História Conselheira Amorosa - Capítulo 5

A semana passa rápido, sexta depois do expediente volto rápido pra casa, hoje teve bastante clientes, alguns casos deram certo, outros nem tanto e ainda outros acabaram de vez.

Como o da Lana, o namorado terminou com ela depois que soube que estava se consultando comigo, dizendo que se ela não tinha a capacidade de lidar com um relacionamento sozinha não entrasse em um, Lana foi correndo ao meu escritório me culpar, dizendo que eu acabei com a vida dela, e me mandou pro inferno e disse que ia me processar. É por isso que digo para as clientes pensar bem se devem ou não contar para seus parceiros que estão se consultando comigo, muitos não gostam, outros riem, e ainda outros nem ligam, mas a maioria não conta, orgulho feminino sabe, as mulheres querem que seus companheiros pensem que é elas que conseguem lidar muito bem com as situações adversas. O caso da Lana não é o primeiro, já teve vários que os homens acabaram descobrindo, uns acabam tudo com suas parceiras, outros já até foram me xingar e ainda outros foram me agradecer. Vai entender! É o que sempre digo, cada caso é um caso!

Assim que abro o elevador encontro o corredor um caos, percebo que é a mudança do meu mais novo vizinho, o cara que meu pai falou, até agora só vejo o pessoal da montagem de móveis, sorrio para alguns enquanto vou pro meu apartamento, deixo o barulho do lado de fora, tomo um banho e vou dar uma analisada em alguns arquivos, não é sempre, mas de vez em quando trago trabalho pra casa, de repente o celular toca, e claro... É a Mary.

- Fala Mary! - digo assim que atendo.

- Pronta pra sair hoje? - pergunta ela animada.

- Não vá me dizer que você está na minha porta de novo! - olho para a porta.

- Hoje não, mas já estou de saída, chego ai rapidinho.

- Mary hoje não, trouxe trabalho pra casa. - torço para que ela entenda.

- Ah, mas você tem o fim de semana todo pra fazer isso, vamos sair sim! - insiste ela.

- Mary, por favor não! - soou firme. - Não to a fim de verdade, da pra pelo menos hoje você respeitar minha vontade? Por favor? - pego mais leve.

- Tudo bem... Que barulho é esse? - Mary escuta o barulho do martelo no vizinho. - Ta fazendo alguma reforma?

- Não, é meu novo vizinho, está se mudando essa noite pelo que parece, meu pai me falou dele esse fim de semana, diz que é um bom rapaz e que ta abrindo um restaurante novo aqui na cidade, que eu me lembre é isso. - dou de ombros.

- Ui, bom rapaz! - Mary se assanha.

- Palavras do meu pai. - mostro a língua pro nada.

- Ele é bonito? Quantos anos tem? Usa aliança? - Mary e suas perguntas nada discretas.

- Eu nem o vi ainda, quando cheguei só estava o pessoal da mudança. - faço uma anotação em um dos arquivos. - E eu não ia xeretar né!

- Se eu fosse você eu ai, vai que vale a pena!

- Mas me chamo Hanna e não Mary! - reviro os olhos. - Preciso desligar Mary, se não nada de eu terminar isso aqui hoje, e preciso dormir, estou cansada.

- Ta bom então né, depois não diga que não te avisei! - Mary faz drama. - Beijos amiga, te amo!

- Também te amo! Bom passeio!

- Péssima noite pra você que se recusou a sair comigo hoje feia! - Mary está rindo.

- Tchau linda! - também começo a rir.

- Ai eu sei! Fui!

Mary desliga o celular e continuo com meu trabalho, ouço mais algumas batidas de martelo e resolvo dar uma olhada, ao sair pelo corredor um dos caras da mudança aparece.

- Desculpa ai dona, só falta mais um armário e o barulho já para! - ele sorri carregando um abajur.

- Tudo bem. - sorrio de volta. - É... E quem é o dono dessa mudança toda? - pergunto como quem não quer nada.

- O senhor Andy está no serviço dele, mas logo ele chega. - responde o moço.

Aceno com a cabeça e ele sai. Bom, já sei que o nome dele é Andy, um nome um tanto estranho pra um homem, mas... Isso não é da minha conta. Fecho a porta e resolvo comer alguma coisa, abro a geladeira e não vejo muita opção, resolvo bater uma vitamina com algumas frutas, depois sem mais nada pra fazer e com preguiça de continuar o trabalho resolvo ir dormir, e como o prometido, o barulho no vizinho acaba, e logo caio no sono.