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História Coração de Fada - Acorrentados


Escrita por: BrunaR05

Capítulo 16 - Acorrentados


-O que ele quer?- Natsu perguntou.

-Não podemos dizer, nos sigam sem reclamar ou discordar de nada, será pior pra vocês.

Fomos levados em silêncio até um caminhão pequeno com algumas cadeiras, a viagem foi tranquila, mas o que iriamos conversar com certeza era bem estressante, no meio do caminho, Erza e Jellal chegaram no carro, o que quer dizer que estavam nos rastreando faz um bom tempo. Continuamos em silêncio e fomos levados como prisioneiros até o velhote. A sala estava mais escura agora e havia guardas nos vigiando em todo canto.

-Bom, vocês infringiram uma das regras mais rigorosas do refúgio. Mentir. Lucy! Lucy, Lucy, da próxima vez que olhar coisas no computador daqui, apague o histórico. Acabamos vendo suas informações e a de seus colegas. O único quase salvo é o colega ali- ele apontou para Jellal- ele foi para guerra e apenas voltou pra cá, mas foi cumplice, coitado. Mas os outros, inclusive você Levy, fugiu do seu trabalho, não respeitou o juramento e ajudou esses senhores e senhoritas.

- Nós só estávamos tentando nos...- um dos guardas me cutucou com a cassetete para me calar.

-Silêncio! Eu tenho que dar as devidas punições a cada um. Levy, você vai continuar trabalhando pelo menos uma parte do dia num laboratório aqui perto e ficará em prisão domiciliar. Gray, você vai ser o mais novo faxineiro do Conselho e do refúgio, assim como Erza e Jellal. E os mais importantes-ele apertou o queixo de Natsu e o meu- vocês vão ser presos. Imediatamente.

-O que ele está falando, Lucy, o que você andou fazendo?- Erza perguntou desesperada.

-Não posso falar agora, me visite um dia desses, eu te digo- eu disse, muito triste.

-Eu sei, Lucy, eu ouvi sua conversa, eu posso conta-la- Gray disse- por favor, senhor presidente, somos vítimas de tanta coisa e ainda temos que passar por isso. Deixem ele soltos.

-Não, leve-os.

-Lucy...- Natsu disse

-Sim!

-Boa sorte.

E fomos separados e levados para cela. O que fazer quando se é uma pessoa como eu é chorar, mas eu estava irritada, estava rangendo os dentes, eu não ligava de ficar ali, mas os outros. E os guardas estavam brincando com a minha cara.

-Uma gatinha perigosa, mamãe não ensinou que deve ser boazinha.

-Minha mãe morreu, babacas.

Eles pararam de rir e jogaram a comida pra mim. Eu estava sem fome, mas comi para não passar mal. E acabei dormindo. E tendo outro sonho.

Agora era tudo em silêncio, mas coisas barulhentas aconteciam, eu não conseguia ouvir, falavam comigo, eu não escutava, coisas batiam umas nas outras, como portas e a parede, mas eu não ouvia, tentei ver outras coisas, mas de repente eu estava na sala de casa e Jellal estava lá, estava falando sozinho. Pelo menos eu conseguia voltar a ouvir.

-Porque tenho que ficar aqui, posso fugir, mas e Erza, ela não vai querer ir, Natsu é muito meu amigo, e Levy e Gray são pessoas boas, a única que não atrapalha é Lucy, mas talvez eu que atrapalhe tudo para todos. Meus pais, eles nunca gostaram de mim, me deixaram naquele inferno, e lá fiquei, só consegui sair dali agora, mas quero voltar, lá parece melhor. Eu queria ir a para um lugar tranquilo, com modo angelical, onde não há mal, talvez eu devesse sumir. E...

Ele começou a respirar fundo e arregalar os olhos, eu pensei que ele estava enlouquecendo, mas ele começou a apertar o peito esquerdo, e deitou-se para trás no sofá. Mas com calma foi acalmando e relaxou, depois disso eu acordei com uma guarda falando besteiras e asneiras sobre mim.

-Olha lá, parece um anjinho dormindo, mas deve ser uma peste, por isso está aqui. Olha acordou.

-Vai se ferrar.

-Nossa, ela é agressiva, quero ver se com a visita de hoje, ela vai ser assim também.

