História Coração de Lua - A mansão do NERD

Na terça-feira Erick convidou Beca para jogar videogame com ele quando estavam no terraço lanchando.  Ela ficou meio insegura sobe serem apenas eles dois num quarto jogando.
- Não se preocupe, Lua estará lá também. – Ele Garantiu.
- Grande coisa! Eu não posso ver a nerdzinha como você! – Ela revirou os olhos.
- Ah, mas eu posso. – Ele riu. Ela fez cara de tédio. – Você cai adorar minha mãe, ela também é natureba igual você. Vegetariana, ama as plantas e os animais.
- Já gostei dela. – Beca disse sorrindo e deu uma mordida na maçã verde.
- Só não liga pro meu irmãozinho tá. Ele é doido.
- Ok. Agora me diz uma coisa. – Erick a olhou para ouvi-la falar – Lua esta aqui agora?
- Sim ela está bem ali quase pendurada no murinho. – Ele apontou para onde Lua se inclinava para observar a grama – Pelo visto ela gosta de sentir o vento.
- É... A Lua é uma garota meio que natureba também. – Beca deu um sorriso aberto – Nos conhecemos assim sabia?
- Ah é? – Erick pareceu interessado.
- Ahh... Foi mesmo! Posso contar como foi? – Lua veio correndo para perto deles.
- Tem certeza, acho melhor deixarmos a Beca contar essa história. – Erick disse á Lua que estava toda empolgada.
Beca não tinha se acostumado á ideia de que Lua estava mesmo ali. Afinal era estranho, pois ela não podia vê-la nem ouvi-la.
- Certo... Estávamos na quarta série e a Lua era nova na escola...
- Foi na terceira série! – Lua a corrigiu.
- Ela disse que foi na terceira série. – Erick repassou.
- Ah, certo. Lua entrou na escola na terceira série. Ela estava sozinha no intervalo e eu estava comendo um sanduíche de queijo com salada. Lua se aproximou e perguntou se ela podia dar uma mordida, e eu não iria dizer não para uma criança tão fofa como ela...
- Isso foi ironia dela, eu era feia como um palhaço! – Lua disse baixinho á Erick.
- Como assim feia? – Erick indagou.
- O que? – Beca se espantou.
- Lua disse que era feia como um palhaço. – Beca riu.
- Não, não. Ela só usava aparelho e cabelo preso. Quem dizia que ela era feia eram Nancy e suas fiéis seguidoras. Mas então... Eu dividi meu lanche com ela e passamos a conversar sobre coelhos.
- Que coisa não.  – Erick fez cara de tédio. O sinal soou e eles guardaram as coisas do lanche.
- Ah nem todo mundo conhece a melhor amiga com um acontecimento mágico.
- Eu não conheci a Lua com um acontecimento mágico. Foi até sem graça e estranho. Ela saiu correndo quando eu disse “oi”.
Beca riu, gargalhou. Erick pegou suas coisas e restos do lanche.
- Não foi engraçado. Pare de rir. – Ele também estava rindo.
- Ah foi engraçado sim. Com certeza! – Ela respirou fundo para se acalmar.
As aulas depois do intervalo passaram voando. Beca e Lua seguiram o caminho de Erick junto com Matt e Vinci até depois de descerem na estação. Depois disso Matt e Vinci seguiram seus caminhos. Erick e Beca não falaram nada sobre Lua durante o caminho. Ao chegarem na casa de Erick, Beca e Lua fizeram uma cara de surpresa que se tirasse uma foto iriam rir muito um dia. As duas arquearam as sobrancelhas e abriram o maior bocão, quase babaram.
- Que isso gente parem com essas caras, estou ficando sem graça.
- O que... O que Lua esta fazendo?
- A mesma coisa que você. – Erick abriu as portas da sala.
A casa dele era enorme mesmo, mas como ele já estava acostumado nem notava. Beca estava com os olhos brilhando, analisava cada detalhe da sala incrivelmente decorada de marrom claro. Lua se fixou na estante de livros perto da janela, ela analisava cada prateleira, examinando os nomes dos livros talvez para saber qual houvesse lido ou quais pareciam legais. Erick sorriu envergonhado. Eles foram para a cozinha passando pela sala de jantar cheia de quadros nas paredes cor de vinho. As meninas o seguiam, porém mal olhavam para ele. Na cozinha ele abriu a geladeira á procura de alguma guloseima vegetariana de sua mãe.
