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História Como perder alguém em 10 dias - Camren - Correndo atrás do prejuízo


Escrita por: kcamilafarias

Notas do Autor


Hey, pessoas! Demorei mais do que gostaria mais uma vez, eu sei! Mas no meio do caminho tinha um show do meu muso Bruninho - que só não foi mais perfeito porque não teve a abertura da minha, ou melhor, nossa musa, Camilinha! - Que show SENSACIONAL, gente. Ele é a Beyoncé na versão masculina! Tinha que dividir isso aqui! Mas surtos à parte, vamos para mais um capítulo deste voo? O avião tá quase pousando...

Capítulo 18 - Correndo atrás do prejuízo


Fanfic / Fanfiction Como perder alguém em 10 dias - Camren - Correndo atrás do prejuízo

Nova York - Terça-feira - 07:35 a.m

POV LAUREN

Apesar do relógio marcar 07:35 da manhã, o meu dia já havia começado há muito tempo. Na verdade, mal preguei o olho essa madrugada, um misto de ansiedade e ideias se misturavam e minha cabeça estava prestes a explodir. Passei todas essas horas maquinando um plano perfeito para me declarar para Camila e nesse momento, não sei o que está me deixando mais tensa, se é o medo de ser tarde demais ou fazer isso pela primeira vez na vida. Se a Lauren de um passado não muito distante, visse essa de hoje, com certeza já teria dado um jeito de amordaçá-la ou dopá-la, antes que um equívoco maior fosse feito, mas ela jamais entenderia o quanto era bom ser de alguém. Okay, essa Lauren de hoje ainda não conhece essa sensação, mas teve uma bela prévia durante àquele final de semana e está louca para mergulhar de vez nesse sentimento.

- Por que você não me convenceu de fazer isso antes, filho? - se Krull pudesse falar, certamente eu não ouviria algo decente. A julgar pela cara de tédio que ele tinha na minha direção, aquele papo já tinha ultrapassado seus limites - Você acha que sua mãe vai gostar disso? Quer dizer, acho que será suficiente, né? - ele põe a língua pra fora e me encara despreocupado - Bom, pelo menos você não correu, então acho que já tenho minha resposta. O que vale é a intenção, certo? - late e lambe meu rosto - Isso, garoto! Vamos trazer a mamãe de volta.

Depois de muito pensar e juntar toda minha coragem, resolvi que o melhor jeito de expor meus sentimentos, seria através de uma declaração pública. Ela é fã de alguns filmes clássicos e aliando isso à precisar de um jeito infalível de chamar sua atenção e minha total cara de pau, acho que dará certo. O máximo que pode acontecer, é levar - literalmente - um balde de água fria na cabeça, mas posso fingir demência e sair fazendo de conta que não é comigo. Isso. É exatamente o que farei. Só preciso convencer minhas pernas que o primeiro passo precisa ser dado.

- Eu não acredito que você vai fazer isso, Lauren! - Mani exclama após saber do meu plano. Depois de repassar tudo tim tim por tim tim, segui para  agência. Mesmo me roendo de tanta ansiedade, ainda tinha uma campanha pra terminar - Você tem noção do mico que vai pagar?

- Eu sei, Mani - me contorço na cadeira, tentada em recuar do plano - Eu sei, é só que... - suspiro audivelmente - Eu preciso chamar a atenção dela, entende?

- Ainda acho que uma conversa seria mais eficaz, eu tava brincando quando falei da faixa em frente ao prédio e você me vem com algo mais exagerado - me aconselha - A última vez que vocês se viram, um monte de palavras distorcidas foram ditas e agora você simplesmente vai chegar assim?

- Você é uma péssima amiga, sabia? - digo enquanto bagunço meu cabelo, revelando meu nervosismo - Eu cheguei aqui toda empolgada, esperançosa que era uma grande ideia e você me fala tudo isso?

- Melhor eu do que a Camila, não acha? - me questiona e eu bufo contrariada mais uma vez - Se bem que será muito divertido ver tudo isso de camarote. Quer saber, vai dar certo, macumbinha.

- Ah, agora estou mega tranquila.

- Não, é sério! - se aproxima me encarando de forma divertida - Eu tenho certeza que ela vai ver isso com bons olhos, afinal de contas você também ganhou...

- Eu também ganhei o quê? - pergunto curiosa quando ela interrompe sua fala - Responde, Mani!

- Anh, nada - reviro os olhos - Se está me perguntando é porque ainda não fez o que eu mandei, então não merece saber.

- Você tá falando da matéria?

- Não, Lauren, do antigo testamento - diz irônica e caminha de volta para sua mesa - Mas até acho melhor você ir assim no escuro. Vai ser mais sincero da sua parte - se cala de repente, como se tivesse organizando as ideias - Além disso, tenho certeza que é melhor você não saber mesmo. Seria humilhante essa comparação.

- Comparação de quê? - é a vez dela rolar os olhos.

- O que ela fez e o que você está prestes a fazer.

- Maniii - choramingo tentando convencê-la - Por favor, me fala.

- Eu perdi a cópia da matéria e agora temos uma campanha pra terminar - caminha até minha mesa de novo, me puxando pelo braço - O Phil já me cobrou duas vezes e ainda não passou do meio do dia, vamos! - me rendo. Conhecendo a amiga que tenho, não conseguiria arrancar nenhuma informação naquele momento.

Seguimos para ilha de produção e edição, onde me junto à equipe que me assessora. 75% do material já havia sido concluído, mais algumas horas de concentração da minha parte e conseguiria finalizar antes do tempo previsto. Minha dedicação é total. Além de ter um produto que renderá milhões para a agência e um ótimo cheque para minha conta, meu nome como publicitária ficará mais visado para futuros trabalhos e campanhas. Eu realmente tenho muito o que agradecer a Camila, ela poderia muito bem ter colocado tudo isso por água abaixo depois do que aconteceu, mas não o fez e saber disso só me dá ainda mais certeza de que preciso concretizar tudo que planejei.

