele parece tão diferente de ontem a noite longe de toda aquela sofisticação da sua casa. Aqui ele come a pizza de queijo com as mãos e esquece dos talheres sobre o prato. Ri bastante, toma o vinho branco que eu e Treen juntamos dinheiro para comprar, e age graciosamente. Está parecendo com quem ele realmente é. Vejo-me com a pizza suspensa no ar, os olhos grudados em seu perfil de nariz reto, e sei que meus olhos brilham para ele. É encantador demais. Meu coração bate relaxado em meu peito e uma sensação de felicidade esquisita cresce dentro de mim. Estou feliz e não é por vários motivos aglomerados como sempre foi em minha vida, mas só por um motivo. E ele está bem aqui na minha frente.

— Lou e eu sempre estragávamos o jardim da vizinha com nossa bola de vôlei — Treena contou, rindo, fazendo Will gargalhar também. Pisquei, voltando ao mundo real. — Sempre acabávamos de castigo, não é?

— Ah, é sim — falo, a voz rouca, talvez pela falta de uso. Fiquei muito tempo em silêncio, eu acho, e deve ser por isso que Treena me chamou na conversa. — Papai ficava louco com nós duas.

Sorrindo, Will terminou de comer o último pedaço de pizza e, num ato involuntário, relaxou a mão em minha perna. Acredito que foi por acaso, mas isso acendeu todo o sangue em minhas veias, que começou a borbulhar. Puxei o ar com força, pedindo aos céus que eu me controlasse pelo menos uma vez na vida.

 

 

Terminamos de jantar e colocamos a louça na pia, Will insistindo para ajudar — o que não aconteceu sem eu apartamento. Depois nos sentamos todos no sofá e saboreamos um chocolate ao leite do Mast Brothers que minha irmã falou que era nossa obrigação comprar, porque este doce fazia parte de sua lista de pesquisas do Google. Conversamos mais um pouco e estava feliz em apresentar Will para alguém da minha família. Sempre tive vontade que mais alguém soubesse o quanto ele é maravilhoso. Depois de muito papo jogado fora e de planos para, no mínimo, os próximos três finais de semana, Thomas dormiu em meus braços, esticado sobre minhas pernas e meu tronco. Estava tão angelical que doeu em mim quando Treena o pegou no colo e o levou para o quarto, despedindo-se também de nós dois, alegando que precisava dormir e acordar cedo, mas sei que, no fundo, ela só quer nos deixar a sós.

— Obrigada por vir — falei, contente, quando Katrina fechou a porta.

— Eu que tenho que agradecer — ele diz, me puxando para mais perto, amassando o papel da mini barra de chocolate quando terminou de comer.

Ficamos ali abraçados por um bom tempo até que nossas respirações se igualaram e praticamente nos transformamos em um só. Nossos calores se misturando um ao outro. Aos poucos, nossas pernas viraram uma bagunça, uma enrolada na outra, e seus braços se apertavam mais em meu corpo, assim como eu faço com ele. Fecho os olhos, sem conseguir medir o tamanho da minha felicidade. Pergunto-me, pela milésima vez, que sorte é essa que tive ao ganhar este homem para a minha vida. Mal posso acreditar que este homem lindo, simpático e muito rico está aqui, sentado no sofá duro do apartamento da minha irmã, me querendo assim como eu o quero.

Meus pensamentos foram interrompidos quando senti a ereção de Will na lateral da minha perna. Ah, puta merda. Ele está excitado enquanto eu penso em coisas fofas! Sorrio com meu pensamento e olho para Will, que lança um olhar lascivo para mim. Meu coração se aquece assim como o restante do meu corpo. Sim, ele me deseja. Entreabro os lábios e o ar foge por ali e meus pulmões param de trabalhar quando ele ergue a mão e coloca uma mecha atrás de minha orelha num ato delicado e doce. E então ele abre aquele sorriso de canto; seu novo sorriso que eu já amo.

— Não faça isso comigo — murmuro, quase sem voz.

— O que estou fazendo, Clark? — inclina a cabeça para o lado, sendo muito mais fascinante do que já estava, como se fosse possível!

— Não me olhe desse jeito...

— E de que jeito estou olhando para você?

Quando ele pisca e abre os olhos outra veze suas íris estão em chamas, iluminadas e cálidas. Derreto completamente e quase perco os sentidos.

— Como quem me deseja. Isso me deixa louca.

— Mas eu desejo você, Clark.

 

Ah!

Seus olhos faíscam e eu me vejo através de suas íris claras e enxergo um rosto totalmente embasbacado com a beleza deste homem. Sinto os nervos abaixo da minha cintura se contraírem e sei que já estou pronta. E eu o quero. Aqui. E agora!

Tento falar, mas a minha voz foge para bem longe. Will aguarda e, quando percebe que eu não vou dizer nada, ele sorri outra vez e passa o polegar em minha bochecha, deixando um rastro quente. Como ele consegue fazer disso algo tão erótico?

— Vá para o quarto — diz, baixinho, sem tirar os olhos dos meus. — Tire a roupa e deite na cama.

Meu coração se acelera e sei que vou fazer tudo o que ele me mandar.

 



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