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História Corrompidos - 02. Entrelinhas


Escrita por: mackenzie-

Capítulo 3 - 02. Entrelinhas


Justin Bieber

Um grito alto e agudo me fez acordar assustado, me levantei correndo, sentando-me na cama e preparando-me para atacar o indivíduo. Embargado de sono, ergo meu olhar para Alaska assustada. Seus lindos olhos verdes estão arregalados, me fitando com pavor, e logo abaixo de sua pálpebra há borrões de rímel da noite passada. Ela está coberta por um lençol que fora tirado tão às pressas da cama que ainda está posto em uma das pontas do colchão. Seus ombros amostra, e os lábios rosados formando um ‘o’ a deixava incrivelmente sexy, e pensar que havia apenas um tecido desnecessário me impedindo de estar colado contra o seu corpo pequeno me deixava cada vez mais atraído contudo estou com tanto sono que isso não faz o menor sentido.

— Que merda... O que foi, baby-doll?

— O que você está fazendo aqui? Nós transamos? Ai, porra... Nós transamos? — ela gritava para mim, fazendo minha cabeça doer.

— Nós não transamos, caramba! — cocei os olhos pelo sol que entrava pelas cortinas fazendo minha retina doer.

— Seu tarado! Eu vou te denunciar. Por que está no meu quarto?

— Que porra... Você não lembra o que aconteceu noite passada? — me levantei, indo até ela, que dava vários passos para trás, se desequilibrando com as roupas e saltos que estavam jogados no chão. — Nós não transamos. Você saiu da balada chorando, eu te segui porque achei que estava fora de si, e você estava. Te encontrei no campo de futebol, de joelhos. Aí você me disse onde era o teu hotel, e eu te trouxe até aqui...

— Por que não foi embora? Aposto que você se aproveitou da situação — ela começa a chorar. As lágrimas escorrem por sua bochecha se juntando em seu queixo. Alaska começa a jogar todos os enfeites do quarto contra mim, e eu me esquivo tentando entender o seu humor.

— Quê?! Você acha que eu sou um estuprador? — dei uma risadinha — Claro que não. Tá louca? Nunca ousaria tocar em uma mulher sem o consenso dela! E outra, como eu te foderia se estou de roupa?!

Alaska para por um instante, me observando com aquelas enormes esmeraldas. Seu cabelo está bagunçado e caído em sua face, ela ainda segura o lençol para tampar o seu corpo, sem se tocar que o mesmo é transparente, mostrando-me a sua lingerie preta.

— Você me pediu para ficar. — soltei, depois de um tempo nos encarando.

— Não pedi não. — negou com a cabeça, desacreditada.

— Pediu... — continuei: — Você acha mesmo que eu passaria a noite com alguma garota? Sempre vou embora.

— Eu te contei alguma coisa?  — as lágrimas secas formam um caminho em sua bochecha, e eu apenas consigo me focar em seus lábios.

— Não.

— Então saia da porra do meu quarto! — gritou de repente. Me irritei.

— Eu saio, porra. Mas saiba que eu ficaria com a consciência tranquila em te deixar sair por essa cidade sozinha, bêbada, podendo estar disposta a ser estuprada ou morta. Fui gentil com você, e tu me retribui desta maneira?

Ela se encolhe, assustada.

— Vai pro caralho! — digo por última, abrindo a porta com força e dando a mesma brutalidade ao fechar.

Com as mãos nos bolsos da minha jaqueta, piso forte até o elevador. O chão aveludado afunda meus pés ao andar, apenas clico no térreo, aguardando pacientemente as portas se fecharem. Contendo a respiração, reparo que ali dentro é tudo espelhado, inclusive o teto. Nunca estive neste hotel, ele é o mais chique da cidade, e com toda certeza eu teria de dar todo o meu salário para passar uma noite aqui. Alaska parece levar toda essa grana com tanta desdém que parece ser fácil ter tudo isso. Lembro-me da noite anterior ela dizendo os carros que tem, e como a sua casa é grande. Ela não disse para se exibir, na verdade, eu que perguntei; adoro ficar imaginando a casa de pessoas ricas.  

O que mais me irrita agora é o jeito confuso de Alaska. Ontem, enquanto estava aos prantos eu realmente não sabia o que fazer. Nenhuma garota chorou na minha frente dá fora que ela fez, exceto minha mãe.