Nova York - Camila's Street - 03:30 p.m

Apesar da minha ansiedade, a tarde não se arrastara como supus que aconteceria, pelo contrário, graças a falta de foco que me tomou de repente, me perdi por vários momentos durante o passar das horas e precisei da ajuda da minha melhor amiga para conseguir terminar dentro do prazo estabelecido por mim. Mas, modéstia à parte, a campanha dos DeLauer havia ficado impecável. Arrisco dizer que a melhor que já fizera e a melhor que a marca já tivera. Assim que encaminhei o material finalizado para aprovação, uma enxurrada de elogios, direcionados para mim e consequentemente para minha equipe, choveram e me deixaram ainda mais animada para colocar meu plano em ação, afinal, parte daquele sucesso eu devia à Camila, mesmo que ela sequer desconfiasse disso.

E o momento havia chegado. Eu estava em frente ao prédio onde ela morava, com tudo que havia elaborado, só aguardando o último suspiro de coragem soprar, me incentivando. A rua estava tranquila, poucas pessoas passavam por ali e eu lembraria de agradecer aos céus, por não ter tanta plateia - já bastava a "área vip" que havia se formado pra me assistir - sim, claro que Normani havia convocado minha plateia pessoal para acompanhar este momento. Verônica, Lucy e óbvio, Demi, estavam na calçada oposta ao prédio, exatamente atrás de mim, me "encorajando" a seguir em frente com o plano.

- Vai, Lauren - escuto a voz de Vero - O máximo que pode acontecer, é a polícia chegar e você responder por perturbação.

- É, Laur - a voz de Lucy também se faz presente - Mas eu tenho certeza que quando eles se derem conta que é uma declaração romântica, não farão nada demais.

- Ou você irá presa e aí finalmente eu poderei ter meu final feliz com aquela latina - ouço a provocação de Demi e me viro na sua direção com meus dedos do meio erguidos - Você sabe que estou brincando, mas vai logo, daqui a pouco toda essa gente que você contratou desiste e vai embora.

Ela estava certa. Apesar de tudo estar o máximo possível organizado, eu estou obstruindo a rua e daqui alguns instantes, faria um pouco de barulho. Eu só espero que os vizinhos da Camila sejam românticos ou pelo menos bem humorados, caso contrário, eu estarei bem ferrada. Pra falar a verdade, acho que já estou. Só isso explica a loucura que farei dentro de instantes. Respiro fundo e faço sinal para todos ficarem à postos. Chegou a hora. Seja o que Deus e a Camila quiserem.

POV NARRADOR

Depois de respirar fundo mais duas vezes e ter o incentivo - mais risos de suas amigas - Lauren ergueu um megafone de tamanho médio e empostou a voz, chamando pelo nome de seu alvo.

- CAMILA CABELLO - sua voz soava alta com o auxílio do equipamento - ATENÇÃO CAMILA CABELLO, ESSE É UM AVISO QUE SE AUTODESTRUIRÁ EM ALGUNS MINUTOS.

Apesar do apelo, nenhum movimento é notado na janela do apartamento da jornalista.

- Acho que vou recuar! - Lauren diz de ombros baixos, encarando as amigas - Essa foi uma péssima ideia mesmo.

- Tenta mais, Laur - Normani incentiva a amiga - Você armou esse cir..digo, essa situação toda pra pular fora no primeiro chamado? O prédio é alto, tenta de novo - convencida pelas palavras de sua assistente, a publicitária respira fundo mais uma vez e ecoa seu chamado na direção da grande janela. 

No apartamento da jornalista, murmúrios são ouvidos e chamam atenção das mulheres ali presentes. Ally e Dinah, que estão na sala assistindo qualquer coisa na tv, enquanto devoram suas fatias de pizza, franzem o cenho ao ouvir o nome de Camila ser repetido de uma forma estranha.

- Você tá ouvindo isso? - Ally questiona confusa - Foi impressão minha ou eu escutei o nome da Mila ser chamado?

- Também ouvi um barulho - Dinah confirma - Mas parou, deve ter sido algum carro que passou pela rua.

- É, você tem razão - Ally volta a comer, mas logo um novo grito as interrompe. A menor é a primeira a levantar, indo em direção a janela - Ai meu Deus, ai.meu.Deus, Dinah! - exclama ao notar o que está acontecendo em frente ao prédio - Eu tô muito louca ou aquela é a Lauren?

- O quê? - a maior se levanta rapidamente indo na mesma direção - O que esse pedaço de cartolina tá aprontando agora?

- Não é óbvio? Ela armou uma declaração pra Mila - Ally fala dando pulinhos - Awn, que fofa, eu adoro finais felizes!

- Que final feliz, Allyson?

- Dinah, ela vai se desculpar e elas vão ficar juntas.

- Que barulho é esse? - a terceira voz surge na sala e logo observa a movimentação na rua - Eu não acredito! O que ela tá fazendo?

- Pagando o mico do ano!

- Dinah! - Ally chama atenção da amiga, que revira os olhos - Eu sei que você não é tão insensível assim. Olha tudo isso.

- Eu tenho que filmar - a loira exclama eufórica e corre na direção do sofá em busca do celular - Isso vai ser divertido.

- Shhh, ela tá falando!

Enquanto era observada da janela, Lauren tinha o megafone em sua mão direita, enquanto a esquerda permanecia erguida sob a testa para aplacar o reflexo do sol que atrapalhava sua visão.

- Vai, Juba - Vero incentiva - Ela já tá na janela, fala!

- Certo - sua voz sai baixa devido o nervosismo - Vamos lá, Lauren! Você ensaiou tudinho - diz pra si mesma e logo repete o gesto de erguer o megafone apontando para a janela - Camila, oi, sou eu, Lauren!

- Você é quase transparente e o sol tá ajudando a te camuflar, mas ela já deve ter reconhecido sua voz, melhora isso aí - a voz de Vero é ouvida mais uma vez, assim como os risos das amigas.

