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História Como (não) ser popular - No lugar certo na hora exata


Escrita por: inosukie

Notas do Autor


Amanda: falei que o primeiro capitulo saia logo, olha aqui o/

Bom quero agradecer aos 300 favoritos e os comentários. Obrigada mesmo s2 Tipo pra mim que fiquei quase 8 meses sem escrever, ver isso tudo de leitores eu to pasma o:

E aproveitar para falar que alteramos a sinopse porque a outra tava muito curta e sei lá, nada a ver akpsokspk
Ah tbm agradecer a arroba Toujours por betar o cap e a Maysa por ter feito a capa da intro s2

Enfim, aproveitem esse capitulo. E balinhas para todos.

Capítulo 2 - No lugar certo na hora exata


Fanfic / Fanfiction Como (não) ser popular - No lugar certo na hora exata

27 de janeiro

Será que é dia 27 mesmo? Ou dia 28?

Não lembro.

Foda-se! Estou de férias.

Lista de coisas que provam, na minha concepção, que eu sou um completo derrotado:

1. Eu ainda sou virgem.

2. Só beijei uma garota durante toda minha vida, e ainda tenho suspeitas (quase certeza), de que essa absolutamente não é minha área.

3. Eu nasci para tomar no cu.

4. Nasci feio, e aparentemente, pobre.

5. Eu só tenho um amigo, e ele é tão derrotado quanto eu. (Espero que Namjoon não leia isso).

6. Não tenho talento algum.

7. Sou impopular, para não dizer o invisível da escola.

Então, a não ser que alguns itens dessa lista sejam provados que estão errados, eu sou um zero à esquerda.

As chances de, por exemplo, meus pais na verdade serem ricos e estarem mentindo para mim a vida inteira, ou de que eu seja uma pessoa com um talento ainda não descoberto e que um dia eu irei descobrir ele e ser um destaque no mundo por isso, essas chances são tão improváveis quanto nascer um dedo na sua testa.

Você não tem um dedo na sua testa, tem? Não acabe com minhas esperanças.

Só faltam alguns dias para o início das aulas.

Eu já estou no último ano e não tenho expectativas nenhuma de que esse ano vai ser diferente. No fim, serei só mais um derrotado com o colegial concluído.

Estou sem esperança.

Argh!

Porra! Por que eu tenho que ser eu?

31 de janeiro do ano dois mil e dezesseis.

Aposto que você nunca escreveu o ano desse jeito.

Sete horas da manhã?

Só sei que os galos ainda estão cantando.

07:00?

Eu não sei porque caralhos a desgraça do Namjoon resolveu vir aqui em casa tão cedo, eu só consegui dormir por três horas antes da minha mãe bater na porta do meu quarto, berrando que Namjoon estava na cozinha — comendo minhas barras de cereais, ah, podia morrer engasgado — me esperando.

Pensei em me fingir de surdo. Não ouvir minha mãe berrando atrás da porta do meu quarto e voltar a dormir, parecia uma ideia melhor do que receber Namjoon, nada contra ele, talvez contra a falta de noção que ele tem com o meu fuso horário.

Quando apareço na cozinha, convencido que ficar surdo de um dia para o outro não é uma boa ideia, ainda sem os dentes escovados, tentando enxergar algo com a luz forte do dia, eu dou o sorriso mais filho da puta que consegui fazer. Namjoon me olha dos pés à cabeça, como se estivesse vendo a coisa mais assustadora da vida dele, mesmo depois de ter, sem querer, flagrado os pais dele transando no banheiro — não tem nada mais chocante que isso!

Após uma análise demorada para calcular o quão assustador estou, ele me solta essa:

— Caralho mano, você é sempre feio, mas hoje parece que você está fazendo força para ganhar o campeonato de show de horrores. No halloween você nem precisa se fantasiar.

Simpatia também não é muito o forte dele.

Eu poderia falar para ele se olhar no espelho e calar a boca, mas ele provavelmente iria dizer que o fato dele ser feio não implica com o fato de ele ter que se calar diante a feiura do próximo, sim, as vezes ele é um saco, então decido ficar quieto.

— O que te traz aqui tão cedo? Seus pais te pegaram se masturbando ontem à noite e agora você está com tanta vergonha que não quer encará-los durante o dia inteiro?

