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História Consequências da Liberdade - Capítulo 7.1 - Relapse


Escrita por: kihyuniews

Notas do Autor


Oi gente, tudupom?
Não vou enrolar, só peço desculpas, mas cheguei com mimos, beijinhos

Capítulo 8 - Capítulo 7.1 - Relapse


Fanfic / Fanfiction Consequências da Liberdade - Capítulo 7.1 - Relapse

JOHNNY

Johnny não conseguia dormir desde o último pesadelo de Chittaphon.

Havia acordado, pelo menos, três vezes naquela mesma noite, não tinha capacidade de se lembrar ao certo.

Os baixos ruídos e palavras desconexas que escapavam dos lábios de Ten faziam o americano questionar-se, "Por que seus braços parecem tão tensos?" ou "Por que seu corpo sua tão intensamente?", estas eram as únicas coisas que tinham capacidade de prender mente de Johnny a essa hora da manhã.

Apesar de todas as suas especulações, apenas uma coisa, ou melhor, alguém, parecia se encaixar perfeitamente como motivo para os pesadelos contínuos do tailandês. Taeyong.

O quarto volta a ficar silencioso instantes antes do despertador ao lado da cama soar, em poucos segundos, a mão desorientada de Ten se estica para alcançá-lo.

Ao perceber que o mais novo tinha acordado, Johnny faz menção de afastar-se, porém os olhos do tailandês abrem-se sem vontade e este segura as mãos do maior, impedindo-o de completar a sua ação.

– Fica... Ainda é cedo. – O timbre ainda rouco do outro faz Johnny sorrir sem dentes, este decide permanecer onde estava.

Chittaphon vira-se de frente para o outro, sem escapar de seu abraço, e dá um pequeno sorriso preguiçoso ao encarar a feição agradável do maior. – Bom dia. – O tailandês murmura baixo e apóia sua cabeça no mesmo travesseiro que o americano, separados por míseros centímetros.

– Bom dia... – Johnny responde e pisca algumas vezes, tentando ligar-se à realidade. Como Ten poderia ser tão bonito mesmo à essa hora da manhã?

O tempo não deixava de passar ao redor dos dois, contudo, ambos pareciam ocupados demais perdendo-se no olhar alheio.

Sorrisos sem graças tomam conta de ambos os rostos e Johnny, relutantemente, resolve tomar a iniciativa de levantar-se primeiro, deixando Ten emburrado na cama.

– Nós vamos tomar café fora hoje, é melhor se apressar. – O americano sorri de forma quase imperceptível e apanha a sua roupa antes de entrar no banheiro da suíte.

TEN

Ten, por sua vez, não queria levantar de forma alguma. Por mais que tivesse dormido, não sentia-se descansado. Na verdade, arriscava-se a dizer que estava ainda mais exausto que no dia anterior.

Ao desistir de lutar contra o seu sono, a cabeça do garoto volta a se recostar no travesseiro. E gradativamente, o tailandês deixa que o sono tomasse conta de si.

A voz preocupada de Johnny traz Chittaphon de volta ao mundo real.

As mãos nervosas do americano tocam o pescoço do outro, que esboça uma expressão de dor no mesmo segundo.

– O-o que aconteceu? – O mais velho tentava manter a sua calma, mas não obtinha o sucesso esperado.

Chittaphon não fora capaz de respondê-lo.

O garoto fecha seus olhos com força ao sentir algo escorrer pelo seu pescoço. Ele sabia do que se tratava, mas recusava-se a acreditar naquela possibilidade.

Relutantemente, os olhos cansados do tailandês direcionam-se para a sua própria mão. Ele morde os lábios com a visão de seus dedos sujos de sangue. Chittaphon sabia que seria assim.

– Foram os pesadelos... – Johnny afirma baixo e segura as mãos de Ten entre as suas, tentando, de certa forma, acalma-lo. – Não é?

O tailandês contenta-se em assentir, ainda sem conseguir direcionar o seu olhar para Johnny.

JOHNNY

Sem se pronunciar, julgava que Chittaphon não tinha forças para se levantar, o americano coloca seus braços sob as costas e pernas de Ten antes de levanta-lo, fazendo este soltar um grunhido baixo em resposta.

Ele tinha se machucado outras vezes?

O mais alto suspira pesadamente ao abrir a porta do quarto, dando de cara com o corredor estreito, que tornava quase impossível a passagem de Johnny com o corpo do outro.

Assim que chegam na sala, Ten deita-se enquanto o outro ajoelha ao seu lado. Os olhos ágeis do americano fazem uma análise minuciosa da expressão de Chittaphon, podendo constatar, sem demora, que o garoto encontrava-se em um mínimo estado de choque.

– Ten... Pode me ouvir? – Johnny pergunta e coloca, novamente, as mãos sobre as do garoto, que recua no mesmo instante.

Ele teria que resolver por sí só.

O mais velho levanta-se apressado e caminha até a cozinha da mesma maneira.

TEN

O ranger da porta chama a atenção do garoto, que permanecia sozinho na sala. A cabeleira branca de Taeyong adentra a casa e este encara o outro presente com um sorriso perverso.

