História Crazy In love (Reescrita) - I am useless.

No dia seguinte... Segunda-feira, 02 de abril de 2012, ás 09:30 A.M.
 

Acordei assustado pensando na Jasmine, eu nem fui para a escola por que ela me disse que iria viajar hoje e eu não conseguia pensar em outra coisa, eu só queria me despedir dela e esperar ansiosamente para ela voltar já que eu não vou vê-la por alguns dias, se duvidar semanas. Eu fiquei triste pela tia dela, mas fiquei mais triste ainda quando soube que ela iria para longe de mim.

Levantei apressado quando vi em meu celular o horário, eu estava completamente atrasado e eu não podia ficar sem me despedir dela, então eu apenas troquei de roupa, lavei o rosto, coloquei um boné e saí correndo. Scarlet me viu correndo e gritou perguntando por que eu estava com tanta pressa e o motivo de eu não ter ido à escola, mas eu só acenei para ela e saí de casa entrando no carro rapidamente.

Vinte e cinco minutos depois eu já estava correndo para dentro do aeroporto à procura de Jasmine, eu estava muito atrasado por que faltam apenas cinco minutos para o voo dela sair e o meu medo é que ela já tenha entrado no avião. Corri conforme as placas iam me guiando e até ouvi uma mulher no alto falante dizendo sobre o vôo para San Jose e que o avião sairia em cinco minutos, fui até o local do embarque e Jasmine estava quase entrando no avião, até que ela me viu correr e veio em minha direção.

— Biebs, eu sabia que você viria. – Ela disse e me abraçou forte.

— Me desculpa o atraso, mas eu não deixaria de me despedir de você. – Sussurrei em seu ouvido e nos afastamos.

— Está tudo bem, você está aqui agora! – Ela sorriu parecendo feliz ao me ver.

— Eu estou e espero que você esteja também em breve, ok? Se demorar muito, eu vou atrás de você. – Disse e pisquei fazendo ela rir, Jasmine se aproximou e me beijou com desespero.

— Você é maravilhoso, sabia? – Ela disse me fazendo sorrir.

— Não, eu não sabia. – Agarrei sua cintura e a beijei pela última vez.

   Pelo menos até ela voltar. Senti uma sensação estranha quando vi Jasmine indo embora, parecia que essa seria a última vez que eu a veria, então fiz algo impulsivo. Antes de ela atravessar a porta, gritei.

— Jasmine! – Ela me olhou curiosa – Eu te amo. – Disse um pouco menos baixo, apenas para ela conseguir ler meus lábios e saber o que eu estava falando. Ela sorriu com os olhos brilhando, abaixou a cabeça e entrou.

Eu sabia que dizer aquilo iria dar uma reação nela que eu não iria gostar, mas fiquei com medo de não poder dizer isso de novo quando ela voltasse. Senti um aperto no peito e simplesmente o fiz, meu coração me dizia que era a coisa certa a se fazer. E foi por que eu senti um alívio, mas acho que ela reagiu daquele jeito por ter sido pega de surpresa e por estar indo para longe sem saber quando vai voltar.

Saí do aeroporto devastado, cheguei em casa e Scarlet logo veio correndo em minha direção querendo saber aonde eu estava.

— Me desculpa, Scarlet. Eu saí com pressa e não tive tempo de te dizer nada, mas eu estava no aeroporto, fui me despedir da Jasmine. – Disse enquanto me jogava no sofá e ela se sentou ao meu lado preocupada.

— Mas como assim se despedir? Aconteceu alguma coisa? Ela está saindo do país? Não me diga que vocês terminaram? – Ela perguntou assustada me fazendo rir.

— Relaxa, Scarlet. Não é nada disso. – Disse e fechei os olhos.

— O que aconteceu, então?

— A Jasmine teve que viajar para San Jose com os irmãos cuidar de uma tia que está doente, é só isso. – Dei de ombros me segurando para não chorar.