- Certo... - inspira pesadamente - Camila! Eu sei que eu tô umas duas semanas atrasada e preciso me esforçar pra tentar apagar tudo que te falei a última vez que nos vimos e acredite, eu tô tentando fazer isso, mas é mais difícil do que eu imaginava. Falar de você me deixa nervosa. Estar com você me deixa muito instável... Na-não de um modo ruim - se corrige - É que eu fico com medo de você ter certeza da grande idiota que eu sou e fugir de mim pra sempre. Eu já te vi indo embora uma vez e não quero repetir essa experiência - as palavras que agora fluiam da boca da publicitária, começam a chamar atenção... Não apenas de seu alvo principal, mas de outros moradores do prédio, assim como dos passantes ali da rua. Todos pareciam notar o que estava acontecendo e tinham uma mistura de confusão e encorajamento em suas feições - Você pode achar que é mentira tudo que vivemos, mas eu te juro com tudo que é mais importante em mim, que eu nunca fui tão honesta com ninguém em toda minha vida como estou sendo agora... Olha, eu sei que isso pode ter começado de um jeito errado e eu também sei que nos conhecemos há menos de um mês, mas com você, eu aprendi que o tempo é relativo, Camila! Eu sinto por você algo que não sentir por ninguém que convivi mais tempo. Eu sei, é confuso, eu sou confusa. E-eu... Eu não quero te assustar. Isso tudo aqui não é um pedido de casamento ou de namoro, é..quer dizer.. - se atrapalha e tenta reorganizar as ideias - Não ainda..digo..uhn...

- Vixe - Demi passa a mão sob o rosto, aflita pela amiga - Tava indo tão bem, agora arranhou o disco - comenta com as outras que também tinham uma expressão de desagrado - Foco, Lauren!

- Desculpa, eu tô nervosa. Você deve imaginar que nunca fiz algo do tipo antes. Tudo isso é novo pra mim, mas o que estou tentando dizer, é que estou aqui pra te fazer um pedido. Um pedido que saia comigo novamente, assim como naquele dia do bar, mas diferente de lá, que dessa vez não tenha nenhuma aposta ou acordo. Eu quero que você me fale sua cor favorita, se prefere passar férias na praia ou na montanha, se gosta mais do sol ou da lua, de doce ou salgado... Me deixe conhecer você sem truques e me deixe te mostrar quem eu sou também, Camila. Um dia, você me perguntou o porquê de eu nunca ter sido de ninguém e pra falar a verdade, eu nunca soube responder, mas se foi pra esperar a pessoa certa e se essa pessoa for você, então agora tudo faz sentido. Eu não poderia ter dado certo com outras mulheres mesmo, tinha que ser com você!

- Você nunca fez isso pra mim! - a voz de Lucy soa baixa e ela tem a cara emburrada na direção de Vero, diante da declaração feita por Lauren.

- Amorzinho, é que você já gamou logo de cara, não precisou desse esforço todo.

- Ah, é, Verônica Iglesias? Pois agora pode preparar algo à altura. Seu parquinho de diversão só será liberado mediante uma declaração desse nível.

- Mas Lucy, eu...

- Shhh, eu quero continuar ouvindo.

- Se fudeu, sapatão! - Demi exclama divertida e ganha o dedo do meio da fotógrafa - Vai ter que contratar bandinha também.

Enquanto a discórdia era formada logo atrás de si, Lauren parecia alheia ao que acontecia ao seu redor, tendo como foco apenas a janela do alto do prédio.

- Eu preparei um número pra você, na verdade é um flash mob, por isso todas essas pessoas estão aqui. Já que eu não conseguiria cantar sozinha, resolvi arriscar um número mais visual! - faz sinal para os presentes e eles ficam em suas marcas, assim como a orquestra contratada - Eu fiquei na dúvida sobre qual música mostrar pra você. Pensei em "I've had the time of my life", porque sei que você ama Dirty Dancing! Pensei também em "Your Song" na versão do Moulin Rouge, ou "My heart will go on", porque sei que também ama Titanic, mas todos esses dois tem fins trágicos e eu não quero morrer, nem quero que você morra. Então, já que nossa história teve início contabilizando dez dias, eu preparei "Can't take my eyes off you", por...

- Lauren, espera! - Vero interrompe - Essa música não é do filme "Dez coisas que eu odeio em você"? - questiona e ganha um aceno afirmativo - Mas a intenção não é conquistar a Mila? Como você usa uma música de um filme que tem um "odeio" no meio?

- É só o título do filme, sua idiota - Lucy se antecipa, batendo na cabeça da mulher - Continua que tá lindo, Laur!

A publicitária faz sinal para banda que prontamente começa a introdução da canção. (N/a: O link estará nas notas finais. A cena é a original do filme, assistam até completar 02:00 minutos. O que tem depois não interessa pra estória. Imaginem a nossa protagonista nesse nível de situação).

   You're just too good to be true
(Você é linda demais pra ser verdade)

I can't take my eyes off you
(Não consigo tirar meus olhos de você)

Lauren começa de maneira tímida e logo é incentivada pela multidão que se acumula nas calçadas, assistindo o número.

You'd be like heaven to touch
(Você seria como o céu pra tocar)

I wanna hold you so much
(Eu quero tanto te abraçar)

Uma viatura da polícia se aproxima devido a aglomeração de carros em torno da rua, mas a publicitária continua sua "serenata".

At long last love has arrived
(Finalmente o amor chegou)

And I thank God I'm alive
(E agradeço a Deus que estou vivo)

Os casais contratados, iniciam sua coreografia, envolvendo os outros presentes e logo um grande flash mob se forma no meio da rua.

You're just too good to be true
(Você é linda demais pra ser verdade)

Can't take my eyes off you
(Não consigo tirar meus olhos de você)

Lauren faz sinal para os músicos e logo a melodia fica mais agitada.

I Love you baby
(Eu te amo, baby)

And if it's quite all right
(E se está tudo bem)

I need you baby
(Eu preciso de você, baby)

To warm the lonely nights
(Para aquecer as noites solitárias)

I love you baby
(Eu te amo, baby)

Trust um me when I say
(Acredite em mim quando eu digo)

A publicitária nota a aproximação da polícia e assim como no filme, canta enquanto tenta escapar.

Oh pretty baby
(Oh coisinha linda)

Don't bring me down I pray
(Não me deixe deprimido, eu imploro)

Oh pretty baby
(Oh coisinha linda)

Now that I've found you stay 
(Agora que eu te encontrei, fique)

And let me love you, baby
(E deixe-me te amar, baby)

Let me love you
(Deixe-me te amar)

Finaliza seu número, mesmo sendo segurada pelos policiais e é aplaudida pela multidão.

