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História Conselheira Amorosa - Capítulo 3


Escrita por: TamyFranco

Capítulo 3 - Capítulo 3


Mary me deixa em casa, não tocou no assunto o caminho todo, gracias! Pego meu carro e sigo caminho até a casa de meus pais, vou o caminho todo tentando esquecer o Andrew e o que aconteceu no shopping, assim que entro na garagem percebo que papai não está, desligo o carro e entro pela porta da frente.

- Mamãe cheguei! - digo indo até a cozinha.

- Que bom que chegou filha! Preciso mesmo de sua ajuda! - responde ela me abraçando.

- Em que posso ajudar?

- A calda do bolo de cenoura... Só você sabe fazer do jeito que seu pai gosta, e hoje ele encasquetou que quer bolo de cenoura com SUA calda de chocolate. - ela vai até a pia. - Espero não ter te atrapalhado em alguma coisa.

- Magina mãe, só estava no shopping com as meninas passando o tempo! - "Mal sabe ela da enrascada que me tirou!" - Mas vamos ao que interessa... A calda de chocolate!

Coloco um avental da mamãe que sempre uso quando venho aqui, o bolo acabou de sair do forno e está quentinho, no ponto pra colocar a calda.

- Cadê o papai? - pergunto mexendo a calda.

- Foi visitar um amigo que está meio doente, o seu Ramon, pegou uma gripe forte, mas agora está se recuperando, logo ele aparece ai. - Nisso ouço a buzina do carro do papai. - Por falar nele... - mamãe sorri.

- Oh de casa, tem alguém ai? - pergunta papai todo cheio de graça. - Hum temos visita hoje, e com direito a bolo de cenoura e tudo, que chique! - ele me da um beijo na testa.

- Olá meu bem! - papai da um selinho em mamãe.

Ta aí um casal que admiro! Parecem que foram feitos um pro outro! Mamãe diz que foi amor a primeira vista, o papai já trabalhava com seu pai na corretoria dele, mas antes era coisa pequena, só algumas casas da vizinhança, foi quando o vovô, pai da mamãe, se mudou pra cá, e foi justo alugar de quem a casa? Meu outro avô claro! Mamãe estava junto, quando os dois se viram sentiram a conexão na hora, depois da casa alugada papai sempre ia lá pra ver se não precisavam de nada, e se estava tudo em ordem com a "casa", ai conversa vai e vem ele resolveu pedir a mão da mamãe em namoro e estão juntos até hoje, à 40 anos juntos, se amando todo dia!

Despejo a calda no bolo.

- Prontinho é só comer! - digo sorrindo.

- Vou passar um café. - diz mamãe.

Papai já vai logo querendo um pedaço.

- Alberto! Espera esfriar! - mamãe da um tapinha na mão do dele.

- Deixa ele mãe, você sabe que o papai gosta de comer bolo quente! - digo me sentando a mesa.

- Vou lá pra sala assistir meu futebol, tchau garotas! - papai da uma piscadinha e sai com um pratinho cheio de bolo na mão.

- Seu pai já tem até cabelo branco, mas juízo que é bom... Nada! - diz mamãe colocando a água pra ferver.

- E tenho certeza que esse é um dos motivos por ele a ter conquistado dona Cláudia! - digo colocando pó no coador.

- E foi um dos principais! - mamãe ri. - Sempre foi descontraído e divertido, amava me fazer rir, sempre cheio de surpresas. É, esse é seu pai! - mamãe passa o café e respira fundo.

- Quando será que vou ter um amor assim hein? - solto sem querer.

Mamãe me encara de repente, olha fundo nos meus olhos procurando resposta para aquela pergunta, ela sorri e segura minha mão.

- Algo te preocupa querida, me conte o que é, sabe que pode se abrir comigo! - mamãe me leva até a mesa.

Ela nos serve o café e o bolo, sentamos uma de frente pra outra, ela continua me encarando, mexo no bolo, mas sem vontade de comer.

- Olha Hanna eu sei o que se passa nessa sua cabecinha. - mamãe começa. - Você deve pensar que já está velha, o que não é verdade, e que até agora não encontrou o amor da sua vida, mas não é assim que funcionam as coisas querida.

- Fácil pra você que casou com 18 anos, só não foi antes porque o vovô não deixou! - digo tomando um gole de café.

