As vezes eles dizem coisas que fazem meu coração doer, a garganta fecha, a voz fica embargada, os olhos ficam úmidos. Então eu seguro as gotas salgadas do mar de sentimentos que tenho represado dentro de mim.
O tempo passa, e a represa vai ficando cada vez mais cheia até chegar o dia em que uma gota a mais faz com que ela transborde. Então, sem que eu possa evitar, as lágrimas descem pelo meu rosto, elas umedecem meu travesseiro na minha vã tentativa de esconder os olhos inchados e o som do meu sofrimento. Não quero que vejam minha dor, que vejam que fui fraca e não consegui guardar as provas molhadas do meu desespero.
Porém, não consigo para-las. Pois quando essas gotículas tão significativas escorrem e a represa se rompe eu sinto um alívio momentâneo, me sinto leve por alguns segundos. E também livre, me liberto de tudo o que sei, tudo o que vi, tudo o que senti. Entretanto, como todos dizem: nada dura pra sempre.
Logo, começo a pensar nas coisas que encheram minha represa, na gota que a fez transbordar e antes que eu possa perceber ela começa a se encher novamente.
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