- A senhora está causando uma grande confusão por causa dessa  apresentação - um deles segura mais firme o braço esquerdo de Lauren, quando ela tenta escapar - Terá que nos acompanhar até a delegacia para prestar esclarecimentos.

- Não, por favor! - pede desesperada pela possibilidade de ter seu plano arruinado - Olha, eu vou depois ou esclareço aqui mesmo. É uma declaração para a minha futura namorada, pelo menos eu espero que seja. O senhor nunca amou, não?

- É, seu guarda, solta ela - as amigas dizem em coro se aproximando de Lauren.

- Não basta o mico que ela pagou, o Sr. ainda quer estragar o esquema? - Vero pergunta e logo os gritos da multidão são ouvidos - Olha aí, todo mundo quer ver o final feliz, nós já vamos liberar a rua.

- Eu dou dez minutos para essa confusão acabar ou vai todo mundo pra delegacia - um dos policiais fala e Lauren rapidamente usa o megafone para dispersar os presentes, que mesmo curiosos, começam a seguir seus caminhos, liberando o trânsito para os carros aos poucos.

- E agora, Laur, qual o próximo passo? - Mani indaga encarando a amiga.

- Eu achei que ela já estaria aqui embaixo, pelo menos - olha na direção da janela e não vê mais nenhuma das três figuras antes posicionadas ali - Foi tão ruim assim? Eu fui sincera em cada palavra, Mani!

- Eu sei, calma - abraça de lado a amiga tentando confortá-la - Ah, olha a Dinah ali no portão - Lauren logo observa e segue apressada na direção da portaria do prédio, onde apenas as duas amigas de Camila estão paradas.

- Onde ela está? - pergunta  atônita ao se aproximar - Eu preciso falar com ela melhor, me deixa entrar.

- O que você quer aqui? - a maior questiona indiferente.

- Cadê a Camila? - Lauren insiste.

- E por que eu te falaria? - Dinah desdenha - Não gosto de você nem um pouco, principalmente depois de tudo que você falou pra ela. Ninguém fala daquele jeito com minha filhotinha e fica por isso mesmo. Agradeça ainda não ter quebrado sua cara todinha. E você, Ally - faz um gesto de negação ao perceber a intenção da outra - Calada.

- Ally? - Lauren encara confusa a outra mulher, mas logo volta a atenção para sua outra questão - Ally, por favor - suplica para a menor, que lhe olha aflita.

- Ela não tá aqui, Lauren.

- O quê?

- Ela não tá mais aqui - Dinah repete a fala da amiga de forma impaciente - Se demitiu e está indo embora da cidade, tem uma entrevista em Los Angeles.

- Lo-los Angeles? - questiona ainda mais nervosa.

- Tá surda?

- Então, quer dizer que.. - passa a mão pelo rosto - ...Que eu fiz tudo isso e ela nem ao menos viu? - olha pra Ally mais uma vez e ela confirma pesarosa.

- Ainda bem, né? - Dinah provoca - Vou caçar seu registro ou seja lá o que for de publicitária, nunca vi nada mais brega.

- Ally, onde ela tá agora? - pergunta para amiga de Camila, ignorando as palavras da outra loira - Por favor, eu preciso vê-la antes dela viajar.

- Provavelmente a caminho do aeroporto já que o voo dela sai daqui uma hora - Dinah fala mais uma vez de forma debochada, se aproveitando da situação - Achou que ia ganhar tudo, Laurenzinha?

- Chega Dinah - Normani interrompe a maior - Lauren, vamos, você tá de moto, consegue chegar antes do voo sair!

- Tá, tá - Lauren divaga mas logo volta a realidade - Você tá certa, eu preciso chegar rápido lá. Vamos! - dá um passo na direção da moto, mas recua encarando Ally - Você não é terapeuta, é?

- Anh - a baixinha dá um sorriso nervoso e logo nega - Não, não sou.

- Hum... Você fez um ótimo trabalho, mas tá me devendo 300 dólares - diz e logo sai correndo em direção a moto, sendo seguida pelas amigas que vão com o carro logo atrás. Depois que todas se afastam, Dinah não aguenta mais e explode numa gargalhada, enquanto Ally fecha a cara para atitude da maior.

- Não sei qual a graça nisso e também nem sei porquê não te desmenti, a Camila vai te matar.

- Ah, eu não podia perder essa chance, né? - fala divertida, indo na direção do elevador - Eu precisava me vingar pela Chancho, porque é óbvio que ela vai abrir as pernas de novo pra essa daí, quando souber de todo esse circo.

- Circo nada, eu achei lindo.

- Allyson, você não pode ser padrão para absolutamente nada - diz irritando ainda mais a amiga - Mas eu confesso que achei bem fofo da parte dela, mas só a declaração, porque a cantoria, Jesus! Meu irmão que acabou de nascer é mais afinado.

- Então por que mentiu, Dinah? A coitada vai no aeroporto à toa.

- Bem feito! - dá de ombros - Isso é pra aprender a não mexer mais com a minha Chanchinho. Elas podem até ficar juntas, mas eu tive minha vingança pessoal daquela luz florescente.

- Vou contar tudo pra Mila.

- Conta, aproveita e fala pra ela também que você não impediu minha mentira e nem interrompeu a Lauren pra dizer que ela não tava em casa.

- Eu não interrompi porque tava emocionada assistindo - se defende - Você filmou, né? - Dinah assente - Ótimo, a Mila vai poder ver tudinho.

- E quem disse que eu vou mostrar?

- Eu disse! - ameaça olhando para Dinah de baixo - E ai de você se não fizer.

- Uma miniatura pinscher dessa, ameaçando uma pastora alemã como eu? - questiona divertida - Não era pra ser diferente?

- Já dei meu recado, Hansen - Ally exclama saindo do elevador - E anda logo que sua irmã está sozinha dentro do apartamento.

Enquanto as amigas da jornalista seguiam discutindo, uma Lauren desesperada seguia em direção ao aeroporto, sendo seguida pelas amigas. Vinte minutos é o tempo que ela gasta num percurso que seria feito com, pelo menos, o dobro daquilo. Sua moto é estacionada de qualquer jeito e logo ela corre em direção ao balcão da companhia aérea.

