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História Contos de Fadas?! - Vaga memória


Escrita por: Cass_YK

Notas do Autor


Espero que gostem.

Capítulo 3 - Vaga memória


O sol entrava pelas frestas das cortinas e instigavam meus olhos a se abrirem. Resmungo alguma coisa que nem eu mesma entendo e me viro para de frente para um Sett dorminhoco, onde a luz não podia me incomodar. Havia dormido bem, mas uma preguiça ainda me impedia de sair da cama, apenas permaneço deitada e começo a lembrar do sonho da noite passada.

“-Nós vamos nos encontrar de novo, não é? – Uma versão mais nova de mim pergunta.

-É uma promessa – um menino responde. – Aqui – ele me entrega um pingente dividido pela metade e me mostra sua outra metade em sua mão –, isso é para nos encontrarmos novamente. Vamos usar isso para conseguirmos nos reconhecer, mesmo que se passem vários anos e nossas aparências mudem esse pingente vai nos unir novamente.

-Mesmo?

-Uhum, e quando nos encontrarmos de novo vamos nos casar como na história que mamãe me contou. Promete Pequena Margarida? – Ele me estende seu dedo mindinho.

-É uma promessa Will – digo tentando imitar sua fala de poucos segundos atrás e lhe estendo meu mindinho para fazermos o juramento”

Esse sonho foi tão real, como se fosse uma de minhas memórias. Não, foi uma lembrança, tenho certeza isso não foi apenas um sonho eu lembro de já ter visto aquele pingente em algum lugar, e também acho que lembro daquele menino. Como o tinha chamado? Will? Sim, Will. Agora consigo me lembrar, ele tinha sido meu primeiro amor, ou melhor o único. Lentamente minhas lembranças daquele verão estavam voltando e pouco a pouco as memórias do verão dos meus dez anos começava a voltar e tomar forma em minha mente.

Estava acompanhando meu pai em uma viagem de trabalho. Como esperado uma criança de dez anos não tinha muito interesse em coisas desse tipo, então sempre que achava que ninguém estava vendo eu fugia de perto dos adultos e ia brincar em um jardim do hotel onde meu pai fazia suas negociações. Ia para lá todos os dias, tinha até batizado o local como “Jardim Secreto”, esse era o meu esconderijo do mundo dos adultos e do dinheiro, meu esconderijo das minhas preocupações e medos, meu Jardim Secreto. E foi lá que eu o conheci: um menino da minha idade com olhos azuis e um sorriso gentil. Durante todo o resto da viagem nos encontrávamos naquele jardim para brincar e nos divertir, mas como tudo que tem um início a nossa brincadeira também teve que ter um fim. No último dia em que nos encontramos lá ele me entregou aquela metade do pingente e me fez a inocente proposta de casamento. Depois de voltar para casa esperei ansiosamente para encontra-lo, mas meu desejo infelizmente não aconteceu, aguardei por dois anos almejando ver seu rosto novamente, mas isso não aconteceu. E agora aquele pingente, que um dia foi parte de uma promessa entre duas crianças, era levado comigo apenas como uma recordação do amor que um dia tive e que em outro escapou de minhas mãos. 

Aquela promessa talvez já poderia ter sido desfeita e esquecida, mas o sentimento por ela ainda era especial, afinal não dizem que o primeiro amor é inesquecível? Saio da cama em um pulo deixando a preguiça de alguns minutos para trás e indo para meu guarda-roupa lembrava de ter visto uma caixinha de joias lá dentro ontem quando fui buscar uma roupa para vestir depois do banho. Procuro por esse pingente por um bom tempo, mas não havia nenhum sinal dele entre meus pertences. Estava pensando em desistir quando encontro uma pequena caixinha de veludo preta em um bolso de um casaco do armário, quando a abro encontro o objeto por qual buscava. O pequeno objeto consistia em um meio coração com um pequeno “W” gravado, aposto que a outra metade possuía um “A” assim como o meu. Imagino de onde uma criança de dez anos tirou essa ideia para fazer isso.

-Pingente bonito – Sett diz ao pé de meu ouvido me assustando e fazendo com que me virasse bruscamente para ele, perco o equilíbrio e acabo fazendo com que caíssemos direto no chão.

-Ai – digo com a dor do impacto.

-Ora, ora. Acho que não tinha que ter sido eu a prometer não fazer nenhuma gracinha, não é Alice? – Quando abro os olhos vejo que tinha acabado me apoiado nele durante a queda e agora minha cabeça estava apoiada em seu peito. – Não achava que você era tão atrevida assim – ele disse com um sorriso malicioso e brincalhão ao mesmo tempo. Reviro os olhos e começo a me levantar.

-I-isso não é o que parece – tento parecer firme quando falo, mas posso sentir meu rosto esquentar a cada fala, ele tinha que parar de fazer essas coisas. – A culpa é sua por me assustar, o atrevido aqui é você.

-Mas que calúnia é essa? – Ele faz uma cara incrédula fingindo estar ofendido. – Eu nunca me atreveria a fazer tal coisa com uma dama como a senhorita, como pode ver sou um grande cavalheiro.

-Sim, sim senhor cavalheiro. Então por que você não vai praticar seus atos de bondade em outro lugar? – Digo e bato a porta do banheiro atrás de mim.

Quando saio do banho enfio a cabeça para fora da porta do banheiro para conferir se não há mais ninguém no quarto, não queria que o incidente de ontem se repetisse. Tudo limpo, ele já não estava mais no quarto. Tiro a toalha enrolada em meu corpo e coloco um vestido rosa florido em seu lugar. Não precisaria me preocupar com a aparência pelos próximos dias já que meu pai tinha me dado duas semanas de férias da vice-presidência da empresa. Eu tinha insistido em trabalhar, afinal tinha muito trabalho e problemas para resolver e também não queria ficar duas semanas trancada em casa com Sett junto comigo, mas ele apenas disse para me “divertir com meu marido”, ele realmente achava que isso ia dar certo?

Quando desço as escadas me deparo com uma mesa de café da manhã perfeitamente arrumada e um Sett faminto devorando tudo aquilo. Junto-me a ele na mesa e começo a me servir de uma bela xícara de café. Geralmente isso era a única coisa que ingeria pela manhã, por causa de meu cargo minha agenda estava sempre apertada com vários compromissos e afazeres já pela manhã então saía de casa quase todos os dias sem comer nada e tomava apenas uma xícara de café que minha secretária deixava preparada para mim, mas a mesa estava tão bem arrumada e o cheiro tão bom que decido abrir uma exceção por hoje, depois quando fosse conhecer os novos empregados da casa devia me lembrar de dizer para os cozinheiros para prepararem menos comida a partir de amanhã.

A sala de jantar estava tão silenciosa que levo um pequeno susto quando seis pessoas entram na sala e se organizam em uma fila, deviam ser os empregados da casa. Uma mulher de meia idade dá um paço a frente e começa as apresentações:

-Bom dia, Madame e Senhor, nós somos os empregados dessa casa e estaremos servindo os senhores de hoje em diante. Eu sou a governanta Clara, este é Stefan o seu mordomo, esses são Pierre e Joana, os chefs da casa, e Madelaine e Lucy, as faxineiras.

-Muito prazer em conhece-los -  digo.

-O prazer é todo nosso Madame – Clara diz em um tom gentil.

-Ah, não precisa usar essas formalidades aqui, me chame apenas de Alice.

-O mesmo para mim – Sett completa. – Prazer em conhece-los, espero que façam um bom trabalho a partir de agora.



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