Isso aconteceu ano passado e ainda o incomoda de um jeito que sempre que eu estiver a fim de constrangê-lo é só eu fazer ele se lembrar disso.

— Não, eu estava pensando... — e lá vem mais um plano mirabolante de Namjoon, vai da merda, é certeza — Que a gente podia tentar, sei lá, se enturmar, sabe? Essas coisas de adolescentes.

— Não, não sei.

— Estou dizendo para a gente tentar ser popular.

Ah, claro Namjoon, a menos que você tenha uma poção mágica que ao bebermos, milagrosamente, ficamos bonitos, atléticos e ricos, esse plano está tanto ao nosso alcance quanto Jesus descer do céu montado em um unicórnio.

É mais fácil essa parada do Jesus acontecer que essa ideia de nós ficarmos populares.

O que ele quer com isso? É essa a pergunta que faço depois da proposta.

— É só que, eu estou cansado de ser um ninguém naquela escola.

Tem a ver com o jornal, sem dúvidas.

Desde que Jefferson (o diretor do colégio onde estudo) assumiu a direção, cinco anos atrás, ele montou um grêmio onde reúne todos os líderes das turmas, fora o presidente e vice-presidente da escola, que são exatamente iguais aos dos países — não fazem nada —, mas mesmo isso parecendo extremamente chato, fazer parte do grêmio é algo que muitos alunos querem.

Por quê? Simples, você tem acesso às diversas salas sem precisar ficar competindo para reservar, ganha ticket VIP do almoço, e não só isso, como também existe uma mesa no refeitório com dez cadeiras reservadas apenas para o conselho, e não menos importante, o seu uniforme é diferente do uniforme dos demais.

E não é só isso que acabei de falar, é totalmente aceitável se você acabar perdendo uma ou duas aulas durante o dia e falar para os professores que estava ocupado tratando de assuntos do grêmio — que se resumem a fazer nada e ficar na sala com as perna em cima da mesa jogando algum RPG no celular —, mesmo que isso seja uma mentira eles vão acreditar em você, afinal, é líder de uma turma e membro do grêmio.

Quer mais motivos? Aqui vai a lista:    

1. Todo mundo quer ser seu amigo mesmo que para tentar ter alguma regalia em cima de você.

2. Se você faz parte do grêmio, automaticamente presumem que você é um bom aluno.

3. As pessoas acreditam no seu potencial.

4. Seus pais vão sentir orgulho de você.

5. É constantemente chamado para festas.

6. Você vai ser o líder da porra de uma turma, o martelo do juízo final e ninguém nunca vai te desafiar. Para que mais?

Desde que essa hierarquia foi montada na escola, os alunos têm sonhado com esse cargo ou tentado ao máximo ser amigo de algum dos líderes.

E é aí que entra Namjoon.

Ele faz parte do clube do jornal, o único clube liderado por alunos, já que os outros são administrados por professores, e este é o único clube que o líder tem acesso a grêmio, o problema é que Hugo é o líder do clube, e ele é um babaca.

Provavelmente, na cabeça de Namjoon, está armazenada a ideia de que se ele conseguir ser popular vai ter influência o bastante para descobrir novidades entre os alunos, se provar um bom jornalista, assumir o cargo de líder, e por fim, salvar o clube que está em declínio desde quando Hugo, que não presta nem para descobrir fofocas de uma mosca e só inventava boato falso para gerar atenção, assumiu o controle.

Ele já me contou um pouco sobre isso e eu ainda lembro.

Não tenho mais interesse em liderança, mas a ideia de ser popular não me é ruim, pelo contrário, é muito agradável. Quando você é popular as pessoas te emprestam o caderno dela e te passam cola, às vezes até colocam seu nome nos trabalhos que você não ajudou nem com uma palavra na esperança de que você as convide para próxima festa feita por algum da elite da escola.

Vai me dizer que você não queria ser Troy Bolton?

Quando aceito a ideia de Namjoon ele mal pode acreditar.

— A gente pode ser tipo o Batman e o Robin da escola, todo mundo vai nos adorar.

Ele não consegue parar de exaltar a imensa felicidade dele.

— Eu sou o Batman — acabo adotando a ideia. O sorriso dele se fecha.

Por fim, depois de meia hora brigando porque ninguém quer ser o Robin, e porque ele veio aqui tão cedo e ainda comeu metade das minhas barras de cereais, nós vamos para o meu quarto e começamos a discutir sobre o plano de como sermos popular.