- Cada caso é um caso, eu tive a sorte de conhecer seu pai logo, mas não pense você que estava esperando por isso, nem sonhava em namorar e casar! Simplesmente o clima bateu assim que coloquei os olhos em seu pai, ele também não desgrudou mais e aconteceu o que tinha que acontecer. - mamãe toma um gole de café. - Se com você ainda não aconteceu é porque não é a hora, quando for você vai saber.

- To esperando... E faz tempo. - olho pro bolo no prato.

- Você ainda é jovem e muito bem sucedida, confesso que não entendo como funciona esse negócio de conselhos amorosos, porque na minha época isso não existia, mas enfim... Tem dado certo como posso perceber.

- Só ajudo minhas clientes como posso mãe! Por estar do lado de fora, meio que consigo ver o que se passa por outros ângulos, que elas por estarem apaixonadas ou iludidas não conseguem ver, é isso. - concluo.

- Mas e você... Consegue ver outros ângulos da SUA situação? - mamãe me pega desprevenida.

Não respondo nada, encaro minha mãe, por essa eu não esperava, ver minha situação por outros ângulos, como assim?

- Poxa ninguém lembrou de levar um cafezinho pra mim lá na sala? - aparece papai. - Muito obrigado damas. - ele mesmo se serve.

- Dramático! - diz mamãe. - Você ainda tem as duas pernas e os dois braços. - ela provoca.

- Também te amo viu querida! - papai da uma piscadinha pra ela e volta pra sala.

Começo a rir da situação, volto a encarar a mamãe.

- Posso dormir aqui? - pergunto terminando o café.

- Mas é claro querida, essa casa também é sua! - responde mamãe segurando minha mão em cima da mesa.

- Hora de lavar a louça. - digo me levantando da mesa.

- Não precisa, ainda sou capaz de lavar alguns pratos sozinha, vai lá pra sala com teu pai, ele deve estar com saudades da sua companhia.

- Goooool! - grita papai lá da sala.

- Mais ou menos né. - digo rindo

Dou um beijo no rosto da mamãe e vou até a sala, me sento no sofá ao lado do papai, logo o jogo termina.

- Quem estava jogando? - pergunto.

- Não lembro direito. - responde papai sorrindo. - Peguei o final do jogo. - ele da de ombros.

Começo a rir dele.

- Ei vamos assistir um filme? - sugere ele.

- Ótima ideia! - respondo entusiasmada.

Papai realmente nunca foi de futebol, mas filme... Uma paixão sem fim, e passou esse gosto pra mim desde pequena, sempre assistíamos filme juntos, no começo desenho quando eu era criança, e depois ele ficava imitando os personagens pra me fazer rir, com o tempo ele foi me apresentando filmes mais inteligentes, ficção, aventura, suspense e ação eram seus preferidos, depois conheci comédia e romance, que passei a gostar bastante também, mas o papai nunca gostou desses filmes de mulherzinha, como diz ele, só uma vez que convenci ele a assistir As Patricinhas de Beverly Hills, ele acabou rindo bastante, e no final começou a imitar as meninas, eu queria morrer de rir, mamãe disse pra nunca mais assistir esses filmes com meu pai, se não ela ia pirar de vez, "Aí jura meu bem!" respondeu o papai com voz de patricinha, caímos na gargalhada. Então assistir filme com o papai é meio que um ritual, praticamente todas as vezes que venho aqui.

- Tenho um filme novo pra te mostrar, pega ali ao lado da TV o DVD.

Procuro o DVD e leio a capa "Terremoto".

- Parece ser bom! - digo colocando o DVD no aparelho.

Volto a me sentar ao lado do papai, e começamos assistir o filme, ouço a mamãe subir as escadas, depois me perco no filme. As horas passam e logo o filme termina.

- Que filmaço! - diz papai se espreguiçando.

- Nem fale, também curti bastante! - digo me levantando do sofá.

Papai vem até mim e me abraça.

- Te amo filha!

- Eu também pai! - sorrio.

- O jantar ta na mesa meus amores! - diz mamãe entrando na sala.

- Opa beleza! - papai me solta e me puxa pela mão.

Nos sentamos a mesa, mamãe nos serve, e começamos a comer e papai a falar do seu trabalho, logo ele começa a se lembrar de situações engraçadas de sua vida, eu e mamãe caímos na gargalhada, depois de um tempo quando todos terminam papai se levanta da mesa.

- Vai descansar querida, eu lavo a louça. - oferece ele.

- Eu ajudo o papai mãe, pode subir. - digo levando os pratos até a pia.

- Já que vocês insistem, quem sou pra recusar! - mamãe da um beijo no meu rosto e outro em papai. - Hanna já arrumei seu quarto querida!

