História Coração de Lua - O jantar

Erick seguiu Lua até a porta do apartamento 307. Eles pararam em frente a porta e ela disse:
- Não é assim que acontece. Geralmente a gente tem um maravilhoso encontro e ao me levar em casa é que a gente se beija.
- Eu não me importo nem um pouco.
Ele a beijou de surpresa. Ela ficou toda vermelhinha, ele riu da cara dela. A porta abriu deixando uma luz forte iluminar os dois. Erick avistou os cabelos cor-de-rosa e sentiu suas expectativas de um jantar em família perfeito se desfazer.
- Oi pessoal. O que estão fazendo aí parados? Entrem! – Disse Beca com um avental e uma concha na mão.
- Acabamos de chegar. Erick me trouxe. – Disse Lua entrando no apartamento.
- Oi... – A mãe de Lua veio chegando com um abraço caloroso – Eu estava tentando ensinar essa menina monstro a cozinhar.
- E eu estava me saindo muito bem se não fosse pelo comercial dos skates.
- Vocês acreditam que ela deixou a fritura no fogo e foi assistir um comercial de esportes? – A sra Moor disse incrédula e brincalhona.
- Mas era imperdível, meu comercial favorito.
Todos riram e Erick e Lua colocaram as coisas pessoais no balcão – chaves, carteira, etc. – E a senhora Moor chamou-os para a sala. O apartamento era aconchegante e muito bem decorado, mobilha moderna e o cheiro da comida era maravilhoso. Erick estava com o estomago roncando só de sentir o cheiro da comida. A mãe de Lua disse:
- Você vai ficar para o jantar não é Erick? – Ele ficou vermelho.
- Sim, por que não? – Respondeu meio nervoso.
- Ah... – Suspirou Beca – Agora vou ter que fazer uma porção a mais.
Eles riram do desânimo da garota. Erick e Lua colocaram os pratos e talheres na pequena mesa de jantar, enquanto Beca e a senhora Moor terminavam o jantar. Erick viu o sorriso no rosto de Lua e disse:
- Você já contava com isso não é? Sua baixinha! – Ela olhou para ele e ficou vermelhinha.
- Minha mãe sempre intimida as pessoas a ficarem e comerem. Ela adora ver as pessoas comendo.
- Estou falando de eu ser convidado. Você fez isso de propósito. – Ele disse segurando o riso.
- É claro. Já que sou quase oficialmente sua namorada, precisa pedir á minha mãe primeiro não é?
Os dois ficaram vermelhos e viraram o rosto, voltando para a organização da mesa.
- É-É... Tem razão. Preciso mesmo falar com ela. – Disse Erick todo nervoso.
Eles ouviram um risinho atrás deles e os dois viraram bruscamente. Beca estava ouvindo.
- Ei, pombinhos! Venham pegar a comida.
- Estamos indo. – Lua respondeu-a nervosa.
Erick riu e acompanhou as duas para a cozinha. Ele agora tinha uma preocupação: como falar com a senhora Moor sobre seu relacionamento com a filha dela. Sem saber o porquê ele estava muito nervoso, quase quebrou um copo e derramou um pouco de suco na mesa. Beca estava caindo na risada vendo o nervoso dos dois. Lua derrubou um garfo no chão ao ver o suco na mesa. A senhora Moor não achou muito estranho, talvez estivesse acostumada com desastres na cozinha. Depois que todos haviam colocado sua comida no prato, sentaram-se á mesa e começaram a comer. Erick disse:
- Hum... Esta realmente deliciosa. – Beca riu.
- Obrigada, nerd. – Beca agradeceu lembrando-o que foi ela quem cozinhou.
- Obrigada Erick – Disse a senhora Moor.
- Senhora M. eles querem contar uma coisa para você. – Disse Beca deixando o casal vermelhinho.
- Pois então digam. – Respondeu a mulher toda esperançosa.
- Anh... Eu... – Gaguejou Erick. – Eu gostaria da sua bênção para assumir um relacionamento com a sua filha.
Beca soltou uma gargalhada alta.
- Foi o melhor que conseguiu fazer? – Disse ela entre risos.
- O que queria que eu dissesse?
- Qualquer coisa menos NERD... Isso foi tão a sua cara! – Ela riu mais um pouco e respirou fundo para conseguir parar.