– Chittaphon! – Taeyong ri de forma anasalada e pula sobre o outro sofá, sentando perto de Ten. – Como você tá? – O mais velho finge interesse e retira a franja que caía nos olhos do tailandês.

Chittaphon vira-se subitamente e encara o rosto sorridente de Taeyong. As mãos rápidas do garoto abaixam a gola da blusa que este vestia, podendo reconhecer algumas marcas, mas nenhuma como a que vira no sonho.

– Você está realmente bem? Alguma coisa estranha aconteceu? – O mais novo pergunta o segura as mãos de Taeyong em suas semelhantes.

– Você tá louco Chittaphon? – O maior diz irritado e retira de si, de forma bruta, as mãos de Ten. – Jinjja. Eu estou bem. Por que não estaria? – Ele pergunta indignado e se levanta, caminhando à passos fundos, até que sumisse pelo corredor.

Ten estava assustado e perplexo. Desde quando era possível mudar assim tão rapidamente de humor?

Enquanto o tailandês permanecia a olhar para um ponto fixo no chão, provavelmente repassando os últimos acontecimentos, Johnny volta à sala, carregando consigo o kit médico que Chittaphon costumava guardar sob a pia.

As mãos rápidas do americano organizavam todos os suprimentos necessários para a desinfecção dos machucados e para o curativo que seria feito no mais novo enquanto este, por sua vez, permanecia estático.

Chittaphon parecia ter acordado de uma transe quando Johnny tocou em si. Sem pensar, ele se levantou e seus olhos arregalados direcionaram-se na direção do outro, denunciando seu susto.

– Tira as mãos de mim. – Ele diz sério e segura seu próprio pulso com força, tornando os nós de seus dedos brancos, antes de passar a esfregar compulsivamente a pele fina da parte interna do mesmo, usando o polegar.

– Chittaphon... Eu preciso cuidar de você. – O outro presente se levanta e caminha vagarosamente até o tailandês, que volta a recuar, batendo as costas contra a parede. – Não precisa ficar aflito. – Ele continuava a manter-se calmo, mesmo que a visão a sua frente o deixasse extremamente atordoado.

– Não... – Ten murmura baixo e direciona seus olhos para o chão antes de senti-los encherem de lágrimas. – Você é um monstro. – A voz falhada do tailandês juntamente de suas palavras corta o coração do outro, que apenas engole em seco. Ele não está no seu melhor estado Johnny, você o conhece, sabe que nunca diria algo para te machucar.

As pernas de Chittaphon cedem e ele se ajoelha, antes de cobrir o rosto com as duas mãos antes de deixar as lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

Johnny estava angustiado, não conseguia tocá-lo e, de qualquer maneira, não conseguiria ver aquela cena por muito tempo. A forma como Ten comia nos últimos dias, como se comportava, era doloroso demais para si pensar que o tailandês tirava sua vida aos poucos e ele não podia fazer nada.

Johnny não podia, mas talvez outra pessoa pudesse.

TAEYONG

– Agora você precisa da minha ajuda? – O platinado ri de forma anasalada e cruza os braços ao mesmo tempo que recostava-se no batente da porta.

– Você me ouviu, Taeyong. – Johnny dizia e sua voz tremulava por conta da raiva que consumia pouco a pouco o seu corpo.

– Interessante. – Sorri de forma ladina e volta a entrar no quarto, deixando Johnny parado na porta. – Tudo bem, eu ajudo. – Taeyong dá de ombros enquanto arrumava seus cabelos na frente de um espelho. Um perfeito narcisista. – Eu só quero o melhor para ele.

Johnny estava a ponto de avançar uma segunda vez no platinado. Como alguém poderia ser assim tão hipócrita? Era inacreditável.

O mais novo dos dois levanta-se e fecha a porta do quarto, que estava logo atrás dele. A passos rápidos, ambos seguem até a sala, que permanecia da mesma maneira como fora deixada.

Johnny encostou-se num canto da sala, podendo ter boa visão dos outros presentes. Já Taeyong, caminhava com calma até onde o tailandês estava.

As mãos dele, subitamente delicadas, passam a acariciar reconfortantemente os cabelos do mais novo, que permanecia em silêncio. Sem nenhum outro surto.

– Ei, Chittaphonnie, eu preciso que você olhe para mim. – Os olhos inchados do tailandês levantam-se relutantemente e ele os fecha assim que atinge os semelhantes do coreano. – Posso tocar em você? – Pergunta baixo e Ten assente após míseros segundos de pensamento.

Taeyong vira-se na direção de Johnny, que, engolindo qualquer resquício de orgulho presente, entrega todo o necessário para o curativo para si.

O americano se aproxima dos dois, ficando do outro lado da mesa de centro.

As mãos do platinado trabalhavam com delicadeza no pescoço de Ten, que ainda de olhos fechados, parecia tão relutante quanto antes.

Ao terminar de ditar o que Taeyong teria de fazer, Johnny suspira aliviado, estava discreto e parecia seguro. Porém este alívio perde-se assim que o coreano volta a se aproximar de Chittaphon, que o recebe com expressão assustada.

