História Corra da escuridão - Queira aceitar

As gotas frias de chuva caiam sobre meus ombros, e me faziam estremecer, a casa pingada.

A àgua me feria, e em vez de me refrescar, a minha pele ofuscava, fazendo marcas vermelhas por todos os lados em que tocava.

O portão fechado era o mais antigo de meus problemas, nada que não se pudesse resolver. Subi pelo portão de ferro, e me joguei no chão, caindo abaixado com firmeza, e seguindo para o túmulo do meu avô, onde eu voltaria para passar a noite.

Eu gostava do ar do cemitério, gostava do seu escuro iluminado por simples velas, e o seu silêncio devastador.

Ao fundo, pude ouvir o barulho de passos, imensos passos, mas não eram passos normais, era patas de cão, e ao fundo, vinham muitos, três deles corriam desgovernados em minha direção.

Os cãe de guarda. Os três Pitbulls vieram em minha direção, latindo alto, o que me fez recuar apenas um passo. Assim que se aproximaram, eu me abaixei, e lhes abri os braços.

Os três vieram abanando o rabo, e me lambendo a cara, como sempre faziam. A frequência no cemitério me fez ter um bom convívio com eles, aquilo não era nada mais que um inconveniente para mim.

Ao meu lado, os pingos de chuva caiam, perto das pequenas velas que um senhor havia deixado perto do túmulo, junto de flores mais cedo. Abri o guarda chuva, e me abaixei à sua frente, protegendo as pequenas velas, enquanto lia o que estava no túmulo.

" Maria de Sá 1966-2013 "

Era o túmulo de uma senhora ja de idade, e aquele senhor, devia ser o seu marido.

Depois de um tempo alí, uma luz se fez presente ao meu lado, e meu rosto se virou lentamente para ver o que era.

Uma mão pousou no meu ombro, e eu pulei agonizado, enquanto meu peito subia e descia com as batidas rápidas.

- Muito obrigada, meu jovem..- Disse a senhora, que brilhava e flutuava à minha frente.

É um espírito...

Eu nunca havia falado com um antes, mal podia acreditar. Os meus olhos brilhavam, e se focavam na figura a minha frente, o fantasma que estava à minha frente, era a exata senhora da foto que estava no túmulo que protegi.

Aquilo era estranho. Depois de tantos meses aqui, nunca havia visto, e logo hoje, um deles resolveu aparecer?

- O seu avô era um homem bom..- Disse ela, com um tom doce, e suave na voz. Eu continuei lhe fitando, agora assustado. Em poucos segundos, a chuva parou, e o céu voltou a abrir-se.

Sorri nervoso, e me levantei lentamente, me preparando para sair dalí.

- S.. sim.. foi- Completei, com um certo fraquejo na voz, recuando pequenos passos para trás.

- Se precisar de mim alguma vez, não hesite em me chamar- Disse a senhora, num tom gentil, sorrindo para mim.

Eu apenas concordei, e num passe rápido, saí dali correndo, em direção ao túmulo do meu avô. Me sentei ofegante, e olhei em volta, pensando na frase que ela havia me dito.