- Obrigado mamãe!

Mamãe sai e ficamos só eu e papai, ele começa a lavar a louça e eu a enxugar.

- Ah consegui um inquilino novo pra ser seu vizinho. - diz ele descontraído.

- Não me diga que é mais um chato como o anterior né, eu juro que me mudo de lá dessa vez! - digo guardando o prato.

- Não, ele é um bom rapaz, como é mesmo o nome dele... - papai tenta se lembrar. - Ah não lembro, mas me pagou três alugueis adiantado, disse que ta aqui a serviço pro seu pai, que é um empresário de restaurantes, ele está reformando um local que vai virar mais uma filial, um rapaz bem centrado, com certeza não vai te incomodar.

- Restaurante, que chique! - digo dando de ombros. - Essa cidade está precisando mesmo de um bom.

- Pois é! Ele se muda até o fim de semana, se você puder da um alô pra ele quando o encontrar por lá, inquilino novo é sempre bom agradar! - papai termina de lavar louça.

- Tudo bem, assim já vejo se ele é ou não um mala.

Papai ri.

- Amanhã a senhorita vai me ajudar a lavar o carro, viu!

- Vou aproveitar e dar uma lavada no meu também, está precisando. - Guardo o último prato. - Mas agora vamos dormir, amanhã é amanhã.

- Sim amanhã é amanhã. - diz papai me dando um beijo na testa.

Subimos as escadas, ele entra em seu quarto e eu no meu, tomo um banho rapidinho e caio na cama. Ai como eu amo o cheiro da roupa de cama da mamãe! Abraço o travesseiro e logo caio no sono.

 

*-*-*-*

 

- Hora de acordar mocinha! - diz papai abrindo a porta do quarto.

- Que horas são? - pergunto ainda sonolenta colocando o travesseiro no rosto quando papai abre as cortinas e deixa o sol entrar.

- Hora de lavar os carros, e você prometeu me ajudar! - diz ele beliscando meu pé.

- Ah é, já tinha me esquecido. - digo me sentando na cama e esfregando os olhos.

- Ainda bem que você tem um pai aqui pra te lembrar. - papai pisca pra mim. - Te espero lá em baixo.

Me levanto, troco de roupa, escovo os dentes, prendo o cabelo e desço tomar café.

- Bom dia mamãe! - digo ao entrar na cozinha.

- Bom dia querida! - responde ela me servindo o café.

Tomo meu café quentinho e logo vou pra garagem.

- Mãos a obra! - digo ao ver o papai.

- É pra já! - responde ele com um balde na mão.

Começamos a lavar o carro, nos molhamos bastante claro, grande culpa pelo papai querer fazer guerrinha de água, eu saí em desvantagem porque foi ele quem ficou com a mangueira, assim que terminamos corro pro banheiro tomar um banho, logo desço almoçar, o mesmo faz o papai, depois do almoço resolvemos dar uma volta no parque, colocamos nosso papo em dia, mamãe e papai sempre de mãos dadas.

É meio que rotina dar uma volta ao parque em família, fazemos isso desde... Sempre, foi aqui que aprendi a andar de bicicleta, onde aprendi a subir em árvores, e depois não sabia descer e papai tinha que me dizer o que fazer pra descer, os piqueniques perdemos as contas de quantas vezes fizemos, é... Tenho uma história nesse parque.

Ao entardecer me despeço das pessoas mais especiais da minha vida e volto pro apartamento, abro a porta e sinto tudo muito em silêncio e vazio, resolvo ligar pra Mary.

- Oie! - digo assim que atende.

- Oi sumida! Onde andou esse fim de semana?

- Fiquei na casa dos meus pais, precisava sair daqui um pouco. - sento no sofá.

- Ta melhor? - já sei ao que se refere a essa pergunta.

- To sim, bem de boa, amanhã começa a rotina, logo não restará nenhum vestígio, relaxa que vou sobreviver. - respondo indo até a sacada.

- Se precisar sabe que estou aqui né?

- Obrigada!

- Preciso ir agora amiga, combinei de jantar com meus pais hoje à noite, mas nos falamos amanhã, beijos!

- Vai lá e manda um abraço para seus pais por mim, beijos!

- Pode deixar! - Mary desliga.

Me sinto sozinha de novo, resolvo assistir a um filme, quando a fome bate como uma fruta, preguiça de preparar algo, depois tomo outro banho e vou dormir. Que venha amanhã!



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