[IMAGEM NAS NOTAS FINAIS]

- Encontrou? - Vero questiona ao alcançar a amiga.

- Não. Olha o tamanho desse aeroporto, Vero - fala aflita - Eu nem faço ideia qual a companhia que ela vai.

- Calma, vamos nos dividir e procurá-la - orienta - A Dinah falou que o voo era dentro de uma hora, é só olhar o próximo. Qualquer coisa você faz uma serenata para atrasar a saída, aproveita que ficou expert nisso.

- Só não discuto com você agora porque não tenho tempo - a publicitária ameaça e logo sai em busca do possível voo.

Conforme Vero havia orientado, as amigas se dividem pelo espaço em busca de informação, mas a última chamada é finalizada e nenhuma consegue encontrar a latina. Quando voltam para o ponto de encontro, se deparam com a figura desolada e percebem que a amiga também não obteve êxito na missão.

- Laur, vamos lá na casa dela de novo, nem que eu amarre a Dinah, você descobre pra onde exatamente ela foi em Los Angeles.

- Não, Mani - diz ainda de cabeça baixa - Acho que era pra ser assim. Eu fiz aquele discurso todo, corri pra cá, se não adiantou, é sinal que não daria certo mesmo. Acabou!

- Deixa de drama, Jauregay - Demi incentiva mesmo usando de ironia - Los Angeles não é tão longe assim, pega o próximo voo e vai encontrar sua latina. Até você chegar lá, damos um jeito de descobrir o paradeiro dela com aquela amiga marrenta.

- Obrigada, meninas! - ergue a cabeça e as encara - De verdade, vocês foram incríveis hoje, mas eu vou pra casa. O Krull está sozinho. Nem ao menos dele ela fez questão de se despedir. Essa história acabou antes de ter qualquer chance de começar de verdade.

- Odeio finais tristes - Lucy lamenta enquanto todas seguem para o estacionamento - Tudo isso, essa perseguição, a Laur correndo contra o tempo, tava parecendo aqueles filmes clichês de comédia romântica daqui. Só que nos filmes, o mocinho ou a mocinha, chegam à tempo e ficam juntos com seu par.

- É, Lu, mas não deu - Lauren lamenta - Vai ver a Camila tava certa na nossa discussão, eu nasci pra ficar sozinha mesmo.

- Não fala assim, Juba!

- Tá tudo bem, meninas - sorri forçadamente - Vocês se importam se eu for sozinha pra casa? Eu realmente queria ficar um pouco sem ninguém.

- Se você prometer que não vai encher a cara até vomitar ou tocar fogo no apartamento...

- Eu prometo, Mani! Eu vou ficar bem, só preciso de um banho e dormir um pouco. O dia hoje trouxe muitas emoções.

- Okay, mas mais tarde alguma de nós vai aparecer para saber como está e te fazer companhia.

- Okay, sem objeções. Obrigada mais uma vez, gente - Lauren abraça cada uma das amigas e logo sobe em sua moto, partindo em direção ao loft.

DE VOLTA AO POV LAUREN

O caminho de volta pra casa, foi lento. Não pelo trânsito, ou acidente no percurso. Eu é que parecia estar em slow motion, guiando automaticamente minha moto, enquanto minha mente tentava processar que eu havia chegado tarde demais. Não apenas no aeroporto. Eu havia demorado exatas duas semanas para tomar uma atitude. Que merda esse orgulho que temos que carregar enfadonhamente. Que sentimento idiota, que nos impede de ter momentos únicos e de pura felicidade, só por querer ter mais razão que o outro. Do que adiantava tudo aquilo agora? Ela tinha partido e embora não fosse para o outro lado do planeta, estava mais distante que antes. Eu não tinha sido motivo suficiente para fazê-la ficar e ainda por cima, ela se foi levando a pior impressão que poderia ter de mim.

Depois de alguns minutos, entro no loft e sou recepcionada por Krull. Ele abanava o rabinho e tinha na boca um pato de borracha - presente da Camila - pelo menos eu não seria a única iludida ali.

- Não deu certo, filho! - sento no sofá e o pego no colo - Sua outra mãe foi embora - digo e ganho um latido estridente que me faz fechar os olhos - É, eu sei! Eu sou uma idiota. Quando você arrumar um cachorrinho ou cachorrinha, não faça igual a mim, entendeu? - outro latido - Bom garoto - permaneço naquele meu já rotineiro diálogo com o filhote, mas logo sigo para o banheiro, indo em busca de um longo e relaxante banho. Pelo menos isso eu teria.

Nem sei especificar quanto tempo tava ali e provavelmente permaneceria mais uns bons minutos se não fosse o barulho chato do telefone interrompendo meu sossego. Penso em me fingir de surda, mas reconheço o toque e sei que ignorar não é a melhor saída. Respiro fundo, me preparando para o que vinha a seguir.

- Oi, Dona Clara!

- Não sou mais sua mãe? - fecho os olhos respirando fundo mais uma vez. Que dia! - Olha como fala comigo menina, vou até aí e te corrijo em dois tempos. Pra você não é Clara, é mãe!

- Okay, mãe - enfatizo a palavra - Em que posso ser útil?

- Você? - ri debochada - Em nada, querida.

- Mãe!

- Para de drama - bufo - Não liguei pra falar com você, quero falar com minha norinha preferida e que a Ashley não me escute - cochicha a última parte. É, hoje não é um bom dia mesmo.

- Anh, ela não está aqui agora, mãe - tento disfarçar meu nervosismo só em ouvir algo à seu respeito - Na verdade, ela precisou viajar para Los Angeles à trabalho.

- Ah, que pena! - lamenta - Então me passe o número dela!

- O número dela?

- É, Lauren Jauregui, tá surda? - acho que já ouvi isso hoje.

- Sabe o que é mãe, a Camila tá com o celular quebrado - falo a primeira coisa que me vem à cabeça. Péssima por sinal - Nossa comunicação será quando ela estiver no hotel. Ela me ligará de lá.