O americano, que agora estava atrás do sofá, em reação imediata, segura o pulso de Taeyong, que sobe o olhar para o si, dispondo de uma estranha calmaria em sua expressão.

Relaxa, eu sei o que fazendo. – Os lábios dele movem-se, porém nenhum som passa através destes. – Ah, troque de blusa. – Diz sério, enquanto analisava pequenos caminhos formados pelo sangue seco, volta a encarar o tailandês, que perdia-se enquanto encarava o chão.

– Para quê? Para te deixar sozinho com ele? Não, obrigado. – Johnny responde da mesma forma e ri de modo forçado, Taeyong só podia achar que ele fosse ignorante.

– Caso eu tivesse interesse em fazer alguma coisa, você não seria motivo para me impedir. – O outro diz sério, ainda sem encarar o americano, que, sem opção ao tratar-se do bem estar de Ten, levanta-se.

Taeyong dá um sorriso pequeno ao vê-lo caminhar para longe e sem demora, a destra de Taeyong segura o queixo do tailandês de forma firme, porém não bruta, impedindo este de voltar o seu olhar para o chão.

– O que aconteceu? – O platinado pergunta seriamente e o outro engole em seco, sem respondê-lo. – Não seja assim... – Taeyong murmura frustrado e retira as suas mãos de Ten, que demonstra certo alívio para com o ato.

– Você está bem? – A voz baixa do tailandês soa trêmula e aflita. O garoto ergue as suas mãos, tocando o rosto de Taeyong por míseros segundos antes de cortar aquele contato, que começava a ser desconfortável.

– Estou. – Ele dá um pequeno sorriso duvidoso e em seguida inclina a sua cabeça levemente.

O menor volta a baixar seus olhos cansados sem nem mesmo respondê-lo e então encosta a testa em seus joelhos. Queria acordar daquele pesadelo de uma vez por todas.

– Chittaphon? – O mais velho pergunta após ponderar sobre o que dizer ao menor. Não existe nenhum tipo de movimentação do tailandês, mas Taeyong prossegue com a sua fala. – Você precisa confiar no Johnny, certo? – Ten contenta-se em negar com a cabeça, estremecendo apenas de pensar em tal possibilidade. – Ele nunca fez nada com você. – O garoto voltava a soluçar baixo e isso deixava Taeyong tanto aflito quanto irritado. – Você irá sair com ele hoje. Tente agir como um ser humano. – O mais velho se levanta, cansado da situação e caminha de volta para o quarto, trombando com o americano no corredor.

JOHNNY

O único barulho que se ouvia dentro do carro provinha da chuva densa ao lado de fora deste, nenhuma palavra ousava escapar dos lábios de Johnny, que temia o distanciar ainda mais de si.

Apesar de tudo, o americano não era capaz de se manter focado no trânsito​, e mesmo que não olhasse diretamente para Chittaphon, ele encontrava-se preocupado com a sua situação atual.

Johnny desliga o carro após estacionar em frente ao café de Hansol. O caminho nunca pareceu assim tão comprido. Os olhos aflitos do mais velho direcionam-se para Ten, mas o americano logo os desvia, aquela visão parecia dolorosa demais para ele.

– Chittaphon, você prefere ficar aqui? – O mais velho diz de forma terna e o outro assente sem emoção. – Quer que eu traga alguma coisa?

– Café... – A voz fraca do tailandês soa depois de alguns segundos e ele se vira de frente para Johnny, abaixando os olhos em seguida. – Ou algum doce...

O americano concorda de forma sutil e sai do carro, receoso por deixar Chittaphon ali, sozinho.

A passos apressados, ele entra na cafeteria. Sentia-se sufocar com a sua preocupação conforme se distanciava do carro, estava prestes a voltar para lá, mas a voz descompassada de Yuta o impede.

– Youngho? – O japonês o chama e Johnny se vira, encontrando o casal encostado em uma das paredes do estabelecimento. – Você tá um lixo.

– Eu sei. – O mais alto senta-se em uma das mesas e é seguido por Hansol e Yuta, que tentavam arrumar seus cabelos e alisar as roupas que os vestiam.

– O que foi? – Hansol pergunta e cruza seus braços sobre a mesa.

– O Ten... – Johnny murmura baixo e leva suas mãos até a região cervical acariciando levemente o local, de modo a relaxar seus músculos tensos. – Ele surtou. Ele se machucou e... Eu não consegui fazer nada, fiquei sem reação e... – O americano dizia de forma ininterrupta, deixando que seu desespero transbordasse de apenas uma vez.

– Yuta, faça um café para nós. – O loiro dita sério e o japonês estava preparado para contestar, porém ao receber um olhar duro de Hansol o mesmo desiste e passa a caminhar na direção da cozinha. – Johnny, não se cobre tanto. Não é culpa sua, ele provavelmente só está confuso. Aconteceram tantas coisas nos últimos dias... – O coreano diz assim que Yuta encontra-se longe o bastante.

– Mas... Taeyong, ele parece um felino prestes a atacar sua presa quando está perto do Ten. – As mãos de Johnny se apoderam do seu cabelo e ele passa a mão em seus fios de forma nervosa.

