-enferrujado pela chuva..enferrujado pela chuva..🎵-
A chuva bate no meu rosto, como se o fora limpar.Impossível.É impossível arrancar a tristeza de um rosto magoado, a solidão de uma mente desmotivada..Não há nada que se possa fazer, no momento.
-então você é a rainha da dor..🎵-
Aqui estou eu, deitado em cima do caixão do meu avô, com a lata de energético pousada ao lado da minha cabeça.Rusted from the rain, a música que se apodera do meu fone de ouvido, me faz refletir um pouco, enquanto as pequenas gotas de àgua batem no meu rosto, me acordando, antes que eu possa passar daqui para outro mundo.
Tem sido difícil conviver entre a raça do qual não consigo compreender.Seres-humanos, o que os fará sorrir? Como ajudá-los? Não há como, não há por quê.
É difícil entender, o que os torna tão..maus..A forma como tratam sua própria raça, como se fosse, nada mais que..lixo.
Fecho os olhos e penso por minutos.Lamento por serem assim, e me sinto mal por eles, por vezes, é desconfortável pensar assim.
E mais uma vez, aqui estou.No cemitério da cidade, onde o meu falecido avô dorme eternamente.
A chuva para, e o sol cobre as nuvens de luz, e torna o céu mais claro.Seus raios batem nos meus olhos, me fazendo fechá-los.A àgua que encharcara a minha roupa preta, seca lentamente, enquanto a luz passa, aquecendo cada ponto.Coloco a minha máscara na boca, e tapo a cara com o capuz do meu casaco.Me sento para que o sol não me atinja, mas posso sentir a minha mão arder, com os pequenos raios que conseguem atingir.
Pego na lata de energético, e abano.Já acabou.Abro meu guarda sol, e cubro meu corpo com a sombra, impedindo a entrada dos raios brilhantes que adentram pelos buracos.
Ando até alguma àrvore, para ver se há uma sombra melhor, ficar aqui da muito calor.Tempo gasto atoa, logo a chuva volta, tomando os céus de àgua, e os descolorindo, tornando uma manta cinza, sem nenhuma nuvem por lá.
Volto para o túmulo do meu avô.
-Volto já, sim?- Me despeço dele, e vou para a saída do cemtério, ainda com o guarda-sol aberto nas mãos.O vento que bate é frio, e fico grato por estar quase 100% coberto.Vejo as senhoras que, mesmo com a chuva, e a ventania, tiram um pouco do seu dia para virem visitar o amado falecido.É triste ver, mas mal sabem eles, como seus "amados falecidos" estão felizes e evoluidos agora.
-1,69 - Diz o homem do caixa, que me cobra o monster que compro novamente, pela quinta vez hoje.Dou-lhe o dinheiro, e sigo caminho para o cemitério.Seguro meu guarda-sol vermelho na dobra do braço, enquanto tento abrir a lata de energético.Ouço alguns jovens rirem, e olharem para mim.Estão em grupo, e bebem coisas alcoolicas, enquanto fumam.Não passam dos 17 anos, e é desconfortável ver aquilo.Tento ignorar, e ando em frente, sem rumo, e sem sequer pensar em como vou chegar no cemitério.
Não tem problema, quero observar os humanos hoje.Haverá apenas ruindade nas cidades..nos paises? O que os fará tão mal?
Percebo que fui egoísta demais ao pensar isso deles, como poderia eu saber de algo, que nunca pude compreender? Ao meu lado, atravessa uma garota, jovem, segurando nas sacolas de mercado, enquanto uma velhinha a acompanha sorridente.
-Ora, Iris, não precisa carregar, eu consigo- Exclama a senhora, enquanto se estica para tentar pegar as sacolas da mão da jovem, que já posso adotar como Iris.
-Não, vó! Você está mal da coluna.Vim com você por isso.- Repreende-a a jovem.Penso que estou olhando a um bom tempo, pois a jovem olha para mim mal encarada, e apressa sua avó, para que passe mais rápido na facha de pedestre.
Os humanos nunca foram fáceis de entender, e seria pedir demais, pensar em mudanças.Procuro um poste com algum lixo, para colocar a minha garrafa de monter, e mais algumas coisas que encontrei jogadas no chão.Me aproximo da primeira lata que vejo, de deixo tudo lá dentro, batendo as mãos nas calças para limpá-las.
Vou de encontro ao portão do cemitério, mas ele não abre.Está tudo escuro, e as luzes apagadas.O pouco que há de iluminação, são das velas que deixaram para alguns.
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