- Você não aprontou com ela e está mentindo pra mim agora, não é Michelle?

- Credo, mãe, claro que não - escuto um "acho bom" do outro lado da linha e me apresso para finalizar aquela chamada - Olha, estava no banho, podemos nos falar depois?

- Claro, não queria falar com você mesmo - suspiro - Brincadeira, querida, eu até gosto de você! - um pequeno sorriso surge nos meus lábios involuntariamente. Minha mãe não tinha mesmo jeito - Mas eu realmente queria falar com a Camila. Quando conversar com ela, agradeça em meu nome as palavras que ela usou na última matéria dela. Foram palavras lindas, você deve ter ficado ainda mais apaixonada, filha! - congelo onde estou. A matéria! Naquelas duas semanas, apesar da curiosidade, nunca me atrevi ler o conteúdo. O que será que Camila escreveu que todos comentavam tanto?

- Pode deixar, mãe, eu agradeço sim, aliás, de novo, né? Porque já fiz isso um milhão de vezes - minto pro meu próprio bem - E eu fiquei sim, foram lindas palavras realmente.

- Você não merece muito, mas fico feliz por você, querida! Finalmente fez uma coisa decente na vida.

- Também te amo, mãe! - ouço sua risada e após mais algumas recomendações, consigo desligar.

Permaneço alguns minutos pensando na ideia de ler ou não aquela matéria. Quer dizer, eu já tô na merda, o quanto me afundaria mais após ter conhecimento do conteúdo? Assim como em outras ocasiões, cada um possui seu modo, seu artifício para sair da fossa: Há os que preferem ficar na companhia dos amigos, frequentar festas... Outros fazem uma viagem, ou metem a cara no trabalho, no estudo... E existe eu que, no momento, queria submergir ainda mais. A antiga Lauren estava gritando a plenos pulmões, para que eu colocasse uma roupa e saísse para a primeira festa que encontrasse e ficasse com a primeira mulher que me desse bola, mas pela segunda vez naquele dia, eu não a daria ouvidos. Diferente disso, agora estou diante do meu notebook, colocando a música mais deprimente que tinha ao meu alcance, me certificando que a opção "repeat" estava ativada e procurando as palavras de Camila à meu respeito. Se é pra me foder, que seja direito.

[LINK DA MÚSICA NAS NOTAS FINAIS]

   A música "Out of reach" logo inicia e a lembrança de uma das vezes que a ouvi junto a minha latina, me atinge. Mas minha missão ainda não acabou. Agora mais do que nunca eu quero ver o tamanho da minha imbecilidade. Logo acho o site da Composure e busco pelas matérias online. Não demora muito e um aviso se destaca na página: "Leia a última matéria escrita pela colunista Camila Cabello - Como perder alguém em dez dias". Imediatamente um nó se forma na minha garganta e eu suspiro audivelmente antes de pressionar o botão do mouse duas vezes sob o link. (N/a: A foto estará nas notas finais, mas trata-se apenas de uma mera ilustração, gente, não se iludam rs).

"Eu me chamo Camila Cabello e há dois anos, sou colunista na Revista Composure, onde escrevo matérias na sessão 'Como fazer'. Mas creio que todos vocês que acompanham meu trabalho, estão cientes destas informações. Quinzenalmente, trago dicas e conselhos de coisas práticas e objetivas para facilitar a vida de quem lê minhas palavras. Por essa razão, me desculpo caso você tenha mais uma vez adquirido uma edição da Composure em busca deste conteúdo. Desta vez, farei um pouco diferente. Quero usar este espaço para algo realmente significativo para mim.

Há pouco mais de dez dias, conheci numa noite nova-iorquina, uma mulher muito interessante. Seus olhos chamaram minha atenção de cara. Eles eram verdes. Mas não era um verde como das folhagens das árvores, ou da grama, ou de qualquer outra coisa que já tenha visto nessa tonalidade. Era o verde dela. Pra minha sorte, também fui notada, mesmo não tendo olhos tão penetrantes como aqueles. Nossa investida foi rápida... Comemos, bebemos, rimos, conhecemos os detalhes que a outra permitiu naquele momento e combinamos outras comidas, outras bebidas, outros risos, sempre explorando um pouco mais do território da outra. Fizemos isso por exatos onze dias desde quando nos vimos pela primeira vez. 

Os olhos que me chamaram atenção de cara, tornaram-se umas das minhas partes favoritas, mesmo que outras  partes dela, tenha despertado em mim a mesma devoção. E eu não me refiro apenas a sua estética - apesar de estar passando muito bem, obrigada - Falo do que ela traz por dentro... Seu humor, sua paciência, sua inteligência, sua coragem de sair tão cedo de casa trilhando seus sonhos - pessoas corajosas têm o meu respeito de graça - E o que dizer de sua família? Os conhecendo pessoalmente, pude ter certeza de onde vinha tamanha honestidade e alegria pela vida.

Vocês provavelmente não estão entendendo onde quero chegar com tudo isso, certo? Pois bem, comecei a escrever essa matéria, determinada a usar minhas experiências pessoais para ajudar vocês, a não cometerem erros clássicos em seus relacionamentos. Mas, diferente das outras vezes, onde busquei minhas dicas através de artigos, pesquisas e pontuações, agora uso apenas o meu coração para embasamento destas indicações:

Não se trata de quantas vezes você telefona. Quantas vezes você se aborrece ou é aborrecido(a). Não se trata de quantos jantares e outros planejamentos não saem como previsto. Se você possui filhos, se permite 'a noite dos amigos(as)', se gosta da família ou se quer o mais distante possível. Trata-se do que faz você viver tudo isso. O SENTIMENTO. É ele quem dita como tudo será feito e vivido. E se assim como eu, você tem a plena convicção que este sentimento precisa de tempo hábil para florescer, lamento te dizer, mas você está completamente desacertado. Você pode acreditar em amor à primeira vista, ou ser do time que acha isso uma tremenda baboseira. O fato, meus caros, é que todos querem amar. E todos querem ser amados na mesma proporção. Por um dia, uma semana, um mês, um ano, ou uma dúzia deles... Todos nós queremos sentir essa plenitude.