Suas mãos pálidas tremiam e os olhos verdes teve uma coloração avermelhada no branco dos olhos, parecia que ela estava chapada de maconha. Comecei a ficar nervoso pelo modo que ela me abraçou; no momento em que eu envolvi os braços em torno de seu corpo, era para ser, na verdade, uma tentativa de levantá-la dali, e não aprofundar para um contato mais intenso. Porém, quando seus braços contornaram minha cintura não consegui sair dali, apenas... Permaneci, mesmo tendo consciência que aquilo acabaria em breve e eu me perguntaria o porquê.

Alaska não estava dizendo nada com nada, apenas soluçava e pedia por ajuda. Entretanto, como eu poderia ajudá-la se nem ao menos sei o seu problema? Depois de minutos ali, sentindo o seu perfume doce –um combinado de baunilha e mel– ela acabou me dizendo onde estava hospedada, e eu a levei até lá, em silêncio. O motivo não era por não ter o que falar, eu nem ao menos sabia raciocinar o ocorrido. Quando o cartão magnético entrou e saiu da porta, avistei encantado a cama king-size. Com movimentos lentos, ela tira sua camiseta, deixando-a largada no meio do chão, rapidamente, ela também tira seu shorts cintura alta.

Seus seios pulam quando ela se arremessa no colchão, se ajeitando entre as cobertas e os vários travesseiros. Os seus fios loiros se bagunçam em sua face, e ela se vira para me encarar. Eu já havia começado a me arrumar para sair e deixá-la sozinha, odeio estar me sentindo tão submisso em uma situação como me sinto agora. Ela me olha por um tempo, sugando o nariz e esperando com que eu fizesse algo.

— Deita aqui... — pediu, baixinho.

Nego com a cabeça.

— É uma péssima ideia, baby-doll, apenas durma, quem sabe amanhã nós não conversamos.

— Deita logo aqui, Justin — repetiu.

Neguei novamente, prestes a girar a maçaneta.

— Vamos logo, Caipira. Eu sei que você quer experimentar essa cama dos deuses — ela abre e fecha os braços, como se estivesse fazendo um anjo na neve — Vem! — pediu novamente, batendo ao seu lado, chamando-me.

Respirei fundo. Eu iria embora mais tarde, assim que ela pegasse no sono. Ao sentir a cama contra minhas costas, relaxei, olhando para o teto. Apenas consegui deixar minha respiração se controlar, porém ainda sim sentia meu coração bater rápido de uma forma desnecessária. Eu queria provoca-la, e receber o seu não, ou observar a sua feição confiante. Observar também a sua sobrancelha se erguer quando achava que eu estava mentindo, como na vez da mecânica. Mas nada saia da minha boca. Nada mesmo.

Me viro rapidamente para ver o que Alaska fazia pois havia se acalmado. Ela me olha também, então, ambos voltam a olhar para o teto. O silêncio era constrangedor, e a escuridão do quarto era mais assustadora que o normal. As folhas das árvores faziam um reflexo diferente na parede, um pouco acima da televisão. Alguns fracos raios de sol começavam a brotar entre as vastas nuvens do céu, porém com toda certeza ela desapareceria quando os ventos assoprava novamente, dando boas vindas para a neve, ou apenas para o frio congelante.

— Sick of all this people talking, sick of all this noise... — ela começa a cantar de repente, com a voz tão doce que sou atraído de uma forma magnética. Eu conheço essa voz, essa linda voz. Então, com a maior facilidade do mundo ela continua a música, cantarolando e rindo quando errava a letra. Alaska conseguia chegar a notas altas e voltar a lentidão. Aquilo era viciante, e estava me viciando aos poucos, me senti, de algum modo, enfeitiçado.

Suas curvas eram demarcadas pelo  fino e único lençol que lhe cobria. Sua bunda, redonda e lisa, tão grande que eu não me importaria em me deitar nela. Seus seios volumosos me davam vontade de chupá-los por um longo tempo. Alaska não é certinha, eu reconheço meninas certas de longe, e eu às torno erradas. Contudo, Alaska é um tipo diferente de garota no qual nunca experimentei, ela esconde algo, e eu não me importo em descobrir. Ela irá se render uma hora ou outra.