E ele abriu a cela sem se preocupar em me algemar, porque ele sabia que eu não ia fugir. Eu esperava que fosse a Erza a minha visita, mas na realidade era o Jude, não acostumei a chama-lo de pai, não era digno disso.

- O que você faz aqui?- perguntei.

-Eu vi você no jornal, fiquei preocupado.

-Agora você se preocupa, quando eu estava quase morrendo ninguém foi me salvar.

-Eu só queria entender por que filhos meus sempre acabam presos.

-Ser capturado não é da linhagem da sua família.

-Não vim para discutir, quero lhe fazer uma proposta.

-Não quero dinheiro, vivia bem com o que eu tinha.

-Não é dinheiro, quase, eu posso pagar sua fiança se você se mudar para minha casa.

-Eu não me importo de ficar aqui, com certeza o guarda pervertido é bem mais interessante do que você. Mas os meus amigos, eu quero salva-los, entende?

-Então eu pago fiança deles também.

- Não sei, quais são as regras para eu morar lá?

- Você vai ter que continuar estudando num colégio de Ensino Médio para fazer a faculdade de algo, vai ter que ser mais um pouco educada, me obedecer, me chamar de pai e sair da Fairy Tail- assim que ele falou sobre Fairy Tail deu um pontada no coração.

-Eu vou... eu vou aceitar, mas pelos meus amigos, não gosto de você.

-Então está combinado, vou pagar sua fiança e você sai amanhã.

-Por que você não paga a do meu irmão?

-Ele é um delinquente e você só queria fugir daquele terror. Você inteligente e capaz de tudo, e ele só um fardo pra mim.

- Talvez seja por você odiá-lo que ele é assim.

-Mas já estamos acertados, tenho que ir, tive que adiar minha viagem.

E fui levada novamente para cela, tive que aguentar uma tarde de brincadeirinhas do guarda, mas na realidade eu estava pensando como ficariam as coisas se eu saísse de lá da casa, Erza e Jellal ficariam livres, mas os dois iriam ficar sentidos, talvez eu fizesse falta até para Jellal. Gray e Levy com certeza iam ficar chateados e tristes. E Natsu seria o que mais discordaria da ideia, o sonho dele de ir para Fairy Tail, e acabou virando meu objetivo, e agora eu tenho que me desfazer dele, mas também não posso deixa-lo lá preso, mas eu já estava decidida, e o que iria acontecer era porque tinha que acontecer.

Na manhã seguinte eu fui liberada e recebi um aviso: “O senhor Jude disse que você tem três dias para ir até a casa dele”. Assim como eu, Natsu também foi liberado e ou outros ficaram sabendo da sua liberdade. Fomos levados em carros separados, deve ter sido algum acordo do presidente do Conselho e Jude de me deixar o mais afastada possível dos meus companheiros. Mesmo com todos liberados, o clima estava ruim, todos sabiam que eu tinha que me afastar deles, esse era o momento mais tenso de todo tempo que passamos no refúgio.

-Eles nos colocaram punições, mas nós não fizemos nada de mau- Jellal disse.

-Talvez, se nós falássemos a verdade pra eles mais cedo isso não teria acontecido- eu disse, cabisbaixa.

-Lucy, saiba que não me importo com o que fizeram com meu diploma, é bem melhor estar aqui que no laboratório-Levy falou.

-De qualquer jeito vamos ser separados, estamos no beco sem saída- Natsu falou.

-Por que você não fala com seu pai, quer dizer, com Jude que não aceita a proposta, é dever dele como pai de querer que você fique bem. Faça como eu, enfrente-o- Erza disse.

-Talvez você tenha razão, mas eu tenho medo que ele faça algo, ele deve saber ainda como os cientistas agem.

Fui até meu quarto começar a arrumar as coisas, eu iria no final do dia de amanhã. Peguei os livros que tinha comprado, as coisas que eu escrevo, e me deparei com minha antiga jaqueta, e a coloquei de novo e me olhei no espelho, ela era empoeirada e cheia de buracos de chamas, mas era melhor que a de Natsu, obvio. Eu decidi que iria deixa-la lá como lembrança minha. Depois juntei minhas roupas e acessórios, depois que arrumei tudo eu fiquei sentada na beira da cama para pensar um pouco, ninguém veio me chamar, então fiquei lá até à noite. Até que ouvi gritos e eu sabia o que era.



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