— E quando ela volta?

— Eu não sei, Scarlet. Eu não sei! A minha vontade era de ir junto com ela, mas eu tenho a escola e mesmo a Jasmine sendo muito importante para mim, eu não posso abandonar tudo só para ficar ao lado dela. Ou será que eu posso? – Perguntei olhando para ela.

— Você não pode viajar sem a permissão da sua mãe e eu tenho certeza que ela jamais permitiria que você fosse atrás da Jasmine e abandonasse os seus deveres aqui. – Ela disse e eu assenti concordando.

— Você tem razão. – Me levantei andando em direção a cozinha.

— Verdade, você saiu sem comer, quer que eu prepare alguma coisa? – Scarlet perguntou indo para trás do balcão.

— Por favor, estou com uma fome que você nem imagina. – Disse me sentando em um banco e ela começou a abrir os armários e procurar por algo que possa fazer.

Fiquei ali sentado conversando com ela sobre outras coisas e me lembrei que eu tinha que ir ao treino de basquete na escola, mas o ânimo estava lá embaixo. Resolvi mandar uma mensagem para o mais sensato do time, Nolan.

"Nada de treino para mim hoje, nos vemos amanhã. "

Quando terminei de comer, fui para a sala e fiquei assistindo televisão até eu sentir meu celular vibrando, peguei-o e vi que era Ryan me ligando, então atendi.

— Bieber, por que não foi para a escola hoje? – Percebi que ele estava bravo pelo jeito que me chamou pelo meu sobrenome.

— Por que eu tinha que ir me despedir da Jasmine no aeroporto, ok?

— A Jasmine? Mas a Kethlen não me contou nada.... Fiquei preocupado por você não ter avisado nada, por isso liguei.

— Mas por que ela não disse nada? Qual o problema dessa garota? – Perguntei bravo, podia fazer o favor de avisar né.

— Eu me esqueci, idiota! – Ouvi sua voz do outro lado da linha.

— Ok Ryan, eu estou bem. Foi só isso mesmo.

— Você está bem mesmo? Sua voz diz o oposto, é por causa da Jasmine, não é? – Ele perguntou parecendo preocupado.

— É Ryan, é por causa da Jasmine. Eu só estou triste, mas vai passar, até porque, ela vai voltar. – Disse dando de ombros, eu sabia que ela iria voltar, mas meu coração ficava triste a cada vez que eu dizia o nome dela.

— É, ela vai voltar. Mas então, se você quiser fazer algo diferente, eu chamo o Chaz e a gente dá uma passada aí, o que você acha?

— Hoje eu não estou muito afim, obrigado.

— Tudo bem então, bro. Se cuida, viu?

— Valeu. – Disse e desliguei, joguei o celular em cima do sofá e ele logo começou a vibrar de novo. Olhei no visor e fiquei surpreso com o nome que vi na tela "Jas". Atendi sem nem pensar duas vezes.

— Ei Biebs!

— Jas, como você está? Já chegou em San Jose? Como foi a viagem? – Não pude conter a curiosidade.

— Sim, eu já estou em San Jose e a viagem foi tranquila, uma hora e meia só. Eu queria conversar contigo, fiquei a viagem toda pensando sobre o que você me disse.

— Sobre o que eu te disse? – Me fiz de desentendido fazendo-a rir.

— Você sabe muito bem do que eu estou falando, Bieber! Dizer as três palavras é muito importante para uma mulher, eu fiquei sem reação, até porque, eu estava viajando para longe de você e naquele momento eu só queria sair correndo e te beijar de novo.

— O que você quer dizer?

— Eu só quero saber se você realmente sente aquilo tudo o que disse para mim, você me ama mesmo?