– Não cabe a você decidir com quem ele se relaciona, Youngho. – Hansol fala calmamente, dispondo de uma expressão séria no rosto. Aquelas palavras haviam doído nele tanto quando doíam em Youngho. O mais velho pega o café das mãos de Yuta, que havia acabado de chegar. – Contudo, ele precisa do seu apoio, mais agora do que nunca. – O coreano berberica​ o seu café de forma a passar tranquilidade e faz um gesto para que Yuta voltasse a se sentar. – Você não pode deixá-lo sozinho agora. – Ele diz baixo e se levanta, desaparecendo pela porta dos fundos, dando a entender que a conversa tinha acabado.

– Você vai ficar bem? – O japonês pergunta baixo e o outro assente, ainda sensibilizado pelas palavras duras de Hansol. – Diga ao Tennie que... Está tudo bem, e ele tem férias por quanto tempo precisar. Encontrar alguém para trabalhar aqui não é difícil. — Dá de ombros e sorri de forma descontraída, porém estava tão nervoso quanto o outro.

– Yuta... – O americano chama baixo, fazendo com que este virasse de frente para si. – Você pode embalar um café e algum doce?

TEN

Não sabia ao certo quanto tempo tinha se passado desde que Johnny havia deixado o carro, mas o sentimento incômodo de que estava sendo observado aumentava a cada segundo e podia sentir sangue pulsando rapidamente em suas veias.

Era isso, eu surtaria de novo.

Ten é capaz avistar uma silhueta deixando a cafeteria antes que a sua visão fraquejasse, tornando-se mais escura gradativamente. O barulho da porta do carro torna-se distante, assim como a voz preocupada do americano ao seu lado.

Os olhos do garoto se abrem de forma desorientada e procuram desesperadamente por qualquer ponto de referência nas paredes brancas do cômodo onde se encontrava. Sua expressão relaxa e a respiração​, que antes era ofegante, passava a se acalmar após encontrar o rosto sereno do loiro próximo de si.

Um pequeno sorriso doce surge no rosto de Taeil, que dá suporte para que o outro pudesse levantar, evitando qualquer tipo de contato demasiadamente brusco. O olhar do tailandês abaixa e este encara a calça que vestia ao suspirar de forma pesada, o loiro estranhamente o acalmava.

– Você está se sentindo melhor? – Ten concorda de forma sutil e encara as paredes brancas enquanto remexia suas pernas na cama. – Acha que consegue se levantar? – A ação anterior se repete e ele deixa a maca com calma.

Taeil guia o mais novo por um pequeno lance de escadas, o qual a imagem permanecia permanecia fresca na memória de Chittaphon. Ambos permanecem em silêncio durante o trajeto feito pela casa, até que chegassem a uma pequena sala, que de certa forma era agradável ao ver do tailandês.

– Johnny deixou a sua comida aqui. – Ele diz baixo enquanto encarava a janela a sua frente. – Pode sentar onde preferir, sinta-se confortável.

O tailandês senta-se em um sofá felpudo presente na sala e fita o loiro​, que seguia na sua direção com uma pequena sacola que exibia o logo projetado por ele, especialmente para a cafeteria de Hansol.

– Comece quando estiver pronto. – Taeil diz calmamente assim que o outro parecia terminar a sua "refeição", se é que posso chamar disso.

Chittaphon assente e pondera sobre a mensagem escrita no papel que encontrara em seu bolso. – Eu nao sei... Tudo começou no dia em que fui para a boate. – As mãos do tailandês movem-se para cima do seu joelho e as mexe, de forma a descontar os seus nervos. – Naquele dia, Taeyong havia voltado para a casa, depois de anos...

A voz de Chittaphon perde a força e seus olhos abaixam, impedindo que o loiro visse as lágrimas amargas que se formavam ali. Taeil não queria vê-lo daquela forma. Johnny tinha razão. A mágoa consumia Ten sem que ele nem mesmo percebesse.

– Tudo bem... – Taeil murmura e estende uma pequena caixa com lenços para Ten. – Podemos parar aqui, se quiser.

– Não. – A voz embargada do garoto se faz presente na sala após alguns segundos de um choro silencioso. – Eu não aguento guardar isso para mim. Não mais.

O tailandês suspira diversas vezes, tentando acalmar o turbilhão de pensamentos que o atingiam como uma bala, certeira e rapidamente.

– Depois que ele voltou... Taeyong trouxe Jaehyun consigo e então ele anunciou o seu noivado. Aquilo doeu como o inferno. – O garoto diz baixo e da esboça sorriso triste. – Eu nunca tinha me sentido tão descartável ou usado. Era como se eu não tivesse mais um motivo para viver.

Taeil entendia Chittaphon. Preferia que não, mas aqueles pensamentos existiam em si também. – Não, você não pode viver pelos outros​.

– Mas isso mudou quando conheci você , o Johnny... – Ele suspira e seu olhar se desloca até a janela, deixando que o mesmo divagasse pelas ruas. – Eu tinha eu encontrado uma esperança. – A voz do tailandês cessa e o seu olhar caminha de volta para o loiro. – Porém... Não acho que consigo confiar nele, não mais. – Chittaphon murmura e seu semblante se torna melancólico.