É tudo perfeito. Tudo parece tão legal.

Mas eu ainda me lembro.

Eu sou Min Yoongi e ele é Kim Namjoon.

Vai da merda. Ah, se vai.

Nós vamos tomar bem bonito no cu.

Sabe por quê? Porque a gente não é o Batman e o Robin.

P.S: eu escovei os dentes quando fui para meu quarto.

1 de fevereiro de 2016.

Dia do Albergue.

 Ops, primeiro dia de prisão, escola.

Acho que é aqui que a história começa de verdade.

07:08

Parece o inferno.

Só não tem aluno andando pelos tetos e pelas paredes porque bostas ficam no chão. Longe de querer adotar estereótipos, mas noventa por cento dos alunos da escola são um bando de idiotas.

O diretor Jefferson e o professor Robb estão distribuindo balas e pirulitos para todos os alunos que conseguirem soletrar palavras difíceis, Namjoon conseguiu sete pirulitos e três balas.

Eu me esqueci de citar isso, Namjoon é um cara inteligente. Muito inteligente. Inteligente do tipo que começa a se culpar se tira um décimo a menos na prova.

Ele me dá um pirulito e diz que me dará mais um se eu concordar que ele é o Batman (sim, ainda estamos nessa briga), ignoro o comentário dele e pego o pirulito. Aí ele me olha com malicia, e lá vem mais uma das piadinhas do Namjoon.

— Então cara, você está gostando de chupar o meu pirulito?

Duas meninas que estão próximas começam a rir. Minhas bochechas devem ter ficado da cor do pirulito.

Esse tipo de assunto ainda soa como um tabu para mim, só que em minha defesa ainda estou passando pela puberdade e descobrindo as coisas do mundo adulto.

As garotas continuam nos encarando, Namjoon pisca para elas e pede para elas se aproximarem. Da onde este menino tirou tanta confiança? Andou lendo livro de autoajuda?

Ele faz mais uma piadinha sobre os pirulitos e entrega um para cada uma, elas se afastam de nós aos risinhos e cochichos.

— Você é uma vergonha.

Esse imbecil já está levando a sério essa coisa de ser popular.

 07:35

É a primeira aula. É gramatica e ortografia na sala 08 com a professora Suzanne, ela já está na sala quando eu, Namjoon, e os primeiros alunos a chegarem entram, pela expressão no rosto dela vejo que não está nada feliz com a demora de cinco minutos para os alunos começarem a aparecer.

Mas essa demora pode ser a infelicidade dela e a minha felicidade.

Namjoon e eu corremos para guardar os lugares do fundão da sala, a gente nunca tinha sentado no fundo antes, é a primeira vez, tudo parece diferente.

Estamos satisfeitos com a vitória até que a primeira desilusão acontece.

Eles entram na sala com tudo, estão rindo, absolutamente lindos e inalcançáveis. Dão inveja. Caminham em nossa direção e aí que o riso deles acaba.

Hoseok e SeokJin.

Hoseok é o presidente do conselho. O garoto mais popular da escola. Lindo, amigável, rico, atlético, talentoso, inteligente, esforçado e carismático. Todo mundo ama ele. Menos eu.

Seokjin é quieto, seguidor do Hoseok, aonde ele vai SeokJin está atrás grudado como um chiclete. É um garoto gentil, estudioso e tem boas notas. Diferente de Hoseok, ele não me odeia e eu não o odeio.

— Vocês estão no nosso lugar — Hoseok tenta ser educado ao se dirigir a mim, mas eu sinto a raiva e o orgulho dele se contorcendo como um pano ser torcido à força bruta.

— Está escrito seu nome aqui?

Pelo olhar que ele me lança sinto que ele quer me xingar de todos os nomes possíveis, mas a professora pede para ele e o Seokjin se sentarem logo, eles obedecem, acabam se sentando nas carteiras a frente. Hoseok fica na minha frente e Seokjin na frente de Namjoon.

Antes de prestar atenção na aula Hoseok se vira na minha direção e me encara com sangue nos olhos.

Fodeu.

08:32

Se os físicos nos vissem agora iriam acreditar que existe algo mais rápido que a velocidade da luz. Estamos correndo tanto que meus pulmões já estão em chamas.

