Lembro como se fosse hoje.
Aquele caixão aberto em um velório, parecia ser feito de mogno com alças de metal...
O corpo rubro de quem parecia estar dormindo apenas com o rosto coureado, com as mãos juntas próximas ao colo esperando por uma vela.
Os choros, os gritos, as rezas. De pessoas que nunca te amaram um dia!
É impressionante como só sentimos falta de algo quando perdemos! A dor vem de uma vez e puff! Passa como veio, no assombro, repentina e crua.
As vezes parece que a morte caminha calma e livre ao redor da árvore de uma família levando parentes distantes, trazendo atrocidades para avós e pais chorarem. Enquanto ela dança com sua foice e sua túnica no túmulo do falecido.
Vez ou outra ela bate na porta de um conhecido, leva o vizinho. Na mais comum rotina ele morre dormindo ou sai e bate o carro.
Ela vem buscá-lo em casa ou na rua de forma silenciosa o tempo para e as pessoas tornam-se manequins.
Como uma amante ela te apunhala com a foice e te leva. Você já sabia mas prefere fingir que era novidade, até que se da conta que está fadado a morrer.
você finalmente constrói a vida. Família, filhos, emprego. Ela vem e o leva, aparecendo em sua frente trazendo o frio.
Em raros casos como o meu ela nos dá um breve tempo para escrever o bilhete de despedida.
Ela me chama no barco...
Dou um simples adeus!
Ela tem muitos para buscar.
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