História Conselheira Amorosa - Capítulo 21

No consultório tudo corre com a rotina de sempre, clientes e mais cliente, com problemas, agradecimentos e mais problemas, termina o dia e volto pro meu AP correndo me arrumar, hoje é a noite das garotas, mando mensagem pra Philip, pois ainda não estou com coragem de encará-lo, muito menos Andrew, então faço o maior silêncio no corredor, sei que ele não está lá, mas todo cuidado é pouco, me arrumo e corro pro Willmax, chegando lá avisto as garotas.

-Agora o quarteto está formado! – diz Sophia animada.

-E já pode ir nos contando as detalhes dessa viagem ai! – diz Ariel.

-Já contei por telefone. – me lembro.

-Mas não é a mesma coisa, a Mary tava aqui falando do babado com a Rachel, isso você não nos contou por telefone! – insiste Ariel.

-Tudo bem, mas preciso de uma bebida antes. – vou até o balcão pedir uma bebida.

Will e suas surpresas como sempre, me entrega um copo com líquido amarelo, tomo um gole e consigo distinguir o abacaxi, volto pra mesa das meninas.

-Que ex namorado é esse da Rachel que surgiu? – Sophia começa.

-Quer contar você a história Mary? Pelo jeito já contou quase tudo mesmo! – brinco.

-Adiantei algumas partes só, mas quem tava lá é você, então é a senhorita que sabe os detalhes! – Mary toma um gole de sua bebida.

Enquanto tomo minha bebida vou contando tudo o que aconteceu naquela noite em Londres, as meninas é claro, ficam chocadas.

-Caramba! Que loucura! – diz Ariel.

-Nunca ia imaginar uma coisa dessas com a senhorita perfeitinha! – diz Sophia.

-Até agora não acredito muito, e olha que eu estava lá e vi tudo! – tomo o último gole da minha bebida.

-Amo essa música, vamos pra pista meninas! – diz Mary quando começa Titanium do David Guetta.

E assim vamos pra pista de dança e nos acabamos nela, dançamos uma música atrás da outra, e por um instante consigo esquecer-se de tudo, só aproveito o momento com minhas amigas queridas, de repente olho pra entrada do bar e vejo Andrew de pé olhando de um lado pro outro.

“Tava bom demais pra ser verdade!”

Corro pro banheiro pra que ele não me veja, Mary vem logo atrás de mim.

-Hanna, ta tudo bem? Você saiu que nem doida de lá!

-Ta sim, só vim tomar um ar! – digo.

-Não era mais fácil ir lá fora? – sugere Mary.

-O banheiro estava mais perto. – lembro de Andrew em pé na porta de entrada.

-Então ta, vou voltar pra lá, vê se não demora.

Aceno com a cabeça e fico mais uns instantes no banheiro, encaro meu rosto no espelho, encaro a pessoa mais azarada desse mundo, resolvo voltar pro bar, vou direto pra mesa, as meninas saem da pista de dança e vem ao meu encontro.

-Nossa há quanto tempo não me divertia tanto! – diz Ariel sentando-se.

-Nem me fale! – complementa Sophia.

E assim seguimos conversando, não vejo mais Andrew, resolvo pedir mais uma bebida e Mary vai comigo, enquanto esperamos, Mary começa suas perguntas discretas.

-E como estão às coisas entre você e Philip depois que o Andrew está oficialmente solteiro?

-Normal. – dou de ombros.

Mary me estuda.

-Normal? Conta outra! – ela revira os olhos.

-E o que você quer que eu diga? Ta normal oras! – me viro pra pista de dança. –Ainda estou com Philip e super bem por sinal, não vou largar dele pra ficar com Andrew, você sabe que não é justo...

-Justo? Ou você tem medo? – Mary me interrompe.

Olho pra ela uns instantes.

-Medo? Não, só não posso e não devo magoar Philip... – respiro fundo. – Andrew foi só algo passageiro Mary...

-Mas que abalou profundamente suas estruturas! – Mary faz questão de lembrar.

-Sim, ele mexeu comigo. – resolvo confessar. – Mas é coisa do passado e quem vive de passado é museu, e agora vamos mudar de assunto, não quero me estressar hoje!

-Não ta mais aqui quem falou.

Nos viramos pra pista de dança e quem eu vejo? Andrew, o próprio! Ele está dançando com uma garota, magra de cabelo loiro, percebo Mary me encarar, mas não diz nada, ela volta a olhar pra pista de dança, pior que não consigo para de olhar pro Andrew, ele ainda não percebeu minha presença, o que acho ótimo, mas fico impaciente.

-Ei Will, vai demorar ai? – pergunto.

Ele faz sinal que já vem, volto a olhar pra pista de dança bem na hora em que a loira magrela puxa Andrew e lhe da um beijo daqueles, sinto minhas pernas bambas e meu chão some, só consigo sair correndo do bar em direção ao meu carro.

-Ei Hanna! – Mary grita vindo atrás de mim.

-Preciso ir Mary, não estou me sentindo bem. – tento abrir a porta do carro.

-E isso tem a ver com a cena que acabamos de presenciar lá dentro?

Me contenho para não chorar, abro a porta do carro.

-Só preciso sair daqui ok? – é a única coisa que consigo dizer.

-Tudo bem, vai lá, mas se precisar conversar me liga! – Mary coloca a mão no meu ombro. – Acho que você precisa trabalhar os sentimentos desse coraçãozinho ai hein!

Sorrio sem graça, entro no carro e dou a partida, no caminho só consigo pensar naquela loira ridícula agarrada em Andrew, já não consigo conter mais as lágrimas, quando isso vai acabar hein? Só isso que penso, mas sem resposta alguma.