Ao chegar à porta da sala, eu e Hoseok acabamos encurralados por alguns segundos no vão, eu acabo machucando um pouco meu braço e ombro direito e pela expressão dele, ele acabou de machucar o lado esquerdo dele.

O professor nos escara assustado.

Parecemos dois selvagens.

Voltamos a correr.

Consigo uma carteira centro do fundão, ele consegue a outra. Ficamos lado a lado, e a distância entre nós se torna tão violenta quanto a faixa de gaza.

Quem passar por ali vai se desmanchar em partículas dentro de segundos.

— Idiota — ele me xinga.

Muito criativo.

SeokJin e Namjoon ficam na frente, eles parecem não se incomodar com isso.

11:40

Eu já estou cansado de tanto ter que correr para reservar um lugar no fundão e não perder para Hoseok e SeokJin.

Namjoon e SeokJin chegaram a um consenso, eles decidiram se sentar na frente ou dos lados menos centrais do fundo. SeokJin do lado de Hoseok no fundo, Namjoon do meu lado.

Eles chamam isso de diplomacia, eu digo que isso é submissão.

12:43

O primeiro dia de aula está sendo mais agitado do que eu podia imaginar. Eu e o Hoseok levamos uma bronca de um professor porque estávamos atirando bolas de papel um no outro. Nem a bronca adiantou.

A briga só cessou quando Namjoon pegou uma das bolinhas e falou que se a gente não aquietasse ia dar um jeito de fazer nós recebermos essa bolinha pelo cu e cuspir pela boca.

Hoseok olhou apavorado para ele, SeokJin com certeza não deve falar esse tipo de coisa para ele.

Estamos caminhando para o refeitório e dessa vez Hoseok não parece sentir nenhuma ameaça da minha parte, ele não está com pressa de chegar até o refeitório para reservar um lugar, então lembro que ele tem lugar garantido na mesa reservada para o presidente e vice-presidente da escola e mais seis amigos a escolha deles.

— Vamos nos sentar em alguma mesa onde tenha gente tipo a Regina ou o Jackson.

Regina e Jackson são um casal bem conhecido pela escola, conhecidos o suficiente para sempre ter o nome deles rabiscados por paredes aleatórias da escola.

Regina é líder da minha turma e Jackson é capitão de um dos times de futebol da escola, ou seja, era impossível não serem rostos conhecidos pelos demais alunos, eles estão sempre envolvidos em todos os eventos. E ambos desconhecem minha existência.

No refeitório encontramos Jackson e Regina sentados com mais duas pessoas, Taehyung e Chris.

Depois de pegarmos nossa refeição, ainda há cadeiras desocupadas no lugar onde Jackson e Regina estão, são em torno de dez cadeiras livres para qualquer aluno que queira se sentar.

Não escolhemos um lugar muito perto deles, mas eu acabo me sentando ao lado de Taehyung. Já falei sobre ele?

Taehyung, conhecido por ser o vice-presidente da escola. Ele não é do tipo que olha feio para ninguém, diferente de Regina e Jackson que encaram a mim e Namjoon assim que nos sentamos.

E Chris? Chris conheço por ser de um dos times de futebol aqui da escola, vive com Hoseok, Seokjin e Taehyung, é tão na dele que a únicas coisas que sei sobre ele é isso.

Taehyung me olha assim que eu me sento ao lado dele, antes estava distraído mexendo em alguma coisa no seu celular. Quando me olha algo na expressão dele varia de esperança e alegria para expectativas quebrada. Ele esperava alguém melhor.

— Olá — ele me cumprimenta, pelo visto recuperou o ânimo de novo.

— Oi — respondo rapidamente e envergonhado.

Nunca na minha vida até Hoseok vir me xingar e brigar comigo, algum popular tinha se dirigido a mim. Namjoon me encara com aquele sorriso de referência que só amigos entendem.

Ele está prestes a falar mais alguma coisa quando uma voz surge atrás de mim.

— Eu suporto sentar do seu lado em todas as aulas, mas não posso suportar ceder meu lugar no refeitório onde meus amigos estão para você.

É Hoseok.

— Caguei.

Eu não vou sair só porque os amigos dele estão aqui. Têm outras cadeiras, ele que se sente em outro lugar.