Taeil assente calmo e cruza as suas pernas de forma a confortar sua coluna, que começava a reclamar. Longos segundos se passam enquanto especulações rondavam a cabeça do mais velho.

– O que o fez mudar a sua opinião? – O loiro pergunta e o outro solta um grunhido baixo.

– E eu vi o Johnny... – O estrangeiro murmura e abaixa o seu olhar. Não queria acreditar que o americano faria tal coisa, mas a sua mente pregava peças em si. – O Taeyong, ele estava morto, o Johnny o matou.

Taeil inclina sua cabeça sem entender. Do que ele estava falando? Os olhos analíticos do loiro percorrem o corpo do tailandês, que começava a puxar seus cabelos com força.

– Chittaphon, você pode me ouvir? – Taeil diz de forma controlada e inclina-se na direção do outro, que assente. – Se concentra na minha voz.

Conforme os segundos passavam, a respiração ofegante de Ten se normalizava e suas mãos voltavam a repousar sobre seus joelhos.

– Relaxa, certo? – Taeil murmura e sorri afetuosamente para Chittaphon. – Confie em mim.

– É um pesadelo... – Chittaphon diz enquanto enxugava seus olhos já inchados. – Eu sempre estou no meio de um matagal, a noite... – Ele murmura e suspira, numa tentativa de manter a sua calma. – ... Eu sigo um lobo branco por uma trilha comprida, que termina em uma cabana velha. Quase caindo aos pedaços. – A expressão do tailandês muda, e ele contrai seus lábios em uma fina linha. – O lobo vai embora quando chego ali, e inconscientemente, eu entro na casa. – Os olhos do garoto se enchem de lágrimas e ele os cobre.— Taeyong está amarrado a uma cadeira, o seu corpo completamente multilado, mas ele ainda não está morto... Eu poderia salvá-lo. – O garoto estava prestes a sair de controle. Era como se Ten entrasse em transe todas as vezes que vislumbrava aquela cena. – Quando começo a correr até ele, alguém me segura e... Eu posso ouvir a voz de Johnny... Dizendo que tudo aquilo era para o bem de nós dois. – A voz embargada do garoto tornava a compreensão das suas palavras quase impossível. – A última coisa que ouço, é um barulho de tiro, que sempre me faz acordar. – Seus olhos encontram os de Taeil e ele suspira pesadamente antes de os abaixar. – Eu não posso confiar em alguém assim. – Ten diz, o ressentimento em sua voz era perceptível.

Taeil assente e se levanta, assim como o tailandês, que caminha até si. O loiro deita a cabeça do outro em seu ombro e faz um leve carinho em seus cabelos.

– Isso não é real... Johnny nunca faria isso, Ten. – O mais velho dos dois murmura tentando o reconfortar. – Você precisa conversar com ele quando se sentir seguro. – A voz terna do outro soa novamente e o tailandês assente após ouvir suas palavras. Chittaphon não queria que fosse daquela forma. Era possível perceber.

Aquele momento não dura muito, pois logo a campainha da casa toca. Ten se desfaz daquele abraço e dá um pequeno sorriso para o outro, que o retribui da mesma forma.

– Pode vir comigo se quiser, Chittaphon.

Ao optar por ficar na pequena sala, o tailandês descansa sua cabeça, já cheia com todas aquelas informações, sobre o braço do sofá. Seus olhos murchos permanecem semiabertos por minutos, antes que a exaustão consumisse seu corpo.

Chittaphon abre seus olhos, encontrando o mesmo lugar onde caíra no sono. Ele suspira e estica seus braços, continuava cansado, os olhos ainda inchados denunciavam o choro recente e as olheiras condiziam com o sono de baixa qualidade que tivera. O garoto se levanta, permanecendo apoiado na estante até que sua visão e equilíbrio fossem estabilizados.

Taeil não estava na sala, aquilo o deixava inquieto. Com as mãos no bolso, ele caminha até a cozinha, precisava refrescar sua garganta. As vozes animadas percorriam o corredor, deixando-o apreensivo, desde que não queria estragar com o clima bom de lugar nenhum.

Ele toca na porta antes de abri-la e logo entra no cômodo, onde é recebido com um sorriso acolhedor, por parte de Taeil, e um olhar curioso vindo do outro presente.

— Você acordou. — O loiro se levanta e caminha até o balcão, onde prepara um capuccino para o mais novo. — Deve estar faminto, dormiu a tarde toda.

— Não realmente... — O tailandês murmura e coça seus olhos, sentando-se em frente ao outro garoto, que analisava seus gestos de forma minuciosa.

— Novo namorado? — O outro presente diz baixo, com um pequeno sorriso que erguia o canto dos lábios. — Não achei que fosse superar Doyoung.

— Ten, esse é o Mark, meu irmão mais novo. — Taeil diz baixo e revira seus olhos, sorrindo brevemente, _não era como se realmente tivesse o superado_. Ele caminha até os dois e apóia o capuccino sobre a mesa, em frente a Chittaphon. — Mark, esse é o Ten, meu amigo. — O mais velho dá de ombros e senta-se na ponta do balcão, entre os outros dois.