— Sim Jas, eu te amo. Ver você partir me fez perceber isso e foi por esse motivo que eu quis dizer antes que você fosse embora. – Disse me lembrando da cena mais uma vez. – Parecia que eu não iria te ver nunca mais, então eu senti um aperto no peito me dizendo que aquela era a coisa certa a se fazer e quando eu fiz, me senti aliviado e não me arrependo. Foi impulsivo? Foi, mas não foi precipitado, eu realmente te amo Jasmine. – Disse sem conseguir conter as lágrimas e ouvi um barulho, acredito que ela estava também.

— Biebs... Eu também te amo. – Ela disse com uma voz de choro.

— Você está chorando? – Perguntei limpando minhas lágrimas.

— Me desculpa, eu queria tanto estar aí com você, te abraçando e te beijando.

— Eu também queria, Jas. Eu também queria.

— Biebs, eu vou desligar por que ainda não vi como está a minha tia, vou lá agora com o Jream. Eu te mando mensagem mais tarde, tudo bem?

— Tudo bem, Jas! Beijos.

— Beijos. – Ela disse e nós desligamos.

Eu achei que ficaria bem sem a Jasmine, mas eu não fiquei, ela realmente era o meu amuleto da sorte. Fiquei a semana inteira distraído e pensando nela nos treinos, eu não conseguia fazer cesta nenhuma, minha cabeça estava tão cheia que estava prestes a explodir. No fim de semana, eu aceitei a oferta de Nolan para ir ao bar beber, eu queria esfriar a cabeça um pouco e não pensar no que está acontecendo em minha vida. Eu não bebi ao ponto de ficar bêbado, até porque, eu tinha vindo de carro e não queria ter que dirigir bêbado. As onze horas eu já estava voltando para casa, me despedi dos meninos que ficaram de graça dizendo que eu não aguentava nem mais cinco minutos e eu ignorei dizendo que vim de carro e que precisava ir embora. Peguei meu carro rumo a minha casa, só que eu não estava tão bêbado quanto eu achava que estava, percebi que estava dirigindo muito devagar e ao passar no farol amarelo, o farol acabou mudando no meio do caminho e eu fui atingido por um louco vindo a toda velocidade.

Essa foi a última coisa que me lembro.

  Acordei ainda um pouco sonolento, senti algo apertando minha cabeça, coloquei as mãos nela e tinha várias ataduras enroladas. Fiquei sem entender, eu tinha um objeto estranho segurando o meu dedo indicador e vários machucados pelo corpo. Minha visão ainda estava um pouco embaçada, mas percebi o que era óbvio desde o começo, que eu estava em um hospital. Olhei para o lado e minha mãe estava dormindo em uma cadeira.

— M-M-Ma-Ma-Mãe. – Chamei-a que acordou depressa e quando me viu sentado na cama, correu até mim.

— Justin, meu filho! Você está acordado? Como você está? Como está se sentindo? – Perguntou toda preocupada e antes mesmo de eu conseguir responder, ela apertou em um botão que tinha perto da porta para chamar um médico.

— Eu estou bem, mãe. – Disse tentando dar o meu melhor sorriso.

— Graças a Deus que você está bem, meu filho. – Ela me abraçou forte e eu senti uma dor, ela se afastou quando eu ameacei gritar. – Me desculpa, o médico já está vindo. – Ela sorriu e acariciou meu rosto.

— O que aconteceu comigo? – Perguntei sem entender o motivo de eu estar ali, a única coisa que eu me lembrava era de estar em meu carro e um maluco bateu em mim. Nada mais para mim fazia sentido.

— Você teve um acidente de carro uma semana atrás. – Ela pegou em minha mão parecendo triste, arregalei os olhos.

— Como assim? Eu fiquei desacordado por uma semana inteira? – Eu não conseguia acreditar nisso.

— Infelizmente sim, meu filho. – Ela respondeu e deu um beijo em minha bochecha.