Regina fala alguma coisa malvada, mas eu não consigo interpretar porque no mesmo momento Hoseok está me fazendo ficar em pé e sair da cadeira, segurando na gola do meu uniforme.

Sinto o hormônio da adrenalina correndo por cada célula do meu corpo quando acabo encarando Hoseok.

Nossos rostos estão a poucos centímetros de distância.

A mão de Namjoon está no meu ombro e SeokJin fala para Hoseok parar com isso, Taehyung pede calma. Mas nada disso importa.

— É briga! — Um imbecil berra de algum canto do refeitório.

Em segundos, uma multidão está em volta da gente. E ainda assim nada disso importa.

Mentira! Argh.

Eu tomei no cu. Eu me fodi.

Sem dúvidas Hoseok vai me fazer engolir a cadeira pelo canal do anus. Se a gente estivesse sozinho, essa ia ser uma ótima hora para correr.

E como um milagre, um salvador, um anjo, o diretor Jefferson, aparece e me puxa para longe de Hoseok, diz para não só eu e Hoseok seguir ele até a direção, como SeokJin e o Namjoon também.

Se Hoseok não me matar depois, Namjoon provavelmente ira.

Prefiro Hoseok, ele ao menos é bonito e não deve ter um pau tão grande quanto o do Namjoon (não me perguntem como eu sei disso).

13:21

Foram quinze minutos de dissertação sobre como precisamos ser amigos e se for para sermos inimigos que sejamos civilizados e conheçamos os princípios de como viver em comunidade e harmonia. Pelo visto alguém engoliu um livro de autoajuda hoje.

Namjoon e SeokJin convenceram o diretor de que não tinham participado da briga, mas ainda assim o diretor pediu para eles fazerem um relatório sobre convivência humana. Eu e o Hoseok acabamos recebendo uma advertência. Isso vai ficar no nosso registro escolar o que fara as faculdades pensarem duas vezes antes de decidir nos dar alguma bolsa ou coisa do tipo.

Hoseok está destruído, ele chorou por alguns minutos (o que me assustou um pouco), falou que os pais dele iam mata-lo, é a primeira vez dele nisso.

Contando com essa, já tenho sete advertências durante o decorrer dos meus anos pelo Colégio Nikola Tesla (esse é o nome da escola). A maioria é por dormir na sala de aula, e outras são por chegar atrasado porque eu estava dormindo.

— Você é um idiota. — É a primeira coisa que ele diz assim que saímos da sala do diretor.

— Eu ouvi isso, Hoseok — o diretor grita, do outro lado da porta.

— Vá à merda — ele murmura.

— Também escutei isso.

Hoseok me olha com desprezo mais uma vez, então vejo Namjoon sentado em um dos bancos perto da sala, ele decidiu ficar para me esperar. Ok, eu sei que ele só ficou porque não queria voltar para sala e ter que assistir a última aula, porém, vou fingir que ele é um amigo leal e ficou porque se importa comigo.

— Mais uma advertência?

— É o ano de a gente bater recordes, não é?

— Bom, da minha parte eu só quero recordes que não manche minha moral escolar.

 Não discuto, até porque ele tem razão.

Antes de começarmos a andar vejo Hoseok meio conturbado trocando mensagens pelo celular, dou de ombros, apesar da curiosidade em saber se ele está levando bronca de alguém. Tomara que esteja.

Aí me dá vontade de ir ao banheiro, e a partir desse momento, começam aquelas leis como efeito borboleta de que uma coisa desencadeia outra.

Um, eu vou ao banheiro.

Dois, me alivio.

Três, estou lavando minha mão quando escuto duas pessoas se aproximando.

Quatro, uma delas é Hoseok.

Se ele me pegar sozinho no banheiro, sem dúvida alguma vai enfiar minha cabeça na privada.

Me escondo em uma das cabines. Então, pela primeira vez do dia, eu não bato de frente com Hoseok, já que é até questão de bom senso, se ele inventar de fazer algo contra mim ali não haverá muitas testemunhas.

Ele e a outra pessoa entram no banheiro

Sou curioso, abro uma brecha e espio.

É Taehyung.

E então sou incapaz de acreditar em tudo que vejo.

Taehyung acaricia o rosto de Hoseok e pergunta se ele está bem.