Eu não posso especificar o tempo que se leva até um sentimento verdadeiro germinar, brotar e florescer, acreditem! Eu fui a maior vítima dele. Creio que ainda se lembram dos olhos verdes citados no início destas linhas... Eles passaram a ser os meus preferidos no mundo todo. Mas não apenas a cor que eles carregam... A intensidade, o brilho, tudo ganhou meu favoritismo. Assim como a voz, o sorriso, o beijo. Absolutamente tudo. Essa matéria, tinha como outro objetivo, me fazer alcançar um antigo sonho. E eu não sei se de fato conseguirei atingi-lo, mas eu pretendo ter a certeza que a pessoa que escolhi - mesmo relativamente em tão pouco tempo - pra ser meu par, permaneça do meu lado, me incentivando, lutando comigo, fazendo com que eu persista em busca de cada um dos meus desejos, tendo a convicção que farei o mesmo em troca.

Se vocês seguirem este mesmo caminho e no final dessa caminhada, mesmo que seus sonhos não estejam totalmente realizados, ainda sim, se o seu par ainda estiver do seu lado, tenha certeza que essa é a sua pessoa, tenha certeza que os sonhos ganharam uma proporção maior e foram atingidos com êxito. Não sei se minhas dicas nesta edição, são eficientes para vocês, mas isso é exatamente o que pretendo fazer: Seguir meu caminho com o meu par. Essa matéria, torna-se a minha preferida desde que tive oportunidade de exercer minha profissão e assim como um filme, uma música, essas palavras se tornam atemporais. Tenho certeza que daqui há muito tempo, poderei acessá-las e reviver tudo o que sinto agora".

(Nota mental: Os últimos dias foram os melhores que já passei com alguém ao longo de todos esses anos da minha vida. E o melhor de tudo "We've only just begun, L". O seu verde, é minha cor preferida, assim como tudo que diz respeito à você).

Eu sou Camila Cabello e essa foi mais uma matéria de "Como fazer".

Me sinto petrificada ao terminar de ler tudo aquilo. O quão idiota eu sou por demorar tanto? Quando comecei a ler, quis saber o tamanho da minha imbecilidade e ela praticamente se materializou na minha frente, com o dedo em riste, apontado  na minha direção, descarregando sem piedade a noção da minha total estupidez. Tudo podia estar diferente agora. Camila poderia estar aqui comigo. Eu levei duas semanas para ter a atitude de tomar conhecimento de suas palavras. E tudo faz tanto sentido agora. Eu não teria agido diferente do que ela fez no dia da festa, eu também explodiria de ódio se tomasse conhecimento que estava apaixonada por alguém tão idiota como eu. Pior do que saber que o meu sentimento era mais do que recíproco, é ter a exata noção de sua dimensão e não poder fazer nada. Eu aqui me sentindo a diferentona por ter uma ideia tão esdrúxula... Por ter feito uma declaração no meio da rua... Ela havia feito muito mais. O país sabia de seus sentimentos e tudo o que eu queria agora era poder olhar em seus olhos - os meus preferidos - e gritar o tamanho da minha loucura por ela. Foda-se se fazia menos de um mês que havíamos nos conhecido, foda-se se outras pessoas podiam cogitar a veracidade e o tamanho desse sentimento, foda-se, simplesmente foda-se.

Minha auto-indignação, tem uma interrupção quando o toque da companhia reverbera pelo apartamento. Certamente uma das meninas está do outro lado da porta, cumprindo a promessa de verificar meu estado de lucidez. Quem dera se nesse momento, a demência tivesse me atigido. O toque da campanhia chega aos meus ouvidos mais uma vez e mesmo sem vontade, levanto lentamente do sofá rumando em direção a entrada, onde um Krull mais do que agitado abana o rabo, eufórico pela possível visita.

Abro a porta e antes de ser capaz de raciocinar qualquer coisa, sinto meu corpo ser praticante arremeçado na primeira parede, tendo meu rosto encurralado por dois braços.

- Eu só vou perguntar uma vez - sua voz é suave apesar dos movimentos anteriores, seu hálito já me entorpece com apenas meia dúzia de palavras - O vídeo que eu assisti há exatos 30 minutos, expõe tudo o que você queria que eu ouvisse, Lauren?

Camila. Ela estava aqui. Na minha frente. Praticamente com seu olhar me devorando, enquanto aguardava minha resposta. Ela está aqui. Mas como? Não era pra Los Angeles ser seu destino agora? Ela entrou naquele avião, ela foi embora de Nova York, eu vi. Mas ela disse que assistiu meu vídeo há meia hora. Esse é o tempo da casa dela pra minha. Como isso é possível? NÃO IMPORTA, SUA IDIOTA, ELA ESTÁ AQUI, NA SUA FRENTE, ESPERANDO UMA RESPOSTA. Minha consciência praticamente suplica para que eu tome uma atitude e, sem aviso, troco nossos corpos de posição e agora é ela quem está encurralada por meus braços. Nossas respirações estão densas e pouco à pouco se misturam. Acho que minha resposta pode esperar só mais um pouco. Seu beijo é minha maior necessidade agora. Sem esperar mais nenhum segundo, uno nossos lábios. Nossos movimentos não possuem delicadeza, suavidade... Eles são intensos, apressados. Minhas mãos, antes espalmadas na parede de concreto, agora deslizam afoitas por seus fios de cabelo, seu rosto, sua nuca. Sinto ao mesmo tempo, minha cintura ser agarrada com a mesma necessidade e encontro nisso a permissão para adentrar aquela boca com minha língua. Meu deus, que saudade. Todo meu corpo se arrepia, como se dissesse em coro "estamos de volta ao nosso lugar, porra". Assim como nosso toque, nosso beijo também não encontra paciência. Nossas línguas se embolam e se embalam numa dança só nossa, onde só nós conhecemos a música e o passo. Que beijo gostoso. Que aperto gostoso. Que mulher gostosa. A minha mulher. Sim, minha. Esse título pertence a mim. Me dedicarei o suficiente para torná-lo vitalício.

Infelizmente, precisamos respirar e instintivamente nosso ritmo começa a diminuir numa sintonia genuína. Nossas línguas se despedem temporariamente, assim como nossos lábios. Agora apenas nossas respirações estão presentes.