Quando atravesso o arco de concreto, sinto o vento bater contra o meu rosto, o vento gelado que presumi que teria. Meus lábios se secam, me forçando a passar gentilmente a língua na camada dura que formara. Me encolho com a frente fria, mantendo minhas mãos presas no bolso; eu não arriscaria tirá-la de lá tão cedo. Ando com rapidez até minha casa, mesmo que eu preferisse ficar a maior parte do meu tempo na casa de Chris, ou Alex.

Não há ninguém nas ruas, apenas algumas pessoas pingadas e desnecessária. A maioria das mercearias estão fechadas e lojas de roupa. Essa cidade é pequena, porém há bastante fluxo de pessoas que procuram paz no interior. A noite anterior rendeu bastante para todos, mesmo sendo apenas sexta-feira, menos para mim, que passei o resto da minha noite ao lado de Alaska que retrucou sendo uma vadia. Um grupo de garotas riem alto no final da calçada, e quando seus olhos caem sobre mim, todas se silenciam, envergonhadas. Elas não haviam me visto ali, e agora, com todas focadas em mim, lanço-lhes um dos meus melhores sorrisos, elas se derretem. Conheço todas desta cidade, isso de deve ao fato de eu ter nascido aqui e criado. Há quem não conheça o sobrenome Bieber, mas seria impossível... Meu sobrenome estará marcado nesta cidade para sempre. Sem querer mantive meu nome guardado e que, com toda certeza será lembrado, sendo por garotas que me querem ou pelos senhores que ficam na frente da porta de suas casas, fumando.

Tiro apenas uma mão do bolso para girar a maçaneta de minha casa, a porta se abre, e eu percorro o olhar por todo o local, deixando-me levar pelo silêncio. Na verdade, em minha casa sempre está em silêncio, exceto quando minha mãe não está chorando e meu pai quebrando garrafas. Dois três passos, e o único barulho daqui fora feito pela sola do meu sapato. Fico no centro da pequena sala, na qual continha apenas um sofá velho e mofado, a televisão cinza que mais parece com um cubo, no qual pega apenas dois canais, o resto fica molhado. Uma mesa de centro repleta de coisas desnecessárias, como revistas pornográficas, esmalte, além dos arranhões de antigas brigas minhas e do meu padrasto. Caminho até a cozinha que é junta a sala, observando o local destruído. A pia já não funcionava mais por conta de uma briga minha e do Jeremy, o que resultou em um velho, bêbado, quebrando tudo que estava em sua volta. Na ilha do centro da cozinha há caixas de pizzas empilhadas e potes de comida chinesa. Talheres estão espalhados, sujos, inclusive pratos onde pousava moscas. A mesa de jantar está pior, com jornais rasgados, canetas, e um copo de café que fora derrubado e deixado tudo aquilo ensopado.

Fazia cerca de duas semanas que eu não visitava essa casa, eu estou muito bem vivendo com Alex e Chris, porém, da ultima vez tive que sair correndo daqui de mala e cuia. Eu não moraria aqui de forma alguma, eu não iria me submeter a ficar nessa casa. Jeremy me odeia, ele é o cara mais babaca do mundo. Minha mãe é submissa a ele; eu tentei salvá-la desse namorado imprestável e que a coloca em um relacionamento abusivo, contudo, nunca irei conseguir ajudar a vítima se ela não quer ser ajudada.

Me pego encarando o quintal através da janela quando a porta da frente é escancarada. O cara que estou evitando há meses está na minha frente novamente, deixo um meio sorriso aparecer no meu rosto quando percebo que seu maxilar continua travado e roxo; esse foi meu presentinho de despedida. Seus olhos psicóticos me fitam por um tempo. Com a blusa rasgada, e bambeando de um lado para o outro, ele anda até mim, trombando na bagunça da sala.

— Seu merdinha! Finalmente resolveu mostrar as caras, huh? — ele grita, embolado. Jeremy continua a dizer coisas sobre mim, porém está tão alucinado por drogas e álcool que fala muito rápido e abafado — Onde você esteve por tanto tempo?

— Não te interessa, Jeremy — respondo ríspido.

— Não fale assim comigo garoto! — grunhiu — Eu vou acabar com a sua raça!

Ele poderia vir com um exército que eu derrubaria todos eles um por um. Tirei as mãos do bolso da jaqueta, me preparando para acertá-lo no rosto. Contudo, a voz fina e fraca da minha mãe surgiu atrás de nós. Ela está tremendo, com olheiras enormes abaixo dos olhos. Os cabelos não estão penteados faz tempo, os lábios secos e esbranquiçado, assim como sua pele.