Nesse momento senti alguma coisa coçando na minha garganta, era a maior gargalhada que já segurei. Fala sério, ninguém sabia se Taehyung era realmente gay, mas Hoseok? Caralho! Eu sei que naquele momento eu deveria ter fechado a porta da cabine por completo e ter esperado os dois saírem, mas fiz apenas o que todo adolescente zero à esquerda faria: continuei assistindo aquela cena com a boca aberta num "O" tão grande que doía meu maxilar.

Hoseok diz a Taehyung que tomou uma advertência, Taehyung suspira e continua a passar a mão pelo rosto de Hoseok, até que Hoseok segura à mão dele e começa a empurra-lo até a parede.

Eu quero rir, eu quero vomitar e rir de novo.  

Quando me dou conta, os dois estão se beijando e se alisando. Taehyung está mais para frente que Hoseok, ele passa a mão pelo corpo do garoto inteiro e eu estou com meu celular na mão filmando tudo.

Namjoon precisa ver isso.

Aquilo era bizarro demais, como ninguém nunca tinha suspeitado deles dois juntos? Não existem palavrões suficientes para me expressar naquele momento.

O beijo deles começou a fazer barulho, e aquilo embrulhou meu estômago em vários origamis possíveis. Consigo aguentar por mais alguns segundos, mas me sobe uma ânsia de vômito que é capaz de sair até as papinhas que eu comia quando criança.

Quando guardo meu celular alguém vê algo, mas não é Namjoon, é Taehyung. Ele me vê.

— Hoseok! — Ele diz, quase eufórico.

Aqui vai um belo conselho para vocês: Não espionem, sobre circunstância alguma. Sem esse papo de que é imoral, isso vocês já sabem, mas não é só imoral, você toma no cu se te pegam. E, nesse exato momento, meu coração nem batia mais. Eu vou morrer.

— O que você está fazendo aqui? — Hoseok parece atordoado, e não com raiva. Taehyung está tão vermelho, ele parece que vai explodir, só que a única coisa que faz é sair correndo do banheiro.

Então me dou conta que ninguém sabe do relacionamento deles, ninguém além de mim. Me dou conta também que dessa vez tenho algo valioso: um segredo.

— Você quer apanhar mesmo? — Hoseok não parece mais atordoado, ele está vindo para cima de mim.

Eu sinto meu cu trancar.

De fato poderia até tentar enfrentar ele já que eu ia acabar me ferrando, mas eu não sou o tipo de pessoa que joga com a força e sim com o cérebro. Então eu só preciso pensar em algo rápido.

Antes que ele consiga fazer algo digo para ficar parado, pego meu celular com a outra mão e falo que se ele fizer algo irei mostrar o vídeo que gravei para todo mundo. Ele paralisa. E então eu percebo um negócio:

Jung Hoseok está na palma da minha mão.

— O que diabos você vai ganhar fazendo isso? Você é tão desonesto assim? Tão mau caráter? — Ele se aproxima mais e eu dou um riso debochado, quando na verdade começo a vislumbrar o túmulo da minha família, vendo o meu caixão sendo colocado lá dentro.

E então Deus mandou um recado. Talvez Jesus desça a terra montado em um unicórnio, porque vejo o jogo virar.

Acabo tendo uma ideia.

A ideia mais genial que já tive em toda minha vida.

— Eu fico quieto, mas você tem que me ajudar — proponho.

Eu não lembro onde li, mas essa é uma tática boa, reverter o jogo fazendo seu rival pensar que você já está em vantagem e você está sendo generoso ao propor um acordo pacifico com ele.

Porém quero frisar: não façam isso, crianças! É errado, mas eu estava em uma situação de risco de vida, precisava pelo menos usar isso ao meu favor.

Hoseok era conhecido e eu estava cogitando ser também. Agora eu tinha um vídeo dele, que mesmo não dizendo respeito algum a mim, poderia me servir de alguma vantagem nada ética para conseguir algo que eu queria. Eu gosto de trapaças.

Hoseok pareceu considerar.

— Ajudar como?

— Me enturmar.

— Você é retardado? — Ele me olha como se eu tivesse pedido que me levasse ao Egito e me transformasse em faraó.

Não preciso dizer mais nada para ele entender. Ele balança a cabeça e diz “Você não vai mostrar essa merda para ninguém, caso contrário eu acabo contigo.”

Acho que isso foi um sim.

Concordo.

Esse é melhor dia da minha vida.


Notas Finais


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