- Não - corto o silêncio depois da nossa intensa troca de olhares.

- Não? - Camila exclama confusa sem entender minha reposta. Tolinha.

- Tudo que você viu naquele vídeo é uma imbecil tentando demonstrar desesperadamente um sentimento arrebatador que se apossou do seu peito sem qualquer permissão. Mas, ele não representa tudo que eu queria ter te falado, tudo que eu queria que você soubesse. Eu só precisava ter a chance de ficar perto de você outra vez, de olhar nesses olhos que são os meus favoritos, assim como sua voz, seu sorriso, seu beijo - repito sua citação e ela sorri - Mas eu ainda preciso acreditar que você está mesmo aqui antes de falar qualquer outra coisa.

- Você leu minha matéria... - não fora uma pergunta. Sua fala tem um sorriso bobo nos lábios, assim como os meus devem estar agora. Mas eles logo dão lugar à um bico gigante que fico louca pra desfazer antes mesmo de saber o motivo - Você leu minha matéria e demorou duas semanas para me procurar, Jauregui? - ah, então é isso! Sorrio diante de sua indignação e ganho um tapa antes de conseguir me explicar.

- Ei! - ela vira o rosto fazendo birra e eu só consigo alargar o meu sorriso ainda mais - Não faz isso, babe! Eu li sim, mas isso aconteceu há precisamente dez minutos.

- Não sei se acho isso bom ou ruim. Eu quero te matar por você ser tão lerda, mas pelo menos justifica você ter demorado tanto - ela diz, enquanto suas mãos deslizam sob meu cabelo - Pensei que nem com minhas palavras, você ia se convencer que estava completamente apaixonada por você. Eu fui sincera em cada linha, Laur!

- Estava apaixonada? Não tá mais? - brinco, mas sua expressão que antes era leve, fica séria de repente.

- Me desculpa - pede passando delicadamente a ponta dos dedos pelo meu rosto - Me desculpa, Lauren, por tudo! Pela ideia da matéria, pelo meu comportamento durante esses dias, por quase te enlouquecer, mas principalmente, por tudo que eu falei no nosso último encontro - tento interromper, mas ela não permite - Me deixa terminar, é importante. Você não é nada daquilo que eu falei. Eu só tava com muita raiva e acabei usando do que eu acho que domino, minhas palavras. Você não é digna de pena, só do que existe de melhor e eu tô disposta a te dar o meu melhor, se também for da sua vontade.

- E como não seria? - trago de volta seu sorriso e trocamos um longo selinho - Eu também te devo desculpas. Pela aposta, apesar de agradecer aos céus agora por ter sido você. Keana não poderia ter escolhido melhor - digo e ganho um tapa no braço - Ouch. Doeu! - reclamo e ela dá de ombros - Enfim, desculpa também pelas minhas palavras. Elas não foram as melhores naquele dia. Nos defendemos da forma mais agressiva, usando as armas que tínhamos na hora. Eu fui grosseira, não queria te expor daquele jeito, me perdoa.

- Acho que podemos concordar que fomos equivocadas em quase tudo naquela noite e totalmente criativas em nossas declarações - ela gargalha efusivamente - Apesar que eu não irei te superar nunca. "Dez coisas que odeio em você", Lauren? Sério?

- Ué, um clássico! E nós gostamos do número dez.

- É? - afirmo enquanto ela entrelaça os braços no meu pescoço, me fazendo abraçar sua cintura automaticamente - Então que tal dez beijos só pra começar a noite?

- Começar a noite, é? - digo com uma voz arrastada, enquanto distribuo beijos por seu pescoço cheiroso - Essa é uma frase bem promissora, uhn? - Apesar dos nossos corpos grudados, ainda custo acreditar de sua presença aqui. Talvez fosse apenas uma miragem ou um desejo tão forte, que havia se materializado. Seja lá como tornou-se possível, eu só quero ter a certeza que tudo isso permanecerá. Que ela permanecerá. Aqui, na minha frente, caminhando ao meu lado, presa em meus braços. Tendo seu coração entregue a mim, assim como já havia lhe estendido - sem direito a devolução - o meu, levando à sério o que ela fez questão de afirmar em sua matéria "Estamos apenas começando". Sim, estamos apenas no começo e no que depender de mim, ele durará pra sempre. O nosso sempre - Camz? - chamo e escuto apenas um murmúrio manhoso como resposta - Quer ser meu par?


Notas Finais


Ninguém sofre de diabetes aqui não, né? A glicose subiu um pouco. Então, gente querida, como estamos? Muitas declarações pra um capítulo só, não? Espero que todas elas tenham superado as ofensas que saíram dessas boquinhas lindas... Fiz o meu melhor! Quero informar que o próximo capítulo será o penúltimo dessa estorinha. Acho que falei no início que não seria um voo tão longo... Mas outro está prestes a começar, então, só faremos uma pequena conexão! Obrigada por cada voto, comentário e divulgação. Tenham certeza que isso me motiva ainda mais. Nos vemos em breve. Aloha!

LINK DA MÚSICA CANTADA PELA LAUREN:
https://youtu.be/rore790l_sk

IMAGEM DA LAUREN:
https://em.wattpad.com/1688a1699b5cf19117e1776fc771d554adf2c4cd/68747470733a2f2f73332e616d617a6f6e6177732e636f6d2f776174747061642d6d656469612d736572766963652f53746f7279496d6167652f4953677262447a556e53366b4a773d3d2d3437353233313330342e313466393662356435303139663865633238353039303236373236312e6a7067?s=fit&w=1280&h=1280

MÚSICA OUVIDA PELA LAUREN:
https://youtu.be/uxfAIVfmRa8

IMAGEM DA MATÉRIA DA CAMILA:
https://em.wattpad.com/76e4193cd7aa3be9f218ffc39717524cbac62c9d/68747470733a2f2f73332e616d617a6f6e6177732e636f6d2f776174747061642d6d656469612d736572766963652f53746f7279496d6167652f72706b334973434b69704b7374773d3d2d3437353233313330342e313466393662333639373439636163323333343632353639333636382e6a7067?s=fit&w=1280&h=1280


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