— Não comecem, por favor — eu sabia que ela começaria a chorar em breve.

— Que bom que você está aqui, Pattie — disse meu padrasto, em seguida, arrota. Ele coça as costas e anda até ela, envolvendo-a pela cintura com seus braços flácidos. Minha mãe me olha triste, mexendo nervosamente nas pontas dos seus dedos.

— Mãe... — chamo-a.

Ela abre a boca para responder, porém ele a interrompe.

— Vamos para o quarto, Pattie. Estou cansado e preciso de um agrado — as mãos nojentas de Jeremy vão para os peitos dela, que abaixa a cabeça.

— Mãe! — insisti, indo até eles, entretanto, ela faz um sinal para que eu pare.

— Vai embora, Justin — disse, enquanto era empurrada em direção ao quarto.

— Mãe!

— Apenas... Apenas vá! — seus olhos marejam.

Eu queria impedi-lo, queria soca-lo até a morte, mas eu não podia. Se eu fizesse isso com toda certeza minha mãe me culparia no final, por mais que seja para a sua proteção. Girei os calcanhares, saindo dali o mais breve. Voltei às ruas gélidas. Em minha mente apenas rondava diversas maneiras de agarrar o pescoço de Jeremy e enforcá-lo até a morte, contudo, quando passo por uma cafeteria, vejo pela imensa vitrine os olhos inconfundíveis.

Quando atravesso a porta, o sininho toda, atraindo a atenção de todo, inclusive de Alaska que revira os olhos, se preparando para sair. Observo sua reação quando me sento há mesas de distância dela, fingindo não me importar com sua presença. Deslizo minha bunda no banco acolchoado, pegando o cardápio que estava no centro da mesa.

O lugar estava praticamente vazio, normalmente está cheio por conta do delicioso chocolate quente que fazem no inverno, mas hoje em especial apenas um louco sairia de sua casa, andaria quadras até chegar aqui. Por sorte moro perto, e não é tão torturante a caminhada. 

A garçonete logo se aproxima com um copo de café, era Megan.

— Oi, amor. — sorriu.

— Menos, Megan — mexo com delicadeza o líquido que forma um pequeno redemoinho.

— O que vai querer hoje? — sorriu, puxando discretamente a blusa para baixo, deixando seus seios enormes saltarem da blusa de botões abertos apenas no início.

— Só isso mesmo — pisquei para ela.

— Viu, que tal você passar na minha casa depois do meu expediente? — ela apoia um dos braços da mesa, com um sorriso de ponta a ponta que destaca seus olhos castanhos.

Ela estava me irritando ali, eu queria atrair a atenção de Alaska, eu precisava provar o gosto de seus peitos, buceta... Lábios.

— Acho uma ótima ideia — respondi, e ela disfarça a alegria.

— Saio daqui uns dez minutos. Te espero lá fora — diz antes de sair, contornando as mesas e abrindo o balcão. Não conseguia tirar os olhos da loira, há alguns centímetros de mim, porém precisava recompensar o sexo perdido na noite anterior por passar o tempo com Alaska.

Depois de um tempo ali, sentado, fazendo cara de paisagem e fingindo estar focado em coisas desnecessárias, percebi que Alaska estava terminando sua refeição. Olhei de relance para o meu relógio do celular verificando que já se passavam das três horas da tarde. Resolvo me levantar, e caminhar calmamente até ela, segurando a xícara em minhas mãos. Dou o meu melhor sorriso quando para ao seu lado.

Meço seus olhos, e a jaqueta de couro que vestira. Desvio a atenção para a cafeteria, olhando por todo o lugar, e, novamente, volto a encará-la. Alaska se mantinha séria como sempre. Ela empurra seu prato para o canto, limpando sua boca com o papel que pegara. Sento-me em sua frente, olhando nos fundos dos seus olhos. Usualmente eu conseguia filtrar as emoções das pessoas com facilidade. Dizia se estava triste, feliz, com raiva. Aderi esse conhecimento próprio quando criança, quando presenciei a morte do meu pai, a tristeza que transparecia nos olhos cinzas de minha mãe era nítida, ela tentava esconder, contudo eu sempre soube o que passava por aquela cabecinha.