O médico logo chegou e me contou o que realmente tinha acontecido, eu realmente tive um acidente de carro e bati com a cabeça, ele me disse que houve um sangramento no meu crânio e tiveram que fazer uma tomografia para saber o que tinha acontecido. Não aconteceu nada muito grave, mas ele me disse que uma parte do meu cérebro foi afetada e que eu poderia me esquecer de algumas coisas e até de algumas pessoas, ele pediu para que eu fizesse terapia para reforçar a memória, eu concordei.

— Nós só precisamos fazer mais alguns exames e você já vai poder ter alta. – Ele disse e sorriu, eu assenti. – Com licença. – E saiu do quarto.

— Eu espero que você não tenha se esquecido de ninguém. – Minha mãe disse parecendo preocupada.

— Não se preocupa, mãe. – Sorri – Eu não me esqueci de ninguém, que eu saiba.

— Tudo bem! Eu vou chamar seus amigos, eles estão lá fora te esperando. – Ela falou toda animada e saiu do quarto. Fiquei olhando para o teto entediado até que ela voltou com mais pessoas do que eu me lembrava.

— Caralho Justin, você me assustou demais, sabia? – Chaz disse se aproximando e me abraçou.

— Deveria ter dormido mais para você largar de ser mulherzinha. – Disse e ele se afastou indignado.

— Não fico mais preocupado com você! – Ele exclamou me fazendo rir.

— Qual foi, Bieber? Não sentiu falta de nós? Tem uma semana que você está dormindo, não sonhou com nenhum de nós? – Ryan perguntou rindo e se aproximou, outro que me abraçou forte, mas rápido.

— Se eu tivesse sonhado com vocês dois, eu certamente teria acordado antes. – Disse e eles riram, fiquei olhando para as duas garotas em minha frente sem entender por que elas estavam ali.

— Está nos olhando assim, por quê? – Umas delas perguntou me encarando e eu a encarei de volta sem entender porque ela estava falando assim comigo, o doente sou eu aqui.

— Quem é você para falar assim comigo? – Perguntei e ela arregalou os olhos olhando para o Ryan sem entender.

— Meu filho, você se esqueceu da Kethlen? – Minha mãe perguntou me olhando preocupada.

— Kethlen? Quem é Kethlen? – Eu não estava entendendo nada.

— Sou eu, Bieber. Eu sou a namorada do Ryan, há mais de um mês, inclusive. Você não se lembra de mim? – Ela perguntou e eu neguei – Então ele também se esqueceu da Jasmine. – Ela disse olhando para Chaz, Ryan e minha mãe que estavam preocupados.

— Bro, você se lembra da Jasmine? – Chaz me perguntou curioso.

— Porra, do que vocês estão falando? Eu conheço mesmo essas duas? E essa tal de Jasmine? – Perguntei e Ryan assentiu concordando.

— Kethlen, você não quer ligar para ela? – Minha mãe disse para a garota que assentiu, depois saiu do quarto junto da outra garota.

— Justin, você deve ter se esquecido delas. O médico disse que isso poderia acontecer. – Chaz comentou parecendo triste.

— Mas por que essa cara? O que essa Jasmine tem a ver comigo? – Perguntei ainda sem entender.

— Bro, a Jasmine é sua namorada e você até já disse que a amava. Pelo menos segundo a Kethlen. – Ryan respondeu e deu de ombros.

— Como assim namorada? Do que você está falando?

Eu não conseguia entender nada, eu não me lembrava de ninguém e muito menos de uma namorada que eu supostamente amava.

— É sério, Justin. Eles não estão brincando, na semana que você bateu o carro, você estava muito estressado por causa do basquete e porque a Jasmine viajou. Ela está em San Jose e se você quiser, olha em seu celular e veja as mensagens que vocês trocaram durante a semana. – Minha mãe disse e me entregou meu celular, desbloqueei e na tela já tinha uma foto minha com uma garota morena dos cabelos cacheados, eu fiquei maravilhado com a sua beleza e logo percebi que ela é a Jasmine que eles tanto falavam. Abri nas mensagens e comecei a ler todas as mensagens que troquei com a mesma, eu realmente a conhecia, ela é mesmo a minha namorada e eu tinha mesmo dito que a amava. Nem percebi quando começaram a cair lágrimas de meus olhos, minha mãe se sentou ao meu lado e me abraçou forte. – Eu sinto muito, meu filho.