- O que vocês querem?
- O que você tem ai? – Beca era menos tímida que Lua.
- Temos: Tofú de ontem, burritos vegetarianos, salada de ervilha, torta de queijo com peperoni e cogumelos... E podemos fazer pipoca ou pedir pizza vegetariana. – Erick já estava ficando enjoado só com os nomes. – Temos refrigerantes e sucos naturais.
- Hum. – Beca esfregou a barriga. – Quero um pedaço dessa torta aí, por favor.
Erick deu-lhe o pedaço de torta num pires, olhou para Lua que admirava cada canto da casa, e parecia observar cada movimento de Erick.
- Quer alguma coisa Lua?
- Sem ofensas, mas ela pode comer?
- Bom ela come quando lanchamos no terraço.
- Eu quero a pipoca, por favor. – Lua pigarreou.
Erick colocou um pacote de pipoca no micro-ondas e despejou-as num pote grande amarelo.
- Vamos para a sala de jogos.
- Você tem um quarto só para jogos?! – Beca e Lua disseram em uníssono.
- Sim... – Erick corou. Estava morrendo de vergonha pela reação das meninas. Mas também estava se sentindo o tal.
Eles passaram em frente ao escritório do pai de Erick, e pelo quarto de Timothy, entraram num quarto grande com uma TV grande, uma estante cheia de jogos organizados por aparelho: ele tinha Playstation, Nintendo wii, x-box, kinect, e mais alguns. Cadeiras confortáveis ficavam de lado caso alguém quisesse jogar jogos de movimentação – já que a mãe de Erick gostava de fazer exercícios sempre deixavam as cadeiras de canto – Erick ás puxou para frente da TV enquanto as meninas estavam encantadas com a sala de jogos. Beca fazia gestos do tipo “esse jogo saiu mês passado!” e Lua olhava com emoção cada capa de jogo.
- Não acredito que você tem esse! – Ela mostrou a capinha do ultimo jogo de x-box que havia saído.
- Quer começar por esse? – Ela arregalou os olhos.
- Podemos jogar qualquer um mesmo?! – Ela arqueou as sobrancelhas.
- Claro que sim, o que achou que fôssemos fazer aqui? – Erick ligou o aparelho.
- Espera, mas tem aquele jogo que eu amo! Mas também tem este outro aqui que eu sei jogar muito bem...
- Podemos jogar esse? – Lua levantou um jogo nas mãos. Beca deve ter visto o jogo flutuar, pois pareceu meio pálida.
- Claro Lua. Podemos jogar este jogo. – Erick pegou o jogo de suas mãos e inseriu no aparelho.
Cada um ficou com um controle, Erick ensinou a Lua como jogar umas três vezes. Ela estava nervosa, mas parecia estar se divertindo tanto. Beca jogava feito louca, gritava e pulava quando passavam de fase, retrucava quando alguém (Lua)perdia – pois atrasava os outros – e dava altas risadas quando acontecia algo com seu personagem. Erick estava feliz que seu irmão pirralho não veio incomodar as visitas. Eles passaram umas três horas jogando, nem perceberam o tempo passar. Beca se despediu de Erick com um beijo na bochecha e disse:
- É só hoje, não se acostume NERD. Valeu pela diversão e a torta. Ah, tchau Lua.
- Ah. Diga á ela que vou acompanhá-la até a casa dela! – Lua disse á Erick.
- Ela disse “Tchau” também. Esta acenando para você. – Erick pronunciou.
Beca acenou de volta e Erick acenou também, até ela desaparecer no portão da casa de Erick. Lua o olhava com cara de brava.
- Porque disse aquilo? Eu iria acompanhar ela!
- Vem comigo. – Ela o seguiu até o fundo da casa dele.
- Pra onde estamos indo? – Ela parou quando viu a linda paisagem que ficava nos fundos da casa de Erick.
Pode parecer loucura, mas havia um lago – não muito grande, mas era um lago – e uma ponte que cruzava o lago. O reflexo da lua na água era lindo, o brilho das estrelas da noite iluminava o gramado esverdeado. Lua deu alguns passos com uma expressão de felicidade e espanto ao mesmo tempo. Erick a fitava com os olhos verdes, prestava atenção em cada detalhe do seu corpo magro. Ele realmente gostava dela, realmente sentia algo forte por Lua que era quase incontrolável. Ela virou para ele e ele disse:
- Lua... Quer namorar comigo?