As meninas das baladas que frequento, por exemplo, além de notar o charminho que me lançam, o desejo tentador jorra de seus olhos quando eu pisco, ou quando apenas sorrio, mas Alaska... Cara, eu não faço a mínima ideia do que ela está pensando ou sentindo.

— O que você quer? — perguntou-me.

— Nada. Conseguiu se lembrar do que aconteceu?

Em seus lábios formou uma linha reta e dura, ela não queria admitir o que havia acontecido. Por sorte,  Heather, uma das garçonetes, se aproxima enchendo ambos os copos, partindo dali e tirando o clima seco em que Alaska e eu chegamos.

Baby-doll leva a xícara para os lábios, pressionando ali e tomando um longo gole, como na noite anterior com as bebidas.

— Você deveria ter me deixado sozinha — deu de ombros.

— Você me pediu para ficar.

— Deveria ter me deixado sozinha desde o início, quando sai da balada. Eu me viraria no dia seguinte — sua voz ficou ríspida.

— Qual é o problema de querer ajudar?

Ela começa a se mexer na cadeira para tirar sua bolsa.

— Eu não preciso de ajuda — disse, ao tirar duas notas de vinte e jogar em cima de sua comanda.

— Eu sei — me levanto assim como ela.

— Então pare de me perseguir — ela fica na minha frente, com as mãos no bolso.

Adiantei alguns passos na sua frente, abrindo a porta para que ela passasse. Alaska ignora o ato de gentileza que eu nunca executo para nenhuma garota, me sinto um pouco ofendido.

Decido parar de segui-la. Não era necessário. Ela não queria. Entretanto eu apenas não consigo conter a vontade de trocar míseras palavras. Remexo no meu bolso, tirando de lá um maço de cigarro e um isqueiro velho. Bato na parte inferior, fazendo um cigarro sair. Envolvo-o entre meus dedos, colocando logo em seguida nos lábios. Faço uma concha entre o lábio superior e o nariz, acendendo-o, dando o primeiro trago.

Vejo a loira se aproximar devagar, resistente. Alaska para na minha frente; tiro o maço novamente, entregando-a juntamente com o isqueiro. Fito todos os movimentos ela, primeiro o cigarro em seus dedos desajeitados, com um piscar de olhos ela já estava dando tragadas tão fortes no filtro que as nossas fumaças se juntavam com facilidade.

— Você é um bom garoto. Eu não quero te machucar. — contou-me.

Não contenho o sorriso, observando-a, ela faz o mesmo.

— Normalmente, sou eu que machuco os sentimentos das garotas.

Ela segura o pequeno tubo entre os lábios rosados, e eu reparo na marca que seu batom deixou na parte marrom. Alaska deixa com que a neblina escape de seus lábios, aquilo era incrivelmente sexy.

— Pare de querer transar comigo.

— Eu não estou tentando foder com você, baby-doll. Quero ser seu amigo — o frio começara a congelar meus dedos, então deixo uma de minhas mãos dentro do bolso e a outra segurando a minha pequena morte em formato de tubo.

— Eu nunca tive amigos — percebo que, ao dizer isso, ela se arrepende em seguida.

— Nem eu — tento reconforta-la, e sua feição relaxa por um tempo.

— Você é cafajeste demais para ser um amigo — ela dá entonação no amigo.

Neste momento Megan sai, com sua blusa de frio de lã e uma pequena bolsa na mão. Ela me olha, em seguida, olha para Alaska. Com um meio sorriso ela diz sem graça:

— Podemos ir?

Faço que sim com a cabeça, jogando a bituca no chão e pisando em cima.

Seguro em uma de suas mãos, puxando-a para mais perto, passando meu braço em torno de seu pescoço. Alaska me olha com um sorriso, e eu retruco.

— Estou te falando, baby-doll. Não quero transar com você.

Girei meus calcanhares, deixando-a ali. Megan se conforta nos meus braços e eu lhe dou um selinho. Ouço os passos de Alaska se distanciar aos poucos, e me divirto com a situação. Em minha mente rondava o sorriso que ela me dera há segundos atrás, ela já sacou o meu jogo.

Eu queria Alaska em minha cama, isso é óbvio, mas da mesma forma quero me aproximar dela para descobrir o que se passar por trás de suas esmeraldas. Porém ela não precisa saber disso, posso tentar convence-la do contrário, irei deixar o meu desejo subscrito nas entrelinhas.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, amores!


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