História Contos de um amor. - Casamento? Crianças?

Andávamos de mãos dadas pelo shopping, eu praticamente o puxando por ele andar tão devagar. Minha animação chegava a sufocar qualquer que fosse o problema que eu estava vivendo.

- Charles, é apenas um livro! - O loiro me segurou com força e me puxou pra perto dele. - Meu namorado pode por favor andar ao meu lado? - Suspirei.

- Morgan, estamos quase chegando! É fim da minha trilogia favorita, você deveria entender minha animação - tentei fazer minha melhor cara de cachorro pidão.

- Tudo bem! Droga! Sua sorte é ser tão fofo - nos encaramos por alguns segundos, então ele sorriu e beijou minha bochecha.

- Vou considerar isso um sinal de paz - arranquei um riso curto de Morgan.

Prosseguimos em passos largos até a Saraiva mais próxima, ou no caso, a única daquele lugar. Chegando lá, notei o tamanho monstruoso do lugar, várias estantes de livros maiores que eu, diversos corredores, eu não conseguia ver o final do lugar, algumas placas amarelas indicavam qual o gênero dos livros daquela área, de tão grande o lugar, tinha área para leitura e um Starbucks.

- Esse shopping é realmente de rico - o loiro comentou enquanto adentrava no estabelicmento ao meu lado. - Bem, o seu é ficção, aventura ou o que? - Fiquei calado um tempo olhando pro rosto dele. -Você não sabe - ele falou suspirando. - Bem, vamos procurar então!

- É por esse motivo que eu amo você! - O abracei e selei nossos lábios por um curto momento.

Conforme nós dois andávamos pelos livros, eu não conseguia achar o que eu queria, passei por todos os setores possíveis, ficção, aventura, ação, mitologia, mas não estava em lugar algum, e isso começou a me irritar, então fui falar com uma mulher que estava lá. Ela tinha cabelos loiros ondulados até o pescoço. Sua pele era clara como a neve. Trajava uma calça jeans e uma blusa de manga amarela, com o símbolo da Saraiva no peito.

- Com licença, estamos procurando um livro, não achamos ele de jeito nenhum, o que é estranho, pois foi publicado faz pouco tempo - Morgan conversou com a mulher, mas eu me distrai, um homem estava sentado numa cadeira, uma menina que deveria ter uns dez anos e tinha um chapéu rosa igual da moça na capa do CD que ela segurava, balançava o objeto freneticamente na cara do pai pedindo para ele comprar, o mesmo sorriu e se levantou segurando a mão dela. Eu me perdi em pensamentos sobre aquilo, mas antes que pudesse organizar minha mente, notei o loiro parado na minha frente balançando as mãos.

- Ei, acorda! Ela disse que não achou o livro - Morgan falava comigo, mesmo que seu olhar ficasse alternando entre mim e a cena que eu estava observando antes. - Pensando sobre filhos de novo? - Sua voz era carregada de melancolia, o que me fez abaixar a cabeça e olhar pros meus pés. - Desculpe, mas não sinto que esteja pronto, eu nunca quis isso na verdade.

- Eu sei, por isso não te peço mais para pensar sobre - respirei fundo, o encarei com um sorriso no rosto. - Melhor irmos já que não tem meu livro.

- Charles - ele fez uma pausa após falar meu nome -, não faça isso.

- Isso o que? - Perguntei confuso.

- Fingindo estar feliz, sabe que não gosto - essa seria apenas mais uma das coisas, mas preferi não comentar isso. - Você... - E num movimento rápido Morgan me puxou, nossos lábios se encontraram e nossas línguas abriram caminho, naquele momento era apenas nós dois e mais ninguém. Aos poucos ele separou nosso beijo. - Eu farei isso, por você, teremos nosso próprio filho - ele sorriu pra mim, e consegui apenas o abraçar. - Então antes de qualquer coisa, o que acha de casarmos? Já moramos juntos, de toda forma.

Eu fiquei sem reação, era como se meus músculos virassem cimento e minha mente mingual, eu me sentia tão quente, como se todo meu corpo gritasse. - Sim, eu aceito! - Dei um selinho nele, seguido de um forte abraço. - Eu amo você mais que tudo - parei por um segundo e o encarei. - Tem certeza que não vai mudar de ideia? - O loiro sacudiu a cabeça positivamente.

- Ei, moço, aqui. Achei seu livro, tinha um na vitrine, mas fazemos tudo por um cliente - ela entregou o objeto na minha mão e saiu.

- Vamos, eu pago, essa noite vamos passar juntos - ele segurou minha mão e me levou, mas não pro caixa da Saraiva, me levou para dentro da sua vida.