11/08/2016 3:00 AM
Não consigo dormir, acho que é algo relacionado a depressão, os médicos dizem que é clinico, eu acho o contrário, eles esperam que eu fique internada em uma sala sem nada, assim eu não conseguiria me matar, mas isso é vida? Acho que pessoas assim já morreram a muito tempo. Enquanto continuo a ser bombardeada de informações e panfletos de prevenção ao suicídio mais eu penso, porque diabos alguém na minha situação iria querer ler sobre isso? Esse não seria o último estagio clinico? Talvez sim. Mas aqui estou eu. Porque sempre que alguém tem um amigo, colega ou conhecido na minha situação é uma preocupação enorme pra pessoa não se matar mas não fazem nada pra resolver isso? Sempre que alguém quer se matar a última coisa que a pessoa quer ouvir é sobre morte. Ninguém vai chegar com você e falar ‘’ei, vamos no cinema, você tá precisando sair’’ ou então ‘’tá afim de um sorvete? Vamos lá, eu pago uma casquinha de baunilha pra você’’. A questão não é o sabor da casquina e sim a companhia da pessoa, sentir outro ser humano, alguém que se importa com você, que fez você levantar da cama e sorrir, as vezes isso é tudo que alguém como eu precisa. Não de uma droga de panfleto, não de papeis sem vida e sim de calor humano. Agora é tudo frio, 17°c em São Paulo, e eu aqui, tenho uma garrafa de cachaça pra aquecer e é só. Nada do calor de alguém me chamando pra comer ou sair, algo que eu sempre gostei, mas as pessoas se afastam quando se está na minha situação, até quem sob juramento prometeu não te abandonar te deixa nessas horas.
É a vida, nothing i can do.
11/08/2016 8:00 AM
Saio pela rua sem rumo, fones no ouvido e cabeça baixa, casaco grande, tá um frio desgraçado em São Paulo, as vezes eu acho as pessoas incríveis, com tanta pressa e tudo mais, não conseguem se focar no que é realmente importante, Tudo.
A respiração, o sangue correndo nas veias, os pássaros, é tudo importante, tudo está ligado, mas as pessoas são agoniadas demais pra ver isso.
10/08/1015
E de novo, é como um ciclo, as mesmas pessoas, os mesmos professores, enfim, a mesma vida, mas agora tem algo a mais, alguém que faz valer a pena levantar pela manha.
Ele é como um raio de sol, daqueles que bate na sua cara de manhã e te obriga a levantar e você não fica com raiva, pelo contrário, dá um sorriso sem jeito, se espreguiça e levanta, era assim que ele faz eu me sentir quando eu pego meu celular pra desliga o despertador e tem o ‘’bom dia’’ dele na tela, é como se tudo ficasse mais fácil, mais suportável.
Hoje é um dos melhores dias da semana, aula de sociologia, a única aula que posso dar a minha opinião sobrea droga da sociedade e ainda ganhar nota pra isso.
10/08/2015 12:20 PM
Meio dia, vou pra casa e tomo banho, e tem um ilustre convite pra ir ao cinema fico tentada a aceitar de primeira, mas resolvi me fazer de difícil, mas fica difícil se a pessoa já te tem nas mãos. Então ele me liga e eu atendo.
- Então, qual o imprevisto
- Lições de casa, tô cheia de coisas pra fazer, não sei se posso sair hoje.
- Então vou ai te ajudar.
- Não precisa.
- Então vai no cinema?
- Você não vai me dar escolha não é mesmo?
- Pelo contrário minha cara, você tem escolha, ou você vem aqui ou eu vou ai.
- Boa sorte em descobrir onde eu moro.
- Já sei o bairro, não deve ser muito difícil descobrir a casa.
- Você ganhou, que filme?
- A gente vê na hora, tô te esperando.
- Chego em uns 40 minutos.
- Okay.
Depois disso comecei a me arrumar, não sou muito de maquiagem, mais dessa vez resolvi passar um batom, nada escandaloso, um simples batom rosa que eu tinha no fundo da gaveta desde que eu tinha 12 anos e brincava de maquiagem com a minha prima. Coloco um vestido branco florido que faz eu ficar parecida com aquelas modelos japonesas peço o taxi e fico esperando.
Quando ele chega o meu primeiro pensamento é ‘’vou chegar primeiro’’. Então simplesmente sento no banco e digo, ‘’pro cinema’’. Ele da um sorriso de canto de boca e diz, Okay.
Adoro pessoas simpáticas, mesmo não sendo a mis simpatia eu sempre fui bem educada em relação a quem merece, eu tenho uma regra, até você não me tratar mal eu sou uma pessoa super educada e até uma amiga pra horas difíceis, mas vacila pra você ver.
Quando eu chego no cinema, bem adiantada vale ressaltar, eleja estava na porta me esperando, e com um sorriso no rosto, eu sorri de volta meio sem jeito e abaixando a cabeça, ele me deixa nervosa, não sei porque.
Entramos e fomos ver o primeiro filme de comedia que batemos o olho, e durante o filme ele tirou o separador que fica entre as poltronas e me abraço o filme inteiro, e sempre que virava pra pegar um pouco de pespi ele me beijava, e eu me ‘’vingava’’ fazendo o mesmo sempre que ele queria pipoca. E essa foi a nossa tarde de segunda da minha vida.
Depois do cinema ele me deixou na porta do meu apartamento, como um cavalheiro de filme, aqueles que você apresenta pra sua mãe, que graças aos deuses não estava em casa. Ele abriu a porta pra mim e eu entrei, perguntei se ele queria entrar, ele sorriu e disse:
- Não obrigado, mas agora sei onde você mora.
Eu sorri sem jeito de novo, o que a esse ponto já não devia ser uma surpresa pra ele já que ele me deixava daquele jeito, então só respondi:
- Essa pode ser a casa de outra pessoa, melhor você ir antes que seja preso por invasão de propriedade privada.
Ele sorriu, me abraçou, me beijou, e se despediu. E eu fiquei na porta esperando ele pegar o elevador e vê-lo desaparecer pela fresta de duas portas fechando.
Deitei na cama e imediatamente pensei.
‘’Merda, o dever de casa’’
11/08/2016 11:00 AM
Paro em um restaurante pra comer alguma coisa, meu celular toca, é a minha mãe.
- Oi mãe,
- Ágata, onde você tá?
- Eu sai pra comer mãe.
- Tinha comida em casa filha.
- Eu sei, mas precisava sair daquele quarto.
- Ta bom. Quer que eu vá te buscar?
- Não, eu quero andar um pouco, volto antes das 6:00 PM okay.
- Okay, cuidado filha, qualquer coisa me liga.
Eu desligo e sento na mesa, dou uma passada de olho no cardápio pra ver o que eu posso pedir, é uma variedade tão grande, mas opto por frango frito com macarrão e batata frita. E uma lata de pespi cola. Começo a pensar na minha mãe e nos motivos pelos quais ainda estou viva, ela é com certeza o primeiro, o que me impede de me matar, o amor que ele me dá, é incrível, eu não tenho coragem de jogar isso no lixo como se não fosse nada. Lembro de quando eu era pequena e ela me levava pra acampar na praia, era a melhor coisa do mundo, éramos só nos duas, meu pai morreu antes de eu nascer, foi um assalto que deu errado ou algo assim, evito pensar nesse assunto, ele nunca me fez falta, minha mãe sempre supriu em tudo o que eu precisava, então não tenho o que reclamar em relação a minha criação, eu fui privilegiada, tenho algo que nem todas as garotas tem. Amor de verdade, não algo que vai te enganar e depois de cuspir feito lixo e ir embora.
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