— Ela é..... Minha namorada? – Disse tentando assimilar aquilo tudo e com as lágrimas deixando minha visão embaçada.

— Esperamos que você se lembre dela logo, cara. A Jasmine te ama muito, ficou muito preocupada quando soube que você estava em coma. – Ryan comentou me fazendo olhá-lo.

— Ela não veio me ver? – Perguntei triste, mas o porquê eu não sabia.

— Ela não pode, bro. A Jasmine só saiu da cidade por que a tia dela está doente e foi lá para cuidar dela. – Chaz respondeu se sentando ao meu lado também.

— Eu não consigo me lembrar dela, gente. – Disse olhando para os três.

— Não se preocupa, você vai. – Minha mãe disse me olhando e sorriu.
 

Eu fiquei a tarde toda vendo cada uma das mensagens que eu tinha trocado com a Jasmine, só parei na hora que o médico disse que iria fazer os outros exames. Ele me fez algumas perguntas e eu respondi na medida do possível, falei para ele que eu tinha me esquecido de algumas pessoas que eu conheci há um mês e pouco e ele me disse que já iria marcar para eu falar com o terapeuta hoje mesmo. Eu não estava muito animado, mas fui assim mesmo e até que achei legal, marquei de ir duas vezes na semana para vê-lo e mesmo assim eu não conseguia me lembrar da Jasmine.

Tive alta no dia seguinte e alguns dias depois já voltei a ir para a escola, era dia 25 de abril numa quarta-feira. No intervalo me encontrei com os caras do basquete que eu não me lembrava e fiquei confuso quando eles disseram que me conheciam já que eu nem lembrava que jogava basquete na escola, um deles chamado Nolan me chamou para fumar caso eu queira esquecer os meus problemas ou pelo menos tentar. Eu nunca fui de fumar e muito menos de beber, eu tinha parado de beber há algum tempo e fumar eu nunca tive vontade, mas quando Nolan me ofereceu, a vontade apareceu do nada e eu aceitei. Ele sabia que eu nunca tinha feito aquilo e disse que quando eu quisesse, era só falar com ele. Ali não tinha como, então ele me disse que depois do basquete, ele ficaria com os outros caras na esquina em frente à escola e eu poderia ir lá caso eu tivesse certeza do que queria, então eu concordei.

Fui para o treino de basquete e todos ali ficaram impressionados quando eu acertava diversas cestas, eu não entendi muito bem o que eles queriam dizer com aquilo, mas fiquei feliz também a cada cesta que fazia. Quando o treino acabou, todos voltamos para o vestiário e tomamos um banho rápido, então enquanto eu pegava minhas coisas no armário, Nolan disse.

― Bieber, você está muito diferente! Aconteceu alguma coisa? Você ficou quase duas semanas sem treinar, o treinador não disse muita coisa por que ele particularmente não sabia de quase nada. – Ele disse me fazendo revirar os olhos, estava cansado de explicar o porquê da mudança.

― Eu tive um acidente de carro há duas semanas e acabei me esquecendo de algumas coisas e algumas pessoas também. – Respondi enquanto guardava minhas roupas na mochila.

― Por isso que você não se lembrou de nós? – Joe perguntou boquiaberto e eu assenti concordando.

― É por isso mesmo, eu me esqueci até da minha namorada. – Dei de ombros e todos ficaram chocados.

― Como assim, Bieber? – James quase gritou inconformado.

― Sério que você se esqueceu daquela gostosa da sua namorada? – Ethan perguntou sem acreditar.