— Prazer. — O mais novo ali sorri e o outro retribui da mesma forma após beber do capuccino em suas mãos. Chittaphon pensava já ter ouvido aquele nome antes. Doyoung.

— Então Ten, estávamos pensando em ir na boate hoje a noite, para comemorar a volta dessa coisinha... — O coreano diz animado, despertando o outro de seus devaneios, e aperta as bochechas macias de Mark enquanto pronunciava suas palavras. — Você vem, não é? — Ele pergunta esperançoso, suas orbes quase brilhavam.

O tailandês desvia seu olhar e pondera por alguns segundos, não conseguia dizer não tão facilmente para Taeil, principalmente depois de tudo o que o mais velho fizera por si. — Ah... Não sei. — Ele suspira e engole em seco.

O loiro, por sua vez, estava consciente daquilo e também, tinha total conhecimento de que manter Ten trancafiado em casa era a pior forma de lidar com aquela situação. Precisava mantê-lo distraído de qualquer pensamento que o causasse pânico.

— Vamos hyung, vai ser legal. — Mark concorda e dá um sorriso, que o deixa remotamente fofo. Tal ato faz os cantos dos lábios de Ten se arquearem.

O toque da campainha chama a atenção dos presentes e o mais velho ali levanta-se, seguindo na direção da porta.

Momentos depois, a voz alta de Yuta se faz presente no ambiente e o mesmo corre na direção de Mark, que procurava algo nos armários da cozinha, o japonês pula nas costas do garoto e bagunça seus cabelos, enquanto sorria puramente feliz.

Hansol se encosta no batente da porta, dando um breve sorriso para o moreno, que retribui da mesma forma.

– Tennie~ – O japonês diz, mantendo a mesma expressão de antes. — Como está? — Ele caminha até onde o tailandês estava e estende, seus braços, esperando para que a iniciativa partisse do outro.

Chittaphon o abraça, recostando a testa no peito magro do outro, que o envolve por cima dos ombros. O tailandês afunda sobre a camiseta do outro e respira fundo, tentando manter para si a vontade excruciante que tinha de desabar em seus braços.

— Relativamente bem. — O mais baixo responde e levanta seu olhar, encontrando com o de Yuta. — Eu senti sua falta. — Murmura, dando um breve sorriso. — Como você tá?

— Muito bem. — Ele ri baixo enquanto acaricia afetuosamente os cabelos negros do tailandês. — Eu também senti sua falta, Tennie. — O japonês sorri pequeno e aperta o garoto em seus braços.

Hansol bate uma pequena sequência de palmas, atraindo a atenção de todos para si, inclusive a de Yuta e Chittaphon, que se separam enquanto secavam seus olhos.

— Então, onde iremos hoje? — O coreano diz, sentando-se na cadeira vaga ao lado do tailandês. Yuta senta-se em seu colo e Hansol envolve sua cintura.

— Vocês são nojentos. — Mark murmura, provocando, e revira seus olhos enquanto saboreava uma bolacha de leite.

— Tinha que ser o hétero. — Yuta rebate, em tom de deboche e mostra a língua para o outro, que retorna o gesto.

— Sabe Hansol, — O loiro sorri amarelo enquanto tampava a boca de Mark com uma das mãos e segurava seu corpo com a outra. — estávamos pensando em ir na Kathearnl, boatos de que é a melhor daqui. — Conclui enfaticamente, arrancando risadas de todos os presentes ali, inclusive Chittaphon, que segundos antes parecia distraído.

— Vocês só me dão prejuízo. — Ele suspira ao revirar seus olhos e apóia seu queixo sobre o ombro do japonês.

— Qual a graça de pagar open bar se não for pra dar prejuízo? — Johnny, que havia entrado sozinho, desde que tinha a chave da casa do loiro, surge dizendo enquanto carregava um sorriso divertido no rosto.

— Eu concordaria, se os bonitões pagassem. — Hansol ri sem humor e estica seus braços, alcançando os joelhos do garoto em seu colo.

— Mas o Yuta não paga. — Ten faz uma colocação tímida e os outros presentes concordam, começando uma nova discussão na mesa.

O falatório cessa assim que o celular no bolso de Hansol toca e ele se levanta com pressa para atendê-lo. O japonês apóia suas mãos sobre a mesa com calma e da um breve suspiro antes de responder àquelas provocações.

— Eu pago sim. Mas nunca disse que fosse com dinheiro. — Ele esboça um sorriso pervertido e os outros presentes soltam grunhidos em reprovação.

O japonês ri e dá as costas para a mesa, caminhando na direção do armário onde ficavam os copos, Yuta enche um deles com água e permanece de frente para a janela, podendo enxergar Hansol de soslaio.

O mais velho desliga a chamada e volta para dentro, caminhando diretamente para o japonês, sem prestar atenção na conversa animada que os outros tinham na mesa. O coreano inclina-se para cochichar no ouvido de Yuta, que responde com um breve sorriso.

— Então, nos vemos hoje a noite?