- Beca, não ria da atitude dos outros. – Corrigiu a senhora Moor.
- Desculpe senhora M. não aguentei. – Beca se recompôs.
- Como eu estava dizendo... – Erick fuzilou Beca com os olhos. – Eu quero namorar sua filha, senhora Moor. Eu realmente amo ela, sinto um forte sentimento por ela cada vez que estamos juntos. E quero ficar com ela para sempre... Se a senhora permitir.
A senhora Moor pensou um pouco e disse finalmente:
- Minha filha não é brinquedo senhor Herris. Faça-a chorar ou se magoar e eu extermino sua família inteira. – Erick paralisou e prendeu a respiração... – Você é muito bem vindo à família, se prometer parar de me chamar de senhora.
Ele soltou o ar e sorriu aliviado.
- Claro. E como devo chamá-la?
- Só Lauren, está bom. – Ela sorriu.
- Certo Lauren, obrigada. Prometo não magoar Lua em hipótese alguma! – Disse ele com convicção.
- Pronto agora vamos terminar de comer, porque está muito gostoso. – Disse Beca dando uma garfada em seu prato.
Eles riram. Depois disso Erick notou em Lua um sorriso verdadeiro. Uma satisfação incrível, ele sentia por estar ali. Lauren era divertida, contou histórias de Lua quando criança na hora da sobremesa. Beca se controlava para não fazer piadas sobre Erick ou Lua, mas ajudava a contar as histórias em que ela estava presente. Lua ficava envergonhada a cada palavra dita pela mãe. Erick se deu muito bem com Lauren, o pensamento dos dois era bem parecido. Depois eles foram para a pequena sala de estar, conversaram sobre a família. Até que ficou um silêncio depois de algumas risadas. Lauren suspirou e disse:
- Obrigada Erick. De verdade. Se não fosse você... Lua estaria... – Ela cobriu o rosto com as mãos.
- Não se preocupe, agradeça á Lua, ela quem foi forte o bastante para continuar lutando.
Os olhos de Beca se encheram de lágrimas.
- Pois é, em pelo menos alguma coisa você acertou nerd. Obrigada por ajudar a Lua. Essa baixinha não sobreviveria sem você. – Ela esfregou a cabeça de Lua.
- Por favor, não comecem com esse momento chororô. – Ele ficou sem graça.
- Erick... – Lua virou para ele. – Obrigada. Meu novo coração agora bate por você.
As mulheres da sala começaram a chorar depois da frase de Lua. Erick ficou sem graça, mas não chorou.
- Que isso gente. Disponha.
Beca começou a rir da situação, o que levou a uma descontração total. A bipolaridade já havia tomado conta da família toda, e dos amigos pelo visto. Erick riu da situação – Uma hora choro e desespero e outra hora risos e alegria. Ele olhou para o relógio em seu pulso e viu que já era muito tarde e que havia dito para a mãe que voltaria logo.
- Bom gente... O jantar estava ótimo e o papo também, mas eu tenho que ir agora. Disse á minha mãe que voltaria logo.
- Ahh... – Suspirou Lua.
- Tudo bem, querido. Se eu fosse sua mãe já estaria chamando a guarda municipal.
- Não disse? – Lua se referiu a Erick.
- Tchau nerd. Volte sempre. – Beca deu-lhe um beijo na bochecha.
- Tchau Beca. – Ele esfregou a cabeleira rosa dela. – Tchau Lauren, obrigada pela hospitalidade. Seu apartamento é lindo.
- Obrigada Erick. Volte mais vezes.
- Com certeza.
Beca disse mais cedo que ficaria para dormir e conversar com Lua, por isso não desceu com ele. Lua acompanhou-o até a portaria. No elevador eles ficaram um pouco sem jeito, mas deram uns beijinhos a mais para se despedirem. Se a porta do elevador não abrisse eles provavelmente ficariam ali a noite toda. Eles trocaram o número do celular, e se despediram de verdade:
- Até amanhã.
- Até amanhã.
A noite mais feliz de todas havia acabado, e o coração de Erick não parava de bater. Bater por Lua. E estava muito feliz, pois tinha a real certeza de que ela seria sua para sempre. Ele tinha o coração de Lua batendo por ele.