― Ela é tão boa assim? – Perguntei e todos assentiram ao mesmo tempo.

― Cara, ela ficava te vendo jogar todos os dias. – Nolan comentou parecendo preocupado. – Dava para ver de longe o quanto vocês dois se gostavam.

― Agora você está falando igual mulherzinha, Nolan. – Joe disse rindo da cara dele.

― Mulherzinha é o caralho, eu estou falando sério! – Exclamou irritado.

― Eu juro que não queria concordar com o idiota do Nolan, mas eu concordo. – James disse me olhando e arqueou uma sobrancelha.

― Eu não sei nem o que dizer, realmente quero me lembrar dela, mas com ela longe não tem como. – Disse e dei de ombros.

― Você sabe do que você precisa, não é? – Ethan perguntou e eu assenti me lembrando do que Nolan havia me dito.

Nós fomos para fora da escola e eles me ensinaram tudo, só depois começamos a fumar. Era a minha primeira vez, então foi tudo muito estranho, eu comecei a rir atoa de qualquer coisa que os caras falavam, ri tanto que eles queriam tirar sarro da minha cara me desafiando a cuspir, eu tentei e falhei, não tinha porra de saliva nenhuma na minha boca. Minha garganta também estava seca e mesmo assim eu não parava de rir, tudo era engraçado e os caras disseram que é assim da primeira vez, aos poucos você vai se acostumando. Depois desse dia, eu comecei a me encontrar mais com eles e voltei a beber também, eu realmente queria sentir alguma coisa de diferente, algo que eu não me sinta um inútil. Me esquecer da garota que eu amo fazia eu me sentir um inútil, as vezes eu olhava para as mensagens que eu tinha trocado com ela querendo que ela tivesse me mandado alguma perguntando se eu estava bem e a minha vontade era de mandar alguma coisa também, mas eu não tinha nem um pingo de coragem. Eu estava sempre me esquecendo de ir ao terapeuta, então nada mais estava fazendo sentido para mim, eu não me lembrava da namorada que eu tinha antes de tudo acontecer e ela não voltava para eu ter a prova de que ela era real e que eu era o único que tinha me esquecido dela.

7 de maio de 2012, segunda-feira, ás 9:30 A.M.
 

Depois de uma longa noite de bebedeira, ainda tive que acordar cedo e vir para a escola. Minha mãe não gostou nada de como eu mudei de comportamento desde que descobri que me esqueci de alguém que amo, mas eu sempre ignorava quando ela começava a falar da Jasmine, até porque, eu só conseguia ficar irritado e me sentindo um inútil. Ela me disse diversas vezes para eu voltar a ir ao terapeuta que só assim eu iria conseguir me lembrar dela, mas conforme os dias iam passando, eu não sentia mais vontade de me lembrar de Jasmine nenhuma. Até o dia de hoje. Eu estava no intervalo com Chaz, Ryan e Kethlen, até que o celular da Kethlen começa a tocar e pela felicidade dela, percebi que era com a Jasmine que falava.

― Você já chegou em Los Angeles? – Ouvi Kethlen dizer e meu coração começou a bater mais forte.

A Jasmine em Los Angeles? A minha Jasmine? A que todos dizem que amo? Não pode ser.

― Você está de sacanagem com a minha cara, não é? – Encarei-a e peguei o celular de sua mão, vi que estava em uma chamada e seu nome estava ali, então coloquei o celular no ouvido. – Jasmine?

Foi então que eu ouvi sua voz.

― Biebs? – Ela parecia assustada e eu fiquei ainda mais quando ouvi sua voz, entreguei o celular para a Kethlen e corri para o banheiro. Eu estava com raiva, então cheguei socando a parede.

― Porra! Por que essas coisas só acontecem comigo? – Gritei desesperado e lágrimas começaram a cair de meus olhos, minha raiva só aumentou e eu lavei o rosto para tentar contê-las, sequei o rosto e saí do banheiro.