Chittaphon suspira nervosamente ao fechar a porta do carro. Ele junta suas mãos sobre os joelhos, que também balançavam de forma ansiosa, num gesto apaziguador.

— Youngho... — O tailandês murmura e volta seu olhar para aquele que já o encarava. — Me desculpe por tudo. Eu não queria ter causado tudo isso. — Ele dá uma longa pausa, esperando se recompor naquele meio tempo. — Não queria fazê-lo se sentir mal.

Johnny assente, ainda sem se aproximar do outro. Desconhecia até que ponto poderia ir sem que ele ficasse incomodado. Ten deita sua cabeça sobre o ombro do outro, podia sentir as lágrimas que transbordavam de seus olhos molharem suas bochechas.

— Está tudo bem, de verdade. — Johnny dá um sorriso quase ressentido e deposita um beijo nos fios macios do outro.

O americano traz sua palma para cima, colocando-a na vista alheia, esclarecendo que este poderia alcançá-la caso sentisse necessidade. Chittaphon demora a fazê-lo, entrelaçando seus dedos após o outro dar partida no carro.

Devido ao baixo número de vezes que a marcha do veículo foi trocada, Johnny e Ten tinham sido capazes de chegar na casa do mais novo em segurança, mesmo que estivessem de mãos dadas durante boa parte do caminho.

— Você tem certeza de que quer ir hoje? — O castanho pergunta de forma protetora. Agora que podia, queria cuidar de Chittaphon.

— Sim. — Ele murmura assentindo e o outro segura sua mão com firmeza antes de solta-la.

Youngho dá uma meia volta frontal no carro e para em frente a porta do outro antes de abri-la. O americano entra na casa, sendo seguido por Chittaphon, que ao pisar ali, alcança a mão do mais alto, procurando por segurança.

Ao parar em frente da a porta do quarto de Ten, o mais alto direciona seu olhar para o mesmo, esperando uma espécie de confirmação para que ele pudesse entrar. Johnny adentra o cômodo após o aceno de cabeça vindo do tailandês.

Tudo estava da mesma forma que eles tinham deixado. As roupas recentemente lavadas continuavam sobre os móveis, a cama permanecia desarrumada. Tão organizadamente bagunçado como antes.

— Eu ainda tenho alguma roupa aqui? — O americano pergunta baixo, enquanto corria os olhos pelo quarto.

— Acho que sim... — Chittaphon murmura distraído e caminha até o guarda roupas. Sem soltar a mão do outro, o tailandês pega a calça folgada e camisa branca que continuavam ali. Ele as entrega para Johnny, de forma relutante. Não queria se separar do mais velho.

— Vou tomar banho, então. Você vai ficar bem? — Youngho pergunta, recebendo um aceno de cabeça juntamente com um breve sorriso em resposta. Ele sela a testa de Ten e solta sua mão de forma relutante antes de deixar o cômodo.

Assim que a porta se fecha, o tailandês caminha até as roupas mais próximas de si, procurando em meio de todos aqueles tecidos algo que lhe agradasse. Seus olhos se demoram ao analisar uma blusa de couro, da qual pendia um pequeno pedaço de papel. Com ele em suas mãos, uma expressão confusa toma seu rosto. Doyoung?

— Tem certeza de que quer fazer isso? — O americano pergunta, olhando as orbes castanhas do mais baixo.

— Eu não posso voltar atrás, posso? — Chittaphon sorri de forma a se tranquilizar. Ele suspira e volta a encarar o grande letreiro sobre a entrada da boate. Kathearnl.

Um arrepio percorre seu corpo ao passar pelo hall de entrada. O fedor de bebidas e suor, em conjunto com as falas misturadas de forma caótica causavam certa ansiedade no mais novo. Queria de todas as formas sair dali.

— Ei, — Johnny chama sua atenção, dando um estalo com os dedos na frente de seus olhos. — Vai ficar tudo bem. — Ele diz, tentando convencer à Chittaphon e si mesmo.

A mão do americano guia o outro por entre as pessoas, até uma área reservada, onde poucos permaneciam. A náusea ali era menor, os sons, menos perceptíveis. Entretanto, aquilo não deixava de incomodar o mais novo.

Seus olhos percorriam inquietamente todas aquelas faces, haviam pessoas familiares, de certa forma, mas nenhuma delas tratava-se das que os garotos pretendiam encontrar.

— Você quer beber alguma coisa? — Ten direciona seu olhar para Johnny, assentindo com um breve sorriso. Não necessariamente álcool, principalmente porque este te causava aversão. Mas alguma coisa o cairia bem.

Caminhar por entre as pessoas era difícil. A boate costumava ficar cheia, mesmo em dias de semana. Depois de muito trombar com aqueles que dançavam na pista, eles chegam ao balcão onde eram servidas as bebidas.

Ten se senta em um dos bancos do canto, próximo a parede do comprido estabelecimento. Johnny corre os olhos pelos garçons, chamando o mais próximo de si para atendê-los.

— Um martini, por favor. — O mais alto diz, com um meio sorriso e volta-se para encarar o que estava sentado. — Uma... água? — Espera confirmação do pedido, que logo é dada pelo mais novo, deixando uma expressão confusa no rosto do atendente. Aquilo não devia ser comum.

Com certa agilidade, os drinks são preparados e prostrados na frente de ambos. Johnny pega seu martini e espera que Ten faça o mesmo com a água, para em seguida brindar com a garrafinha deste, na intenção de arrancar um sorriso, por mais minimalista que este fosse.

O celular de Johnny vibrava em seu bolso, fazendo com que este se distanciasse um pouco para atendê-lo. Aquilo foi o suficiente para que uma figura ruiva, atrás do balcão, se aproximasse do tailandês.

— Eu sou o Doyoung. — Ele se apresenta, mantendo o queixo elevado e os braços travados sobre o balcão. Superioridade. — Você deve ser o Ten, certo? Só vai beber isso? — O ruivo diz com um sorriso irônico no rosto, tornava-se difícil de entender qualquer coisa que ele dizia pelo barulho feito. Aquilo deixava Chittaphon desconfortável. — Fiquei sabendo que você andou falando com o Taeil...

Os olhos do mais novo permaneciam focados na garrafinha a sua frente, que era rodeada pelos dedos longos do mais alto. Não queria encarar Doyoung. Não queria estar naquele ambiente que, para si, tinha se tornado tão desagradável.

— Tennie! — Yuta, dentre todos os presentes, era, com certeza, o que gritava mais alto. Isto chama a atenção do menor para si e Hansol, que caminhavam naquela direção pouco a frente de Mark.

Havia acabado de perceber a presença de Johnny ali. Seu olhar para com o outro fazia Ten estremecer, mesmo que a situação não tivesse sido gerada por seu interesse.

— Só estávamos conversando. — Doyoung se levanta de forma debochada, voltando a caminhar para o centro do balcão.

— A donzela me concede a honra desta dança? — Johnny se dirige ao tailandês, que parecia aéreo como nunca, com um sorriso confortante.

Levando consigo a garrafinha da qual bebia, eles se aproximavam da pista de dança, juntos dos outros quatro.

As mãos do americano eram as castigadas pelo nervosismo do outro. Os nós dos dedos de Ten estavam brancos devido a força que aplicava na região. Johnny parecia não se importar, mas porra, aquilo começava a doer. Encontrar um lugar onde pudessem dançar em paz nunca tinha parecido tão trabalhoso.

— Promete que vai relaxar? Estamos aqui para nos divertir. — O mais alto murmura para Ten, que só podia escutá-lo devido a proximidade com a qual falava.

O tailandês assente, deixando que um pequeno sorriso surgisse em seu rosto. Apesar de tudo, a repugnância, as pessoas, até mesmo, a própria situação serem tão pouco atrativas, Chittaphon prometeu a si mesmo que tentaria. E era isso o que iria fazer.

Ele se separa, para deixar a garrafa que segurava sobre uma mesa qualquer e parte para a roda de amigos que o esperava, afinal, aquele era o primeiro passo para tornar uma noite inesquecível.

Já tinha um tempo que Chittaphon estava na pista de dança. Apesar da dança ser algo extremamente agradável em dias normais, Ten não conseguia sentir-se confortável. Não com tantas pessoas ao seu redor sob efeito de todo tipo de substância.

As memórias invadiam sua cabeça, estava refém de si mesmo. Precisava sair dali.

As mãos suadas do mais novo seguram o pulso de Johnny, chamando atenção para si. "Estou lá fora. Não consigo ficar aqui dentro", diz sem som, encarando os olhos preocupados do alto, que assente diante de suas palavras.

JOHNNY

O mais novo tinha saído de perto de si tão rápido que, quando foi capaz de pensar adequadamente, este já estava muito longe. Ele ficaria bem sozinho, não?" Sabia que, se caso fosse necessário, o tailandês não hesitaria em chamá-lo.

— John? — A voz estridente de Yuta chama sua atenção. Ele dá um breve sorriso e acena com a cabeça, antes de erguer o copo que segurava, como cumprimento. — Você viu o Chittaphon?

O mais velho nega, se levantando antes de olhar em volta à sua procura. — Da última vez que vi... ele tinha saído para... — Seus pensamentos se interrompem. Havia quanto tempo desde seu último contato com o garoto?

O americano deixa o outro e seu namorado sem resposta ao sair disparado, da melhor forma que conseguia, em direção a porta de emergência. O susto já tinha sido tão grande que toda a sua sobriedade estava de volta.

— Chittaphon? — O mais alto pergunta, já do lado de fora. Ele alcança seu celular no bolso, discando o número já tão conhecido.

Nada.

As descargas de adrenalina ficavam maiores ao não ver sinal do tailandês.

Caixa postal.

A porta atrás de si bate e Johnny se vira, encontrando Hansol e Yuta. Ele não sabia quando seus olhos tinham marejado daquela forma.

— Ele sumiu. — O desespero em sua voz era palpável. As mãos do americano agarram o braço do japonês. — O Ten sumiu.


Notas Finais


Boa gays, foi isso. Deixem seus adendos, favoritem se gostaram e blá blá bla
Espero que tenham gostado, até ano que vem hahahahah

É sério.

Usem drogas e não estudem só se vive uma vez


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